EM BUSCA DA PAZ
(11/10/2001)

Logo após ao impacto do atentado, o cenário não estava adequado para o revide. Seria um revide a esmo, desesperado, sujeito a desencadear reações imprevistas. A situação requeria análise. O atentado criara um cenário de tristeza e sensação de fragilidade, mas também propício a levar os seres humanos a meditarem sobre o significado da vida e sentido de tudo o que fazemos, fato realmente marcante na trajetória humana, uma excelente oportunidade para refletir sobre a vida e verificar que estamos dando excessiva atenção a tantas ninharias supérfluas.

A mídia está criando o cenário da guerra e apagando o ensejo para as reflexões de profundidade, definindo os culpados, os vilões que interromperam a vidinha rotineira sem perspectivas mais elevadas, sem antenas para o alto. Um momento crítico, pois propicia o reaparecimento de implacáveis ódios seculares, camuflados numa pseudo coexistência pacífica. Definindo-se ações mais restritas, pode-se evitar uma escalada de violências incontroláveis. Contudo, não ficam descartadas as possibilidades de novos atentados, de retaliação contra retaliação, de vingança contra revide. Para criar pânico e clima de revolta geral, outros alvos poderão estar na mira, sejam símbolos religiosos ocidentais, ou símbolos culturais, ou a utilização de armas químicas.

O fato é que, mesmo com os novos cenários que vão recolocando a população num ritmo que tenda a normalização, esta geração se defrontou com um poderoso e imprevisto abalo que a mantém sob expectativa. Os seres humanos estão atônitos, paralisados, absorvendo o impacto para se reposicionar na vida. Muitos poderão estar indagando: o que realmente vale a pena na vida individual ou das nações? Mas, para o povo americano o atentado representou uma agressão e grave ameaça para a família e para a Pátria.

Mas, no Brasil abençoado, existe liberdade! Sem fanatismos, aqui coexistem Igrejas, Mesquitas, Sinagogas e Templos. Não importa a forma. Os seres humanos que procuram, com certeza acabarão encontrando a Luz da Verdade.

As regiões urbanas dos países atrasados apresentam elevada concentração de população jovem, com menos de 25 anos de idade. Esses jovens em sua grande maioria cresceram em famílias desestruturadas, receberam pouca escolaridade, têm reduzida qualificação profissional, e o mercado não lhes oferece oportunidades de trabalho. São fortes candidatos para engrossar as fileiras da marginalidade.

Nas cidades brasileiras as prisões estão super lotadas e nas mais precárias condições que, ao invés de oferecerem oportunidade de reabilitação, incentivam mais criminalidade. Segundo autoridades econômicas mundiais, agora a desaceleração econômica será sentida mais intensamente, e aumentará a miséria nos países retardatários como o Brasil, o que acarretará aumento da criminalidade e consequentemente o aumento do número de detentos.

Empresários e autoridades vêem com muita preocupação a redução geral nas operações comerciais, porque o sistema está fortemente atrelado à velocidade da circulação. Quando as vendas caem, ocorre o efeito dominó, cada peça derrubando outra e outra, o que pode levar a uma catástrofe econômica, com perdas enormes.

Por isso, o FED, baixou os juros americanos para o seu mais baixoíndice e, de todas as formas, se procuram montar um cenário favorável às compras e ao consumo. Mesmo assim, o público ainda se retrai diante das incertezas, pois há nítida consciência que o processo será longo e inseguro, sujeito a muitos golpes baixos.

As autoridades estão sentindo o peso dessa abertura à brasileira, que concedeu tudo antes, para reivindicar depois. A retração econômica deverá criar obstáculos ainda maiores às exportações, num momento em que se torna nitidamente visível que entramos numa tendência de fluxo cambial negativo, e que aumentam as dificuldades para cobrir o déficit, mesmo pagando juros proibitivos.

Entram em cena os fatores psicológicos. Enfraquecer e esmorecer a moral dos inimigos com todos os meios possíveis. Estimular a cooperação e a perseverança dos amigos e aliados, criando expectativas favoráveis e confiança na vitória.

São necessários muitos cuidados para a montagem de cenários que favoreçam as alianças, evitando o risco dos atritos internos ou o alastramento dos conflitos, mormente na área petrolífera.

Surge um grande medo, o que não é bom. O medo sempre oprime favorecendo o desânimo e o pessimismo, o que prejudica a alma e a saúde do corpo. Mas não podemos nos iludir. Não se combate o medo com fantasias. O combate deve partir de dentro do ser humano com a confiança no Criador e Suas leis, até agora pouco pesquisadas.

Os acontecimentos exigem mudanças. A vida não pode continuar sendo apenas a escolha das melhores opções financeiras. Todo sistema de vida precisa ser aperfeiçoado através de sua humanização.

Contudo os acontecimentos desagradáveis atingem a alma, provocando abalos, levando os mais sensíveis a perscrutarem o sentido de tudo isso indagando: porque os seres humanos não aprendem a viver em paz? Por que não buscam pela paz, preferindo agir com violência, atraindo sofrimentos e miséria?