INTERMEDIÁRIOS DIFICULTARAM A FÉ
(20/11/01)

Os seres humanos não necessitam de intermediários para se dirigir à Divindade. Mas, os seres humanos acabaram criando as religiões segundo as suas próprias interpretações, e daíforam introduzindo as características mais adequadas para exercer influência sobre as pessoas.

Com o passar do tempo as religiões se foram cindindo dando margem ao surgimento de outros grupos. Do Judaísmo surgiu o Cristianismo, muito embora as palavras de Jesus tenham sido profundamente desfiguradas, pouco restando de sua essência original. Todavia, na fase inicial ficaram evidentes as mutuas hostilizações, as quais posteriormente passaram a ser menos ostensivas. O profeta Maomé, descontente com os rumos do Judaísmo e do Cristianismo, foi o receptor de uma Mensagem provinda da Luz. Contudo, não se pode assegurar que os seus seguidores tenham agido diferentemente, assim como ocorreu com as Mensagens dos Profetas e Enviados de Deus, cujas doutrinas acabaram sendo ajustadas por incompreensões, erros de tradução, ou da forma que melhor se adaptasse aos interesses dos mandatários, O Cristianismo por sua vez se ramificou em várias correntes, ortodoxas ou protestantes, não raro em delicada convivência pacífica, quando não, até em conflitos evidentes decorrentes das contendas pelo predomínio.

Quando hoje se falam em conflitos de civilizações, o que temos realmente é um mal disfarçado conflito de doutrinas, posto que as introduções de conceitos forjados nas oficinas dos intelectos humanos, acabaram produzindo rivalidades e sectarismos que, distanciando-se da Luz da Verdade, eclodiram em desentendimentos de difícil conciliação, lançando muita confusão sobre os seres humanos. O desejo de ampliação do número de adeptos e expansão territorial, influiu poderosamente na forma de atuação. Não raro se fez uso da força para combater aqueles que opunham resistências, não aceitando os postulados básicos. Inevitavelmente as rivalidades e hostilidades não propiciaram um clima favorável para a livre busca da Luz e da Verdade.

Assim, os seres humanos não se davam ao trabalho de analisar o que lhes era imposto. Por comodidade e indolência espiritual, aceitavam todos os conceitos apresentados, o que acarretava um rebaixamento de sua capacidade de percepção. Enquanto isso, outros seres humanos buscavam no acúmulo de riquezas, a razão de suas vidas. A invenção do dinheiro propiciou o movimento circular com taxas de retorno. A aceleração do giro produz acúmulo do valor agregado. Assim ao lado da riqueza patrimonial, inflou-se a riqueza financeira sem que surgissem mecanismos adequados de redistribuição, acarretando a concentração, o desequilíbrio da renda, o descontentamento, e por conseqüência, o aumento da pobreza material entre a humanidade que, espiritualmente, também se tornara pobre.

Em tal ambiente como esperar que pudesse surgir uma paz espontânea, alegre e duradoura? Quem semeia ventos, colhe tempestades. E, este é o momento que vivemos. No céu, nuvens escuras se aproximam. O vento frio e as sombras atemorizam. As pessoas sentem a instabilidade no ar. A qualquer momento poderão surgir ocorrências desagradáveis e desastrosas. As apreensões espantam a alegria, mas poucos reconhecem que a tristeza surge das sombras do falhar humano. Para Abdruschin, autor da <a href="http://www.graal.org.br/livro.php?id=1062" target="_blank">Mensagem do Graal</a>, é chegado o tempo de despertar espiritualmente. “Somente na convicção repousa a verdadeira crença, e a convicção só vem através de exames e análises irrestritas. Sede seres vivos na maravilhosa Criação de vosso Deus!” Somente através da convicção na crença, os seres humanos poderão alcançar a liberdade espiritual.

No passado a vida estava intrincadamente ligada a religião, mas hoje chegamos a uma situação em que observamos muitos seres humanos desatentos, tidos como não praticantes, desinteressados da vida espiritual como se não fossem seres dotados de espírito. Por outro lado há os que se apegam tenazmente aos princípios religiosos, mesmo sem comprende-los lucidamente, chegando próximo do fanatismo sem tolerância quanto ao modo de ser dos outros.

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Em Nova York, a capital do dinheiro e da tragédia, mas também a capital da arte, a violinista Annie-Sophie Mutter, no Carnegie Hall, encantava o público com sua harmoniosa suavidade e os acordes mágicos de Mozart. Um maravilhoso intervalo para o fortalecimento da alma nestes tempos de guerra, com as escuras e ameaçadoras sombras criadas pela humanidade distante da Luz!

Nas ruas, os impacientes motoristas ficam forçando a barra com suas estridentes buzinas, aumentando a inquietação. A população de Manhattan anseia por retornar a normalidade da vida na cidade excitante, mas sabe que não pode baixar a guarda, devendo permanecer em constante estado de alerta, pois dificilmente as coisas voltarão a ser exatamente como eram. Mas, aqui no Brasil, permanece a tendência de piora geral na vida urbana.

O povo americano percebe nitidamente o empenho das autoridades. Trata-se de um momento muito difícil para quem está no comando. Se não surgirem ocorrências desagradáveis, Busch e sua equipe passarão uma imagem positiva, habilitando-se a colher dividendos políticos favoráveis. Giuliani, alem do seu carisma, teve o tempo a seu favor, fazendo prontamente o seu sucessor na Prefeitura de Nova York. O futuro contém muitas incertezas e não dá garantias, o que não deixa de conter uma certa dose de risco.