A ILUSÃO DA HUMANIDADE
(09/02/2006)

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A vida dos seres humanos, devido a sua essência espiritual, deveria ser a mais bela dentre todas as criaturas, no entanto, tem permanecido sem brilho, sem as cores da alegria e do anseio pelo contínuo progresso. Com o passar dos anos, parece que eles vão perdendo a vivacidade espiritual, adentrando para uma vidinha vazia e sem perspectivas de um futuro condizente com a sua essência.

No passado, os humanos foram advertidos por muitas profecias que chegavam de tempos em tempos sobre os perigos a que se expunham, em decorrência dos errados caminhos escolhidos.

Até ao final dos anos 70, os seres humanos tinham a esperança de atingir um certo enriquecimento que lhes propiciasse uma vida amena e saudável. Mas, logo após, veio um período de estagnação ao qual seguiu-se um processo de regressão continuada e crescente, provocando o empobrecimento da população. Os seres humanos estão abatidos. Lojas tradicionais estão fechando por falta de clientes com renda. Expande-se o comércio de produtos inferiores em ambientes acanhados, ou mesmo nas ruas, na informalidade. A imperiosa necessidade de alcançar resultados superiores aos obtidos no mercado financeiro está levando à desestruturação do comércio e dos serviços. Atendentes insatisfeitos e agoniados servem comida fria para consumidores que estão perdendo o paladar.

O tempo de lazer ou hora de descanso, na maioria das vezes, é gasto com futilidades, como por exemplo, acompanhando a vida de extravagantes modelos que são impingidos pela mídia como o ideal a ser alcançado. Para os rapazes, os principais modelos são extraídos do futebol, esporte que se tornou mundialmente popular por atrair multidões, por exibir alguns jogadores de maior destaque que se tornaram milionários em pouco tempo e que além de jogar futebol vivem trocando de mulher com freqüência, o que é amplamente divulgado pela mídia.

As meninas ficam pensando que basta serem fisicamente atraentes. Os meninos pensam que o importante é saber fazer gol. Todos eles esquecem que precisam ler mais, estudar, para que alcancem um raciocínio lúcido e claro. Mas isso não é de grande interesse para uma sociedade preocupada apenas em ampliar a massa de consumidores.

Desde cedo os meninos e as meninas vão sendo direcionados para a atividade sexual. A sexualidade é um atributo do corpo, portanto faz parte da natureza do ser humano terreno. Negá-la ou constrangê-la equivale a ir contra essa naturalidade, exacerbá-la e colocá-la no alto de um pedestal, como a felicidade máxima alcançável, é restringir o ser humano ao seu transitório corpo terreno, como se o mesmo não fosse vivificado pelo espírito. É mais uma forma de enclausurar o espírito e concentrar toda a vida no perecível corpo material.

Durante séculos a vida humana esteve subordinada aos pressupostos da religião dominante. Porém, com o passar do tempo, muitos foram perdendo o interesse pela religião, buscando algo mais nas ideologias reformadoras do Estado. Estas não tardaram a revelar a sua vacuidade, pois, como tudo o mais, tinham o foco voltado apenas para os aspectos puramente materiais da vida. Mas a roda do tempo gira implacavelmente, formando a reciprocidade, isto é, a conseqüência dos atos humanos.

Com a sua visão restrita, os líderes supunham que o fator desencadeante de revoltas fosse o econômico a insuflar as massas. A economia foi sendo organizada de tal forma a fortalecer o poder das companhias e a centralizar as decisões. Assim, aos poucos foram sendo enfraquecidas as confrontações ideológicas sobre o sistema de vida, eliminando-se questionamentos indesejáveis.

A vida econômica foi sendo conduzida para um direcionamento fechado e globalizado com o intuito de que a estabilidade fosse alcançada. Atualmente as pessoas estão, de alguma maneira, conformadas.

Contudo, outras variáveis foram surgindo no cenário: a deterioração do meio ambiente, a explosão demográfica, o aumento dos descontentamentos, e uma nova variável, há tempos esquecida, começou a despontar, o fanatismo religioso da humanidade afastada do conhecimento das leis da Criação.

Muitos foram induzidos a ver nos acontecimentos a realização de antigas profecias. Muitos outros acham apenas que a decadência é inevitável, e que cada um deverá se virar como pode, aproveitando ao máximo o que puder, pois o futuro é incerto e ameaçador.

No entanto, nada se faz para investigar as causas, por que a humanidade decaiu tanto, transformado a vida numa impiedosa luta cujas desastrosas conseqüências estão nitidamente visíveis. Grande parcela da humanidade se foi afastando da visão do significado espiritual da vida, brutalizando-se a política, instabilizando-se a economia, deteriorando-se o meio ambiente, tudo provocando um futuro repleto de incertezas.

Assim, o sistema econômico-social-religioso idealizado pelos humanos nos últimos séculos, alcançou um ponto crítico que exige mudanças para que não sejam destruídos os fundamentos que até agora asseguraram a continuidade da vida humana no Planeta. A Terra está chegando ao seu limite. Para que a humanidade possa assegurar um futuro brilhante, sem as atuais mazelas sociais e ambientais, terá que reconhecer onde falhou, buscando um novo rumo mais iluminado.

O fracasso geral que a cada dia vai se tornando mais e mais perceptível decorreu de um sistema de vida obscuro e antinatural. Somente através do reconhecimento e respeito às leis naturais da Criação, poderão os humanos construir um futuro alegre, de paz, harmonia e evolução.