A PAZ EM RETROCESSO
(07/01/2012)

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Quando a humanidade finalmente procurar soluções duradouras, que se ajustem às leis naturais da Criação que regem a vida, então, paz e harmonia poderão ser alcançadas para o bem dela própria.

Se percorrermos um rápido olhar pela história, observaremos que a lógica do ganho tem permanecido acima de qualquer outra consideração. A humanidade de forma egoística sempre se posicionou contrariamente ao reconhecimento das leis da Criação, provocando miséria e sofrimento. Seja no período de exploração colonial de forma direta sobre os recursos e população das Colônias; na Revolução Industrial, impondo condições desumanas aos trabalhadores, seja mais recentemente impondo restrições aos países que afundaram em dívidas pela incapacidade de uma autogestão eficaz. A busca de um melhor futuro para todos não esteve presente nos manuais dos líderes tirânicos.

Agora estamos em outra fase com o despertar dos asiáticos para a economia de mercado, promovendo a inclusão de milhões de trabalhadores, mas a forma como isso está ocorrendo coloca em evidência o secular desajuste econômico estrutural, pois a inclusão dos asiáticos com sua forma precária de absorção dos trabalhadores está desarrumando o sistema produtivo do ocidente acostumado à fartura e orçamentos deficitários, sem que tivesse havido previamente um consenso de como isso poderia ser feito sem provocar o retrocesso social e da produção industrial em muitos países.

O consumo do planeta já superou os limites dos recursos naturais disponíveis, mas a população continua aumentando. Estamos nos extremos que fazem da vida uma renhida e caótica luta pela sobrevivência, pois o equilíbrio foi rompido e tudo fica mais difícil. E difícil será manter os ânimos serenos. A China adota ousados sistemas educacionais com a integração dos alunos, seus pais e professores que são submetidos a continuados programas de aperfeiçoamento.Melhorar é muito agradável, mas quando se trata de retroceder nas conquistas, a adaptação é complicada, principalmente se as pessoas não entenderem o que está se passando, sendo forçadas a uma situação que exige sacrifícios com poucas esperanças.

Há também o grave problema cambial com a confrontação das moedas. Desde o término da Segunda Guerra, o dólar administrado pelo FED manteve a posição de moeda mundial, tendo a seu lado a libra inglesa com menor expressão, mormente depois da flutuação que propiciou polpudos ganhos para o mega investidor George Soros. Em seguida, veio o fortalecimento do yen, mas com a fragilização da economia japonesa, teve a sua expansão limitada. Por fim surgiu o euro, moeda compartilhada entre os países membros da comunidade europeia. No entanto, após dez anos, o euro apresenta nitidamente suas incoerências como moeda de peso internacional. Apesar de depreciado, o dólar permanece no topo como opção prioritária dos investidores, pois a opção é ele ou ele, não há outra. A China tem moeda própria, mas a sua política monetária e cambial segue os passos da moeda americana, favorecedora de incentivar as exportações.

O poder de emitir moeda é muito forte. Emitir moeda de curso mundial é mais ainda, pelas possibilidades de interferir amplamente na economia global. No entanto, os países ficaram viciados em dívidas, enquanto surgia no mercado financeiro um poder paralelo desvinculado do sistema de produção e circulação de bens, estabelecendo-se a economia de cassino com circulação financeira virtual, com volume de operações dez vezes superior ao da produção de bens, dando margem a muitos golpes financeiros que também foram arrebentar nas contas dos países semi-falidos. A exacerbação das atividades financeiras tornou-se a praga que contamina o futuro da humanidade.

Os sistemas empenhados em produzir bens para exportação, acumulação de reservas, políticas de manipulação das cotações das moedas e geradoras de dependências de financiamentos, levaram aos protecionismos e conflitos entre os povos. Há muitos países super endividados, em outros, como o Brasil, a dívida não para de crescer gerando intranquilidades. Não basta propor austeridade, há que se coibir o desvio de recursos aplicados em obras desnecessárias ou abandonadas. É assustadora a forma como os gestores das finanças públicas permitiram que o perfil das dívidas assumisse proporções tão insustentáveis, possibilitando que o sacrifício se espalhasse sobre toda a população. Por esse caminho dificilmente alcançaremos a consolidação da paz e o progresso entre as nações.

A miséria e a tristeza existentes no planeta Terra surgiram da influência da vontade humana dirigida para objetivos falsos, e da falta do necessário esforço para reconhecer as leis da Criação. Isto é, a humanidade não se esforçou para encontrar a forma correta de viver, e com ela produzir apenas alegria e beleza em benefício de todos. Como no dizer de Abdruschin: “Falhará e desabará tudo o que não vibrar no sentido e nas leis da Criação, pois então isso não somente perderá todo o apoio como também criará correntes contrárias, que são mais fortes do que qualquer espírito humano e acabam sempre por derrubá-lo, bem como sua obra. Sintonizai-vos, pois finalmente na perfeição da harmonia da Criação, então encontrareis paz e êxito”.