EM BUSCA DO SANTO GRAAL
(24/08/2004)

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Nada mais que os seres humanos tenham ocultado pela sua incapacidade de compreensão, pela sua ignorância ou má fé, permanecerá oculto. A força da Luz agora põe tudo à mostra para que se conheça a verdade e com ela a libertação.

Assim, surgem agora de todos os lados referências ao Santo Graal. Confusas e obscuras, não obstante cumprindo o seu papel de redespertar a necessidade da busca, da busca para o saber e viver com plenitude.

Tudo começou com o livro “O Código Da Vinci”, escrito por Dan Brown, trazendo o Santo Graal para o centro das indagações. Será o Santo Graal uma nova descoberta?

Teria sido ele mencionado por Jesus para os Apóstolos e seu círculo mais chegado?

O Santo Graal teria sido conhecido em eras passadas, por outros povos existentes bem anteriormente à vinda de Jesus?

O que significa a palavra graal? Cálice. Exatamente isso. O Graal é um cálice ou uma taça, mais propriamente. Os documentos existentes mostram que na Idade Média era freqüente a menção do Graal, do cálice. Mas, do tempo de Jesus não foi disponibilizada nenhuma documentação fazendo alusão a isso. Contudo ficaram fortemente gravadas as reminiscências do cálice, embora toda a clareza tenha desaparecido sob as sombras místicas da incompreensão. Assim, “em sua versão mais popular, o Santo Graal é identificado como o cálice usado por Jesus na Santa Ceia. Após a crucificação, ele supostamente foi enchido com o sangue de Jesus por José de Arimatéia. Esse conceito surgiu pela primeira vez no século XII, mas sua perpetuação se deveu em grande parte graças à publicação de Holy Grail, de Alfred, lorde Tennyson, em 1859.” (A linhagem do Santo Graal, por Laurence Gardner, Edit. Madras).Para Gardner, o Santo Graal também tem uma dimensão espiritual.

Contudo essa versão é pouco provável, pois José de Arimatéia, estivera viajando para evitar um inútil derramamento de sangue acalmando os zelotes que, insuflados por Judas Scariotes, queriam fazer um levante contra Roma, portanto não estava em Jerusalém durante o julgamento de Jesus, chegando de volta, tarde demais, após a ocorrência da tragédia, a qual ele poderia ter evitado com a sua condição de pertencer a nobreza, fato que lhe possibilitou permissão junto às autoridades para o resgate do corpo, o que normalmente não ocorria com condenados à crucificação.(Ver “Jesus o Amor de Deus”, editado pela Ordem do Graal)

Em seu livro “Decodificando Da Vinci”, Edit. Cultrix, Amy Welborn, faz um apanhado sobre o Santo Graal. Segundo ela, “as origens da lenda do Santo Graal são obscuras, talvez permaneçam envoltas nas névoas das lendas celtas sobre recipientes de sangue revigorador. Nosso primeiro, e um dos maiores textos escritos sobre o Graal, está num poema medieval, Perceval, de Chrètien de Troyes, que viveu no século 12. Nessa e em outras lendas do período, a identificação precisa do que era exatamente o Santo Graal varia. Um lindo recipiente adornado com jóias, capaz de conter uma quantidade ilimitada de comida e de bebida. Foi a travessa de onde Jesus e os apóstolos se serviram do cordeiro pascal, foi a taça que Jesus usou na Última Ceia e foi o recipiente em que José de Arimatéia recolheu o sangue de Cristo que vertia do seu corpo na cruz.”

Para a autora “as lendas do Graal são um misto de folclore, romance e mitologia religiosa. Embora haja muitos cálices espalhados pelo mundo aos quais se atribui o título de Santo Graal, como a taça que Jesus usou na última ceia, a Igreja nunca incorporou formalmente o reconhecimento do Graal em sua tradição.”

Porém, a despeito de ter sido incorporado ou não nas tradições, pelo que se pode deduzir das pesquisas, o Santo Graal tem a sua existência autônoma, e nisso os seres humanos nada podem alterar.

Com certeza Jesus, na Última Ceia, ao levantar a taça com o vinho, teria mencionado o simbolismo do cálice, O Graal como o recipiente, contenedor da energia renovadora da Criação, que borbulha numa tonalidade avermelhada, recebendo a Força do Espírito Santo.

As tradições que chegaram ao século XX sobre o cálice falam da renovação de forças, do renascimento de tudo o que vive.

No livro “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada”, de Michel Baigent e outros, Edit. Nova Fronteira, os autores se referem à abundante e rica mitologia: “Lohengrin, o Cavaleiro Cisne, está entre os mitos medievais mais populares e evocativos. Por outro lado, ele é muito ligado aos fabulosos romances sobre o cálice; por outro, cita personagens históricos específicos. Em seu amálgama de fato e fantasia, ele pode bem ser único. E através de trabalhos como a ópera de Wagner, continua a ter apelo ainda hoje”.

Outra informação importante nos é dada por Andrew Sinclair, em “A Espada do Graal”, Edit. Madras: o autor também cita o romance de Chrètien de Troyes “Pois o Graal era a coroa das bênçãos, a abundância do deleite na terra, e Percival parte numa busca pelo Graal...Os Cavaleiros do Graal usavam capas brancas com cruzes vermelhas”.

Também serão encontradas, porém de forma confusa e incompreensível, muitas referências ao altar de pedra e a pomba branca que, periodicamente, aparece sobre o cálice.

De fato, as noções sobre a existência do Graal, são bem remotas, estando presente junto aos povos antigos que não decaíram espiritualmente mantendo a ligação com a Luz da Verdade.

Alguns livros editados pela Ordem do Graal, fazem menção a isso: No livro Babilônia, Roselis Von Sass, descrevendo a vida dos sábios da Caldéia, faz a seguinte menção: "O poder está com o Criador! Ele enviou a Chama vermelha para baixo, para o mundo que surgiu através da Vontade Dele. A Chama vermelha está eternamente acesa e eternamente doa, nutre e mantém tudo o que foi criado!"

Entre outros, também no livro “Lao-Tsé“, pela mesma editora, há uma passagem durante a juventude, na fase preparatória do Sábio que viveu na China, em que ele pergunta ao superior dos lamas o significado da taça vermelha sobre o altar. “Sinto que ela deva estar ali, mas não sei a razão." Então o lama responde: "Nos Jardins Eternos, no supremo dos Templos, os espíritos bem-aventurados possuem uma taça vermelha sobre o altar. Haurem dela toda a força de que necessitam. Fazei igual a eles. Se vossa fé for pura e sincera, Deus também verterá em vossa taça, de Sua Força."

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Também Martin Lunn,em “Revelando o Código Da Vinci”, Edit. Madras, apresenta algumas informações sobre o Santo Graal. Escreveu ele: “no entanto, existe também uma crença de que o Santo Graal seja, na verdade, um recipiente de algum tipo...”

Sobre as tradições antigas, Martin Lunn informa que se acreditava que muitos recipientes como vasos, jarros, cálices e caldeirões tinham poderes sobrenaturais. Da mesma forma, acreditava-se que o Cálice traria alimento e salvação.”

Muitas vezes se menciona o cálice de que Jesus se serviu. Porém Martin Lunn indica, efetivamente, em que ponto nos encontramos: “O Santo Graal continua a intrigar; é parte de nossa fábrica cultural e a própria expressão agora tem um significado comum de gíria que denota algo que é procurado. A busca pelo Santo Graal, então, envolveu não necessariamente a descoberta do objeto físico em si, mas a identificação do que é o Graal e o que ele significa.”

Se existem enigmas, com certeza eles foram criados pelos próprios seres humanos, através de suas incompreensões e também pela falta de uma sincera vontade de usar a intuição e o raciocínio lúcido em suas pesquisas, sem permitir a torção dos fatos.

Contudo, a lógica e a clareza sobre a questão, encontram-se descritas por Abdruschin, em “Na Luz da Verdade, A Mensagem do Graal”, O Santo Graal, Vol. 2, mostrando que falta o principal, o facho de luz de cima para baixo, único capaz de vivificar e iluminar desfazendo as inúmeras dúvidas surgidas com as interpretações poéticas, não obstante o seu elevado valor ético.