AS LENDAS CELTAS E O GRAAL
(18/11/2004)

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O Santo Graal teria sido conhecido em eras passadas, por outros povos existentes bem anteriormente à vinda de Jesus? O que significa a palavra Graal?

“A tentativa não apenas de entender o Graal, mas também de encontrá-lo, já está conosco há mais de mil anos e profundamente entranhada na psique do homem moderno. O Graal tem sido apresentado em muitas formas possíveis a partir da época medieval e a sua busca tem cativado a mente de muitas pessoas”. (Simon Cox, em Decifrando o Código Da Vinci).

Segundo Roselis von Sass, no livro “Atlântida, princípio e fim da grande tragédia”, os habitantes da Atlântida eram naquela época os seres humanos da Terra que mais haviam se desenvolvido espiritualmente. Lá não havia sacerdotes nem templos, eles veneravam o Onipotente Criador. Eles realizavam suas devoções a céu aberto, nas pedras de altares colocadas no meio de belas florestas de carvalhos. Eles haviam recebido o saber sobre o Heliand, o cálice da vida, e posteriormente ficaram sabendo que os espíritos dos mundos superiores o designam como o Santo Graal.

O saber espiritual abrange o conhecimento do desenvolvimento da Criação e das leis que regem a evolução do germe espiritual. Abrange o saber da finalidade da vida, a sua origem e o seu significado.

Os celtas e os sumérios provavelmente derivaram do remanescente dos povos refugiados da antiga Atlântida, o continente perdido mencionado pelo sábio Platão 400 anos antes de Cristo. Mas a Atlântida é bem mais remota. Calcula-se em torno de dez mil anos o seu desaparecimento, submergindo no oceano.

Os sumérios se alojaram na região da Mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates. Eles conservaram intacto o saber espiritual notabilizando-se como os sábios da Caldéia. Segundo Roselis von Sass, seu derradeiro feito monumental teria sido a construção da Grande Pirâmide de Gizé, no Egito.

Com certeza o saber original dos celtas nos tenha chegado de forma confusa e obscura, mesmo assim muitas informações foram deixadas através das lendas célticas, embora tenham sido considerados povo “pagão”. O seu habitat primitivo parece ter sido o sudeste da Alemanha sendo que migraram para outras regiões, inclusive para as ilhas britânicas.

Segundo Sirona Knight, no livro Explorando o Druismo Celta, “o cálice representa o caldeirão mágico, o graal, a fonte da vida e o poço da inspiração”. Portanto não seria de estranhar que tal conhecimento tivesse chegado até aos tempos do Rei Arthur, sendo posteriormente retirado de circulação por um poder terreno mais forte e tendo ressurgido mais tarde através dos templários, numa versão distorcida de sua realidade primitiva.

No livro Artur, Universo Angus, de Orlando Paes Filho, o Graal está definido como “o símbolo da plenitude espiritual, diretamente relacionado com o caldeirão da abundância céltico cujos alimentos são inesgotáveis. Chrétien de Troyes retomou a temática celta em Perceval, no qual o Graal é um receptáculo com conteúdo não especificado. Para Wolfram Von Eschenbach, o graal é uma pedra guardada pelos cavaleiros templários. A partir de Robert de Boron, em fins do século XII, o graal foi cristianizado e se tornou o cálice de Cristo na última ceia e continha o seu sangue recolhido da cruz, levado depois por José de Arimatéia para a Inglaterra”.

“Ninguém sabe o que aconteceu com o cálice em que Jesus bebeu na noite em que instituiu a ceia do Senhor”. É o que escreve Erwin Lutzer em A fraude do Código Da Vinci.

Para ele, “lendas afirmam que foi dado a José de Arimatéia, mas não podemos ter certeza disso. O que realmente sabemos é que, no século XII, circulavam histórias sobre o cálice, chamado Santo Graal, o qual, acreditava-se, teria poderes mágicos. Tais lendas, na verdade, baseavam-se em superstições celtas sobre o cálice como símbolo da transformação e renovação espiritual”.

De fato, o Graal era e é um conceito de natureza puramente espiritual. Evidentemente, não há o que se estranhar se os humanos, com o seu afastamento do saber espiritual vão modificando e adaptando o antigo conhecimento de povos intuitivos para uma conceituação material subordinada a categoria tempo-espaço, a única forma compreensível ao raciocínio desvinculado da intuição.

Segundo o livro “Jesus o Amor de Deus”, Ed. Ordem do Graal na Terra, disse Jesus aos seus discípulos: ”Eu não voltarei para o Juízo Final, mas virá o Filho do Homem. Descerá do céu, como fora predeterminado desde que a Terra existe. Ele, como eu, é Filho de Deus. Ao mesmo tempo é também rei do eterno e supremo templo, nas alturas, do qual já vos falei. Seus servos assistem junto ao Cálice da força divina, e providenciam a fim de que em determinadas épocas, preestabelecidas pelo Criador, possam fluir torrentes de águas vivas que se derramam pelo Universo, vivificando-o e renovando-o.”

Nada mais que os seres humanos tenham ocultado pela sua incapacidade de compreensão, pela sua ignorância ou má fé, permanecerá oculto. A força da Luz agora põe tudo à mostra para que se conheça a verdade e com ela a libertação.

Assim, surgem agora de todos os lados referências ao Santo Graal. Confusas e obscuras, não obstante cumprindo o seu papel de redespertar a necessidade da busca, da busca para o saber e viver com plenitude.

O livro Reencontro com o Homem Sábio – Em Busca do Santo Graal (Ed. Marco Zero/Nobel), oferece aos leitores uma perspectiva que visa mostrar a importância do fortalecimento da intuição para a compreensão dos enigmas que os humanos criaram ao longo dos anos, seja por incompreensão ou mesmo por conveniências políticas, eliminando conhecimentos que não fossem do interesse das classes dominantes.

O livro narra o reencontro do jovem, empenhado em dar um sentido a sua vida, com o Homem Sábio e sua mulher, e outros convidados, buscando explicações sobre a evolução da humanidade nesses dois milênios da era cristã, dedicando especial atenção ao poder da feminilidade. Para compreender o significado da vinda de Jesus eles fizeram uma jornada até ao Egito dos Faraós.

Na tentativa de compreender o mundo neste início de século, eles concluem que a intolerância e o fanatismo religiosos afastaram os seres humanos das leis da Criação. O Homem Sábio também fala sobre o significado do Santo Graal, a fonte da vida.

Elucidando complexos temas contemporâneos, adquiriram uma profunda visão sobre o futuro que nos aguarda, confiantes de que aqueles que realmente se empenharem no reconhecimento das leis da Criação, reciprocamente conseguirão reconhecer claramente os caminhos que lhes são bons, alcançando a paz em seus lares e adquirindo forças para um alegre atuar.

O Homem Sábio é a ficção literária de um vigoroso e autêntico mestre educador. Os ensinamentos por ele indicados são originários do livro Na Luz da Verdade, A Mensagem do Graal, escrita por Abdruschin, (Oscar Ernest Bernhardt), nos anos de 1923 a 1937. Traduzido para várias línguas a Mensagem não trás uma nova religião ou igreja, mas oferece, com toda simplicidade, um quadro nítido da atuação automática da Criação.