MUDANÇAS EM GESTÃO –
(06/11/2011)

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De repente a população se dá conta que o sistema econômico não está cumprindo seu papel com equidade, pois às oportunidades de ganhos estão concentradas em poucas mãos, enquanto as perdas estão sendo distribuídas sobre toda a sociedade. Para conseguirmos mudanças que humanizem o mundo precisamos muito mais do que um movimento indefinido de indignados, pois temos de saber o que pretendemos alcançar.

As tragédias humanas têm demonstrado que somente poderão surgir mudanças para melhor no tocante aos sistemas políticos e econômicos para que funcionem promovendo o beneficio geral, por meio de reivindicação consciente, sem violência nem o emprego dos procedimentos extremados que promovem a desordem e a instabilidade. Precisamos de uma mudança de sintonização que estabeleça o bem geral como meta.

Inegavelmente, apesar dos avanços tecnológicos surgiram os inconvenientes dispersivos da atenção. Ademais, as novas gerações enfrentam condições mais adversas e exigentes, seja na competitividade agressiva, na necessidade de atividade remunerada do casal, nos ambientes de trabalho insalubres.

A ânsia por ganhos financeiros levou à irresponsabilidade, desarrumando a economia. Hoje, enfrentamos os déficits monumentais nas contas governamentais que, não raro, pagaram por uma obra o custo de duas ou três.

Os magos das finanças agem como se fossem os donos do mundo, não se sensibilizando com nada, nem com a miséria e sofrimento das massas. Os administradores públicos, com arrogância, julgam-se donos da verdade que não precisam prestar contas de seus atos, agindo com imprudência e irresponsabilidade.

Finalmente, a situação de insolvência de vários países leva a uma brutal austeridade distribuída para a população. Apesar do entorpecimento da população consumista, as necessárias transformações para melhor estão surgindo como tema prioritário. Questões como direitos humanos, melhorias na educação, combate à corrupção e oportunidade de empregos e equidade começam a ser debatidas, mas isso há de ser feito com lealdade. Épreciso reconhecer que a educação não está desenvolvendo as capacitações humanas como deveria.

Uma pesquisa encomendada pelo Credit Suisse em 2010 revelou as tendências sobre o que pensam os jovens (Youth Barometer). Embora morando em países diferentes, muitos adolescentes compartilham sonhos, angústias e ideais comuns. Os jovens brasileiros apontaram a corrupção como sua principal preocupação. Em seguida, apareciam desemprego, saúde, aposentadoria, criminalidade e educação. Para os jovens americanos a maior preocupação indicada foi o terrorismo, enquanto para os suíços, o crescimento do número de estrangeiros e sua integração encabeçavam a lista.

Conforme a revista PIB, nessa pesquisa foram ouvidos 1018 adolescentes sobre o tema religião. A pesquisa revela que, apesar das dificuldades, os brasileiros são otimistas e têm fé no futuro. Para 93% deles, honestidade e relações familiares são primordiais na vida. Ter uma boa educação, capacitação futura e ser capaz de viver de acordo com crenças religiosas e valores espirituais são igualmente importantes. Sobre o tema religião, 88% dos adolescentes brasileiros afirmaram acreditar na existência de um Deus, número muito superior ao dos suíços (43%) e norte-americanos (69%).

Enfim, uma questão tão importante como essa requer um aprofundamento, pois na era da globalização não basta acreditar, é preciso adquirir convicção através da análise objetiva dos fatos. Segundo Abdruschin, de nada vale uma vaga crença na divindade. Oser humano deveria saber tudo que a Criação encerra, para reconhecer as leis fundamentais nela atuantes, portadoras da vontade de Deus, pois somente através desse saber é que o ser humano pode se entrosar como é devido para beneficiar, alegrando tudo o que o cerca, recebendo em reciprocidade ascensão e aquela maturidade que pode e deve alcançar. Só dessa forma os seres humanos estariam capacitados a construir um mundo verdadeiramente humano, sem o sofrimento que mutuamente se causam para a satisfação das próprias cobiças e vaidades.