DEZEMBRO 2009
(25/12/2009)

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O mês de dezembro vai acabando de mansinho, rápido como o resto do ano. No elevador do prédio comercial, um homem com aparência de cansado apertou o botão do andar e foi falando para quem quisesse ouvir: nem parece dezembro, não tem alegria, todo mundo com pressa, aborrecido com o trânsito, enjoado com as chuvas.

De fato 2009 foi um ano em que a natureza não deu moleza, parece que reagindo aos maus tratos recebidos. Os líderes mundiais estiveram reunidos em Copenhague, mas não deu em nada. Uma excelente oportunidade perdida, não só para as questões climáticas, mas também para uma reflexão mais profunda sobre a vida e a inutilidade de tantas coisas pelas quais os humanos tanto se sacrificam, ao invés de buscarem uma forma de viver mais simples e feliz.

O sistema de vida fundado na busca do lucro financeiro como prioridade máxima está arrastando o planeta e a vida humana para limites insustentáveis. Tudo não passa de uma grande encenação em que as pessoas se negam a dizer o que sentem, preferindo se manter caladas para não se comprometerem e não correrem o risco de fecharem as portas às possibilidades de ganhos.

O sistema econômico sempre foi avesso à moralidade e consideração pelas demais criaturas que habitam o planeta. E, ao final, tudo que se consegue não aumenta a felicidade, não diminui a miséria, não aumenta a beleza. Uma nova tendência parece estar nascendo como uma frágil plantinha. Eis que em muitas empresas as pessoas começam a ter a coragem de falar em espiritualidade; seria muito bom se os congressistas fizessem o mesmo para dar uma arejada em Brasília. É indispensável também que essa tendência se espalhe pelos lares, escolas e gabinetes, possibilitando uma nova forma de compreender a vida.

Temos que cuidar dessa plantinha com todo o cuidado, ela pode ser a salvação da vida nesta época de tantos descalabros, na administração pública ou privada, na qual o sentido da vida foi perdido em meio às disputas e discórdias produzidas pelos egos inflados que se negam a viver de forma cooperativa, buscando sempre demonstrar na competição, a sua superioridade.

Depois de tantos malogros e misérias espalhados pelo planeta, chegou a hora de lutarmos pela liberdade espiritual, sintonizando-nos na poderosa Vontade que mantém a Criação. Para dominar a natureza, temos de nos subordinar a ela. Sentire respeitar a Vontade do Criador que está inserida nas leis naturais é a suprema arte de viver, pois traz consigo o grande servir, que na realidade se torna um reinar, porque através da sintonização correta, todas as forças nos acompanham, nunca podendo estar contra nós, capacitando-nos aos grandes feitos para os quais fomos destinados desde sempre.