ESTADO HUMANO
(07/12/2001)

Ele queria um Estado humano, que permitisse o efetivo exercício do livre arbítrio. Ele queria uma legislação justa e abrangente o que somente seria possível indo em busca da Fonte de água viva, ou seja buscando as leis naturais da criação.

“Será que a Democracia, da forma como a conhecemos, é o último aperfeiçoamento possível de construir governos? Não será possível dar um passo a mais no sentido de reconhecer e organizar os direitos do homem?” Estas proposições eram a constante preocupação de Henry David Thoreau em a “Desobediência Civil” e outros escritos, que a Editora Martin Claret lança em livro de bolso, reunindo escritos efetuados a mais de 150 anos, dando excelente oportunidade para os estudiosos.

O fato é que olhando através de uma perspectiva histórica Thoreau preocupava-se com os rumos do Estado e a evolução das condições gerais de vida, estando convencido de que dificilmente se chegaria a um satisfatório desenvolvimento humano. E tinha toda a razão porque o ser humano se embruteceu profundamente o que está indelevelmente estampado nos jornais, nas revistas e nos filmes. Há todo o tipo de atos brutais, como brigas, assassinatos, assaltos, sequestros, terrorismo, guerras, decadência sexual. Os seres humanos não se entendem mais, vivendo as turras porque tudo se transforma em discórdia e contenda pela falta de respeito entre os indivíduos, entre os Estados, e da parte dos Estados para com os cidadãos.

“O homem é um habitante da natureza como parte e parcela dela e não como mera peça da sociedade”. Esta proposição de Thoreau também não foi compreendida e o Planeta sofreu os impactos da falta de respeito e consideração, da falta de planejamento da natalidade, para a qual os indivíduos bem preparados deveriam atentar. De um lado, a explosão populacional, e de outro, oêxodo rural para as regiões urbanas. As cidades logo adoeceram, pois a qualidade humana decaiu e tudo vai piorando aceleradamente com as contribuições negativistas da mídia e de setores elitistas da intelectualidade que enfraquecem os sentimentos mais nobres da população, dandoênfase a tudo que é baixo e medíocre. A inveja e o ódio andam de mãos dadas. O ser humano do século 21 não faz elogios e não tem reconhecimento. A inveja e a raiva estimulam as criticas destrutivas porque o outro fez alguma coisa que ele mesmo não conseguiu realizar.

O alvorecer do século 21 revela uma situação de extrema gravidade da qual dependerá o próprio futuro da humanidade. O inicio do século põe a descoberto o desaparecimentos dos valores espirituais como norma fundamental no comportamento dos indivíduos, famílias, Estados e organizações.

Simultaneamente estão ocorrendo outros problemas de muita gravidade. Após os atentados terroristas havidos em Nova York e Pentágono, a recessão econômica vai assumindo contornos mais evidentes com a retração do consumo, aumento do desemprego, depreciação dos ativos. Só falta mesmo o surgimento de uma desvalorização das moedas fortes, das quais o dólar desponta como a principal, o que levaria ao caos. Nos países emergentes todas já sofreram elevadas desvalorizações, e a única que ainda teima em ostentar um valor aparente é o peso argentino, vivendo uma situação fictícia e insustentável, estando o País produzindo pouco e consumindo abaixo do indispensável, posto que administrar a moeda se tornou política mais importante do que administrar a produção e o consumo.

Muitas questões estão mal resolvidas como o problema entre palestinos e Israel. Muitas oportunidade foram desperdiçadas pela falta de boa vontade. Temos a questão do ódio do qual a nação norte-americana é alvo, e o terrorismo que se liga essas questões. O ódio é um sentimento altamente negativo capaz de desencadear atitudes inimagináveis para aqueles que agem com o coração. A cada dia que passa menores são as esperanças de uma solução pacifica. O que se poderá esperar disso tudo? Difícil com Arafat? Como seria sem ele? Um possível endurecimento de ambas as partes? Aonde isso poderia levar?

O antigo saber espiritual foi posto de lado, mas os Ensinamentos de Jesus não vieram para derrubar o antigo saber que faz parte da própria história humana. Jesus veio complementar o que se sabia, ampliando e estabelecendo as bases para uma vida sadia, produtiva e feliz. Infelizmente pouca atenção foi dada à Sua Mensagem, por isso mesmo muito pouco dela restou inalterado.

Os seres humanos não passam de hóspedes temporários neste maravilhoso planeta. O verdadeiro direito natural está intimamente ligado às Leis da Criação as quais o ser humano deve buscar conhecer e compreender, para com esse saber, ajustar a sua vida, construindo e beneficiando, ao invés de destruir e provocar misérias e sofrimentos, agindo como hóspedes dignos e agradecidos, respeitando o seu lar na Criação. Enquanto não se conscientizar disso não buscará pela paz verdadeira, e não alcançará a construção de um Estado verdadeiramente humano.