RELIGIÃO E SENTIDO DA VIDA

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Basta usar o raciocínio com lucidez para que se perceba que a vida tem sentido, pois doutra forma nem existiria. Os primeiros seres humanos intuíam um sentimento de religiosidade. Para eles, sagrada era toda a natureza e seus entes. Mais tarde foram introduzidos misticismos com o surgimento de demônios e fantasmas criados pelos próprios humanos.

Foram necessárias muitas gerações para que os humanos, ligados à natureza, se apercebessem da existência de um inapreensível Criador, o AltíssimoTodo Poderoso, sob cuja Vontade, tudo foi criado, inclusive o ser humano, cuja essência espiritual, surgindo assim as bases para o reconhecimento do monoteísmo.

A Vontade Criadora não é arbitrária, Ela obedece a uma estrita lógica que se insere nas leis da Criação, não por acaso nos ritos, crenças e dogmas que mais tarde se constituíram nas religiões criadas pelos seres humanos. Por isso mesmo, os sentimentos de religiosidade se acham fora de qualquer religião em particular. imprescindível que o ser humano conheça o plano da Criação instituído pela Vontade Divina, para então conseguir perceber qual é o real objetivo da vida e como alcançá-lo.

No século 21 os seres humanos percebem que a religiosidade lhes é inerente, já as regras criadas pelas religiões propiciam conflitosíntimos e incoerências que inquietam o espírito vigilante. Então, as pessoas perdem a segurança, acabando por se tornarem descrentes, abandonando até o seu intimo sentimento de religiosidade. Contudo, isso não é o apropriado. O ser humano que percebe que a vida não pode ser somente esse curto intervalo entre o nascimento, o crescimento e o preparo, conduzindo o tempo para o desenlace, pressente que há algo mais significativo a ser pesquisado. Há que se pesquisar a fundo, com sinceridade e muita seriedade o propósito da Vontade Criadora do Senhor. Pois, dentro da lógica natural, não há lacunas, tudo é simples e coerente, impulsionando para o constante progresso e evolução do espírito e da Criação.

Quando o ser humano se descola do espiritual, acaba ficando preso a supercialidades. Muitos se apegam à conquista e conservação no poder terreno, fazendo dos demais, servos do seu bel prazer de dominação. Mas, o poder terreno deveria ser utilizado exclusivamente para o bem, para melhorar este mundo, pois se trata de um poder efêmero, que no além não significa nada, tenha sido o ser humano rei ou governante, magistrado ou papa. Esteja onde estiver, terá de arcar com cada uma das conseqüências de seus atos.

Os grandes abalos que atingem a alma nos fazem pensar sobre a vida. Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? Existe um Criador? As religiões têm procurado simplificar tudo de forma mecânica: “façam isso e aquilo, façam caridade, sejam honestos, tenham uma vida exemplar”. Contudo, essas importantes noções são direcionadas para a parte superior do cérebro, sem adentrarem profundamente na alma, nisso não há nada de vivo, pois teriam que vir acompanhadas das explicações sobre o funcionamento das leis da Criação, mostrando como as derradeiras conseqüências, boas ou más, alcançam os geradores dos pensamentos e atitudes, estejam onde estiverem.

Tudo o que foi criado artificialmente pelo ser humano, sem levar em consideração as leis da Criação, está sendo posto em evidência, mostrando a sua precariedade. O anseio pela religiosidade deverá levar o individuo a construir uma base espiritual como apoio aos embates que a vida lhe apresenta, ou seja, a irrevogável colheita daquilo que semeou em suas peregrinações.

Imperioso que se compreenda por fim que os profetas e o próprio Jesus, não vieram para criar religiões, mas para explicar o real significado da vida e suas etapas evolutivas, tendo Jesus prometido a vinda do Filho do Homem, com a incumbência de, mais uma vez, trazer aos seres humanos o saber da Criação. A existência inteira é como uma jornada, voltando da Terra para a Luz, ascendendo de degrau em degrau para o alvo elevado. Não sabendo disso, sem entender as restrições dos seres humanos e da época, ficamos sujeitos a amargas decepções, deixando de permanecer em harmonia com o ambiente.

Segundo Abdruschin, “Jesus designou a vinda do Filho do Homem como a última possibilidade de salvação, indicando também que com Ele se desencadeará o Juízo, que portanto aqueles que então não quiserem, ou dito de outro modo não estiverem dispostos a receber esclarecimento algum, devido a sua própria obstinação ou indolência, terão de ser definitivamente condenados...”. (Mensagem do Graal, dissertação “O Filho do Homem”).

O ser humano se encontra nos baixios da matéria grosseira. De nada lhe adiantará muletas. Se quiser alcançar as alturas luminosas terá que percorrer o caminho, e isso somente lhe será possível se conhecer a Criação onde se encontra, e as leis que a regem, segundo a Vontade do Criador.