2020: O ANO DA RUPTURA

No inquieto século 21, o ano de 2020 será considerado como o ano da ruptura. Os homens se digladiam pelo poder mundial. As leis da Criação estão reagindo contra séculos de arrogância dos humanos de não quererem ouvir a Fala do Senhor dos Mundos, pois cobiçam se tornarem, eles próprios, os senhores do mundo.

O que o governo pode fazer quando falta dinheiro para tocar o país ou resolver emergências? Nesse caso, o mais grave é que o governo perde a autonomia, fica amarrado à dívida. O mundo precisa de líderes sábios que respeitem o solo pátrio. Cada povo deve aprimorar a própria cultura, mas muitas pessoas acataram conceitos vindos de fora e abriram o país sem estarmos preparados para isso, atraindo toda essa precarização. Seria bem oportuno para o Brasil endividado que o montante de R$ 500 bilhões obtido com a variação cambial aplicada às reservas internacionais fosse mobilizado para reativar a economia estagnada e bombardeada com a crise gerada pela pandemia.

Homens cobiçosos se julgam donos do planeta e impuseram suas ideias restritas ao povo despreparado e acomodado que tudo aceitou em troca de migalhas e diversão; assim o mundo foi rumando para o abismo, mas acima do homem estão as leis do Criador que trazem de forma impetuosa a colheita de tudo que foi semeado. É terrível. A grande e única vacina para impedir essa grave anomalia está no reconhecimento das leis da vida.

A vida não é uma fatalidade. Sempre temos a possibilidade da escolha, mas temos de fortalecer o querer. As pessoas estão sendo induzidas a olhar para baixo e se acomodam. Temos sempre de aspirar ao mais elevado nível que o ser humano pode alcançar e, para isso, cada indivíduo deve se preparar, se fortalecer e conhecer o significado da vida.

O mundo esteve, durante séculos, olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar e a água, fora todas as outras farturas. A economia globalizada desequilibrou tudo, a ponto de que o aumento de renda interna se reveste de aumento das importações de manufaturas, dado que o parque industrial foi destruído pela concorrência internacional predatória.

Perdemos terreno, pouco se produz, endividaram o país. O déficit fiscal é gigante, a arrecadação poderia ser incrementada taxando os importados seletivamente, dando oportunidade aos empresários e trabalhadores nacionais. O momento é de ruptura com o velho modo de viver que atraiu as crises que se acumularam ao longo dos anos. Cada país terá de se esforçar intensamente na recuperação dentro de seus limites, fortalecendo seu povo e sua cultura. No entanto, para que haja paz e progresso, tem de ser banido o “tirar vantagens” de outros povos e outras nações.

A crise não se tornou uma oportunidade de fortalecimento do país e sua população; perde-se tempo e dinheiro com a guerra de comunicações e desrespeitos aos poderes constituídos, forjando justificativas habilmente criadas. A população está duplamente amedrontada, com o vírus e com a incerteza econômica. Os confrontos entre poderes tiraram credibilidade gerando uma crise de confiança.

O ano de 2020 também se reveste de um momento especial de reflexão sobre o que temos feito, desperdiçando tantas oportunidades que poderiam ser aproveitadas para o bem geral da humanidade. Tudo vai assumindo ares de contenda na luta por poder e influência, mas permanece distante o saber da Vontade de Deus, que tece os fios do destino trazendo recompensa ou castigo. O tempo vai passando, em vez da energia de Luz que traz paz e alegria, estão sendo atraídas nuvens carregadas. Há de surgir um novo dia que propicie novas oportunidades para, com humildade, recebermos a Força e superar os desafios nesta fase que todas as falhas humanas decorrentes das formas erradas de viver estão sendo expostas.

Os seres humanos não podem continuar esperando que tudo caia do céu, sem esforço, sem trabalho dedicado. Em grande parte, os governantes pouco se dedicaram para promover o desenvolvimento e fortalecimento da população, o bom preparo das novas gerações e melhores condições de vida. As pessoas pouco sabem da vida, e sem a verdade, não há liberdade, mas apenas medo e ódio.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

ESTUPIDEZ E SIMPLICIDADE

Foi a estupidez humana que no passado gerou esta situação de calamidade. Mas é bem isso, o Brasil, um país que tinha tudo para um viver condigno está curvado de pires na mão devido à incompetência ou má fé de seus gestores. Estupidez e arrogância estão nas falas empoladas utilizadas por alguns juristas, economistas ou eruditos. É quase um exercício de ocultismo.

O pensar deve ser simples, claro, lógico; o falar também. O pensamento simples tem muito mais abrangência do que as sofisticadas ginásticas mentais que parecem querer encobrir a verdade. Mas para pensar com clareza o ser humano tem de se esforçar para ouvir a própria intuição, o eu interior que está sufocado em meio à balburdia reinante e à falta de propósitos enobrecedores. Senão passam a prevalecer as mentiras, o logro, as dissimulações dos reais objetivos, e a simulação de falsa generosidade.

A turbulência produz insatisfação fortalecendo as ideologias do ódio dos humanos contra os humanos. A educação infantil, o primeiro degrau do aprendizado, não pode ser descuidado. Na escola pública, para a formação básica, o ensino vem decaindo desde os anos 1960 e não se recuperou até hoje. Seria o caso de implantar a sugestão do ministro Paulo Guedes referente a dar oportunidade de bom preparo para a vida aos jovens no Exército, com cursos e atividades?

Os materialistas só respeitam dinheiro e poder. A democracia vai se tornando uma fachada que acoberta interesses escusos. Com sua elevada população, a China enveredou pelo caminho de produzir e exportar com preços atraentes, acumulou reserva, aperfeiçoou o sistema de governo forte em oposição ao sistema ocidental democrático que se tornou corrupto e relapso. Urge restaurá-lo, pois o modelo de gestão com mão de ferro se tornou atraente para transformar os humanos livres em servos.

A técnica é processo contínuo, mas foi interrompido no Brasil com a desindustrialização. Imagine a técnica associada ao objetivo do aprimoramento da espécie humana. Vai daí que Diógenes, filósofo grego, andava com a lanterna à procura de honestos sem encontrar. Hoje está ainda pior em todas as classes e profissões, inclusive na dos gestores públicos. A honestidade foi substituída pela cobiça de poder e dinheiro. Ler jornais era o prazer de muitas gerações para se informar, acompanhar a diversidade de ideias; hoje tudo ficou pasteurizado e tendencioso, e com isso as pessoas desanimam.

A tendência de colocar o dinheiro e a finança acima de tudo se fortaleceu após a Segunda Guerra, e tudo passou a girar em torno do aspecto econômico, acirrando as disputas e estabelecendo regime selvagem de astuciosas luta por poder e dinheiro. Os países pouco desenvolvidos se tornaram inexpressivos diante da geopolítica e por causa dos seus políticos, em sua maioria ambiciosos e despreparados para gerir uma nação. Os EUA tomaram a dianteira. A China desponta numa situação não alcançada pela Rússia, Europa, e Japão, mas a China tem sistema de gestão com mão forte sem os entraves de outros poderes. O Primeiro Ministro Chinês tem a corda na mão; bobeou, dançou.

No cenário da economia mundial, as pedras estão caindo como jogo de dominó e ninguém sabe quando isso vai parar. No Brasil, é ainda mais trágico. Faltam recursos, ficamos no atraso geral, e com a guerra política não se sabe mais o que é verdade ou invenção. Como reerguer as peças que vão caindo, desestabilizando tudo?

As engrenagens da economia vêm emperrando há décadas e atingiram o auge do desequilíbrio com a pandemia. O que o Brasil pode fazer para restabelecer atividades que permitam uma vida condigna para todos que se esforçam e equilíbrio nas contas? Urge cortar os exageros nos custos da máquina e a roubalheira. Mas como aumentar a produção, empregos, renda, consumo, progresso? Os críticos e os economistas devem pôr de lado ideologias e teorias abstratas. Como fazer as engrenagens funcionarem satisfatoriamente no combate à miséria e atraso? A população espera contribuições sérias e coerentes.

Convém que os cientistas condecorados ouçam as vozes de estudiosos mais simples que se esforçam para auxiliar os seres humanos, pois a sabedoria se encontra na diversidade, na análise objetiva, sem preconceitos ou interesses. Se continuarem como sempre, estarão agindo contra a humanidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O CORAÇÃO, O ESPÍRITO E A RETOMADA

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou, após videoconferência com os 25 membros do Conselho da instituição, que: “a velocidade e escala da retomada são altamente incertas. Enquanto dados de pesquisas e indicadores de atividades econômicas em tempo real demonstram alguns sinais de que podemos ter atingido o ponto mais baixo, juntamente com o relaxamento gradual de medidas de confinamento, a melhora até agora tem sido branda em comparação com a velocidade em que os indicadores desabaram nos últimos dois meses”.

A crise cria momento oportuno para ajustes. As pessoas precisam de trabalho e renda para consumir. Mais do que uma complexa legislação de proteção ao trabalho, como a de outros países, precisamos que haja produção, trabalho e renda que permita uma subsistência condigna e, para isso, deve ser revista a globalização que encaminhou toda a produção para a Ásia. Há no mundo uma forte pressão para endurecer o coração, o espírito para deixá-lo inoperante, sem condições para reagir e assumir o comando da própria vida com a força de vontade. Enquanto houver coração, o poder do dinheiro não será o fator decisivo de dominação, pois o espírito vai além desse poder.

Uma nação, para ter fibra, precisa da motivação certa e natural, ou seja, o alvo do aprimoramento da espécie humana tão decadente, espiritual e moralmente. Precisa manter o equilíbrio entre seus setores de produção; bom preparo de sua população e das novas gerações; não destruir a natureza com seu imediatismo e cobiça; buscar autossuficiência alimentar e controlar rigidamente as contas. O endividamento crescente fragiliza, e o país deverá estar preparado para, no pós-crise, enfrentar as armadilhas que terão de ser equacionadas. Cada país terá de se tornar forte internamente para poder continuar existindo.

A grande questão da humanidade é que os chefes de Estado deveriam buscar a melhora das condições gerais de vida, visando o aprimoramento da espécie e buscando oportunidades adequadas à sua região. Em vez disso, deixam o egoísmo e cobiça de poder e riqueza falarem mais alto lançando olhares para os recursos de outras nações. Aconteceu com gregos e romanos, franceses, ingleses, alemães, americanos e russos. Agora entrou a China no cenário que devagar foi mostrando que também quer ir ao pote. Seus métodos são como os dos outros, porém aperfeiçoados para ampliar a influência e alcançar seus objetivos. Como no passado, o suborno e a intimidação são grandes aliados.

A economia é movida pela circulação de dinheiro. No Brasil foi interrompida gerando consumo de poupança, perda de renda e empobrecimento. No mundo é mais complicado. Os Bancos Centrais estão criando dinheiro para evitar danos maiores, gerando uma chuva de dólares e euros. Indústria, comércio, agro, serviços, tudo é importante, mas muitas coisas supérfluas foram introduzidas na forma de viver. Temos de voltar ao natural sem abusos e exageros, com oportunidades para todos, menos horas de trabalho e para chegar até ele, dar valor ao ser humano e à sua vida, não apenas nessa hora crítica, para depois deixar tudo na mesma num sistema desumano. Temos de sempre valorizar a vida, a educação e o preparo das novas gerações, a cultura, o bom nível das artes estancando o continuado rebaixamento da espécie humana e da qualidade de vida.

Temos pela frente um turbulento período de embates, uma fase que vai exigir serenidade e perseverança. Nada pode ser realizado sem esforço e vigilância. Estamos num momento de ajustes e adaptação. A pressão para subjugar o espírito favorece o despreparo, a indolência e o viver concentrado na busca de prazeres mundanos, criando as condições para tornar a nação subjugada por interesses escusos de açambarcamento de seus recursos. Sem uma forte reação espiritual dos indivíduos, o declínio será inevitável.

O homem não é o “animal humano”. Os animais se orientam pelo instinto e se submetem ao adestramento. O ser humano é espírito capacitado com a livre resolução. Essa capacidade lhe dá responsabilidade no querer, pensar e agir, e colherá as consequências. Pode ser induzido ou forçado a obedecer, mas em seu íntimo pode se recusar. Deveria buscar o aprimoramento da espécie, mas tem provocado o continuado rebaixamento agindo como robô que atende às necessidades corporais, sufocando o eu interior, o coração.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

FALSOS AMIGOS

A diplomacia internacional faz lembrar antigos filmes de faroeste, em que o banqueiro emprestava dinheiro para o fazendeiro, mas próximo ao vencimento, bandoleiros parceiros do banqueiro roubavam a produção da fazenda e o proprietário ficava impossibilitado de efetuar o pagamento; ao tentar negociar, recebia um pequeno prazo e ao final tinha de entregar a propriedade. Na moderna diplomacia, os países emprestam, investem, se fazem de amigos, mas, se puderem, lá estarão farejando sangue. Se o país devedor tiver recursos naturais valiosos, então não se incomodará se o caos se instalar, incentivando a divisão política, pois em conluio com as oposições buscará o resgate em espécie.

Por isso não é de seu interesse que o país se torne forte com população bem preparada. Pobre Brasil, com essas estrelas vaidosas e loucas por poder, está afundando, fazendo o jogo dos inimigos que só têm interesse pelas riquezas naturais do país. As pessoas faziam uso do bom senso, como na fábula dos pequenos porcos-espinhos, que nas noites de muito frio ficavam juntinhos para se aquecerem tomando todo o cuidado para não se espetarem mutuamente.

No Brasil, tudo se torna mais difícil pela falta de união pelo bem geral. Os partidos e seus representantes se aglutinam por interesses; em primeira linha está a conquista do poder. Se o que é bom para o país não é bom para a eleição dos pretendentes, o país e sua população ficam em segundo plano. E seja em que país, for se digladiam pela conquista do poder e controle das riquezas.

O dinheiro público do Brasil tem sido gerido com displicência há décadas, gerando a pior situação da história, exigindo sacrifícios enormes de todos, embora a classe política não mostre interesse em abandonar os seus privilégios. Com a invasão do coronavírus, surgiram novas dificuldades que põem em risco a autonomia do país. Daí as grandes preocupações com a paralisação das atividades em geral, atingindo fortemente o desemprego.

Em algum momento as pessoas precisarão voltar ao trabalho para garantir a subsistência. O tema começa a ganhar espaço em todo o mundo mesmo sem o vírus da covid-19 estar neutralizado, pois isso talvez demore. Então, trata-se de planejar e executar o retorno à atividade essencial tomando as providências necessárias, ou possíveis, para reduzir a transmissão do vírus através do convívio profissional.

A atual crise global mostra o resultado de anos de descaso com o futuro que já se apresenta sombrio com a escassez de recursos naturais e aumento da miséria. As empresas têm de se tornar mais responsáveis pelo progresso da humanidade, reduzindo as interferências dos governantes na economia, mas há um processo inverso que visa a centralização crescente do poder. Ao permitir ao Capitalismo de Estado as mesmas possibilidades comerciais, a OMC contribuiu para o fechamento das portas de muitas indústrias na área do livre mercado.

No Brasil, além de pouca ética, há um grande atraso na educação e preparo das novas gerações. Durante o período escolar os estudantes têm de ser orientados a se esforçarem para ler e compreender os textos e, com isso, aprenderem a pensar com clareza, o que resulta do aprendizado do significado das palavras e sua correta utilização.

Um cenário caótico se acha em desenvolvimento. As novas gerações precisam ser preparadas para forjar um futuro melhor. É preciso impedir a decadência. Precisamos de governança incorruptível que busque o progresso de forma continuada. A segurança do país está na saúde, na capacidade de produzir alimentos, nos minerais, na reserva internacional. Tudo isso tem de ser bem administrado, ou daremos ganhos para aqueles que só cobiçam as riquezas.

Enfim, tudo que a humanidade faz ficou impregnado da ânsia pelo dinheiro, retirando a naturalidade e o sentido de suas atividades. Em vez de atuar naturalmente para atender às próprias necessidades de forma condigna, as pessoas estão se tornando meros fatores de atividades econômicas para o acúmulo de dinheiro e poder nas mãos da classe que se comporta como se fosse dona do planeta, deixando de lado a amplitude da vida e da Criação. Sem conhecer o significado da vida, a humanidade acabou se distanciado da sua finalidade, deixando de beneficiar tudo através de alegres atividades e de evoluir em paz.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO MUNDIAL

A ciência econômica se subordina à escassez, isto é, a limitação dos recursos ofertados pela natureza. Visando o equilíbrio deveria acompanhar as oscilações da produção e oferta de empregos; a distribuição e consumo de bens e serviços; os mecanismos financeiros da economia; a acumulação de dinheiro; as relações econômicas com o exterior; as formas de competição entre as empresas e países, e as respectivas regulamentações legais, entre outros assuntos.

Os homens inventaram o dinheiro aplicando a lei da escassez, tornando-o o bem mais cobiçado do mundo, embora o ar, indispensável à conservação da vida, é percebido como abundante. No capitalismo de livre mercado, todo o sistema ficou vinculado ao dinheiro e este deve promover a circulação da riqueza de forma equilibrada entre os indivíduos e os povos. Mas a circulação acabou sendo estagnada travando e precarizando tudo.

Uma parte da sociedade acumula bens; outra, dívidas e escassez. A ciência econômica deveria ocupar-se com o equilíbrio geral, mas na economia mundial está ocorrendo o oposto. Países como o Brasil mantinham o dólar barato com juros elevados, inviabilizando a produção e aumentando a dívida. Sem produção não há futuro. A produção foi se concentrar em regiões de mão de obra de custo mínimo e câmbio favorável para exportar, isso ocorre em países onde o capitalismo de Estado centraliza as decisões.

A globalização não será benéfica sem que haja respeito à natureza e à consideração humana de não empreender ações danosas ao próximo para satisfazer a própria cobiça. Nos moldes atuais, a globalização econômico-financeira provocou desequilíbrios em todas as direções, subverteu a classe política, separou os interesses das corporações das necessidades dos países, e rompeu os limites da individualidade dos povos. Isso acabou despertando reações adversas, pois faltou o equilíbrio sadio nas relações entre os povos para que o progresso de uns não se faça a custo da miséria de outros.

Com a dívida atual, estamos em situação pior do que na crise da dívida externa dos anos 1980, pois as políticas adotadas exportaram os empregos. Com o aumento do déficit fiscal, o Brasil será empurrado para o abismo, correndo o risco de perder a governabilidade e a autonomia.

A segurança do país está no patriotismo das Forças Armadas, na saúde, na capacidade de produzir alimentos, nos minerais, na reserva internacional, no bom preparo das novas gerações. Sem boa administração iremos transferir os ganhos para os especuladores, atravessadores e para aqueles que cobiçam as riquezas. Os países passaram a importar de tudo. Deixaram de fabricar e de exportar manufaturas. Os empregos e renda se reduziram. As dívidas subiram para sustentar o sistema. “O melhor remédio para erradicar a pobreza de um país é a geração de riqueza”, disse Vicent Fox, ex-presidente do México.

Com a baixa dos juros, sem ter onde aplicar o dinheiro foi para as bolsas elevando as cotações, mas surgiram imprevistos como a pandemia do século 21 que, ao paralisar tudo, evidenciou as incoerências provocando baixas e busca por segurança no dólar. Superar a consequente instabilidade a reequilibrar a economia são os novos desafios.

Estamos na era da aceleração dos acontecimentos. O momento exige flexibilidade e constante readaptação às novas situações que se sucedem velozmente. Necessitamos de pessoas que consigam sentir a intuição e se ponham em movimento, ver o que está faltando, o que está emperrando e ir ajustando, senão aumentarão as falhas, o tempo passará, as despesas vão superar as receitas. Sem que haja bom preparo das novas gerações a precarização geral aumenta.

Acredite se quiser, o anticristo, influencia o intelecto dos seres humanos que lhe são dóceis devido a uma certa igualdade de querer maligno, seu plano é a destruição da humanidade, que se acha submersa nas sombras de seus próprios erros, retirando-lhe a possibilidade de ter vontade própria. Por isso as criaturas humanas têm de aplicar toda a força de sua vontade espiritual para buscar a Luz da Verdade e as leis da Criação.

A vontade e a intuição são decisivas para o nosso destino. Quando as pessoas se apegam a interesses ligados exclusivamente ao material, se atam irradiando de forma pesada e negativa. Ao contrário, pessoas voltadas para objetivos elevados e nobres irradiam leveza e alegria, pois captam isso de regiões mais luminosas.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

VIVER É LUTAR

“Viver é lutar. A vida é combate, que aos fracos abate, que aos fortes, aos bravos só pode exaltar”. Gonçalves Dias (1823/1864).

O que virá após a pandemia tão confusa no que diz respeito ao seu tratamento, seja por ignorância ou por interesses escusos? Poderemos chegar ao pandemônio provocado por pessoas mesquinhas para satisfazer suas cobiças atraindo desordens nas contas públicas, na economia, no trabalho, na alimentação. Se chegarmos a isso estaremos perto do fim da civilização livre que possibilita evolução espiritual e mental.

O sistema econômico foi perdendo a naturalidade, gerando uma caótica situação em decorrência dos desequilíbrios causados por sua frágil estruturação globalizada. Uma situação bem difícil para países atrasados. Em geral, a vida empresarial se modificou muito em quase todos os ramos; os pequenos e médios empresários têm muitas dificuldades porque, com a globalização, a competição internacional se tornou feroz e desigual. Mas agora, a economia desequilibrada está sendo arrasada pelo covid-19.

A economia vinha apresentando problemas há algum tempo. O ocidente de livre mercado optou por produzir na Ásia com menor custo do trabalho. As finanças inflaram. As lutas políticas e a geopolítica impedem uma ação coordenada visando o bem geral e a melhora de condições de vida. Na China, o Capitalismo de Estado segura tudo com mão forte. As incoerências da economia deixam o futuro incerto.

É indispensável pensar seriamente no futuro. Como vai ficar a finança pública? De onde virá o dinheiro quando não houver mais arrecadação por falta de atividades? Como será resolvida a questão da massa de desempregados? Vamos ter de vender o Brasil e deixar a precarização tomar conta de tudo? Além disso, o que restou da indústria suportará o golpe? Vamos ter de importar de tudo em troca de commodities? Os governantes devem sempre agir em benefício do país e sua população, mas isso foi abandonado há décadas. Precisamos modificar esse quadro, mas a ruína que herdamos é profunda.

Em maio de 1888 era promulgada a Lei Áurea, extinguindo com grande atraso o trabalho escravo no Brasil. No ano seguinte um grupo de revoltosos despreparados destituiu D. Pedro II e começou a nova história do Brasil, um país sem rumo, presa fácil de interesses internacionais. Com tantos recursos que o Brasil dispõe faltaram estadistas sábios e patriotas que transformassem “o país do futuro” numa nação forte e autônoma onde seu povo pudesse evoluir continuadamente.

A amizade verdadeira é um sentimento nobre que se preocupa com o futuro da pessoa amiga. Hoje as amizades surgem na base de interesses mútuos, ou na expectativa de que uma pessoa possa ser útil para que outra possa alcançar os seus objetivos. Como os interesses estão em constante mudança, as amizades também. Relações pessoais, políticas ou internacionais mantêm semelhanças, uma vez que prevalecem os interesses particulares que não raro levam ao suborno e à chantagem para conseguir o que se cobiça.

O suborno ou propina é a quantia paga a alguém para induzi-lo a praticar atos ilícitos. É ampla e encoberta a prática de oferecer muito dinheiro a uma autoridade para que ela favoreça determinados interesses altamente lucrativos de grupos e países, que enriquecem a classe política e as empresas envolvidas, mas empobrece o país e sua população pela falta de patriotismo dos governantes. Tem sido praticado por todos os países, como Inglaterra, Europa, EUA e Japão. Agora a China também faz parte do grupo.

Inquietas as pessoas estão se tornando incompreensivas diante das situações adversas, indo aos limites do equilíbrio emocional, perdendo o controle. As fúrias ficam espreitando tudo, prontas para desencaminhar os seres humanos. Mas como bem disse o poeta Gonçalves Dias (1823/1864): “Viver é lutar. A vida é combate, que aos fracos abate, que aos fortes, aos bravos só pode exaltar”.

Se o viver não tiver propósitos enobrecedores, tais como a busca pelo saber, autoaprimoramento, e a vontade de contribuir para a melhora geral das condições de vida, que espécie de luta será esse viver dominado por paixões e mesquinharias? Viver é lutar por um existir humano e digno, seja qual for a idade, seja qual for a situação do ser humano. Sem alvo elevado, a vida cai numa rotina aborrecida à espera do fim sem que cada indivíduo tenha aproveitado a existência desde o início. É lamentável a atual condição humana. Viver é lutar pela libertação espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A SEMENTE ESPIRITUAL

O que é a semente espiritual? É o espírito dotado naturalmente do impulso para adquirir autoconsciência, mas que precisa do solo adequado para o seu desenvolvimento. Nasceram os seres humanos na Terra, com suas raízes no espiritual para de lá captar a energia e aplicá-la no beneficiamento de tudo e evoluir. O espírito deveria permanecer forte e progredir nas vivências, mas acabou se deixando dominar pelo intelecto.

Com o raciocínio se tornando mais forte do que a intuição, as raízes do alto foram secando e se alojando no solo perecível do mundo material. Preso à Terra o ser humano deixou de haurir a energia espiritual e foi adoecendo e contaminando tudo.

Para subsistir e subir os degraus da escada que eleva, terá agora de fazer todo esforço que puder para recuperar as raízes destruídas, mas isso somente será possível para aqueles que buscarem o verdadeiro saber da vida e das leis que regem a Criação, pois elas encerram a Vontade do Criador.

LÍDERES SÁBIOS E PATRIOTAS

Durante séculos o mundo esteve olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar, a água e demais elementos essenciais para a vida, o que gerou desequilíbrio geral. A sociedade está sujeita a crises de todas as espécies que ocorrerão com frequência; eventos que evidenciarão a estupidez dos homens em relação à própria vida e à sustentabilidade do planeta.

Em sua trajetória para evoluir, o homem foi moldando o poder para atender à sua cobiça. A humanidade não reconheceu a origem de Jesus e a amplitude espiritual de seus ensinamentos. A Igreja, criada bem depois, dominou por séculos. Veio a era do dinheiro, o fim do poder dos reis, a criação dos Estados, o declínio do poder da Igreja e da sua interferência nas decisões. Surgiu o Estado laico.

A República foi se tornando corrupta e abusada. A globalização quis uniformizar as culturas. No auge da desfaçatez da classe política surgiram líderes com patriotismo. É necessário zelar pelo país para que os recursos naturais sejam utilizados para o progresso e bem geral. Uma esperança percorre o Brasil, mas a sociedade brasileira tem de se movimentar para extirpar o veneno da cobiça e corrupção.

O regime chinês, aproveitando-se de sua vasta mão de obra de baixo custo, criou o Capitalismo de Estado dirigido pela mão dos homens fortes do partido único, com poder absoluto, que mandam em tudo sem depender de congresso ou do poder judiciário. Provavelmente esse seja o modelo que os seres humanos materialistas querem implantar no mundo, subordinando tudo apenas às leis materiais afastadas da Luz e das leis da Criação acessíveis aos espíritos ativos que não se deixaram adormecer pelas ilusões do mundo material. Cada indivíduo tem que se movimentar em busca da Verdade, de sua libertação espiritual, evoluir, construir e beneficiar. Subir por si mesmo a escada que eleva.

Nada de tão grave ocorria na economia desde 1929 quando tudo parou. Se tudo está parado não há renda; sem renda fica difícil sustentar empreendimentos deficitários. Enfim, pouco podemos fazer e decidir enquanto a economia não entrar em ritmo normal. Até lá temos de ir levando do melhor jeito que pudermos. Cada país, com amor à pátria, terá de se dedicar intensamente na recuperação em seus limites, cuidando de seu povo e sua cultura. No entanto, tirar vantagens de outros povos e outras nações é algo que tem de ser banido para que haja paz e progresso.

O Brasil pouco cuidou do preparo das novas gerações e da criação de oportunidades, um problema que se arrasta desde a Lei Áurea, mas que se agravou com a crise da dívida externa gerida pelo FMI. O consenso de Washington, o neoliberalismo e a globalização enfiaram na cabeça dos governantes que, para criar riqueza, tinham de eliminar as barreiras alfandegárias e abrir o mercado sem este estar preparado, renunciando a própria cultura. Perdida, a classe política tratou de arrumar a si mesma e assim caímos na precarização.

O mundo precisa de líderes sábios que respeitem o solo pátrio para que cada povo possa aprimorar a si mesmo e a própria cultura. Os seres humanos, dominados pela cobiça, se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos um gesto de cordialidade e consideração ou uma palavra amistosa tão frequentes em épocas passadas. Os homens cobiçosos se julgam donos do planeta e impuseram suas ideias restritas ao povo despreparado e acomodado que tudo aceitou em troca de migalhas e diversão. Assim, o mundo foi rumando para o abismo, mas acima do homem estão as leis do Criador que trazem de forma impetuosa a colheita de tudo que foi semeado. A cura está no reconhecimento e obediência às Leis do Criador.

O cérebro é uma poderosa ferramenta para atuar raciocinando em conjunto com o cerebelo cuja função é captar a intuição proveniente da alma. Infelizmente, a intuição foi sufocada. O cerebelo ficou pouco desenvolvido e o raciocínio, raramente lúcido, se tornou dominante. Temos de pensar com clareza e reaprender a ouvir a voz da intuição. No entanto, atualmente há uma forte pressão que restringe, fechando os horizontes do ser humano que deveria se desenvolver e beneficiar tudo na Criação.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

BRASIL SOB ATAQUE

As dificuldades vão perdurar além do que se poderia esperar enquanto, na calada da noite, se fazem tramas políticas contra o Brasil e sua população. A situação mundial é de extrema gravidade, os desequilíbrios se espalharam por todas as áreas: economia, política, trabalho, meio ambiente, saúde, educação e, consequentemente, virão outras crises que serão cada vez mais frequentes.

Como enfrentar a maior crise econômica que se aproxima especificamente do país? Cai a produção. Restaurantes, comércio e shopping centers fechados. Serviços básicos fechados. Eventos cancelados. Hotéis vazios. Não há circulação de dinheiro. Como pagar as contas se não há receitas? O que vai acontecer? Será a falência generalizada? Como prefeitos e governadores enfrentarão os encargos? O governo federal está no limite do endividamento? O que será do Brasil e sua população?

A cobiça pelo poder impede que haja união para solucionar a crise. Pessoas sem patriotismo fazem tudo pelo poder. Esta época requer que sejamos poupadores e façamos reservas para enfrentar o desconhecido. Estamos no limite extremo, empresas e pessoas têm de se adaptar. Temos de restringir os gastos lembrando que todos estão enfrentando as mesmas dificuldades da economia paralisada.

O Brasil tinha adentrado em fase de transição, pois corria o risco de perder o status de nação independente. Temos de zelar pelo país para que seus recursos naturais sejam utilizados para o progresso e bem geral. Apesar de tudo, ainda resta uma esperança percorrendo o país, mas a sociedade brasileira tem de se movimentar. Nós todos, sob a Luz da Verdade, como forma de gratidão ao Todo-Poderoso Criador, temos de zelar pela maravilhosa pátria que nos foi concedida na Terra.

Fala-se que diante de tantos problemas a humanidade se encontra num beco sem saída. Mas sempre há uma saída, muitas vezes não percebida por não ser procurada. Nada surge pronto. Tudo tem o começo pequeno, o crescimento, as correções e o resultado final, que sempre poderá receber alguma melhora.

Muitas vezes o bom resultado depende de como olhamos para o problema e com qual atitude: com vontade forte de resolver, ou com insatisfação e desânimo. Lutar, buscar, encontrar. A intuição surge como uma imagem ou mais de uma, que formam a sequência do caminho para a solução que estamos procurando. Vamos espalhar sabedoria, tornando-a acessível a todos que a procuram; isso é muito gratificante e salutar; é o dar para receber.

O livre mercado tem mantido o seu olhar voltado para o lucro máximo. O capitalismo de Estado se utiliza de fatores especiais de competitividade na produção e exportação que promoveram a desindustrialização em várias regiões. É sempre a cobiça dos homens que não querem assumir sua responsabilidade perante a vida e a utilização dos recursos concedidos pela natureza. Ian Bremmer, consultor sobre riscos globais, apontou o fim do livre mercado, incapaz de competir com o Capitalismo de Estado e, consequentemente, o fim das liberdades individuais e avanço da precarização geral.

Há muita insatisfação e discórdias, mas para aqueles que vivem nesta região maravilhosa, a prioridade tem que ser o Brasil, até hoje sugado pelo grupo que se refestela no poder desde 1889, sem ter contribuído para o engrandecimento e felicidade do povo, e que, por incompetência, arcaram com juros de cerca de R$ 400 bilhões por ano, deixando dívidas e ignorância.

Há pressão forte para que as pessoas mantenham o olhar para baixo, para coisas mesquinhas. Com força de vontade, as pessoas poderão perceber o que está faltando para a humanidade alcançar a condição verdadeiramente humana, construindo e beneficiando tudo ao seu redor. Falta humildade, sobra arrogância. Podemos sentir as animosidades na pele. Os seres humanos se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos um gesto de cordialidade, uma palavra amistosa que era tão frequente em épocas passadas.

Temos pela frente um penoso período de embates, uma fase que vai exigir esforço e perseverança. Nada pode se realizar sem esforço e vigilância; é uma fase de depuração. Os brasileiros têm sido indolentes e displicentes. Até 2022 teremos um período turbulento com ataques e golpes baixos contra o Brasil. Se houver esforço e merecimento, pode ser que venhamos a ter um período mais ameno, mas tudo vai depender do merecimento e esforço de todos.

A GRANDE ESPERANÇA

O Brasil precisa de esperança, confiança e ação para recuperar o terreno perdido. Os acontecimentos atuais mostram os riscos de depender de uma única fonte de suprimento. Há muitos desequilíbrios para serem sanados, mas requerem força de vontade. Os seres humanos estão abdicando de suas capacitações de examinar, ponderar, refletir de forma intuitiva, o que permite a ampliação e dominação da manipulação agora facilitada pelos novos recursos tecnológicos.

Os homens públicos têm que ser chamados para assumirem suas responsabilidades neste momento crítico mundial, com elevado nível de população despreparada. Sem circulação, a economia não anda; sem produção, a circulação se reduz. O livre mercado não tem como competir com os custos asiáticos. O Estado deve contribuir para que haja oportunidades de progresso para todos. Os artífices queriam um Estado que tivesse arrecadação e pudesse contrair empréstimos. Aí vieram os burocratas e melou tudo. O dinheiro nunca é suficiente, as dívidas crescem e tudo o mais fica por fazer.

Erigiu-se toda uma estruturação para surgir o Estado Laico e Republicano, sem a figura do rei absoluto. No Brasil, isso foi feito por um grupo despreparado em represália a D. Pedro II por este ter eliminado o trabalho escravo e que acabou entregando sua autonomia a banqueiros ingleses. Mas a população deveria ser bem preparada e o Estado não deveria ser o tutor de todos, tributando a tudo e a todos, e fazendo negociatas.

Cada povo, em seu solo e tradições, todos seguindo as leis naturais da Criação. Mas a cobiça dominou e o resto da história mostra Estados endividados, falidos, população despreparada, famílias desestruturada, cidades caóticas. O que os governantes fizeram com o dinheiro? O Estado nacional contemporâneo tem como princípio realizar a soberania política e militar dentro de um determinado território delimitado por fronteiras para proteger seus recursos naturais. As nações que se anteciparam no desenvolvimento industrial buscam suprir suas necessidades de matérias-primas e consumidores, e por isso derrubam ou chutam a escada do desenvolvimento para os demais, como explica o economista sul coreano Ha-Joon Chang no livro Chutando a Escada.

O dinheiro precisa circular para movimentar a economia. A dívida pública subiu de forma vertiginosa. O país deixou que fábricas fechassem e, consequentemente, contribuiu para a perda de empregos. O governo tem déficit e dívida alta, o mesmo ocorre com grande parte da população cuja renda caiu. Fica o dilema: como dar impulso à economia, enquanto a miséria continua aumentando? A casa estava recebendo uma limpeza de desperdícios a começar na cobertura, transferindo o dinheiro economizado para ativar a economia, mas com a invasão do covid-19 a ordem planetária foi manter todo mundo dentro das moradias, grandes ou pequenas.

A saúde é a grande riqueza; sem ela tudo o mais perde o seu valor para o ser humano que depende de seu corpo sadio para cumprir sua tarefa na Terra. O corpo é de uma perfeição espetacular; as condições de hospitalidade do planeta, também. Mas o ser humano não se esforçou para entender a naturalidade e causou danos a si e à natureza.

O mundo se defronta com a grande turbulência. Com mais de sete bilhões de pessoas e inúmeras decisões imediatistas, a situação está beirando ao caos. Veladamente, anuncia-se o fim da possibilidade de dar solução condigna aos problemas criados pelo ser humano. Há risco de que água potável e alimentos não sejam suficientes.

As casas onde se criam as leis dos homens estão desatentas. Há décadas o poder mundial, está concentrado nas finanças. Precisamos de homens sábios e responsáveis no comando, e de seres humanos que se movimentem buscando o bem, sem se deixar dominar pela indolência.

O Brasil adentrou na fase de transição pois corria o risco de perder o status de nação independente. Agora é importante zelar pelo país para que seus recursos naturais sejam utilizados para o progresso e bem geral. Circula uma grande esperança de norte a sul, mas a sociedade tem de se movimentar. O país tem sido menosprezado, pois muito dinheiro foi carreado para o exterior, apesar das nossas grandes necessidades. Nós todos, sob a Luz da Verdade, como forma de gratidão ao Todo-Poderoso Criador, temos de zelar pela maravilhosa Pátria que nos foi concedida na Terra.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7