A NOVA GUERRA
(24/03/2003)

Quais as implicações dessa nova guerra deflagrada em março de 2003? Certeza não há nenhuma. O Sr. Kofi Annan, secretário-geral da ONU lamentou a situação dizendo: “Esse é um dia triste para a ONU. Sei que milhões de pessoas em todo o mundo compartilham esse sentimento de desapontamento e estão profundamente alarmadas”.

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A televisão nos tem mostrado essa nova guerra como a guerra do Presidente Bush, o que certamente atrai muitos sentimentos contra ele. Mas a guerra não é entretenimento, é uma conseqüência decorrente do embrutecimento dos seres humanos. Trata-se de um tempo difícil também para o Brasil onde já não há mais aquele clima de amizade. As pessoas se agarram ao que possuem e ao poder, caso possuam algum, sempre temendo qualquer aproximação, pois em geral uns querem arrancar o poder das mãos dos outros. Assim não mais conseguem distinguir os amigos leais dos inimigos, muitas vezes caindo nas mãos dos bajuladores sem perceber a sua falsidade.

Diante da ausência da dignidade, fica assim evidenciada a fraqueza humana e a falta de preparo para a vida. A nova guerra evidencia a falta de boa vontade entre os seres humanos e a conseqüente falta de equilíbrio, pondo a desnudo a inexistência de uma estabilidade real. A paz está ameaçada porque romperam-se as bases de mútua confiança entre os povos, o que estimula o embrutecimento e o barbarismo. Por que tivemos tantas guerras? Por que novamente estamos em guerra? Verdadeiros seres humanos jamais teriam que chegar a esse limite. O espírito humano por si aspira ao caminho que o eleve, mas conforme esclarece Abdruschin, na Mensagem do Graal, o mal principal permanece no raciocínio, cultivado excessivamente de modo unilateral...

Ingleses e americanos se apressam em decidir quem vai administrar o que após a guerra. Os europeus, tendo a frente os franceses dizem que não podem aceitar a predominância anglo-americana. Eles também querem ampliar e conservar a sua parte no bolo.

Na Revista "Isto é", n.º 1747, a editora Celia Chaim apresenta excelente matéria sobre o euro e o dólar: “O Iraque trocou o dólar pelo euro em novembro de 2000, quando a moeda européia valia US$0,80, fortalecendo a expectativa de que a Opep seguiria o mesmo caminho. Caso isso ocorra, os EUA teriam de comprar euros para importar petróleo, vendendo maciças quantidades de dólares no mercado internacional, derrubando a cotação de sua moeda e valorizando drasticamente o euro. Os bancos centrais de diversos países seriam também obrigados a converter suas reservas internacionais em euros para poder importar petróleo, e o mito do dólar forte cairia completamente por terra.” Isso evidencia que petróleo e dólar têm muito a ver para assegurar a supremacia dos Estados Unidos, pois poderio militar é o que não lhes falta.

Os interesses dominantes moldam o mundo e determinam os parâmetros do comportamento humano. Algumas pessoas notam que as condições de vida estão se complicando. As pessoas estão se deixando dominar pelo pessimismo. Aumenta o nível de perturbação e as pessoas perdem facilmente o domínio sobre si mesmos. Há muita inquietação e ansiedade. As pessoas estão com um pressentimento de que tudo está saindo dos trilhos e que o mundo se encaminha para um estado de desordem geral, haja vista os crimes violentos, o desemprego, as enormes dificuldades presentes em todos os países.

Quando a ONU foi criada no pós guerra, o mundo respirou aliviado, pois tudo indicava que fora encontrada uma solução apropriada para gerir os conflitos humanos com sensatez e humanidade.

As grandes crises que o Planeta vive com o desequilíbrio ambiental, a superpopulação, o crescimento da miséria e da violência urbana, não permitem que possamos afirmar que a ONU, em mais de meio século de existência, tenha cumprido o papel que dela era esperado. No grande cenário ela também fez parte da aparente dignidade humana.

Houvessem os seres humanos trilhado os caminhos que lhes eram reservados, então muito outra seria a situação do Planeta. “Ao invés de devastações estender-se-iam jardins floridos perante vós, convidando para a atividade bem-aventurada, através do trabalho cheio de gratidão de pacíficos cidadãos terrenos.” (Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal”, de Abdruschin).

O grande problema é que foi esquecido que todos fazemos parte do povo dos seres humanos e que vivemos no mesmo Planeta. A ONU foi criada mas nunca exerceu efetivamente uma posição ativa no direcionamento da evolução humana. Assim o mundo tem caminhado para a selvageria e barbárie, o que somente poderá ser contornado quando os seres humanos reconhecerem que acima de sua insignificante vontade paira a Vontade de Deus que se expressa nas leis da Criação, únicas aptas a possibilitar uma linguagem comum de paz e harmonia entre os habitantes do Planeta.

A história deverá apontar o presidente George W. Bush como o responsável pela conquista. Momentaneamente, ele até pode personificar o Império, mas o cargo é transitório. O poder alcançado ficará nas mãos das grandes corporações mundiais. Que elas tenham a clara visão de sua responsabilidade quanto à evolução dos seres humanos, é o que podemos esperar e desejar!