A TROPA DE ELITE E O ABORTO
(04/11/2007)

Quando os acontecimentos tendem para o limite critico, é comum se desvanecerem os esteios do falso humanismo surgido para criar aparências ilusórias e acobertar egoísticos objetivos.

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Uma pessoa comum vai ao Banco pagar uma conta. Encontra a sala lotada, abafada, com gente demais e caixas de menos, mas tem de ficar esperando se quiser ser atendida. Não há senha, tem de ficar na fila, em pé. No trânsito há veículos demais e ruas de menos. Os motoristas estão apressados, dirigindo sem a necessária cautela para evitar acidentes. Às vezes pára tudo, lentamente os carros vão avançando até chegar ao ponto onde há um corpo tombado a espera do resgate. Nos aeroportos, há passageiros de montão, voando assustados, ansiosos por descerem em seus destinos a salvo.

Há muita gente nos aglomerados urbanos. Com a decadência do sistema educacional e a falta do mínimo preparo para a vida, o mundo se viu consternado diante da questão da gravidez precoce. Meninas que mal acabaram de sair da infância, ficando grávidas devido a uma sexualidade antecipada em relação ao completo desenvolvimento do corpo e da mente. Evidentemente isso se transforma num pesado fardo para as jovens mães, e para os filhos que elas geram prematuramente.

No Brasil a situação tem sido tão dramática que muitas pessoas chegam a acreditar que o aborto da gravidez seria a solução para conter a decadência humana. Essa é uma questão muito delicada, pois quem gera um filho, é porque tomou essa decisão, com consciência ou não e deveria ser responsável. A respeito das decisões do ser humano, o fundamental é a sua sintonização, a motivação que o impulsiona a agir. No filme Tropa de Elite, a mulher do comandante Nascimento, num momento de desespero disse a ele que se soubesse que ele não abandonaria a tropa, não teria engravidado. Achar que o paliativo para a falta de educação adequada para vida, é o aborto, representa um desconhecimento absoluto das causas da decadência humana.

O século 21 está se caracterizando como o século sem emprego para toda a população ativa. Esse fato não tem sido levado na devida consideração, resultando daí inúmeros problemas sociais que acabam desembocando na marginalidade e no aumento da violência urbana. Em reunião da ONU, realizada na Itália para examinar as questões habitacionais, foi previsto que em poucas décadas um terço da população do planeta estará morando em favelas ou cortiços, em pequenos cômodos, próximos a pilhas de lixo e rios de fétido esgoto.

Mas afinal, quem somos nós? Nós somos os seres de espírito que vieram para a Terra como o coroamento da obra evolutiva da Criação. Ao chegarmos a este maravilhoso planeta encontramos tudo pronto, inclusive um corpo evoluído ao máximo, através do qual deveríamos por a marca da essência espiritual em tudo o que fizéssemos. O espírito, no entanto, estagnou e se atrofiou, enquanto o cérebro, pertencente ao corpo e estreitamente ligado ao mundo material, acabou sendo dominador, ignorando a sua essência.

O filme Tropa de Elite, de José Padilha, é muito bem feito, suas imagens e sons mostram essa triste realidade humana, o cérebro, sem a contribuição do espiritual, degradou a vida como jamais poderia se ter imaginado, e como resultado, vivemos num mundo desumano e decadente no qual tudo tende para o limite crítico. A vida humana se acha vazia, sem valor e sem significado, muitas vezes não passando de apenas um corpo que flutua diante das dificuldades sem aproveitar o tempo recebido, incapaz de superar os desafios e evoluir em paz sem causar dano ao próximo e ao ambiente onde vive. Urge que a conexão com o espírito seja restabelecida para que a essência humana não vá para o ralo como lixo imprestável, mas sim cumpra a sua missão de beneficiar o mundo através de seus atos, pensamentos e palavras.