SEGURANÇA NA AVIAÇÃO
(07/07/2007)

Acidentes podem acontecer no ar ou no chão, com aviões ou outros meios. A Avenida Marginal do rio Pinheiros, em São Paulo, foi palco de mais um trágico acidente. Quatro funcionários morreram no desabamento de parte de um guindaste. Um outro funcionário teve ferimentos nas mãos. De acordo com a WTorre, empresa responsável pela obra, o acidente ocorreu quando os funcionários faziam a instalação da grua no local. A construtora afirmou que ainda não conhecia as causas.

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O delegado Nelson Júnior, da Delegacia de Investigações de Acidentes de Trabalho da Polícia Civil, disse acreditar que a ruptura de um pino da haste do equipamento provocou o acidente. Ele afirmou que o caso será apurado pelo 15º DP (Itaim Bibi) e somente as investigações poderão esclarecer o acidente.

Determinar as causas que envolvem um acidente é uma tarefa dificílima, pois são inúmeros os fatores que contribuem para o desencadeamento das tragédias, que estão se tornando corriqueiras. No dia a dia agitado, que estamos vivendo, muitas coisas desagradáveis estão acontecendo diariamente, sem que paremos para fazer uma séria reflexão, examinando os fatores que estão propiciando a queda das margens de segurança no trabalho, incluindo-se aqui os acidentes em geral.

Evidentemente a ansiedade e a inquietação estão exercendo forte influência no comportamento das pessoas, mas devemos perceber que as dificuldades econômicas pesam muito. Como sabemos, a ansiedade está ligada à sensação de incapacidade de encontrar soluções apropriadas, isso propicia a perda do controle o que pode ser muito perigoso quando ficamos expostos a situações de risco.

Até ao ano de 2030, 5 bilhões de pessoas viverão nas cidades, o equivalente a 60% da população. O cenário de concentração do crescimento urbano nas cidades do mundo provoca a ocorrência de inúmeros problemas: alimentação, saneamento, educação, transportes, entre outros, alem, naturalmente, de emprego.

Temos que estar atentos, exercitar a intuição olhando para tudo o que possa gerar condições de risco. O que se previne antes se reflete depois nos resultados. Atitudes de indiferença com as condições do trabalho e a falta de planejamento decorrente da expansão progressiva, inevitavelmente atraem complicações e acidentes.

Todos nós sabemos que os aviões constituem um dos mais modernos e eficientes meios de transporte; mas atualmente quem vai viajar de avião precisa de uma elevada dose de paciência. Essa situação poderá se complicar ainda mais se continuarmos agindo de forma irresponsável com o consumidor não oferecendo a ele a adequada consideração, permitindo que a qualidade dos serviços se deteriore continuamente, seja para reduzir custos ou suprimir investimentos, assustando e pondo em risco a segurança essencial de tudo quanto se refira à aviação.

O problema principal é atribuído à falta de investimento em infra-estrutura de aeroportos e controle de tráfego. Não adianta ficar brigando para saber quem são os culpados, a população quer soluções.

Devido a falta de planejamento, de investimentos e de uma clara política de relações humanas com todos que prestam serviços nessa área nevrálgica, a aviação comercial brasileira, literalmente, entrou em parafuso. Ela reflete o resultado da indiferença aos problemas essenciais. Vivemos num regime democrático e de livre iniciativa. Se o poder público e privado não se entrosarem visando atingir seus objetivos, atentos às necessidade do País e da população, poderemos caminhar para um generalizado caos que se estende por todas as áreas vitais como educação, transporte, preservação ambiental.

No entanto, quem viaja de avião sente a grandeza do acontecimento. Quando o avião estabiliza no alto, com o céu azul iluminado pelo sol, pairando sobre um acolchoado de nuvens brancas, sentimos nitidamente quão maravilhoso é o milagre da vida, e chegamos a nos envergonhar das atitudes imediatistas assumidas pelos seres humanos que se deixam levar pela ganância desenfreada e lutas pelo poder e domínio sobre os demais.