UMA NOVA ECONOMIA

Uma nova economia, com a centralização das decisões pelo Estado forte, planejando e controlando tudo, entrou em competição com o livre mercado sob a influência do poder econômico e político, onde a população tem sido submetida a um processo que a mantém acomodada; todavia havia empregos de mais qualidade com menos luta pela sobrevivência. O objetivo é produzir e vender grandes lotes com pequenas margens de lucro, mas que representam montante significativo devido às quantidades e preços imbatíveis. Esperemos que isso não venha a sufocar as capacitações e iniciativas dos indivíduos. Qual será o futuro desses dois sistemas que oferecem riscos e vantagens para uns e outros, mas que pegou o ocidente despreparado e que agora está sem rumo? A economia tem de se tornar simples e natural, com equilíbrio, ou a precarização poderá avançar.

No ocidente, movimenta-se muito dinheiro, mas não há muitas fábricas produzindo e requerendo financiamento de capital de giro, então o capital vai para as bolsas de valores, sem resultar na criação de novos empregos. Investimentos em infraestrutura são necessários, mas não geram exportações. No Brasil, a desestruturação da economia, que já vem cambaleando há décadas, será altamente danosa, trazendo ao país o risco de entrar em nova estagnação.

A individualidade e a diversidade dos povos são naturais, no entanto tais diferenças favorecem o progresso, observando as leis da natureza que são uniformes para todos os povos e, em sendo respeitadas, favorecem o entendimento e a paz. Com os recursos ofertados pela natureza, a vida no planeta não deveria apresentar tanta miséria, desde que os seres humanos seguissem as leis naturais da Criação. Porém, o viver foi se tornando cada vez mais áspero, surgindo a luta e a astúcia para a sobrevivência.

Pessoas que decaíram muito na estrada da vida, sejam ricas ou pobres, têm dificuldades para sair do nível em que se encontram por não quererem reconhecer que a causa do declínio está nelas mesmas. Os seres humanos, dominados pela cobiça, se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos entre os indivíduos e os povos um gesto de sincera cordialidade e consideração; faltam as palavras amistosas tão frequentes em épocas passadas.

A irregularidade nas chuvas começa a preocupar com a diminuição do nível dos reservatórios. O mundo esteve, durante séculos, olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar e a água, fora todas as outras benesses. Mas agora estamos no limiar em que a sociedade estará sujeita a crises de todas as espécies que ocorrerão com frequência daqui em diante. Ou seja, eventos que porão em evidência a estupidez dos homens em relação à própria vida e à sustentabilidade do planeta. Cada país terá de se dedicar intensamente na recuperação em seus limites, cuidando de seu povo e sua cultura; no entanto, tirar vantagens de outros povos e nações tem de ser banido para que haja paz e progresso.

Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, é preciso acabar com a luta por riqueza, poder e dominação, e a geopolítica travada pelos poderosos contra a grande massa. Não há equilíbrio. Prevalece produzir onde o custo seja o mais baixo, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos são disputados pelos graúdos, enquanto a miséria vai aumentando. Necessitamos de uma economia sem os atuais gritantes desequilíbrios. Não basta simples parceria; é preciso que haja progresso e ganhos mútuos.

A pandemia parou a economia em 2020. Nada de tão grave ocorria na economia desde 1929. Se tudo está parado, não há renda; sem renda fica difícil sustentar empreendimentos deficitários. Enfim, pouco podemos fazer e decidir enquanto a economia não entrar no ritmo. Até lá temos de prosseguir do melhor jeito que pudermos, sem ficar ruminando descontentamento e insatisfação com as atuais condições de vida para não criarmos desarmonias ao nosso redor.

Mostrar gratidão pelo dom da vida com espontânea alegria da alma gera harmonia em nosso entorno. Não podemos descuidar da vigilância, mas permanecer atentos, descortinando o momento com as suas imposições e oportunidades. O bom é alegrar-se com a vida em vez de ficar cismando sobre as ninharias.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

GERAÇÃO VIDEOGAME

No passado, as pessoas tinham solidariedade, todas juntas, se ajudando, movidas pelo sentimento intuitivo, buscando o progresso e a felicidade. Nas empresas, os profissionais agiam como uma equipe na busca de atingir metas. Nas nações, as populações agiam como um grupo coeso, buscando a paz e o progresso. Liberdade com responsabilidade. Agora tudo mudou. Está tudo fragmentado. A vida e tudo o mais vai seguindo como se fosse um videogame. Cada um por si, perseguindo o escore, sem olhar para o sofrimento do outro. O ser humano perdeu o saber sobre o significado da vida e sua finalidade.

O bom preparo para a vida requer o convívio com a natureza, sua beleza e lógica expressas em suas leis. Os seres humanos têm de se dedicar ao aprimoramento da espécie como meta fundamental. Necessitamos ter confiança na sabedoria da Luz, força para resistir e coragem para prosseguir. Para o aprendizado em geral, escrever uma informação à mão permite lembrar-se dela, mais do que se tivesse sido apenas digitada. A escrita manual demanda mais esforço e concentração do cérebro, favorecendo o processo de aprendizagem; isso porque o processo da escrita manual pressiona o cérebro da intuição, o cerebelo, para que com sua visão ampla conduza o raciocínio.

A América Latina, com seus estados-nação tardiamente formados, mais se assemelhou a uma terra estagnada, freada em seu desenvolvimento. A população não recebeu estímulos para ampliar a educação e o autoaprimoramento, e aos poucos foi se deixando emburrecer e perder o discernimento. A classe política, predisposta à corrupção e entreguismo, buscou vantagens pessoais. A falta de bom preparo das novas gerações e política econômica adequada para gerar produção, empregos e renda, resultou em cerca de 30 milhões de desempregados.

Faltam metas de progresso, seriedade e bom preparo da população. É vergonhosa a precariedade das condições de vida em muitas cidades, geridas por incompetentes que estouram as contas e só pensam em seus interesses. Qual será o futuro do Brasil e do mundo?

O Brasil, transformado em república em 1889 por um grupo despreparado, ainda não conseguiu se tornar uma nação firme, de fibra, com população bem-preparada. O país chegou à beira do abismo da ingovernabilidade. A população está faminta de ordem e progresso. Se não houver vontade sincera da população e dos poderes de construir um país de fato, permaneceremos como projeto irrealizável de nação, que tende a decair e ser espoliada, isto é, acabaremos sendo esbulhados nas riquezas que a natureza nos concedeu.

Em vez desenvolver os talentos recebidos, a humanidade permanece displicente diante das leis naturais da Criação, só cuidando seriamente do corpo nos momentos de risco. Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), disse sobre a misteriosa doença de origem desconhecida: “Infelizmente, até o momento, sabe-se muito pouco sobre a Covid-19. Os avanços científicos registrados foram para pacientes em UTI em que a intubação tardia, a posição prona (de bruços) e o uso de corticoides e anticoagulantes diminuíram as mortes. É assustador notar que todas as medidas de prevenção, até agora, parecem ter impacto reduzido na disseminação dessa doença.”

Imagine uma pessoa intuitiva trabalhando em Brasília. No mundo áspero, dominado pelos homens subjugados pelo intelecto frio e calculista, os seres humanos intuitivos que ainda pressentem a existência do espírito são postos de lado por aqueles que se tornaram mestres na arte de auferir vantagens para satisfazer seus desejos e cobiças, indiferentes ao sofrimento que causam, mesmo que com isso estejam semeando a própria ruína.

O ser humano se encontra na Terra há milênios. Inicialmente tinha uma existência próxima à natureza, a qual ia compreendendo e respeitando com sua intuição, percebendo claramente como dependia dela. Na medida em que foi desenvolvendo seu o cérebro do raciocínio passou a se julgar superior e a desafiar as leis da natureza; a partir daí o planeta Terra e a vida entraram em risco com os inúmeros desatinos que passaram a influenciar todos os mecanismos naturais de sustentabilidade. Mas a arrogância intelectiva prevalece. Os seres humanos têm de receber, desde cedo, esclarecimentos certos sobre o significado da vida e fortalecer o cérebro da intuição, o cerebelo, ou cairão no conceito falso de que a vida não passa de um videogame.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A LEI DO MOVIMENTO CERTO

A realidade tem grande mobilidade, isto é, nada fica parado, tudo segue a lei do movimento, exigindo adaptação. No pós-guerra, os Estados Unidos consolidaram uma posição hegemônica. A Rússia comunista ingressou numa nova forma de governo com Putin visando aproveitar os recursos existentes através de negociações com os países da Europa e outros, centralizando as finanças do Estado. A China abandonou as teorias comunistas e criou uma grande economia empresarial, o capitalismo de Estado, gerido pelo partido comunista e seus dirigentes com mão de ferro visando obter superávits na balança comercial, acumular grande reserva, aproveitar-se das oportunidades econômicas para ganhos e aumento de influência, e só então começou a desenvolver o seu grande mercado interno.

Enquanto isso, os Estados Unidos permanecem carregando a inchada máquina administrativa, na qual se pendura a classe política voltada para conservar o poder hegemônico e seus privilégios, incapaz de seguir a lei do movimento para manter a agilidade da nação. Ocorre o mesmo na maioria dos países ocidentais, inclusive no Brasil, onde tudo se agrava com a displicência e corrupção generalizada. A China se aproveitou desse vacilo, ampliando a produção e utilizando-se da mão obra disponível, de baixo custo.

O capitalismo de livre mercado está agonizando. Os governos democráticos se encontram engessados pelos demais poderes e pelos lobbies políticos. O comunismo não existe mais, foi substituído por um regime forte e autoritário que a partir das finanças controla tudo, mantendo a população submissa, eliminando qualquer oposição aos detentores do poder. A governança não evoluiu.

Emitir dinheiro para um país com moeda conversível é privilégio que possibilita aquisições valiosas e lucrativas em qualquer região. O Brasil emitiu muito para pagar a dívida externa e cobrir déficits monumentais decorrentes da forma displicente da classe política. Argentina seguiu o mesmo caminho. Venezuela, nem há o que falar. Agora os Estados Unidos querem embarcar na política de emitir para manter a economia girando, mas se não houver produção geradora de ganhos, esse caminho dará no mesmo em que caiu a América Latina: nos déficits. O déficit interno e o externo conduzem os países a um buraco fundo, difícil de sair, mas muitos se habituaram a obter vantagens pessoais com essa política suicida, deixando o país e sua população ao abandono, suportando as consequências.

Essa é a trajetória comum da humanidade, seguida por muitos povos, como egípcios, gregos, romanos, ingleses, alemães, norte-americanos. Ocorre um grande desenvolvimento e expansão, seguido de um comodismo levando ao declínio e ruptura. Os Estados Unidos conseguirão manter o padrão de vida no pós-guerra, ou cederá lugar para a China, ou ambos conseguirão uma coexistência dividindo o poder?

Muitos efeitos negativos decorrem da falta do adequado manejo do dinheiro para o bem geral. Há os grandes controladores do dinheiro, os governos, os empresários, e aqueles que circulam pelo mercado financeiro visando ganhos, cada qual olhando só para o ângulo de seu interesse. As decisões monetárias por si dão um resultado imediato, mas ao longo do tempo a situação real aparece. Sem produção, empregos, renda, e preparo para a vida, tudo se torna paliativo, ilusório, como mostraram as catástrofes econômico-monetárias pela América Latina, Ásia e Europa. Será os Estados Unidos a bola da vez?

Desde 1889, uma casta ruim se manteve no poder no Brasil tirando proveitos, e agora estão irritados com as restrições que estão sentindo com governo voltado para o progresso do país. Tirando ações de Getúlio e Juscelino, e algumas obras dos militares, nada há de bom para apontar nessas gestões fatídicas que levaram o Brasil à beira do abismo.

Cientistas sinceros alertam, mas poucas pessoas querem ver. Os problemas gerais estão em todos os lados, seja no Rio de Janeiro, na África, ou qualquer outro lugar. Em vez de ficar inquietando, a imprensa, os cientistas e os congressistas deveriam pesquisar as causas da decadência geral e propor soluções para humanizar a vida.

Isso sempre acontece porque a humanidade não buscou desenvolver uma existência compatível com as leis da Criação, querendo ela mesma estabelecer as leis da vida, sem quer reconhecer que esse caminho tem sido funesto e provocado muitos desequilíbrios onde tudo deveria funcionar de forma engrenada, impulsionando o progresso, prosseguindo no movimento certo de forma consciente, em continuada evolução.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

TERRA, PLANETA MARAVILHOSO

O maravilhoso Planeta Terra, um raro planeta criado com ar, água e florestas, para acolher os seres humanos para que pudessem evoluir e dar a sua contribuição espiritual para beneficiá-lo, dando-lhe beleza de maneira continuada. Tudo é natureza enteálica; é dela que provém os materiais que formam o corpo humano. Mas os hóspedes sufocaram a naturalidade e estão destruindo a hospedeira Terra que os acolheu carinhosamente. Pouco se esforçaram para reconhecer e respeitar as leis naturais da Criação. O ar está empesteado de medo, ódio, inveja e cobiça, em vez de amor, consideração.

A energia renovadora do Criador desce para os seres humanos que estão combalidos com as lutas terrenas e pensamentos confusos, se estiverem sintonizados com sinceridade e humildade. Reconhecer a si mesmo. Parar de achar que o outro é o culpado. Bom momento para se desfazer dos erros. “Fazei a paz entre vós”. Conservai puro o foco dos pensamentos para alcançar a paz e a felicidade.

O destino é o resultado da atuação da Lei da Reciprocidade, que atua em consequência de nossos sentimentos intuitivos, pensamentos e ações. A força que perflui e vivifica tudo poderá acarretar o bem ou o mal conforme o querer, a livre resolução do ser humano, que pode ser beneficiadora ou destrutiva. O que o ser humano semeia, isso ele colherá!

O homem descobriu o intelecto e sufocou a intuição, a voz da consciência, única apta a contribuir para a visão correta. O cérebro entrou em desequilíbrio com a ênfase dada no desenvolvimento da parte frontal, mas a parte posterior, o cerebelo, não acompanhou. Ouvindo apenas o intelecto, o ser humano fica sujeito às manipulações externas, o que não aconteceria se contasse com a possibilidade natural de refletir intuitivamente. É preciso irradiar a alegria intuída para que o cérebro não irradie descontentamento.

A educação deveria dar segurança, mas as novas gerações estão se tornando inseguras e precoces. Falta-lhes o conceito de que tudo na vida requer equilíbrio, seja nas galáxias ou na economia, assim como no dar e receber. Tudo no universo depende do equilíbrio. O descontentamento torna-se revolta sempre que faltar o equilíbrio certo. O ser humano tem de ser grato e retribuir tudo que recebe. Compreender isso faz parte do bom preparo para a vida.

As complexas operações financeiras fogem da economia real. Não é à toa que esteja previsto aumento da pobreza no mundo. Inflação, juros, commodities, tudo vai apertando na direção de custar mais. Até parece conspiração. Atualmente há um desequilíbrio geral. Eclodiu a guerra comercial, recomendando a compra de produtos nacionais, proteger, tributar e retaliar.

Há no ocidente uma tendência para o aumento da presença do Estado, mas no capitalismo de Estado, com decisões centralizadas, não ocorre pressão do legislativo ou judiciário. A China tem superávit comercial, os outros têm de emitir, se endividar, ou vender ativos. Mais à frente haverá disputa pelo controle da moeda padrão mundial. Isso tudo vai interferir na liberdade democrática e na qualidade humana dos terráqueos.

A Luz da Verdade veio para a Terra, mas foi recebida com escárnio. Instalou-se a Segunda Grande Guerra Mundial, com milhões de mortes e miséria. Passada a guerra, houve para a humanidade um período de graça para que se buscasse sinceramente o significado da vida e viver de acordo com as leis do Criador. Na proximidade dos anos 1980 fechou-se essa abertura sem que a massa tivesse ousado despertar da indolência do pão e circo. No palco do juízo final, a humanidade permanece vivendo na indolência, alheia à agenda regida pelas leis da Criação que estão cobrando cada ação dos seres humanos com rigor incorruptível.

As leis universais da Criação são eternas e de ampla abrangência, na Terra e fora dela, e podem ser observadas na física, na química, na biologia. Todos os inventos e descobertas refletem a uniformidade dessas leis de suma importância para pesquisadores e inventores. O ser humano desrespeitou as leis naturais da Criação, caminhou pelas trevas, mas agora tem de achar o caminho de volta para a Luz e a Verdade, pondo em prática o reconhecimento e a estreita cooperação com as leis da Criação, construindo e beneficiando tudo para alcançar o bem geral e evoluir em paz e alegria.

O fundamental é que os indivíduos sejam fortes e bem-preparados para a vida, querendo praticar somente o bem, mediante o uso das faculdades que o Criador lhes concedeu; dessa forma, tudo caminhará no bom sentido. Sabedoria e Alegria! Vídeos especiais, deem uma olhada. https://www.youtube.com/channel/UCLwq5LwUg96KJ5rxVnt_Cdw/videos

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

AS RELIGIÕES, O DINHEIRO E AS GUERRAS

O problema no capitalismo de livre mercado foi a predominância do controle monetário e do ganho financeiro em poucas mãos. A volúpia do ganho homogeneizou tudo através da linguagem do dinheiro: empresas, escolas profissionais em geral e especialmente a classe política e sua influência na economia e na legislação, o que provocou a estagnação do sistema. O Estado passou a interferir em várias atividades do livre mercado.

Veio o capitalismo de Estado que impôs normas rígidas e planejamento central focado na produção e obtenção de superávit na balança comercial. Muitas indústrias fecharam ou se transferiram para regiões de menor custo da mão de obra e outras regulamentações. Surgiram conflitos que se traduziram em guerra cambial, comercial e econômica. Provavelmente teremos guerra pelo controle do dinheiro e da tecnologia.

O Criador é Um só para o universo inteiro. Suas leis eternas são de ampla abrangência, na Terra e fora dela, podendo ser observadas na física, na química, na biologia, no equilíbrio. Os homens criaram religiões sem levar em consideração essas leis, gerando incompreensões, cisões e guerras. Nós fazemos parte do povo das criaturas humanas espirituais hospedadas na Terra para evoluir num tempo finito.

A religião também acabará servindo de pretexto para guerras para o domínio do grande ídolo dinheiro, e por controle e poder. Mas as leis da Criação falarão mais alto, cerceando o poder da vontade dos homens, destroçando a resistência e a mania de grandeza daqueles dominados pela arrogância.

Em vez de evoluir, a humanidade tem decaído como espécie que é apta a construir um mundo pacífico e em equilíbrio. Os mais fortes pressionam os mais fracos com retaliações econômicas, provocando aumento da miséria. O dinheiro se tornou a grande cobiça, e os ganhos de uns se fazem às custas das perdas de outros.

O projeto de Breton Woods transformou o dólar na moeda líder das transações. O FED emite dólares, os bancos americanos dispõem da reserva fracionária em dólar, as demais moedas conversíveis, sem paridades estabelecidas, flutuam ao sabor de interesses e manipulações, sendo a taxa de juros a mais empregada. Mas os países, mal geridos, descontrolam as contas internas e externas, e acabam ficando sem a moeda mãe mesmo com juros altos.

Instalou-se na Terra um desequilíbrio geral na economia, finanças, produção, comércio, educação e preparo para a vida, natureza e saúde. A ciência não pode continuar omissa quanto a essa calamidade e deveria contribuir para que o equilíbrio entre os povos fosse mantido. Estão surgindo novas teorias monetárias e experiências com as moedas digitais que eliminariam a moeda física, passando todo o dinheiro a ser rigidamente controlado pelos supercomputadores. O que vai surgir disso não se sabe, mas há intensos movimentos nos bastidores trabalhando na direção desse novo modelo que vai se delineando com o avanço da tecnologia.

Com seus recursos naturais, o Brasil poderá se tornar o refúgio num mundo em conflitos. Mas se for retaliado, quem poderá defendê-lo? Encerrada a fase das colônias dominadas fisicamente, veio o trunfo financeiro para dominar. Agora a tecnologia e as vacinas, desenvolvidas para debelar a maior pandemia que o planeta já enfrentou, também poderão ser empregadas como trunfo de dominação. Mesmo dispondo de petróleo e riquezas minerais, a boa qualidade de vida sempre dependerá de gestão pública idônea e da produção diversificada; sem isso, a precarização geral dos países será a tendência secular.

Cada pessoa deveria ser responsável por seus atos, mas com a permissão dos indolentes, o processo de emburrecimento avançou além do que se poderia imaginar, e muitas pessoas estão agindo como robôs, sem clareza, simplicidade e naturalidade. Sem ter se orientado para o bem, a humanidade ficou atrasada, usando energia atômica para destruição, assim como armas químicas e biológicas, mas nada poderá deter o dia em que a alma terá de se afastar do corpo transitório.

O ser humano desrespeitou as leis naturais da Criação, caminhou pelas trevas, mas agora tem de achar o caminho de volta para a Luz e a Verdade, pondo em prática o reconhecimento e a estreita cooperação com as leis da Criação, construindo e beneficiando tudo para alcançar o bem geral e evoluir em paz e alegria.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

LEIS DA NATUREZA E PROGRESSO

Enquanto Reagan e Thatcher se aborreciam com as gestões corruptas dos Estados-nação impondo o neoliberalismo e fortalecendo as finanças, Deng Xiaoping caminhava na direção de formar uma economia empresarial forte gerida pelo Estado, apta a obter superávit na balança comercial. E deu no que deu: os Estados-nação se endividaram, reduziram a produção fabril, descuidaram da educação, perderam terreno na tecnologia. Como encarar essa luta competitiva sem que haja declínio? E se o FED comprasse as ações das empresas significativas para administrá-las de forma centralizada como faz a China?

O que acontece quando um país geoeconomicamente bem-dotado sofre um processo interno de luta pelo poder? É o caso da Síria. O conflito interno atraiu a atenção e interesses de outros países, mas a situação só tem piorado, pois a população está à mercê dos combates e de toda situação traumática provocada pela guerra que já dura dez anos, sem que haja um vislumbre de solução. Os de fora que têm interesses, insuflam a guerra, visando atender aos seus objetivos, e o país vai se desintegrando.

Outra questão relevante refere-se à vacina. É algo que atua segundo as leis da natureza e que o ser humano descobriu de forma meio precária porque desconhece a amplitude dessas leis e a sua intuição está semimorta. São produtos capazes de estimular nosso sistema imunológico e garantir a imunização contra alguma doença. São produzidas com base no agente causador da doença, que estará inativado, atenuado ou presente apenas em fragmentos. Deveria ser algo para ser utilizado a bem da humanidade e com certeza deveria premiar os esforços pela descoberta, remunerar os custos de fabricação e oferecer ganhos. Mas o que fazem os seres humanos com algo que não lhes pertence, que não inventaram, apenas acharam o caminho primeiro e tiram a patente, e não permitem que outros possam produzir, mas estipulam que não serão responsáveis por efeitos colaterais?

Enfim, uma questão complexa que envolve a vida e a crise sanitária, que exige a busca de soluções especiais. A natureza faz parte da obra do grande Criador, por isso ela contém a perfeição em seu funcionamento que a tudo abrange, a qual cabe ao ser humano reconhecer e se adaptar para obter o melhor proveito e progresso em paz e alegria.

A humanidade tem vivido de forma egoísta e desprezando as leis da natureza, fazendo tudo errado por ignorância e por cobiça, provocando consequências desastrosas. O que seria da humanidade se a natureza dissesse: eu criei a água e o ar para o bem geral, não para ser poluída, e todos terão de pagar para beber água pura da fonte e respirar o ar que necessitam para viver. Sem se orientar para o bem, a humanidade está atrasada, só conseguiu usar a energia atômica para a destruição, assim como consegue produzir armas químicas ou biológicas, mas não consegue escapar do dia em que sua alma tem de abandonar o corpo.

Muitas pessoas querem mandar, mas quem pode mandar no Brasil? Quem deveria mandar? Na China manda o PC e seu presidente. Nos EUA, Trump mandava pouco, mas não sabia. A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações determinada pelas leis naturais da Criação. Quem é responsável pelo vírus que num piscar de olhos se espalhou pela Terra? Quem é responsável pelo mal que atinge o Brasil? Quem percebeu o drama da corrupção na Saúde da qual pouco se fala?

A humanidade continua desatenta ao mundo real. No século 16, Galileu Galilei, astrônomo, foi indiciado pela inquisição e teve de renegar verdades naturais pelas quais se orientava. Giordano Bruno, astrônomo e padre dominicano, não renegou fatos naturais, pois as leis naturais da Criação são universais, e para os corpos terrenos a lei é uma só, a qual também Jesus, o Filho de Deus, teve de se submeter.

O ser humano desrespeitou as leis naturais da Criação e não está achando o caminho de volta. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, se faz necessário acabar com essa luta por riqueza, poder e dominação travada pelos poderosos sobre a grande massa, e pôr em prática a estreita cooperação com as leis naturais para alcançar o bem geral.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

RUMOS DA ECONOMIA

Em 1944, no final da Segunda Guerra Mundial, 45 países assinaram o acordo de Breton Woods consolidando o sistema financeiro regido pelo dólar que passaria a ter controle de boa parte da economia mundial e da distribuição de capitais pelo mundo. Para assegurar a adesão das sensíveis nações europeias foi adotada a paridade e conversibilidade em ouro, a qual foi rompida em 1971 conjuntamente com a desvalorização do dólar, causando forte impacto, pois o crédito havia ampliado a oferta da moeda tornando o acordo insustentável. A prosperidade do pós-guerra estava estagnando, surgindo inflação e desemprego. Ainda nos anos 1970, o super aumento do preço do petróleo revolucionou a economia e o sistema monetário.

O princípio do desenvolvimento equilibrado inclusivo e sustentável entre os povos foi posto de lado, tendo sido substituído por uma velada economia do salve-se quem puder pegando em cheio os militares que governavam o Brasil. O sistema monetário internacional tinha de levar a isso, face ao artificialismo em que se desenvolveu, fazendo com que os produtores de petróleo elevassem o preço do barril de US$7,00 para US$70,00, levando o Brasil a implantar o Proálcool.

Com o aumento do preço do petróleo, as pressões dos sindicatos por reajuste de salários e a desestruturação da produção, surgiu uma grande inflação nos anos 1970, gerando uma progressiva complicação econômica. Diz-se que se o governo emite e põe o dinheiro em circulação gera inflação, mas não ocorre a mesma coisa quando emite dívida? O importante é que haja produção para atender ao consumo, empregos e renda.

O endividamento em dólar disparou, as taxas de juros também. Tudo isso foi criando ambiente favorável ao crescimento da inflação; produzir se tornou mais custoso; havia desemprego e perda de renda freando a economia. A inflação acabou sendo dominada com austeridade, juros elevados, dolarização e importações, posto que a China passou a integrar elevado contingente de mão de obra de menor custo na produção de manufaturas.

Os ganhos foram superando os investimentos em produção e gastos em infraestrutura gerando grande massa de liquidez especulativa, sem ter em que aplicar. O keinesianismo queria impedir o caos transferindo a responsabilidade de investir para o governo, o que acabou não dando certo. A China criou o capitalismo de Estado e, com a globalização, a OMC deu a ela o status de país parceiro do capitalismo de livre mercado exportando os seus manufaturados para todos os lados. E tudo foi se encaminhando para esse caos econômico que inclui desemprego, endividamento alto, desequilíbrio geral.

Muitos países como o Brasil não conseguiram sustentar mais a sua moeda em relação ao dólar com juros elevados, encarecendo os importados. O futuro tende a ser mais severo, com limitação dos recursos naturais e geoeconomia agressiva. Haverá dinheiro sobrando e miséria aumentando.

Com o deslocamento da produção para a Ásia, a economia americana criou um vazio. O “made in” se tornou o ponto crítico na produção mundial. Países que privilegiaram as importações, incluindo o câmbio valorizado, perceberam que se fragilizaram. O novo acordo comercial promovido pela China é um fato natural, já que a Ásia abriga mais de 60% da população mundial e o capitalismo de estado criou nova forma de produzir e comercializar. A questão é, qual moeda será empregada nas relações.

“Os países desenvolvidos podem se dar ao luxo de fornecer um enorme alívio para as suas sociedades, e estão fazendo isso, mas o mundo em desenvolvimento está à beira da ruína financeira e da crescente pobreza, fome e sofrimento indizível”, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, na reunião do G-20.

O Brasil precisa entrar no rumo certo. O gasto do dinheiro público deve promover o progresso real. Os países têm sido geridos com desvios e desequilíbrio geral, nas contas internas, externas e na balança comercial. Agora enfrentamos a estagnação econômica que avança pelo mundo, e fica mais difícil sair do atraso. Faltam estadistas sábios e melhor preparo das novas gerações para conduzir o Brasil ao lugar que lhe cabe. O presente é consequência das ações passadas e, sem mudança do querer para o bem, a colheita da mesma espécie será inexorável.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

NA CRISE, MANDA QUEM PODE

Quem é responsável pela pandemia? A humanidade tem vivido de forma egoísta e desprezando as leis da natureza, fazendo tudo errado por ignorância e por cobiça, provocando o aparecimento e disseminação dos vírus. O rol das consequências dos erros é enorme; fiquemos com apenas um: tivemos mais de 300 anos de trabalho escravo no Brasil, pensem nessa maldade e insensatez. Quando finalmente a família imperial proibiu a escravidão em 1888, D. Pedro II foi destronado e expulso, e começou uma república na mão de despreparados que cederam o poder a um grupo de entreguistas corruptos.

A vacina é uma etapa importante, mas vai resolver tudo? Ela é uma parte da solução, mas os cuidados devem permanecer com distanciamento, uso da máscara nos contatos, fugir das aglomerações. Estamos numa fase de grandes rupturas, nada será mais como antes.

A questão da sobrevivência econômica não deve estar relacionada ao atendimento de interesses dos poderosos, mas com muito bom senso é preciso impedir a desestruturação da economia que vem cambaleando há décadas, pois isso poderá levar o Brasil a cair num abismo de miséria e desordem difícil de recuperar.

A economia se organiza ou desorganiza num processo. Nos anos 1970 havia, em São Paulo e outros estados, promissora indústria eletroeletrônica. Com o advento da Zona Franca (ZF), as fábricas fecharam e foram importar através de Manaus. Em 50 anos nada se fez pelo avanço tecnológico. Como fazer da ZF de Manaus algo efetivo no avanço do Brasil?

Nos anos 1980, o Brasil, pressionado pelo resgate da dívida externa, fomentou a inflação. Veio o plano real que tabelou o preço do dólar. Importar ficava mais barato que produzir. Os empregos foram embora. A indústria não resistiu. Como organizar a economia se a globalização converge para produzir na Ásia com custo da mão de obra menor em 80%? Há um amplo desequilíbrio mundial na economia e no avanço tecnológico que está arrastando o mundo para a precarização geral. Não bastam auxílios emergenciais, é preciso dar sustentabilidade ao trabalho e à renda, e promover continuidade do aprendizado prático do jovem aprendiz, além do ensino escolar.

A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, se faz necessário acabar essa luta por riqueza, poder e dominação travada pelos poderosos sobre a grande massa, e pôr em prática a estreita cooperação, visando o bem geral e a sustentabilidade. O mesmo se aplica ao relacionamento entre as nações e as pessoas em geral. Não há equilíbrio. O que prevalece é produzir onde o custo seja baixo, como na Ásia, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos ficam com os graúdos e a miséria vai aumentando.

Num mundo onde a regra é a mentira e a falsidade, falar a verdade é provocar os beneficiados. Intuição e raciocínio lúcido são indispensáveis. O presidente norte-americano Biden disse ter intuído o desejo do povo americano e desenvolve plano de trilhões de dólares para recuperação da economia e empregos. A grande questão não é intuir o que o povo quer, mas intuir o que é necessário fazer para eliminar as causas do declínio humano e econômico. O capitalismo de Estado chinês parece que funciona na base da prospecção de oportunidades geoeconômicas, tirando o melhor proveito delas e no “manda quem pode” sem ser contrariado.

Enfrentamos um período turbulento com ataques e golpes baixos contra o Brasil. Estamos diante de uma incógnita, qual será o futuro do país? Alcançaremos o progresso ou cairemos no abismo da ignorância e precarização geral?

Para não cair no entorpecimento manipulador e fugir da indolência, o tempo tem de ser aproveitado de forma enriquecedora e criativa, semeando o bem, o que atrai alegria e felicidade. A moda agora é mostrar as coisas feias da vida, desmoralizar o ser humano. Na mídia em geral e nos filmes observamos um padrão negativo. Antes ainda dava para se distrair, agora na grande maioria das apresentações, só há tóxicos que mantêm os seres humanos olhando para os baixios da vida onde não há esperança. Desvalidos e extenuados, eles têm de reunir as forças que lhes restam para procurar a prometida Luz da Verdade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A PRÓXIMA JOGADA

O mundo se defronta com uma deplorável situação na natureza, na economia, na educação. Em vez de evoluir, a espécie humana está decaindo e poucos enxergam essa realidade, optando por um viver de ilusões e procurando a falsa felicidade. Tudo se baseia no cérebro, o sistema neural, como se ele fosse o núcleo da vida, mas não é; é uma das mais sensacionais criações no mundo material, mas o que vivifica o corpo é o espírito. O cérebro pode criar o sentimentalismo e a fantasia, ser influenciado por alucinógenos, ou por cobiças, mas sem a energia do espírito, se decompõe em pouco tempo.

O Brasil pagou dívida externa emitindo e inflacionando; combateu a inflação com dólar tabelado, fragilizou a indústria, exportou empregos, aumentou a dívida, e agora na pandemia tem de subsidiar a população. Os EUA também, mas têm como diferencial o dólar, mas estão dando subsídios e realizando reformas na infraestrutura porque desistiram de fabricar, e estão buscando os avanços na tecnologia, o que no Brasil parou de evoluir junto com as fábricas fechadas. O que os brasileiros fizeram com o seu país?

O ocidente acobertou a inflação, tabelando o preço do dólar, deixando as indústrias minguar e eliminar empregos. A China deu ênfase na produção visando exportar com preço baixo em dólar, gerando efeito dinâmico na economia. Na crise, o ocidente só tem a opção de subsidiar os consumidores e aumentar a dívida, mas isso representa o aumento de procura que a China precisa para reativar sua grande fábrica e prosseguir capitalizando. O que deveria ser feito para reequilibrar a economia?

A economia real já vinha dando mostras de estresse e desequilíbrio. Em visita a São Paulo, em abril de 2014, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, fez uma advertência não só ao Brasil, mas também a outros emergentes: “O modelo econômico baseado em produção de bens que a China já produz não é mais sustentável”. Então o que fazer para alcançar sustentabilidade? Produzir o quê para evitar a precarização e desequilíbrio geral?

Não há mais equilíbrio entre os seres humanos, apenas busca de vantagens. O Brasil e o mundo enfrentam um problema super grave e os “caras” ficam procurando pelo em ovo como no tribunal de Pilatos e da inquisição? Em vez de ficarem espalhando venenos, deveriam trabalhar pelo Brasil e pelo aprimoramento da espécie humana.

O Estado foi inchando. Obras superfaturadas. Dívidas aumentando. Reserva em dólares baixando. Não há responsabilidade com o futuro e as novas gerações. Déficits internos e externos. As contas estouram. O crédito foi uma boa invenção para promover o desenvolvimento. O sistema levou séculos para chegar à forma atual. Poder e dinheiro desumanizaram a vida, eliminando os alvos elevados de aprimoramento, gerando decadência geral. Não há boa vontade. Mercado e Estado se afastaram do humanismo, do real objetivo da vida. É necessário combater a criminalidade.

Os cidadãos devem buscar o bom preparo para a vida, fortalecer as novas gerações, participar da condução das atividades humanas. Criou-se o liberalismo, a não intervenção do Estado. Os gananciosos foram ocultamente assumindo o controle, impondo rumos benéficos aos seus interesses visando absorver os fluxos de dinheiro do Estado. Outros diziam que o excesso de individualismo deu oportunidade para o avanço da ganância e concentração do poder, e por isso queriam maior influência do Estado. No extremo, surgiu o capitalismo de Estado que impõe os rumos, controla os fatores essenciais visando o acúmulo de capitais.

No geral, os cidadãos se tornaram indolentes sem bom preparo para a vida, presas fáceis do pão e circo. Agora chegamos ao desequilíbrio geral na economia, dívida pública, população elevada, limitação de recursos naturais, insatisfação social. Qual será a próxima jogada nesse complicado tabuleiro?

Há uma forte efervescência no mundo. No Brasil, ela é particularmente mais grave devido à displicência, indisciplina, falta de esforço em trabalho dedicado. Em grande parte da história, os governantes não cuidaram do desenvolvimento e fortalecimento da população, ensejando melhor preparo e melhores condições de vida. Todos tiveram oportunidades de agir e contribuir, muitos falharam levados pelas cobiças. Sabotadores, falsos líderes e corruptos atrasaram a nação e o povo em seu desenvolvimento consentâneo com as leis naturais da Criação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

INTUIÇÃO E AGILIDADE MENTAL

Analisando a situação dos seres humanos no século 21, auge da tecnologia, o escritor norte-americano de ciência Steven Johnson afirma em seu livro Everything bad is good for you: how today’s popular culture is actually making us smarter: “as tecnologias de tela podem ter muitos benefícios. Vimos um aumento de QI, mas não vimos nenhum discernimento maior quanto aos problemas econômicos do mundo, ou quanto à crise no Oriente Médio. Processar informações e completar uma tarefa com grande agilidade mental não quer dizer que a compreensão e a intuição melhoraram. Não devemos confundir informação com conhecimento”.

O trabalho constante diante das telas estabelece um padrão de pensamento mecanicista; essa tecnologia vai apelando para o trabalho do cérebro de forma crescente, restringindo a intuição. Os abusos cometidos com o cérebro mais tarde se transformam em doenças. O cérebro e o cerebelo foram ofertados aos seres humanos como ferramenta para auxiliar o viver no mundo material. Além de coordenar o corpo e regular as funções inconscientes, é o que permite o contato com o eu interior e com mundo exterior.

Faltou avançar na compreensão da finalidade do cerebelo e compreender melhor o funcionamento da intuição, a voz interior que não provém dos arquivos nas nuvens. A intuição traz vibrações mais elevadas ao cérebro. As crianças não devem abusar do córtex pré-frontal sob pena de não desenvolverem adequadamente a essência humana, pois o analítico irá se sobrepor ao intuitivo, desenvolvendo o cérebro digital.

Desenvolvimento Humano refere-se ao progresso sadio do eu interior do ser humano. Clarificar o espírito. Adquirir maturidade, afastar-se das trevas. Por seu modo de ser, o espírito esclarecido estabelece a paz em redor de si, sem manifestação raivosa, com serena objetividade no grande impulso de atuação alegre. Os seres humanos da atualidade desconhecem que, em eras passadas, a intuição era ouvida e orientava, concedendo àqueles que a ouviam, segurança no que empreendiam, alegria e confiança.

“A mente intuitiva é um presente sagrado e a lógica é uma serva fiel. Criamos uma sociedade que honra o servo e se esqueceu do dom”. A frase pode ser de Einstein ou não, mas seja quem for o autor ela encerra uma profunda verdade. Colocar em prática a harmonia é fundamental para a elevação interior e para o sucesso; isso é o essencial. Se a indolência prevalecer, atrairá confusão, fraqueza e doença. As questões fundamentais da vida não estão sendo examinadas com a intuição, mas em bloco com grande massa de dados.

O enrijecimento do pensamento pode levar à perda da liberdade até para o pensar com clareza e de forma simples e natural. A livre iniciativa e o mercado são conquistas valiosas que possibilitam escolhas pessoais; o que falta é uma ética para que o seu funcionamento se faça sem que sejam infligidos sofrimentos a outros para satisfazer a cobiça. Para o surgimento dessa ética a humanidade teria de conhecer o real significado da vida e da Criação, reconhecendo as leis que a regem. Então, haveria paz para a alegria dos seres humanos de boa vontade.

Na pandemia, que aflige o planeta, é preciso buscar as causas. Há causas provocadas pelos indivíduos como a sua forma displicente de longa data em seguir os preceitos naturais de vida, a falta de cuidados, o mau hábito de fumar e abusar das bebidas, a falha na origem da doença pela falta de rápida comunicação ao mundo, mas não podemos esquecer as causas espirituais, as advertências de Cristo sobre a inevitável colheita de tudo que o ser humano faz e pensa.

Ligando-se cada vez mais à matéria, a humanidade foi afastando a Terra das influências mais elevadas, tornando-se acessível ao mal, caminhando através dos séculos para a grande colheita e catástrofes para o reequilíbrio do Planeta. É preciso manter a serenidade e semear o bem. Cada indivíduo tem de se esforçar para se tornar verdadeiro ser humano. É imprescindível que a educação promova o aprimoramento pessoal e espiritual para que os estudantes tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a continuada melhora nas condições gerais de vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br