FALHAR DOS REIS
(15/09/2003)

Em quase todos os continentes os reis não mais estavam cumprindo adequadamente a sua missão de reinar conduzindo o povo do qual eram regentes, para o aprimoramento humano através de alegres atividades e embelezamento de tudo, em consonância com o funcionamento das leis da Criação. Assim a decadência espiritual se foi alastrando por quase todos os Reinos.

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A ânsia pelo sucesso dominava os reis e seus conselheiros. Todos queriam aparecer, se sobressair. Em sua mania de grandeza foram esquecendo a sua condição de hóspedes temporários do maravilhoso Planeta. Cobiçavam o poder, queriam reinar sobre tudo e todos.

Ao invés de servirem ao Criador Todo Poderoso, passaram a servir a si próprios e a sua vaidade corrompedora. Muitos caminharam para a alucinação, julgando-se semideuses perante a população indolente que tudo aceitava de bom grado. Os humanos comodistas não queriam desenvolver esforço próprio para escalar o caminho que leva para as alturas luminosas.

Os sumérios honraram o reinado e desapareceram da face da Terra após terem alcançado a evolução espiritual. Muitos povos porem, sucumbiram aos engodos das trevas. Os egípcios também, seguidos pelos gregos e romanos. Ech-en-Athon, e sua filha Nofretete buscaram pelo Deus Único, levando esse conhecimento ao povo do Egito para que evoluísse espiritualmente, mas os sacerdotes idólatras, fizeram uma conspiração.

Ech-en-Athon, o rei, foi brutalmente assassinado e apagados todas as evidencias e vestígios que pudessem propiciar esclarecimentos às populações do futuro. O que existe hoje são apenas conjecturas ilógicas e absurdas, aceitas pela indolência espiritual em que a humanidade se deixou envolver. (Ver “Aspectos do Antigo Egito”, editado pela Ordem do Graal).

O PRECURSOR

Moisés foi enviado ao povo hebreu para libertá-lo e prepará-lo para sua missão de servir como modelo de evolução espiritual para os demais povos. Mais tarde viria o Messias para trazer a Luz dos ensinamentos sobre o funcionamento das leis da Criação, isto é, a Vontade Divina.

Moisés não quis o título de rei nem o seu sucessor. Estabelecera uma teocracia, tendo como fundamento a Arca da Aliança onde foram depositadas as Tábuas dos Dez Mandamentos. A teocracia deveria ser aprimorada ao máximo através da evolução dos seres humanos e servir como modelo para os demais povos que decaiam continuamente apegando-se à idolatria e aos cultos místicos.

As leis da Criação deveriam ser colocadas como o fundamento básico de toda a atividade humana. Deveriam ser perscrutadas com oíntimo da alma porque elas expressam a Vontade Divina, consequentemente somente poderiam propiciar paz e progresso na Terra.

A fé que Samuel tinha em Deus era confrontada com a confiança dos anciãos em medidas terrenas. - Temos observado as nações que nos rodeiam e queremos fazer o que elas fazem - eles estavam dizendo. (Em “O Coração de um Executivo”, Richard D. Phillips, Edit. United Press).

As divergências internas, e o aumento das pressões externas levaram o povo a pleitear junto a Samuel a indicação de um rei para Israel. Samuel relutava em atender e pediu orientação divina para agir com retidão.

Toda essa turbulência política provavelmente os convenceu de que precisavam da liderança forte de um rei, e, relutante, Samuel ungiu Saul, da tribo de Benjamim, o primeiro rei de Israel. (“Jerusalém”, Karen Armstrong, Edit. Cia. das Letras).

SALOMÃO

Israel que deveria oferecer o modelo para o mundo, tomou do mundo o modelo. Saul perdeu a vida em combate sem ter alcançado a paz desejada e seu sucessor o rei Davi envolveu-se em muitas lutas, mas ao seu modo ia conduzindo o povo para o monoteísmo. O mesmo não ocorreu no reinado de Salomão, seu sucessor.

No entanto Salomão se revelou uma decepção...os israelitas estavam se tornando monoteistas autênticos; começavam a acreditar que Javé era o único deus e que todas as outras divindades eram falsas. Salomão e seus súditos ainda não partilhavam tal crença. ( Karen Armstrong, ob. Citada).

Salomão queria dominar sobre osídolos e construiu templos para os mesmos. Ciente disso, Biltes, a Rainha de Sabá programou sua famosa viagem com o propósito de advertir Salomão que não estava cumprindo adequadamente a sua elevada missão.

Em seu encontro com Salomão, a Rainha de Sabá foi categórica.

Com decisão e firmeza a rainha de Sabá enfrentou os sacerdotes que se entregavam às trevas, permitindo que a mentira fosse introduzida nos templos.

Com portentosa caravana real adentrou em Jerusalém levando muito ouro destinado ao Templo do Todo-Poderoso e uma severa advertência a Salomão, apesar da impertinência de Betsabá que temia perder a sua influência de super-mãe, para aquela estrangeira altiva e independente.

E Biltes não usou de evasivas indo direto ao ponto, exortando Salomão para não descuidar do povo do qual era regente, preparando-o para a vinda do Enviado de Deus que segundo as profecias nasceria naquele país.

"- Ao mesmo tempo deves despertar nas almas humanas o anseio de poder servir a Ele! Para isso a crença terá de ficar pura! Os cultos por ti tolerados, em teu país, turvam a pureza de Fé, separando os seres humanos de sua pátria luminosa!

- Pouco adiantaria mencionar já hoje esse acontecimento.

- Estás enganando Salomão! O saber a respeito do Filho de Deus e o anseio de poder servir a Ele continuam vivendo nas almas, mesmo depois da morte! E esse saber e o anseio despertarão nos novos corpos terrenos, quando nascerem de novo na Terra, provavelmente na época do Enviado de Deus. Imediatamente o reconhecerão e ficarão agradecidos por lhes ser permitido servir a Ele".

O encontro com a Rainha de Sabá foi a grande encruzilhada na vida do Rei Salomão. Com o seu livre arbítrio devia ter mudado de rota, abandonando a volúpia e as baixarias a que se entregava, mas Salomão falhou espiritualmente, permitindo a contaminação da crença pura com a nefasta degeneração e lassidão decorrentes do culto de Baal que destacava o desvairado comportamento sexual como fonte de felicidade; a perversidade e a astúcia como formas de manter o poder.

Não preparou o povo como devia promovendo a devassidão e orgias nas solenidades de culto com rituais sangrentos sacrificando inocentes animais.

Os reis sempre exerceram forte influencia sobre a opinião publica. Freqüentemente a população costuma imitar o que o seu rei faz.

Materialmente falhou também, deixando de administrar adequadamente os bens, contraindo dívidas para dissipar em luxo e orgias, semeando miséria e sacrifícios para o povo.

O fiel cumprimento da missão por Salomão teria conduzido a história humana para rumos menos sombrios, e o reconhecimento do Messias teria ocorrido com naturalidade para grande parte dos seres humanos, sem que surgissem rivalidades e confrontações. A história de Sabá e sua incrível rainha está no livro "Sabá, o País das Mil Fragrâncias", de Roselis Von Sass.

REIS MAGOS

Contudo, uma das mais clamorosas falhas foi a dos três reis que foram orientados para encontrar Jesus, recém nascido em Belém. Baltazar, Gaspar e Melquior. Com seu poder e riqueza deveriam oferecer ao Portador da Verdade, o amparo e todo o apoio de que ele necessitasse para a preparação do cumprimento de sua missão na Terra. Essa era a razão do seu existir. Contudo, ofereceram as suas prendas e abandonaram o emissário da luz aos caprichos do mundo.

Quando Jesus deu inicio ao cumprimento de sua missão, a maior parte dos seres humanos não tinha mais em seuíntimo o anseio pela Luz da Verdade.

Jesus falou sempre partindo da sabedoria primordial e nunca a imprensou no mesquinho pensar ou nas situações terrenas. Quando falava, ele via ante si o ser humano dentro da Criação e escolhia suas palavras abrangendo tudo. Dessa omissão, de pensar nisso, padecem todas as reproduções, traduções e interpretações. Estas foram sempre apenas misturadas e executadas com o pensar humano mesquinho e terrenal, ficando assim torcidas e deformadas. E lá, onde faltou a compreensão, foi acrescida coisa própria, que nunca pôde preencher a finalidade, mesmo quando movida por boa intenção. (Na Luz da Verdade, A Mensagem do Graal de Abdruschin, dissertação: Pedi, e Dar-se-vos-á!).

Assim de incompreensão em incompreensão os seres humanos não mais conseguiram conviver em paz. As desarmonias eclodiram flagrantemente após decorridos dois milênios. Violência, guerras, miséria, destruição ambiental em escala planetária. Individualmente, em sua grande maioria, os seres humanos estão sobrecarregados de dificuldades e problemas que roubam a alegria de viver. No plano geral os governantes também enfrentam graves crises em todas as nações.

O cenário no qual os seres humanos vivem atualmente é de desoladora confusão provocada pelos sofismas do seu raciocínio. Somente através de esclarecimentos mais amplos será possível reencontrar o caminho para a Luz da Verdade. Cumprindo fielmente os seus deveres perante a Criação, alcançarão reciprocamente tudo o que é necessário para evoluir em paz e harmonia.