SUPERPOPULAÇÃO E LEIS DA CRIAÇÃO
(18/08/2006)

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A população do planeta continua aumentando de forma explosiva. Mesmo com uma grande parcela vivendo no nível de subsistência, dentro de pouco tempo os recursos se tornarão insuficientes.

Para resolver a questão muitos seres humanos de raciocínio visualizam duas alternativas: trazer recursos procedentes de fora do planeta ou promover extermínios em massa. Ambas as soluções denotam a falta de uma real compreensão da vida e do funcionamento da Criação.

Mas, para recuperar o equilíbrio rompido, haverá apenas uma possibilidade, a de se adaptar às leis da Criação, isso enquanto houver tempo. Uma vez ultrapassado o limite, não haverá mais volta, e o próprio funcionamento automático das leis da Criação promoverá o restabelecimento do equilíbrio. Isso se dará de forma estrondosa com o perceptível aumento das catástrofes naturais e das tragédias humanas. Teremos que reconhecer como nos deixamos envolver por falsos conceitos, seguindo por caminhos errados.

Somos todos habitantes do mesmo planeta e as leis da Criação atuam uniformemente em sua lógica natural. Todo o progresso obtido pela humanidade no decorrer dos milênios, nada mais é que a aplicação de descobertas sobre o funcionamento dessas leis, porém a humanidade afastou-se do foco espiritual, dando atenção prioritariamente para os aspectos físicos e materiais.

O conceito sobre as leis da Criação foi apresentado em toda a sua abrangência por Abdruschin, no livro Na Luz da Verdade, a Mensagem do Graal. Para melhor compreensão vejamos o apanhado feito por Fernando Marques, no livro Reflexões sobre temas Bíblicos.

LEIS DA CRIAÇÃO

As expressões “leis da Criação”, leis naturais, leis da natureza ou leis de Deus são as várias formas que podemos utilizar para nos referir às leis que se encontram ancoradas no grande livro de toda a Criação.

Os estudiosos e cientistas que revelaram à humanidade as leis da Física, da Química, da Biologia, e outras, nada mais fizeram do que expor as leis da Criação, leis ás quais estamos todos submetidos e que revelam a perfeição do Criador.

Ao contrário do que ocorre com as leis terrenas, as leis da natureza não admitem exceção, pois se a admitissem não seriam perfeitas. A propósito, este é um ponto de fundamental importância na analise de qualquer ensinamento religioso, pois temos de considerar Deus perfeito, decorrendo daía perfeição das leis da natureza.

Deus emana a força que impulsiona as leis da natureza. Um reflexo dessa força podemos ver a cada instante, principalmente quando entramos em contato maisíntimo com a natureza e observamos a beleza de uma montanha, a exuberância de uma floresta com toda a sua fauna, a singeleza de uma flor do campo, a estonteante magnificência de uma rosa ou uma orquídea...

Da observação da natureza podemos extrair ensinamentos que, antes de tudo, nos mostram a perfeição do Criador.

Se plantarmos milho, só podemos colher milho, jamais outra coisa, pois a perfeição das leis da natureza não o permite.

Quando se fala em lei da gravidade, por exemplo, todos sabem o seu significado, mesmo que não conheçam o seu enunciado na forma como é apresentada por quem conhece física. Todos têm consciência de que se soltarmos qualquer objeto no ar ele cairá no solo.

As aeronaves, balões foguetes, etc., assim como as aves, insetos ou animais providos de asas conseguem voar porque de uma forma ou de outra usam uma força maior que aquela exercida pela gravidade. Assim, antes de se apresentar como uma exceção, o voar é uma confirmação da perfeição dessa lei da natureza, a lei da gravidade.

Da mesma maneira é a obtenção de substâncias química que podem ser apresentadas em produtos de uso diário, de bebidas, de remédios, etc., todos eles resultantes da aplicação de conhecimentos a respeito das leis da natureza.

Tudo o que nos permite viver, o ar, a água, nossos alimentos, os aparelhos e máquinas que nos dão conforto, enfim tudo é obtido com base em leis da natureza que o ser humano vem “descobrindo” ao longo dos milênios.

Exatamente porque muitos fatos ou ensinamentos religiosos apresentam total discordância com as leis da Criação, pessoas com conhecimentos dessas leis ficam afastadas das religiões. No entanto, acreditar em Deus não exige absolutamente que se creia em coisas fantásticas que contrariem as leis estabelecidas por Ele.

Devem ser mencionadas agora algumas das leis da Criação muito importantes do ponto de vista espiritual: a lei da gravidade, a lei da atração da igual espécie a lei da reciprocidade e a lei do movimento.

A lei da gravidade impõe que os espíritos, quando desprovidos de seu corpo de matéria grosseira, só possam ascender até o plano que lhes permita seu desenvolvimento ou amadurecimento espiritual. Um espírito imaturo não consegue ascender até o plano aonde poderá chegar outro mais desenvolvido.

Se o leitor refletir um pouco a respeito da atuação da lei da gravidade em relação ao espiritual, perceberá que em cada plano espiritual só encontraremos espíritos com o mesmo grau de maturidade...

A lei da gravidade no espiritual determina o grau de maturidade do espírito, da qual decorre o lugar que o espírito ocupa na Criação.

A lei da atração da igual espécie ou da atração dos homólogos é aquela que a sabedoria popular traduziu no dito: “ave de pena igual voa junto”, ou outros com o mesmo sentido. Essa lei resulta na atração de tudo que tenha semelhança conosco, ou seja, que contenha igual espécie.

Da atuação conjunta dessas duas leis é que resulta a formação de nosso circulo de amizade. A propósito, poderíamos dizer círculos de amizade, pois temos amigos mais próximos e outros mais distantes. Os mas próximos terão mais ou menos o mesmo grau de maturidade que o nosso.

A lei da reciprocidade, por seu turno, implica em que tudo o que fazemos de bom ou de ruim virá a nosso encontro, seja nesta ou em outra vida. De certa maneira essa lei da Criação é conhecida da humanidade e é expressa no dito popular: “quem semeia vento colhe tempestade”. Tal provérbio vem da estrita observância da lei da reciprocidade.

A atuação dessa lei é uma das grandes responsáveis pelo traçado de nosso destino, sendo essa a razão de Jesus dizer: “amai-vos uns aos outros”. (Jo 13.34).

Quando fazemos algo de bom ou de ruim a outras pessoas, estamos fazendo para nós mesmos. A importância da atuação inexorável da lei da reciprocidade em nossos dias é tão significativa, que Jesus chegou a dizer que bastariam dois mandamentos. O primeiro e maior de todos: “Amarás o Senhor Teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. (Mt 22.37).

O segundo seria amar-nos uns aos outros, pois a observância deste mandamento só nos trará felicidade em razão da lei da reciprocidade...

Ainda uma outra importante lei da Criação é a lei do movimento. Nada na Criação fica estacionado, pois o parar leva ao retrocesso. A água potável, se ficar parada, com o tempo acabará perdendo essa qualidade. A constante renovação da vida na Terra é resultado da continua movimentação que existe em todos os setores de nosso planeta.

Assim como devemos nos movimentar para conservarmos nossa saúde física, da mesma maneira devemos nos movimentar espiritualmente para mantermos nossa saúde espiritual. No entanto, para nos movimentarmos espiritualmente, devemos ter um alvo espiritual e trabalhar constantemente em busca desse alvo. Para isso precisamos conhecer as leis da Criação.

Essa a razão de encontrarmos na Mensagem do Graal, dissertação “Lei da Criação: Movimento”, a seguinte exortação: “Olhai em redor, criaturas humanas, e vereis de que maneira deveis viver aqui na Terra! Não é difícil reconhecer as leis primordiais da Criação, se apenas vos esforçardes em observar direito tudo quanto vos rodeia".