CONHECER O SIGNIFICADO DA VIDA

Desenvolvemos muitas práticas inúteis, fúteis e superficiais, que absorvem grande parte do nosso tempo de vida, que poderiam ser abandonadas tranquilamente sem fazer falta alguma para a humanidade. A epidemia do covid-19 está mostrando isso. Algumas coisas, porém, foram postas de lado sem critério, sendo as principais, o trabalho, o estudo e a atividade física. O trabalho deveria ser mais bem pensado, com menos horas de ocupação e mais horas de estudo. O sistema 24 horas por 7 dias das semanas já se revelou antinatural, pois as noites foram feitas para o repouso.

Tudo que a humanidade faz ficou impregnado da ânsia pelo dinheiro, o que retira a naturalidade dos seus afazeres em oposição ao significado e finalidade da vida. Em vez de atuarem naturalmente para atender às próprias necessidades de forma condigna, as pessoas acabaram se tornando meros fatores de atividades econômicas para o acúmulo de dinheiro e poder nas mãos da classe que se comporta como se fosse dona do planeta, pondo de lado a amplitude da vida e da Criação, que inclui o aquém e o além, sendo tudo uma só coisa. Seres humanos intelectivos e materialistas fizeram a separação para se alienarem da vida real. Com a pressão reforçada da Luz do Criador, todas as consequências do modo errado de viver estão surgindo aceleradamente, de forma dramática, para que sejam extirpadas da face da Terra e a humanidade possa beneficiar tudo através de alegres atividades e evoluir em paz.

Para favorecer a paz duradoura é imprescindível que a educação promova a busca pelo aprimoramento pessoal e espiritual continuadamente, de forma que os estudantes se tornem seres humanos de qualidade e que tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a continuada melhora nas condições gerais; mas sem conhecer o significado da vida, permanecerão transitando por caminhos errados. E como seria a forma de viver na Terra se os humanos conhecessem o real significado da vida?

O desenvolvimento da nossa espécie refere-se ao progresso sadio, com a possibilidade de manifestar a vontade do eu interior livremente. Clarificar o espírito. Adquirir maturidade. Intuir e pensar com simplicidade, clareza e naturalidade. Por seu modo de ser, o espírito esclarecido estabelece a paz em redor de si, sem manifestação raivosa, com serena objetividade no grande impulso de atuação alegre.

As trevas dos erros humanos envolveram a Terra. Vivemos numa época caótica cuja loucura e insensatez atingem a todos, e tendem a aumentar. Se não ficarmos vigilantes, o aumento do estresse, os descontentamentos e a tristeza acabarão moldando o nosso querer. Perde-se a esperança de que as situações possam ser modificadas pela generosidade.

As novas gerações encontram o terreno minado e vão avançando em meio à escuridão. Os seres humanos nasceram livres com intuição ativa, mas deixaram o intelecto dominar e se acorrentaram aos erros, perdendo a liberdade espiritual e agora vivem como escravos do raciocínio. Só a Luz da Verdade poderá libertar os que a buscarem com toda sua força.

No mundo áspero no qual vivemos há muitos “lobos” vestidos em pele de “cordeiro”, ódio disfarçado em sorrisos, inveja disfarçada em amor e falsidade disfarçada em amizade. É com a intuição que poderemos distinguir os cordeiros reais dos falsos. Brasil, hás de ser uma pátria livre banhada pela Luz do Criador, apesar de todo jogo sujo desenvolvido pelos homens que agem como lobos assassinos dos semelhantes.

Falta união pelo bem geral. Os partidos e seus representantes se aglutinam por interesses; em primeira linha está a conquista do poder. Se o que é bom para o país não é bom para a eleição dos pretendentes, que se dane o país e sua população. E assim caminha, a humanidade, seja em que país for os homens se digladiam pela conquista do poder e controle das riquezas.

Nesta época de crise muitos gastam sua energia procurando culpados. Eles existem sim; a humanidade semeou e agora colhe. Não faltaram advertências. Nada acontece por acaso. O atuar das leis da Criação expressa inexorável justiça tecida pelos fios do destino gerados pelas ações dos seres humanos. O vento é forte. O momento é difícil e mostra a nossa pequenez. Necessitamos ter confiança na sabedoria da Luz, Força para resistir e coragem para prosseguir.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

SERÁ O FIM OU O RECOMEÇO DO BRASIL?

O que temos ensinado aos jovens que ingressam nas faculdades de economia? A questão não está no sistema, mas em quem o criou, ou seja, os próprios seres humanos que esqueceram a espiritualidade e seguiram na sintonização puramente materialista e deu nisso, a precarização geral da vida. No afã de minimizar os custos e manter os ganhos, as indústrias foram para a Ásia, mas dessa forma foram subtraídos empregos e renda. Em seu imediatismo, o ser humano destrói as condições de subsistência e também sua morada temporária.

Os ares estão mais leves, a quarentena está mostrando quanta displicência há no modo de vida frenético de produzir coisas úteis e muitas bugigangas que servem para nada. Pessoas indo e vindo desordenadamente, todos no mesmo horário lotando trens, ônibus, avenidas. O olho gordo do ganho foi o biombo que escondeu toda a insensatez e que agora foi lançado por terra pela epidemia, convidando ao bom senso e à busca do sentido da vida.

Estamos sob a tempestade bem montada. Aviões estão no chão. Ações sobem puxadas pelos ventos, mas descem quando o vento diminui. Colocou-se muita dependência na oficina chinesa, mas quem poderia pensar que algum dia ela pudesse dar uma parada? Bancos Centrais cortam os juros. Aumentam a liquidez. Recompram papéis. Evitam o caos financeiro.

A epidemia global do covid-19 ocasionou uma parada geral. Os ativos se depreciam, o PIB permanece estagnado com possibilidade de queda. Faltam empregos. O coronavírus está impactando todas as atividades. O dinheiro deixa de circular, os negócios ficam paralisados, o que acontecerá com os empregos e o PIB?

O Brasil está em clima semelhante ao dos anos 1980, com a dívida externa e sua outra face inflacionária. Tudo andava devagar. Agora a dívida está em reais, mas é gigante, e de novo andamos em clima de país endividado necessitando de dinheiro, sem alternativas para agir. Não há máscaras nem equipamentos necessários para os profissionais da área de saúde; tardiamente se percebe a importância da indústria nacional.

Congressistas e governadores demandam dinheiro, mas a renda da população em geral e dos servidores públicos se precariza. Quem está disposto a investir em produção? Exclua a carga tributária, baixe os juros e mesmo assim o importado produzido em larga escala chega mais barato. Mas o produto importado demanda dólares que estão em fuga, agora com cotação mais real.

Vivemos numa época que não preza mais a verdade. Estamos na era da pós-verdade, dos ataques à moral. O bullying e a infâmia são as armas desleais utilizadas por inimigos e pessoas de baixo nível que querem desorientar e confundir. Cada um que examine a si mesmo e às reações que teve quando atacado injustamente com falsidades e mentiras. O ser humano não é uma barata. É preciso uma forte couraça para se safar desse tipo de ataque.

Numa relação sadia com seus cidadãos, o Estado não deveria se agigantar para manter a população acomodada, desfrutando das migalhas enquanto os tubarões ficam com o filé. Um povo forte, bem preparado, não precisa de Estado grande que interfira em tudo, mas que defenda os interesses econômicos, culturais e espirituais da nação.

Dizem que o país está dividido e isso é natural porque antes todos estavam iludidos com as migalhas. Apenas uma parte abriu os olhos e viu a realidade; outros permanecem no engano. Tudo contribui para a cegueira: a imprensa, as TVs, as fakenews, mas principalmente a indolência do ser humano que vê e não quer enxergar, não quer ativar as próprias capacitações para analisar e refletir.

Passamos a importar de tudo, pois era mais simples e barato. Isso começou em 1995. Em menos de 30 anos acabamos com a indústria e o país enfraqueceu. Exportamos madeira, importamos móveis. A globalização foi o grande engano. Com dólar mantido barato artificialmente, as indústrias não puderam resistir à concorrência do importado feito com mão de obra barata. O poder está na economia produtiva não na especulação, que trouxe o desemprego, queda na renda e a precarização geral aceita pelos governantes, inclusive nos EUA. A rota da decadência prossegue. O que fará a classe política? Será o fim do Brasil como pátria livre ou um recomeço?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

GERAÇÃO DESORIENTADA

A política deixou de ser exercida por estadistas atentos ao futuro. A economia se tornou imediatista visando ganhos de curto prazo, mas no longo prazo os resultados dessa forma de agir falam por si. A economia deveria seguir seu curso em liberdade, pois a interferência governamental acaba sendo nociva, mas requer um consenso entre governo, empresas e população. Objetivos factíveis com a participação de todos.

Com a falta de preparo e indolência, a população acaba sendo manipulada em função de interesses particulares. Os políticos pensam na próxima eleição, as empresas, para o lucro imediato, e as pessoas se deixam enganar, esquecendo que o progresso é fruto do trabalho persistente. Tudo acaba perdendo a naturalidade e a consistência, tendendo ao desmoronamento. Os humanos deveriam conviver em paz e progresso, cumprindo sua tarefa melhorar as condições gerais de vida no planeta, mas em vez disso querem ser donos do mundo e ficam brigando para ver quem manda mais.

O mundo ficou convulsionado e instável, na economia não há um parâmetro dentro da normalidade, tudo subordinado a interesses daqueles que dividem a riqueza, o poder e as conveniências momentâneas. Não é à toa que o navio ameaça afundar. Na gangorra cambial, quando há renda, o real valoriza e os brasileiros importam e viajam levando dólares para fora. Quando a renda cai, o real desvaloriza, o que deixa tudo mais barato em dólar. Um sistema monetário canibal com conivência da classe política.

Como o país obtém dólares? Exportando, vendendo ativos ou tomando empréstimos, e agora, inclusive, através do mercado aberto atraindo dólares com juros altos. Desde o plano real, o dólar ficou barato à custa de juros altos para conter a inflação, permitindo importações de produtos com valor inferior ao produzido no país. Quanto isso custou? A dívida pública está em R$ 5,5 trilhões, e a indústria foi minguando, empregos sumindo, e a arrecadação em baixa exigiu aumento nas alíquotas.

Como se chegou ao descalabro fiscal? No início era tudo liberal, mas havia responsabilidade com os compromissos assumidos pelos governos. Depois veio o relaxamento na contratação de pessoal, a demagogia, as obras superfaturadas, os déficits, os juros extorsivos, a União como cobertor. Havia de onde tirar o dinheiro, mas com a crise econômica, a perda na produção industrial, nos empregos, na renda, na contenção do câmbio, tudo ficou estreito.

A má gestão, a corrupção, a forma relaxada como se permitiu o aumento da dívida pública levam à venda de ativos para reduzir a dívida monstruosa e ainda continuar devendo muito. A classe que trabalha e mal ganha para o sustento está arcando com o ônus do descuido geral.

O Brasil foi sendo sucateado e endividado. Segundo o economista José Oureiro: “O que acontece é que 20 a 25 anos de juro alto e câmbio valorizado provocaram efeitos de histerese na produção industrial. Foi um período muito longo durante o qual a indústria de transformação não investiu em modernização, perdeu mercados no exterior e permitiu que se abrisse um grande hiato tecnológico entre o Brasil e os países mais competitivos.”

A grande questão da educação é que os pais estão desorientados, não se lembram mais por que nasceram na Terra nem qual é o significado da vida. Assim, o viver vai se tornando uma chatice porque não há propósitos enobrecedores, não há rumos claros e os jovens se sentem desamparados neste mundo onde a natureza está reagindo de forma drástica. Na economia, os empregos estão sumindo e os líderes não sabem o que fazer com a massa disponível e sem renda, então as telas (de smartphones, computadores e televisão) se apresentam como uma forma de manter a turma distraída e camuflar o problema.

Não basta brigar só pelo clima. “Demonstramos que estamos unidos e que nós, jovens, somos imparáveis”, disse Greta no Palácio de Vidro, sede da ONU, onde foi aplaudida. Mas os jovens precisam ser orientados com bom preparo para compreender o significado da vida e suas leis naturais e ver que há muitas áreas para atuarem. Relaxadamente, o planeta virou uma lata de lixo, os rios uma cloaca devido à falta de saneamento e ao aumento das moradias precárias. Isso tudo têm de ser combatido pelos jovens com a mesma ênfase.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

OS DONOS DO BRASIL

No livro Os Donos do Poder, partindo das origens portuguesas de nosso patronato político, Raimundo Faoro demonstra como o Brasil foi governado desde a colônia por uma comunidade burocrática que acabou por frustrar o desenvolvimento de uma nação independente sempre permitindo a preponderância de interesses externos favorecida por agentes públicos corruptos que só pensam nos interesses próprios. Sua análise abarca o longo período que vai da Revolução Portuguesa do século XIV até a Revolução de 1930 no Brasil.

Do Brasil colônia até a tomada do poder por Getúlio Vargas, perdurou a mesma estrutura político-social que resistiu a todas as transformações fundamentais e aos desafios mais profundos de um mundo em transformações aceleradas. No entanto, após o suicídio de Getúlio Vargas, um grupo foi se articulando e aos poucos reassumiu o controle do país e, com o auxílio das comunicações, foi dopando a população com demagogia e ilusões que acabaram engessando o país com atraso, dívidas e despreparo.

Para Faoro, a renovação só virá através dos “negativamente privilegiados em relação à minoria dominante”, afirmando que enquanto houver a reprodução do estamento burocrático, não surgirão condições para o desenvolvimento do capitalismo industrial. O que se espera é que esses “negativamente privilegiados” se conscientizem da dominação estamental e forcem uma evolução ampla da nação. Surgiu um grupo cujos membros pensam e agem com os mesmos objetivos, um círculo fechado para o exercício do poder e para desfrutar o butim, as riquezas, as benesses do poder, e que perdura até nossos dias e lutam com todos os meios para que nada atrapalhe seus planos de domínio do país.

Não surgiu uma Nação para o povo e, sim, para a perpetuação do poder daqueles que se posicionaram como donos do Brasil e de sua população. A alternativa se encontraria no livre desenvolvimento de um capitalismo industrial que ensejaria a criação de uma sociedade nacional conscientizada, apta a desenvolver “uma cultura genuína”. Mas com a política de valorização do real na base de juros elevados por período de quase trinta anos a indústria foi desaparecendo e com ela a experiência técnica. Os importados eram baratos, mas não havia mais empregos.

Hoje invoca-se tudo no exercício do poder, mas são criações humanas. Nem os profetas, nem Jesus Cristo criaram religiões. No geral, a humanidade permanece alheia ao significado da vida e suas leis. Mais do que ideologias teóricas e religiões, o pano de fundo dos gestores públicos e seres humanos deveria ser a busca do aprimoramento da espécie e a continuada melhora das condições gerais de vida.

Na China, a região de Shenzen, com mão de obra barata, seriedade na gestão, câmbio depreciado, produziu para o mercado externo e acumulou dólares. No Brasil, foi criada a zona franca de Manaus, que ajudou a proteger a região com um monte de incentivos, câmbio favorecido para importar com financiamento especial, mas virou corredor de importados e ainda precisou do xerife Romeu Tuma para coibir um brutal desvio de dólares.

A amizade verdadeira é um sentimento nobre que se preocupa com o futuro da pessoa amiga. Hoje as relações pessoais ou internacionais surgem na base de interesses mútuos, ou na expectativa de que uma pessoa possa ser útil para que outra possa alcançar os seus objetivos, com sedução ou corrupção. Como os interesses estão em constante mudança, as amizades também. Mas o extremo dessa situação é quando há o chamado “pato” envolvido na falsa amizade. Isso vai além da diplomacia, pois envolve bajulação e prestatividade que desaparecem uma vez alcançado o alvo, o benefício próprio.

A quem interessam as consequências econômicas negativas do coronavírus? O mundo continua precisando de comida. O Brasil pode e deve produzir, vender com preço justo e aplicar os resultados na melhora geral. Há união do povo no combate ao vírus, mas os políticos permanecem em sua campanha tenebrosa para conservar o poder. As pessoas têm um pressentimento de que a crise vai passar, mas ao término dela o aumento da pobreza estará bem nítido. O Brasil, fragilizado há décadas, estará mais frágil ainda diante das sombrias cobiças. Dos pobres, a globalização só retira, mas indica que é hora para aproveitar os talentos que cada país possui para produzir mais internamente. Coragem Brasil.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

2020 NÃO É 2002

Dizia-se que 2020 seria um ano de renovação. Havia uma expectativa de melhora geral no Brasil e no mundo. De repente, chegou a epidemia do coronavírus e tudo foi parando. Assustaram a todos e aos idosos mais ainda. A orientação é: “não saia de casa para não morrer; não deixe que saiam de casa para não matar”. Ficar em casa, desacelerar é o que a humanidade precisa, mas isso deve ser acompanhado de um esforço para entender a trama dos fios do destino que nos levaram a isso. Um momento significativo na história propício para introspecção sobre o que é a vida, tão fragilizada nesta fase de inquietação mundial.

O ano de 2020, do qual muito se esperava, surge como algo semelhante a 2002, o ano seguinte ao atentado de 11 de setembro, que provocou uma ruptura com o século 20 e havia a esperança de tempos menos perturbados. Ambos formam o quatro. Mas agora as pessoas começam a perceber os estragos da paralisação num mundo movido a fluxos de dinheiro. A inquietação e a aflição vão aumentar.

Sabemos que a partir dos anos 1990 a economia desandou e surgiu o capitalismo de Estado com superforça competitiva entre as nações. Os países pararam de fabricar, os serviços não são suficientes para sustentar. De lá para cá faltou empenho na busca das causas da decadência e aumento da precarização geral da vida.

Países superendividados. Os juros baixaram, houve uma corrida para a Bolsa que, com a crise, mostra sua inconsistência cotando empresas abaixo do seu valor real. Hoje a falta de seriedade é geral e não existem fontes confiáveis, tudo virou luta política. A globalização é antinatural por uniformizar tudo e todas as culturas, e colocar as pequenas e médias empresas em confronto direto com o capitalismo de Estado, não tendo como sobreviver.

O coronavírus caiu na sopa. Está em andamento um processo de desmantelamento geral. O que poderá resultar disso? Trata-se de uma questão para os pesquisadores e esse assunto tem que sair da esfera da luta política para que se possa examinar os fatos objetivamente. Saúde, economia e aprimoramento da espécie devem ser as metas da humanidade.

Há décadas vivemos em plena guerra econômica que agora se acirra visando aumento de riqueza e poder. Os países e a população são manipulados diariamente sem perceber. Tudo faz parte do jogo onde os ganhadores são sempre os mesmos enquanto aumenta a precarização geral.

Na vida e mais ainda nas crises é fundamental o sentimento intuitivo voltado para o bem e os pensamentos nessa mesma direção. Essa é a forma adequada como deveriam agir os humanos, a única espécie que possui a capacitação de livre resolução. Mas tudo conspira contra, a começar pela falta de força de vontade voltada para o bem e, de todas as formas, os seres humanos vão sendo empurrados para os baixios da vida, na TV, nos filmes, muitos deles causando puro desânimo e perda de esperança na humanidade, contribuindo para aumentar o alarmismo e medos. Falta a autêntica solidariedade. Só conta o dinheiro e o poder.

Há dois mil anos os ensinamentos de Jesus caíam como água da vida sobre a população simples que não tinha cobiça de poder. Os poderosos temiam perder o controle do povo e por isso fizeram uma campanha de calúnias, culminando com o processo e condenação do Filho de Deus. Em Lucas 21.11 e 21.36 são mencionados os tempos vindouros de aflições e da vinda do prometido Filho do Homem. “Trata-se da profecia da vinda do Filho do Homem, dada como estrela de esperança e, não obstante, também como severa advertência, pelo Filho de Deus”. (Na Luz da Verdade Mensagem do Graal, Abdruschin).

Amor é severidade. A crise se reveste de um chamado ao ser humano. Depois da tempestade vem a bonança. Os auxílios da Luz sempre estão disponíveis, mas é preciso a gratidão, os pensamentos voltados para o bem, e a confiança de que tudo se encaminhará para o desfecho certo de acordo com as leis do Criador.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O CHOQUE COVID-19

Após 25 anos de juros extravagantes, veio a baixa. Aqueles que tinham se habituado a manter o consumo com a renda fixa perderam o rumo e foram seduzidos pela renda variável sem perceber que tudo já estava superavaliado. Com a queda dos rendimentos, ficaram falando sozinhos. Agora os países já endividados vão sendo seduzidos para ampliar o gasto, mas como não emitem, teriam de aumentar a dívida, o que poderia conduzir ao cadafalso pelos governos irresponsáveis e aproveitadores. Como aumentar a produção, emprego e renda? Depois de décadas de imediatismo econômico e desmazelo no trato da finança pública, o coronavírus põe tudo à mostra.

Está parecendo filme de James Bond. Há boatos que falam de jogada da China em parceria com os globalistas. Artigos em jornais especulam que a economia da China poderá tombar. Mas o que está se passando no planeta? Estatísticas externas indicam que o vírus mata e contagia com facilidade. Para religiosos se trata do começo do fim. Procurando por um pouco de lógica nos acontecimentos, religiosos dizem que a humanidade semeou ventos e colhe tempestades, mesmo assim não querem saber da Vontade de Deus. Estamos atravessando a grande crise gerada pelo ser humano que abandonou a intuição, a voz do espírito.

O projeto de globalizar a produção mostra as consequências. O que farão os 7,8 bilhões de habitantes da Terra? A crise do vírus mostra as superficialidades da humanidade e adverte sobre o seu modo de viver extravagante que transformou a vida em renhida luta pela sobrevivência.

Em 2020 estamos enfrentando uma situação inédita. Tirando farmácias e remédios, a economia está parando. A crise pegou a todos meio desprevenidos, mas esperançosos de melhoras. Ninguém sabe qual será o pacto global, nem quais serão os desfechos determinados pelas leis da Criação.

Alguém está planejando como lidar com essa interrupção geral? Se não houver bom direcionamento, o planeta poderá cair no caos. A mídia continua em campanha de informar e assustar. Prevenção e cuidados são necessários e importantes, mas pânico não. Estamos atravessando uma época muito difícil. Querem parar o Brasil? As trevas se revolvem procurando oportunidades para semear ruína.
Essa época difícil exige muita vigilância e oração sincera. A parada forçada cria nas pessoas um clima estranho de aposentadoria. Temos de impedir que inquietação e a intranquilidade nos atinjam, fazendo reflexões com sinceridade e bom senso. Para que nascemos? Muitas pessoas continuam fazendo barulho sem querer entender que a indolência espiritual é a causa da ruína no planeta.

Mais de quatro milhões de anos foi o tempo necessário para que o planeta adquirisse as condições de vida e sustentabilidade, o mundo em equilíbrio pela automática atuação das leis naturais da Criação. “Mediante a vontade e os pensamentos, os seres humanos dirigem os destinos de toda a Criação posterior, bem como os deles mesmos, e nada sabem disso. Favorecem o florescer ou o fenecer, podem alcançar soerguimento na maior harmonia ou também aquela confusão caótica que atualmente se dá! Ao invés de construir sensatamente, malbaratam desnecessariamente o tempo e a energia com tantas vaidosas futilidades”. (Abdruschin, Mensagem do Graal, vol.2)

A condição essencial para controlar surtos de vírus é a higiene. Cumprimentos muito próximos são problemáticos, vamos evitar beijos e abraços, todos vão entender e colaborar. Mantenha as mãos limpas, cumprimente com um sorriso. Ensinem as crianças a terem mais confiança.

O Brasil precisa de um renascimento espiritual, ético, moral, econômico. Alvos nobres que devem contar com a participação de todos, cuja prioridade seja a construção de um país digno, que busca a melhora das condições gerais de vida com autonomia, equilíbrio, eficiência, continuado progresso, melhora da qualidade humana de sua população tão descuidada pelo poder público. Mas não é tarefa fácil dada a cobiça pela cadeira do Presidente. Cada indivíduo tem que se movimentar em busca de sua libertação espiritual, seus sonhos de evoluir, construir e beneficiar.

Os auxílios da Luz sempre estão disponíveis, mas é preciso a gratidão, os pensamentos voltados para o bem, e a confiança de que tudo se encaminhará para o desfecho certo de acordo com as leis da Criação. Coragem, perseverança, força, serenidade, confiança no Criador Todo-Poderoso. Cultivando a gratidão, a paz e a vontade voltada para o bem, a alegria virá.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A ERA DAS TREVAS NO SÉCULO 21

A “Idade das Trevas” é uma delimitação temporal da história que apresenta a estagnação cultural e econômica que ocorreram na Europa em decorrência do declínio do Império Romano do Ocidente. Esse período do ano 476 a 1453, também denominado “Idade Média”, com a conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos-otomanos, foi dominado culturalmente pela religião. Foi uma época de avanço das trevas e obscuridade em que a original Mensagem de Luz trazida para a humanidade por Jesus foi sendo desfigurada por falhas de memória, alterações e inserções mais condizentes com a vaidade humana. Foi um período que manteve a humanidade estagnada em sua evolução espiritual.

O Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália do século 14, se estendendo até ao 17 por toda a Europa. Os renascentistas se colocaram como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvidos por gregos e romanos, dando ênfase ao intelectualismo materialista fazendo renascer a cultura da antiguidade, menos no que tange ao saber sobre os Entes da Natureza, reconhecidos por gregos, romanos e outros povos, embora com outros nomes, e que foram relegados à confusa mitologia.

Para os iluministas do Renascimento, a Idade Média era o tempo da escuridão mental e ignorância. Durante o Renascimento, convencionou-se chamar a Idade Média de Idade das Trevas, mas na verdade a idade das trevas perdura até nossos dias, pois o avanço do intelectualismo se voltou inteiramente para o materialismo sufocando o pouco de espiritualismo que havia restado do passado.

Dois fatores foram progressivamente reduzindo a influência e interesse pela religião: a evolução do dinheiro e a Revolução Industrial, mas podemos dizer que ao lado dessa última teve início a revolução financeira que a tudo afetou. A economia e finança passaram a ser a grande motivação das nações e dos homens do dinheiro, a geoeconomia. A Inglaterra e a França queriam assegurar suprimento de recursos naturais, matérias primas, energia e mercados para as manufaturas, e adentravam pelo sul para constituir colônias. Nesse ínterim, os Estados Unidos iam se fortalecendo e acabaram afirmando que a América era dos americanos através da Doutrina Monroe. A Alemanha entra na conversa, com população disciplinada foi galgando posição na técnica com produtos de boa qualidade e preços competitivos. Com o avanço econômico e da competitividade da Alemanha, a economia ia se complicando chegando aos embates da Primeira Guerra Mundial.

O SÉCULO 20

Os alemães foram sendo conduzidos para o materialismo místico, pondo de lado a clareza das leis da natureza, queimando livros contrários à sua ideologia. A Inglaterra e os Estados Unidos avançaram no controle do dinheiro e das finanças. A Alemanha, se ressentindo disso, tenta buscar outro caminho para evitar depender de capital externo, gerando atritos irreconciliáveis que deram origem ao mais trágico embate, a Segunda Guerra Mundial que se estendeu de 1939 a 1945 com muita destruição e sofrimentos.

No pós-guerra surgiu um alento, a humanidade queria paz e progresso e houve um período de leveza propício para reflexões sobre o sentido da vida, mas prevalecia a cobiça por riqueza e poder. O mundo foi caminhando para o desenvolvimento tecnológico e inovações. Logo ficou evidente que muitos países ficariam para trás na educação, avanço científico e tecnológico passando à condição de dependentes nas finanças e tecnologia, restringindo-se ao fornecimento de alimentos e matérias-primas.

A situação foi caminhando com alguma melhora na qualidade de vida, até surgirem as crises financeiras, o endividamento público e a globalização da produção. O dinheiro se tornou o grande ídolo. As corporações foram produzir na China onde a mão de obra era muito mais em conta, e todos eles estavam satisfeitos com os resultados. Aparentemente não haveria mais razão para guerras, a globalização era a solução preferida. Com preços imbatíveis, a China foi penetrando nos mercados inviabilizando a produção industrial local.

O SÉCULO 21

Tudo caminhava a contento, a China enriquecia e ia adquirindo a nova tecnologia passando a produzir produtos de qualidade, almejando ter moeda forte. Até que os americanos descontentes elegeram Donald Trump que dizia “América primeiro” e passou a tomar medidas para atender às necessidades do povo americano, contrariando os postulados da globalização.

Veio a guerra comercial e o recrudescimento da geoeconomia. No Brasil, Jair Bolsonaro foi eleito sem o apoio da mídia, surpreendendo a classe política acomodada no poder há décadas. Eis que os chineses são atacados pelo Covid-19, o novo coronavírus, e não divulgam logo a gravidade da doença que ataca o pulmão, e tudo está parando. Cidades inteiras fechando o comércio, parando de produzir, de vender, receber e pagar. A situação é tanto mais grave pelo artificialismo do sistema econômico global que fechou fábricas, desempregou e deixou os papéis da bolsa irem subindo sem consistência, e tudo foi caindo. Bancos Centrais falam em despejo de dinheiro para acalmar os mercados, mas e a produção?

Estaria a humanidade sendo conduzida para o beco sem saída e não está vigiando nem orando? Nem percebendo? Durante décadas, as autoridades assistiram passivamente a proliferação de comunidades com moradias precárias em áreas de alto risco e a população manipulada para fins eleitorais. Um cômodo para toda a família, como falar em isolamento? Os estrategistas precisam buscar soluções para contornarmos as dificuldades na saúde e na economia para impedir o declínio do Brasil e seu povo.

Há décadas vivemos em plena guerra econômica que agora se acirra visando aumento de riqueza e poder. Os países e a população são manipulados diariamente sem perceber. Tudo faz parte do jogo onde os ganhadores são sempre os mesmos enquanto aumenta a precarização geral.

Vivemos os tempos das epidemias e outras catástrofes, mas os seres humanos continuam dominados pela cobiça de poder, deixando a humanidade sujeita a projetos de supressão da liberdade. A era das trevas é hoje com a humanidade conduzida para o superficialismo desde longa data e agora sujeita aos artifícios da guerra de comunicações com múltiplas formas de influenciar as pessoas de modo que elas não se conscientizam da manipulação. A humanidade deveria se voltar para a compreensão do significado da vida e da situação em que deixamos o planeta e o Brasil. Afinal, para que nascemos? A humanidade tem de avançar para além do materialismo e se esforçar para encontrar a Luz da Verdade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PAPEL DO ESTADO

Com mais de sete bilhões de pessoas e inúmeras decisões imediatistas, a situação mundial está beirando ao caos. Os meios de comunicação, veladamente, anunciam que não vai dar para resolver todos os problemas criados pela humanidade. Nas casas onde se criam as leis dos homens prevalecem interesses particulares. O mundo precisa de homens sábios no comando e de seres humanos que se movimentem incansavelmente buscando o bem.

Nestes dois milênios depois de Cristo, tivemos praticamente quinze séculos de imobilismo nos quais as comunidades não atingiram o apogeu de seu desenvolvimento. A partir do século 15, houve uma ruptura e começaram a surgir mudanças. As comunidades se transformaram em nações e estas em Estados soberanos que passaram a interferir profundamente nas atividades, regulamentando a vida. Três poderes se confrontam: o religioso, o do Estado burocrata, e o econômico que, crescentemente, amplia a sua influência. Por trás de tudo isso, sempre estiveram os próprios seres humanos que, ao invés de buscarem intensamente o reconhecimento e atuação conforme as leis da Criação, sempre disputaram o controle das riquezas, a influência e o poder. Assim, as incompreensões permaneceram e a missão de Cristo não foi reconhecida com exatidão.

A estruturação do Estado nacional contemporâneo tem como objetivo exercer a soberania política e militar dentro de seu território delimitado por suas fronteiras. O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, aglutinando as pessoas que vivem no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião, moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado, ou seja, do país.

Surgiu o Estado Laico e Republicano, com a capacitação de definir a moeda do país, sem a figura do rei absoluto. Mas a população deveria ser bem preparada e o Estado não deveria ser o tutor de tudo e de todos, tributando e se envolvendo em negociatas. Cada povo, com sua pátria e tradições, todos reconhecendo e seguindo as leis naturais da Criação. Mas a cobiça por riqueza e poder dominou, e as consequências estão evidentes: Estados endividados, falidos, população despreparada, cidades caóticas.

O Estado tem de contribuir para que haja oportunidades de progresso para todos, mas os teóricos queriam Estados que tivessem arrecadação e pudessem contrair empréstimos no mercado. Aí vieram os burocratas e melou tudo. O dinheiro nunca é suficiente, as dívidas crescem e tudo fica por fazer. A classe política e a burocracia se voltaram prioritariamente para conservar seus privilégios e posição no poder. Mas o que eles fizeram com o dinheiro?

A rede de poder mundial está consolidada há décadas. Tudo foi seguindo de forma indolente, sem chances de renovação. O declínio ético e moral está se ampliando. Com o agravamento da situação e a insatisfação crescente, surgiram os chamados populistas que cativam as massas propondo novas ideias, visando a seriedade na gestão pública.

Com a crise epidêmica do coronavírus em escala global, está ocorrendo um clima de ansiedade e inquietação que se amplia com o bombardeio de informações derrubando a economia. Mas a crise é uma grande advertência, chamando a atenção dos seres humanos sobre a forma displicente e irresponsável como estão vivendo. No entanto, a atuação das leis naturais da Criação exigirá que tudo se torne novo no viver.

A República, proclamada em 1889, veio sem preparo, fruto de um golpe de vingança contra o Imperador e a Princesa Isabel que aboliram o trabalho escravo, pois a economia do Brasil não poderia continuar naquele sistema ultrajante. Nas várias etapas seguintes de governo faltou o impulso para formar um país independente, apto a conceder boa qualidade de vida a todos que se esforçam.

A saúde é a grande riqueza do ser humano para poder cumprir a sua tarefa na Terra; sem ela, tudo o mais perde o seu valor. O corpo é de uma perfeição espetacular, as condições de hospitalidade do planeta também. Mas o ser humano se afastou da naturalidade e causou danos a si mesmo e à Natureza. Como diz Roselis von Sass, na obra O Livro do Juízo Final, “O efeito protetor da aura dos seres humanos foi rompido e comprometido, pois as cores originais possuem efeitos magnéticos defensivos”, que foram perdidos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O DESTINO DOS POVOS

Nos anos 1970, Brasil, China e Coreia do Sul estavam emparelhados. De fabricante, o Brasil passou a importador de tudo. Perdemos terreno nos empregos, na tecnologia, na educação. Mas o momento mundial é muito difícil e o país tem de ficar vigilante, pois há muitas armadilhas nos déficits, no câmbio, na falsa diplomacia, e por isso temos que depender o mínimo possível das forças globais.

O filme “Indústria americana” (Netflix) mostra na ficção o que poderia estar ocorrendo na realidade numa indústria chinesa montada nos Estados Unidos. Nela ficam evidentes as grandes diferenças na política, economia, trabalho e crenças, entre o capitalismo de livre mercado e o capitalismo de Estado. A globalização está misturando água com azeite, o que está gerando desemprego e dificuldades. Então, o que vai ocorrer? A água vai virar azeite ou o contrário e tudo será um sistema só gerido de cima para baixo com mão forte sem liberdade e sem alvos transcendentais?

Cada povo deveria ter a oportunidade de construir seu futuro de tal forma que as condições de vida fossem recebendo melhoras, o que pressupõe uma população lúcida, empresariado e estadistas sérios e competentes, que visam progredir em paz e com sustentabilidade.

Em tempo de crise, o carnaval de rua abre oportunidades para jovens e adultos se divertirem sem gastar muito. As ruas são fechadas, os trios elétricos de alta potência criam o clima. É o grande entorpecente oferecido ao povo. Como diz a canção: “Tá todo mundo de ressaca. Ninguém aguenta mais. Eu vou mandar parar. Vai todo mundo pra casa curar” – a si mesmo e ao Brasil abusado de múltiplas formas, internamente e externamente.

Outra questão são os enigmas do dólar. Transformado em mercadoria, o dólar também fica sujeito à lei da oferta e procura, mas o dinheiro não é mercadoria comum, pois é influenciado pela taxa de juros. Juros altos atraem dólares e a sua entrada baixa o preço. Com juros baixos, reduz-se o interesse, os dólares se afastam e seu preço sobe. Além disso, o momento é instável com a guerra comercial entre EUA e China, as disputas geopolíticas e o globalismo.

Preocupações com o impacto do coronavírus na economia também são citadas como fator de instabilidade pressionando a cotação da moeda. Desde 1994, os governantes vêm combatendo a inflação com juros altos e dólar barato, favorecendo importações, prejudicando a produção. Além dos juros altos, praticaram o swap cambial para segurar o dólar, o que propiciou bons ganhos no mercado.

Em diversas épocas, sábios e profetas, especialmente enviados, trouxeram mensagens de humanização e elevação. O ensinamento básico do Mestre Jesus: “Ama a teu próximo como a ti mesmo”, ampliado por Abdruschin: “Não causeis mais nenhum sofrimento ao próximo, a fim de satisfazer com isso uma cobiça própria”, não tem sido seguido. Então, o crescimento do caos e da miséria pelo mundo surge como consequência lógica.
Não importa o nome, mas as mudanças climáticas estão ocorrendo, afetando a vida com frio intenso, calor excessivo, chuvas e tormentas, causando efeitos no solo e na água potável. Tudo isso tem de ser considerado. Como trabalhar a céu aberto em pleno meio-dia com temperatura de mais de quarenta graus? Não podemos esquecer da natureza no preparo das novas gerações. A natureza sempre doadora contém tudo que sustenta a vida; nela se encontram biologia, química, geometria e tudo o mais obedecendo leis lógicas que impulsionam o desenvolvimento. Compreender a natureza humaniza o ser humano.

Em meio a vendáveis tormentosos e transformações aceleradas, o velho modo de viver vai mostrando vestígios de esgotamento e, no desenvolvimento progressivo, terá de ceder o lugar para o novo que despertará as individualidades dos povos e a universalidade estará no reconhecimento e respeito às leis da Criação. Somos todos seres humanos convivendo na Terra para alcançar evolução.

Em meio ao atordoamento malsão este momento é para parar e refletir. Esta é a hora da humanidade se esforçar para interpretar corretamente a Criação e suas leis e se ocupar sinceramente em pesquisar qual é a finalidade da nossa vida na Terra. Reconhecer e respeitar as leis da Criação representa tudo porque o ser humano estará atuando com sua plenitude de corpo, alma e espírito.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O AVANÇO DA PRECARIZAÇÃO

A falta de oportunidades avança pelo mundo. Com o fechamento de fábricas e o aumento da automação, além do grande endividamento geral e da consequente estagnação da economia, sobraram os serviços cujos salários são menores e nem sempre oferecem vagas. Perdeu-se o aprendizado técnico e as habilidades indispensáveis como: conhecimento e preparo para a vida; capacidade para aprender sempre; conhecimento técnico do trabalho; vontade de fazer bem feito e melhor. Quem depende de salário fixo ficou fragilizado, uma vez que o custo de vida vai aumentando e há contínua pressão para baixar as remunerações. Agora o serviço público, muito abusado nas esferas altas, segue nessa tendência também.

O Brasil manteve o regime escravocrata de trabalho por 300 anos, o que gerou a tradição de pagar mal aos trabalhadores em geral e remunerar bem os apaniguados e nababos do judiciário, do legislativo, das estatais e dos órgãos de poder, dando-lhes o status de servidores do rei, considerando os professores como trabalhadores comuns de salário baixo. Então, o custo dos servidores precisa ser detalhado para que não haja incompreensão.

A democracia deve lidar com as dificuldades antes que elas se tornem problemas insolúveis. É incompreensível a rigidez de senadores, deputados e vereadores, que priorizam os próprios interesses, deixando o país e sua população em plano secundário. Os governantes, como bons zeladores, têm de estar comprometidos com o bom uso dos recursos nas coisas simples de todos os dias que fazem a sociedade funcionar, mas, ao contrário, preferem gastar o que têm e o que não têm em obras faraônicas que rendem mais e chamam a atenção dos eleitores, e com isso vão aumentando a dívida pública.

Cálculos do Ministério da Economia indicam que a redução da Selic gerou, apenas no ano passado, uma economia de R$ 68,9 bilhões no serviço da dívida. Por aí se vê como foi a sangria financeira: uma barbaridade, pouco comentada, pouco analisada. Debilitada, a economia do Brasil tarda a se recompor. Quanto mais a dívida subiu com juros elevados e displicência nas contas pública, mais a economia foi parando. Mas o problema não é só a dívida, como também a burocracia arrogante, a corrupção galopante, a educação em retrocesso, o avanço dos importados de forma desequilibrada e o desemprego. Revertendo tudo isso, o país poderá retornar aos caminhos do progresso.

Neste ano teremos eleições municipais. É nessa época que aparece algum movimento cosmético buscando a reeleição, mas no geral tudo cai no abandono por falta de competência e interesse pelo bem das cidades. Como disse o professor Valter Caldana, da USP, com os eventos que vão se repetindo com mais frequência há que se fazer programação preventiva sistemática nesta cidade mal planejada, cuidando todos os meses das questões básicas, como limpeza, permeabilização, calha dos rios, lixo nas ruas e obras maiores. Mas o descaso é geral e no serviço público é assustador. Não há zeladoria nas cidades.

O avanço da tecnologia deveria contribuir para elevar o espírito humano, mas está contribuindo para o esvaziamento das capacitações, podendo transformar cada indivíduo num ser insensível que não sabe desfrutar das suas horas de lazer para se instruir e se aprimorar, optando por jogar fora o seu precioso tempo em bebedeiras e badernas. Mas é carnaval, outrora um momento de descontração e festa popular, hoje uma fase de inquietação e insegurança com vários riscos para as pessoas em geral porque o bom senso perdeu terreno e tudo que se imaginar de ruim e perigoso pode acontecer. Em Brasília já surgiram problemas nos festins com bebedeiras e drogas. Os pais que cuidem de seus filhos, pois a experiência poderá se revelar bem amarga, tanto nos salões como no carnaval de rua que criam uma atmosfera propícia ao desregramento e irresponsabilidade.

No mundo, ainda prevalece a questão das castas superiores e inferiores, uns sobre os outros e não lado a lado, progredindo em conjunto. Nesta época difícil com incompreensão, medo e ódio, é difícil manifestar o que pensamos porque as pessoas têm as suas paixões e só querem se basear em suas próprias pseudoverdades sem analisar objetivamente os fatos. Muitas pessoas não querem examinar a realidade do significado da vida e suas leis. Necessitamos de coragem, cautela e vigilância.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7