O PLANO DA VIDA
(04/04/2015)

imagem

A construção do planeta Terra foi um processo maravilhoso. O resfriamento da bola de fogo se deu com chuvas intermitentes que evaporavam logo depois de cair sobre a superfície superaquecida, seguido pelo lento acúmulo da água, a formação do ar, do solo e da vegetação, as florestas e a variadíssima fauna, tudo interligado pelo movimento da vida. Como as pessoas podem achar que isso tudo acorreu ao acaso, sem um plano, sem mãos diligentes cuidando de tudo para que o planeta pudesse abrigar a semente espiritual para um existir consciente?

É interessante observar que nem sempre houve essa dúvida. Os primeiros seres humanos tinham pleno saber da entealidade que atua em conformidade com as leis naturais da Criação. O ser humano se sentiu engrandecido quando percebeu que, através do cérebro frontal. Tinha o poder de agir sem ouvir o seu íntimo, ou seja, sem ouvir a voz interior oriunda de seu espírito e captada pelo cérebro posterior, o cerebelo, que aos poucos foi ficando inativo, o cérebro frontal ganhou força, e em decorrência da lei da adaptabilidade, o cerebelo, o cérebro posterior, foi ficando cada vez mais inativo. Não contente com isso, o ser humano prosseguiu no embrutecimento restringindo progressivamente a parte emocional do cérebro anterior. Os fios que nos conectam com o mundo espiritual e enteal foram sendo desligados.

Os dois cérebros constituem um milagroso laboratório de processamento das intuições. Ultimamente, o uso cada vez mais intenso do cérebro frontal, e o seu correspondente fortalecimento, tem levado à desativação progressiva da parte emocional do cérebro que é receptora dos lampejos intuitivos captados pelo cerebelo. Em decorrência, o cérebro do ser humano ficou cada vez mais circunscrito à sua parte racional, enfraquecendo a sua parte mais humana, apegando-se unilateralmente aos apetrechos criados pela tecnologia. O ser humano se esvaziou de seu conteúdo individual, tornando-se produto de massa padronizado, que não examina mais os acontecimentos e, em consequência, foi perdendo o contato com a natureza e seus entes.

É notória a aceleração dos acontecimentos. Tudo está acontecendo de forma rápida, desorientando as pessoas, não há tempo para nada, menos ainda para reflexões profundas sobre o significado da vida. Assim fica realmente dramática a situação do preparo e desenvolvimento das novas gerações. Está em curso um processo de reestruturação das mentes das novas gerações circunscritas ao tempo e espaço, com o acorrentamento voluntário ao materialismo, num mundo desolador, sem estímulos para voar rumo ao mundo dos sonhos e dos projetos enobrecedores.

Há um fortalecimento da indolência e da inatividade, o qual anteriormente já havia sido incentivado pela religião para a formação de indivíduos pouco investigativos, dóceis e crentes, que não fazem perguntas, ao contrário do que foi estabelecido pelo Criador e suas leis, que dotaram o ser humano da capacidade de observar e analisar com lucidez para se conectar com a Luz da Verdade, evoluir e ser feliz. Estamos enfrentando o apagão mental. Os modernos meios de comunicação precisam ser mobilizados na direção do aprimoramento humano.

Torna-se imprescindível, para as pessoas de todas as idades, o contato com a natureza, suas belezas, sua lógica perfeita. O contato com a sabedoria da natureza suas belezas e sua lógica devem ocorrer já na primeira infância, pois é nessa fase que se formam as bases das conexões do cérebro. Nessas condições, o desenvolvimento infantil tenderá a buscar o que é de fato fundamental, e com isso surgirão indivíduos mais criativos e inovadores diante dos desafios da vida.

Urge capacitar os jovens para tratar a natureza e as pessoas com respeito e consideração, dotando-os de responsabilidade quanto ao futuro próprio, da sociedade e do planeta, ampliando a capacitação para transformar em realidade o sonho de um mundo espiritualizado e feliz, como deveria ter sido desde o início. Um mundo não dominado unilateralmente pelo raciocínio e pela sua restrição ao tempo e ao espaço, mas orientado pela sabedoria espiritual universal que o rege.