AS CATÁSTROFES E O EQUILÍBRIO EMOCIONAL
(24/10/2004)

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Cada dia que passa se torna mais difícil aceitar a realidade, seja no campo pessoal ou geral. São desencadeamentos pesados que atingem os indivíduos no âmbito de sua vida familiar e profissional, provocando amarguras, incompreensões e muitos sofrimentos. No âmbito geral é ainda mais drástico, pois agressões e mortes violentas vão se tornando rotina. Isso se torna tanto mais difícil de aceitar, produzindo conflitosíntimos, pois, refletindo os seres humanos percebem que toda essa desarmonia está errada. Cada ser humano traz em si a capacidade de vislumbrar que a vida não é isso, que não fomos criados para vivermos dessa maneira tão desumana. Então, onde encontrar o erro?

Por muitos séculos os seres humanos têm permanecido desorientados e sem saber que rumo tomar, pois aceitaram a manipulação da verdade para não ter que se darem ao trabalho de analisá-la com a intuição. Assim, continuamente estão recebendo as verdades que outros escolheram para mostrar conforme lhes seja mais conveniente.

Atualmente a vida humana se transformou numa caótica luta pela sobrevivência. Diante da atual miséria humana o que poderia ser feito para melhorar o dia a dia das populações? Quem ainda percebe com clareza a miséria e sofrimentos que atingem bilhões de seres humanos? Quem investiga seriamente as causas a começar pela excessiva população que se amontoa pelas regiões urbanas e que engrossam os fluxos migratórios para as regiões menos carentes?

“Massas cada vez maiores de deserdados e desempregados à margem de um setor empresarial cada vez menos empregador de pessoas, combinado com a espoliação ambiental , estão gerando um crescente estado de consternação e desespero humanos”. (Hugo Penteado, em “Economia uma nova abordagem”, Ed. Lazuli).

De Porto Príncipe, Haiti, o jornal o Estado de São Paulo de 1 de junho pp., nos dá conta de que bolachas de lama viram opção para falta de comida: “em meio a casas de zinco e ruelas com esgoto ao ar livre, mulheres vendem sob lençóis pequenas massas redondas cuja receita é lama, água e óleo. Elas ficam expostas ao sol por algumas horas e depois são levadas ao forno. Ficam parecidas com bolachas finas.”

Quem ainda olha com seriedade para os riscos de uma conflagração geral com a utilização da mais sofisticada tecnologia de destruição em massa ou decorrentes da degradação ambiental? Hugo Penteado, em seu livro ressalta que “o meio ambiente e a sociedade estão sendo tratados no mundo em desenvolvimento com a mesma falta de cuidado dos países ricos”. Para ele, se os americanos estivessem produzindo PIB de 10 trilhões de dólares onde está o Brasil hoje, nós não estaríamos discutindo a necessidade de proteger a Amazônia, porque ela simplesmente não mais existiria.

Acontecimentos trágicos como os do filme “O Dia Depois de Amanhã”, não estão muito longe de se tornarem realidade. As alterações climáticas no planeta estão nitidamente visíveis e poderão provocar fenômenos naturais avassaladores.

“A concentração de dióxido de carbono na atmosfera é um fator determinante para a elevação da temperatura média do planeta. O aquecimento global tenderá a provocar fortes alterações no clima da Terra e a redução da camada de gelo nas regiões polares.

Segundo estudo publicado nesta semana na Suécia, se mantidas as condições atuais, até o fim deste século o Círculo Polar Ártico perderá praticamente todo o gelo. Elaborado por 250 pesquisadores, durante quatro anos, o projeto Estimativa do Impacto Climático no Ártico mostrou que o aumento das emissões de gases tem efeito maior naquela região.

O projeto reúne os ministros de Assuntos Exteriores dos países escandinavos, dos Estados Unidos, Canadá e Rússia. O degelo nestas proporções fará aumentar o nível dos oceanos, além de provocar uma espiral de outras mudanças climáticas”.(Fonte: Portal www.estadao.com.br/ciencia).

De fato as mudanças climáticas já estão em andamento. O medo de um inverno rigoroso dispara o preço do petróleo, o que pressionará ainda mais os rigores da economia mundial.

Os seres humanos estão assustados, porem sem iniciativa para examinar com sinceridade e isenção, os problemas sérios que estão provocando os sobressaltos. Estão tão assustados com as noticias alarmantes que não dispõem de tempo para pressentir que o medo que pressiona as suas almas decorre do anseio interior pela busca da Luz da Verdade, enquanto ainda há tempo para buscá-la.

“É bastante desagradável saber de que maneira indigna a humanidade terrena desde milênios se empenha em reduzir e calcar dentro de si, de modo funesto, o mais precioso que ela possui, sim, aquilo que a torna realmente um ser humano, o espírito, de tal forma que o ser humano terreno chega até mesmo a envergonhar-se, às vezes de falar sobre algo espiritual, de admitir uma vivencia espiritual;...” (Mensagem do Graal, de Abdruschin, Na Luz da Verdade, dissertação: Planos Espírito-Primordiais I).

Atividade mental não é atividade espiritual e somente através desta é que o ser humano poderá reconhecer o saber das leis da Criação, aplicando-o na vida, nas relações familiares e com os semelhantes, o que traria equilíbrio e nobreza para toda a humanidade. Mas os humanos sempre manipularam o espiritual em função dos interesses materiais, pondo de lado o espírito, a preciosa essência que lhe confere a condição de ser humano. Com isso o afastamento do espiritual se tornou inevitável, a começar pela ligação com os auxiliares enteais, tão conhecidos e respeitados pelos povos antigos e que foram postos de lado devido à presunçosa e pretendida esperteza do raciocínio. Assim, encontramo-nos diante de uma realidade tão áspera jamais vista em nenhuma outra época, pois os seres humanos se afastaram do seu Criador.

Diante do grotesco cenário em que os seres humanos estão vivendo atualmente, de destruição ambiental e grave crise social, cabe ressaltar os ensinamentos de Abdruschin, como facho de luz na escuridão.

“A miséria, o desespero e o extermínio são sempre o efeito recíproco, consentâneo com as leis da Criação, de uma atuação errada, não sendo isso finalmente tão difícil de compreender, bastando que se queira! Nisso repousa uma lógica simples e clara, que mais tarde mal podereis compreender como foi possível não perceber semelhante coisa e não atentar nisso rigorosamente, a fim de não somente poupar a si próprio todos os sofrimentos como até transformá-los em alegrias.(Obra citada, dissertação: Planos Espírito-Primordiais II).