CONHECIMENTO ESPIRITUAL
(17/04/2004)

Os seres humanos ergueram uma enorme muralha em torno de si mesmos, e que se tornou cada vez mais alta, deixando o conhecimento espiritual do lado de fora da vida. Então, todo o saber ficou lá, oculto, e acabou sendo posto de lado como se nem existisse. O ser humano passou a considerar a sua vida como sendo apenas as coisas que ele percebia do lado de cá com os seu sentidos e com o seu instinto primitivo.

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Assim, não tardou que na luta pela sobrevivência, os seres humanos passassem a se tratar como se fossem oponentes na disputa do domínio para si mesmos, sem que se deixassem envolver pelo amor ao próximo ensinado por Jesus, pois amar-nos uns aos outros, é fazer aos outros o que desejamos que nos façam.

Confrontações, cobiças e logro, abuso do poder, passaram a ser o comportamento mais usual no relacionamento humano. Insensível e de forma hostil o comportamento humano pos de lado os impulsos do coração e a solidariedade, agindo em função do impulso de conservação de forma astuciosamente adulterada pelo raciocínio, diferentemente do instinto animal que se manteve puro sem contaminações. Ao desejar o mal para seu semelhante o ser humano o oprime causando-lhe sofrimentos, mas ao lhe desejar o bem o favorece e beneficia.

No livro “Ensinando o Macaco a Voar”, referindo-se ao primata que habita nos seres humanos, Jann Weiss escreve: “A maioria das religiões têm o propósito de contrabalançar as reações negativas do primata e estimular as reações positivas de amor e compaixão. Entretanto tornaram-se mais uma razão para a raiva e o comportamento agressivo. Atentados a clínicas de aborto, o conflito entre católicos e protestantes na Irlanda e o caos no Oriente Médio são alguns exemplos. Embora a maioria desses conflitos também seja motivada por perda ou ganho de territórios, a religião é a principal justificativa para matarem uns aos outros. Isso não significa que todos os representantes da nossa espécie estejam usando a religião para justificar conflitos, mas que, em geral, é a isso que ela se destina em nosso planeta.”

No mundo animal, as disputas por território e domínio de grupo têm a ver com o aprimoramento permanente da espécie, mas o vencedor que se torna líder, não destrói o seu oponente que prossegue seu caminho em paz. Já os humanos têm o seu individualismo e intolerância exacerbada, devido a superavaliação de si mesmos, julgando-se o centro do universo e, portanto, os outros deveriam se curvar a essa superioridade ou serem eliminados. Assim, jamais haverá paz construtiva, pois a desconfiança e o desconforto do rebaixamento impedem a mutua cooperação.

Despojando-se da intuição, fazendo uso do livre arbítrio que lhes é inerente, os seres humanos, querendo impor a sua vontade errada, criaram o seu próprio conjunto de regras distanciadas do funcionamento das leis da Criação que governam a vida como um todo, assim destruindo a harmonia. Agora nos encontramos diante da perturbadora realidade da vida humana, sem querer perceber que ela resultou como conseqüência do afastamento do eu interior. Contudo, a missão precípua do ser humano é beneficiar e enobrecer tudo em que tocar com seus pensamentos, palavras e ações.

“Da mesma maneira que as palavras de elogio ou de incentivo fazem bem às pessoas a quem são dirigidas, proporcionando-lhes bem-estar e ânimo para continuarem a trilhar um bom caminho, as de críticas destrutivas, as ofensivas e as irônicas têm efeito contrário.”

“Quantas e quantas vezes, em conversas com amigos, sem nenhuma base em fatos, passa-se a falar mal desta ou daquela pessoa, minando sua reputação.” São palavras de Fernando Jose Marques, no livro “Reflexões Sobre Temas Bíblicos”, o mais recente lançamento da Ordem do Graal na Terra.

Nesse livro Fernando Marques apresenta a missão e os ensinamentos de Jesus sob a ótica espiritualista, desfazendo mitos, dando aos pesquisadores a oportunidade de examinar a lógica e a coerência presente nos ensinamentos de Jesus e Sua missão salvadora. Ademais, aplicando o verdadeiro sentido do ensinamento do amor dado por Jesus, o mundo poderia se transformar em um paraíso.

Pois, os ensinamentos de Jesus visavam tão somente mostrar aos seres humanos, a sua essência espiritual, a qual não poderia ser sufocada se de fato quisessem construir um mundo de paz e harmonia em conexão com as leis da Criação. Mas os humanos se deixaram emuralhar pelo materialismo e ânsia de dominação, atraindo caos e miséria para a vida. Agora terão de reconhecer a condição inferior a qual se deixaram arrastar, rompendo com os muros por eles mesmos erguidos, alcançando o verdadeiro conhecimento espiritual, para, finalmente, restabelecer a harmonia e a paz na vida humana.