COMBATE À MISÉRIA
(26/06/2011)

O ponto alto do combate à pobreza deverá situar-se no preparo para a vida.

Como seres humanos temos de alcançar a máxima florescência.

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Na grande arquitetura cósmica, o planeta Terra foi criado para receber os seres humanos oferecendo todos os recursos necessários para a sua evolução e aprimoramento, forjando na Terra um lugar de paz e harmonia. Os homens, no entanto, não assumiram o seu papel como deviam procurando, alguns, reter para si o máximo da riqueza ofertada pela Mãe Natureza para consolidar o seu poder de mando. A história desse descaminho é longa e áspera, mas não vamos nos deter nela. O que importa é que aqueles que se postaram em frente da mesa sempre posta pela natureza, julgaram-se donos dela, e com seu egoísmo semearam miséria e ruína pelo mundo.

No Brasil não foi diferente. Os colonizadores exploraram inicialmente as riquezas naturais e os povos nativos. Não se contentando com isso, adotaram o regime de trabalho escravo. Os líderes não cumpriram seu papel. Formou-se uma população desmotivada e despreparada. Os imigrantes europeus trouxeram uma cultura de trabalho livre e, com melhor preparo, ajudaram a construção do País. Mas parou por aí. Não recebemos mais mão de obra preparada. As autoridades não fizeram um planejamento adequado da educação e preparo da população para a vida.

Como resultante, no correr dos séculos a população do Brasil se constituiu de grande camada envolvida pela pobreza material e mental. Só recentemente, como tentativa de minorar a miséria, surgiu o Bolsa Família. Mesmo assim, o IBGE apontou que 16,2 milhões de brasileiros ainda vivem em extrema pobreza. A presidente Dilma declarou que o combate à pobreza é uma prioridade de seu governo. Evidentemente, temos de minorar a carência dessas famílias, mas não basta o que está na pauta do planejamento de combate à miséria. Só o oferecimento de dinheiro para famílias pobres com até cinco crianças, não é suficiente. Temos que melhorar a distribuição de renda com desenvolvimento.

O programa Água para Todos é vital para a dignidade humana. Os descuidos com a água potável e a urbanização permitiram a criação de um excelente negócio de abastecimento das residências. Mas se as florestas continuarem sendo destruídas, de onde vai brotar água para abastecer as represas? A água potável se torna a cada dia um recurso mais escasso. No Brasil, elevada porcentagem dos domicílios não possui água encanada. Mais ainda não conta com rede de esgotos. Cerca de 66% da população não tem acesso ao serviço de tratamento de esgoto. Isso também tem a ver com a baixa qualidade de vida e perpetuação da miséria num ambiente urbano degradado.

O fundamental no combate ao ciclo da pobreza e miséria é a situação de despreparo da população. O ponto alto do combate à pobreza deverá situar-se no campo do preparo para a vida. Somos seres humanos e nisso deve ser investido para atingirmos a máxima florescência. Nos cursos que o governo pretende abrir em parceria com as prefeituras, para qualificar trabalhadores e gradualmente retirar famílias do cadastro do Bolsa Família, deveria ser examinada a possibilidade de também se criar cursos para as donas de casa com orientações para a boa condução do lar e preparo dos filhos para a vida.

No dia 24 de maio passado, apresentamos no Centro Cultural Valdelice Aparecida Medeiros Prass, localizado no Parque Pirajussara, Embu das Artes, a palestra “A Visão de um Melhor Futuro”, à convite da Secretaria de Assistência Social de Embu das Artes. Destinado a famílias da comunidade carente do município, o evento ressaltou a importância do papel de cada um no futuro da humanidade através do desenvolvimento individual e das novas gerações. Acima de tudo, está o querer interior e a esperança em dias melhores de cada cidadão motivado a planejar a conquista de melhores condições de vida.

Pais preparados para dar aos filhos uma boa formação moral, mães aptas a cuidar do lar e dos filhos, escolas construídas para transformar crianças e jovens em pessoas responsáveis, aptas a organizar a própria vida, e oportunidades de trabalho, são os fatores essenciais que promovem o progresso real. As novas gerações precisam das necessárias condições para que desenvolvam potencial criativo, capacitação para uma convivência pacífica, e qualidades para enfrentar os grandes desafios da vida.