ASTROLOGIA E A DURA REALIDADE
(05/12/2004)

Quando a festa acaba, o que sobra é a dura realidade sob a qual a maioria dos descuidados seres humanos permanece mais ou menos atordoada. Diante das agruras da vida é preciso paciência para enfrentar e compreender que através, do automático funcionamento das leis da Criação, cada um é o responsável pela dura realidade que enfrenta. Não adianta ficar buscando um culpado para aquilo de mal que nos atinge, ou ficar consultando horóscopos sem conhecer o funcionamento da Criação.

Sob o sol abrasador que atinge várias regiões do Planeta as pessoas estão feito baratas tontas.

No caótico trânsito das avenidas Marginais aos rios que cortam a cidade de São Paulo pode-se observar como é dura a realidade nessas enormes cidades erigidas pelos seres humanos sem o mínimo cuidado ou critério. São filas enormes de ônibus, carros e caminhões despejando fumaça quente no ar super aquecido. Que falta faz um anel viário.

Enfim esse é o Brasil que parou de crescer, vivendo uma redução das atividades em toda a economia, há mais de duas décadas. Os ingredientes usados têm sido: juros elevados, dívidas crescentes, dólar barato. Talvez isso seja positivo, pois o mundo já vive uma situação de desequilíbrio em muitas regiões, consumindo mais do que os recursos naturais permitem, assim, quanto mais baratas ficarem as mercadorias do Brasil, em dólar, tanto maior será o saque sobre as reservas aqui ainda existentes.

Em “Formação Econômica do Brasil”, Celso Furtado descreveu um cenário não muito favorável: um país sem mercado interno, com regime escravo de trabalho, que vive em função daquilo que aos desenvolvidos convém importar. Mas, com o advento de modernas tecnologias na produção agropecuária, o cenário atual é ainda pior, as populações foram empurradas para as favelas urbanas onde também sofrem a falta de emprego, educação e saúde.

Por muitas vezes temos ouvido falar em crescimento harmônico com o meio ambiente e entre os povos e indivíduos. Séculos passaram-se, o meio ambiente tem sido continuamente destruído, as espécies extintas, e a miséria aumentando sempre. Assim como os dirigentes das religiões sempre procuram interpretar a Criação da forma que melhor atendesse aos seus interesses, os detentores do poder econômico também passaram a desenvolver as teorias que explicassem a vida da maneira mais apropriada ao crescimento de sua riqueza e poder. Ambos deixaram de favorecer a real evolução dos seres humanos, repetindo continuamente uma falsa realidade, propiciando o surgimento de uma humanidade que não sabe mais como lidar com a realidade interior, vivendo apenas em função de estímulos externos. Necessitamos de uma população forte, preparada e automotivada, apta a enfrentar e resolver os desafios que a vida material impõe, e ao mesmo tempo evoluir espiritualmente.

No livro “Os Dez Mandamentos da Ética”, Editora Nova Fronteira, Gabriel Chalita propõe: “O mundo e o Brasil precisam discutir com profundidade ética e política. Afinal, quando um Estado é criado, seu objetivo primeiro é o de garantir uma convivência harmônica que produza nas relações humanas esse sentimento mais do que humano de felicidade.”

Então, necessitamos de um grande pacto, o poder público deve reduzir o seu gasto com despesas de juros para redistribuir internamente a riqueza que arrecada, e, ao mesmo tempo, deve reduzir a carga tributaria para que os empresários também façam a sua parte criando mais empregos e oferecendo salários mais humanos. Mas todos deverão respeitar e preservar o meio ambiente como a verdadeira riqueza.

Poucos são os seres humanos que ainda conseguem perceber o eu interior e a abrangência da vida espiritual, restringindo-se o seu saber sobre a existência, apenas ao curto período entre o nascimento e a morte. Assim, para muitos, a vida perde o seu significado, pois desconhecem a finalidade espiritual da mesma, restringindo-se apenas aos aspectos puramente materiais. Evidentemente os relacionamentos tinham de perder o calor humano, pois não há conexões entre o eu interior das pessoas. O falar muitas vezes se torna áspero, exigente. Faltam palavras bonitas, gostosas de ouvir. Faltam a compreensão, a serenidade, a paz, a amizade. O que prevalece é o individualismo selvagem e o arbítrio dos mais fortes.

No livro “Relaxe Simplesmente”, Sarah Brewer cita uma frase de Platão, o filósofo grego da Antiguidade, que se aplica bem ao mundo moderno: “nenhuma questão humana merece grande ansiedade”, e complementa: “pense nisso quando tentar se adaptar como um louco ao ritmo de hoje. Qualquer que seja a origem do estresse, ele não guiará ou arruinará a sua vida. É algo que pode ser encarado e superado desde que sob a perspectiva certa”.

Muitas são as pessoas que gostariam de fugir da dura realidade, buscando um alívio para as coisas difíceis e desagradáveis. Nos momentos de fragilidade muitos já anseiam por encontrar um caminho em meio ao mundo complicado em que vivemos, complicações essas introduzidas pelos próprios seres humanos que se afastaram da naturalidade, da simplicidade, da clareza. Para muitas pessoas a paz e a tranqüilidade interior vão se tornando o mais valioso na vida.

Se no contexto do clima está havendo aquecimento geral, no âmbito pessoal a situação também está esquentando. A mesma energia que está influenciando o funcionamento do Sol, também influencia os fios do destino dos seres humanos, trazendo de volta aquilo que semearam, de conformidade com o estado atual de sua alma.

A poderosa energia Divina flui reforçadamente para a Criação acelerando o destino dos seres humanos, trazendo-lhes as conseqüências boas ou más daquilo que semearam com a sua atuação. Segundo Abdruschin, na Mensagem do Graal, as irradiações dos astros formam somente os caminhos e os canais através dos quais tudo o que é vivo na matéria fina pode chegar mais concentradamente a uma alma humana, a fim de se efetivar.” Contudo, “a pessoa cujo estado anímico só permite em volta de si a limpidez e o que é luminoso, a mais desfavorável de todas as correntezas astrais não poderá oprimir tanto que ela sofra sérios danos; por fim, tudo terá que se voltar sempre para o bem. (Na Luz da Verdade-Mensagem do Graal, Vol. 2, dissertação Astrologia).