CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE
(26/12/2005)

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Muitos pesquisadores se opõem à junção de ciência com religião. Há nessa postura um erro de foco, pois é compreensível que a ciência esteja afastada das religiões com sua rigidez dogmática para explicar a criação do ser humano. Na verdade a ciência deveria caminhar ao lado da humanidade, auxiliando na compreensão da Criação e suas leis, para que esse conhecimento seja utilizado proveitosamente, pois, até agora, a ciência não prestou todo o apoio que pode e deve oferecer, principalmente no que se refere à ciência do espírito.

De fato, a ciência do espírito é a chave para a compreensão da Criação, pois a essência da vida é de natureza espiritual. Basicamente, a ciência do espírito deve abranger o conhecimento da Criação através do funcionamento automático de suas leis. A ciência, porém, ficou submetida à restrição inerente ao cérebro que, como instrumento para utilização na matéria, tem o seu foco voltado exclusivamente para o que é material, e, como tal, não quer reconhecer o que esteja além de sua compreensão restrita às categorias do tempo e espaço do mundo material. O cérebro tem atuação apenas enquanto a alma estiver ligada ao corpo, vivificando-o.

Assim, o ser humano tem agido de forma inadequada por se julgar mais importantante do que é na realidade, tomando atitudes danosas para si e para o meio ambiente, sem jamais querer assumir sua responsabilidade. Mesmo diante das maiores calamidades não quer reconhecer, nem mesmo quando a natureza desequilibrada, atingindo o seu limite, começa a manifestar a sua reação agressiva. Por si mesmo o ser humano, em sua teimosia, jamais buscará soluções que envolvam o reconhecimento de que tem agido de forma errada por se ter afastado do saber espiritual.

Somente através do conhecimento das leis da Criação é que o ser humano poderá compreender a vida e o mundo, no entanto, jamais foram criados pelos humanos centros de estudos e ensino das mesmas, ao invés disso, sempre se contentaram com as teorias religiosas engendradas pelos próprios cérebros, afastados do espírito.

Não se passa diferente com a compreensão do significado do Natal. Muita confusão no trânsito, lojas e mercados muito agitados com a presença de muitas pessoas fazendo compras compulsivamente, cansativas reuniões noturnas, almoços com muitas guloseimas. Passada a festança as pessoas ficam se perguntando: então, como foi o Natal?

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Muitos se reúnem por ocasião do Natal como se isso fosse um tributo para compensar o Criador que lhes mandou Seu Filho para que os salvasse mediante a crucificação. Mas Jesus veio para despertar os seres humanos de seu torpor espiritual, para mostrar a verdadeira vida, não para ser crucificado. No entanto, isso ficou esquecido. No silêncio solitário a alma tem esse pressentimento, mas o cérebro logo busca distrações que afastem os pensamentos enternecedores de mais profundidade, e esse momento, que poderia levar à compreensão real do significado da vida, logo passa, e com isso fica novamente perdida a oportunidade que a festa do Natal sempre propicia aos seres humanos.

Encontrar a Verdade, alcançar a felicidade, trazer no coração a puríssima alegria proveniente da Luz, pois tudo na natureza atesta a grandiosidade da Criação, na qual o ser humano deve alcançar o máximo de suas capacitações, cooperando para a ampliação e o embelezamento. Foi exatamente isso que Jesus quis oferecer aos seres humanos através de suas palavras que apontavam para o conhecimento espiritual.

Os escribas tinham a intenção de deixar um relato dos acontecimentos. No entanto, os escritos mesclados com recordações fragmentárias e fantasiosas, confundidos em suas múltiplas traduções para os idiomas da época, e pelas introduções provenientes do cérebro, resultaram muitos séculos depois, no ano de 1536, no Concílio de Trento, na consolidação da versão definitiva daquilo que seria a Bíblia dos seres humanos.

Segundo Abdruschin, em "Na Luz da Verdade - A Mensagem do Graal" :

“O verdadeiro saber não deve precisar tornar-se incompreensível, pois encerra em si ao mesmo tempo a faculdade, a necessidade, sim, de se expressar em palavras singelas... quem na lógica ainda deixar lacunas e exigir crença cega, reduz a umídolo defeituoso o Deus perfeito e prova que não se acha no caminho certo, não podendo portanto guiar com segurança. Seja isso uma advertência a cada perscrutador sincero!”.

A obra literária de Abdruschin tem sido pouco citada pelos pesquisadores. Por isso, lancei o livro “Trajetória do Ser Humano na Terra”, com o selo Marcozero/Nobel, através do qual procuro mostrar como Abdruschin indica, com toda clareza, o caminho para alcançar a Verdade e a felicidade.