PARADOXOS DA ECONOMIA

A economia vive um momento paradoxal. De um lado há grande volume de produção de bens de consumo que não consegue ser absorvido no curto prazo. De outro lado, há uma grande massa ansiosa por consumir, mas que sofrendo os efeitos da precarização geral, com a renda espremida entre a sobrevivência e dívidas contraídas, fica fora do mercado consumidor. Empregos e rendas diminuem.

Criou-se um labirinto que concentra a produção na Ásia onde mais de 400 milhões de pessoas foram integradas na indústria através de uma poderosa máquina de produzir, com equipamentos disponíveis e farta mão de obra, oferecendo produtos de razoável qualidade a preços imbatíveis, aliados a um mecanismo cambial favorável, que vai eliminando a concorrência, a distribuição e comércio nos Estados Unidos. Uma crescente ameaça de recessão vai se desenhando.

Através do modismo criado pela propaganda, as marcas bem-sucedidas conseguem escoar a sua produção. Mas a grande massa de pessoas empregadas mal tem tempo para dormir, quanto mais para estudar e fazer compras. Estamos engrossando o número de seres humanos sem profundidade, sem assunto, sem clareza para pensar no geral da vida, e que como máquinas inertes, não se comunicam com o eu interior.

A situação do comércio poderá se tornar problemática, evoluindo da estagnação para a depressão econômica. Então, como se arranjarão as grandes estruturas de comércio com seu elevado custo fixo? Como os emergentes poderão resistir à queda nas exportações e nas receitas fiscais? Os acordos que permitem a entrada de mercadorias através de empresas montadas em zonas de livre comércio poderão ruir ao alvorecer da era Trump que planeja implantar um novo modelo de comércio internacional mais fechado.

As grandes potências se movimentam para conservar mercados e ampliar o poder, e murmúrios de guerra começam a ser ouvidos pelo mundo. Não se trata apenas de assegurar o ganho em dinheiro, mas como o planeta conta com mais de sete bilhões de almas encarnadas, o drama da limitação dos recursos naturais fica em evidência.

Muitos países utilizam financiamento externo para cobrir o déficit nas contas, pois o usual tem sido transformar o ganho em dólares, a moeda padrão global, cerceando a acumulação fora do mercado financeiro global. Tomar empréstimos com adequado planejamento é fato usual, no entanto, os governos raramente olharam para isso deixando as dívidas crescerem até o ponto que o mercado financeiro corta o crédito e assume as rédeas.

No giro da história, a roda do destino sempre traz o retorno das ações boas ou más, egocêntricas em benefício próprio de quem as praticou. Um problema global cujas consequências se manifestam inexoravelmente porque não há mudança de atitude dos humanos que se julgam donos do planeta, mas começam a perceber a sua impotência diante da força das leis da Criação. Sem a sincera vontade para o bem, os efeitos revelam as reais intenções. Somente com uma nova sintonização a humanidade poderá encontrar o caminho que escapa do abismo.

Preço baixo é bom. Quanto mais libera para importar, mais fecha para a indústria local com mais corte nos empregos. No interior dos outlets internacionais, mesmo convertendo o dólar a R$4,00, os preços são competitivos, mas sem emprego regular poucos podem comprar.

Líderes desconhecedores do significado do dom da vida, em vez de incentivar a busca da Luz da Verdade para uma nova construção em paz, seguindo as leis da Criação, ofereceram as sombras da insatisfação e descontentamento, semeando revoltas e subversão. Os anos 1950/60 assinalaram um momento decisivo para a humanidade. Fidel Castro surgiu como um líder carismático, e que como tantos outros aderiu ao lema “os fins justificam os meios”.

A ausência de espiritualidade pressentida pelo ser humano, de forma consciente ou não, gera a sensação de que algo está faltando na vida vazia sem sentido elevado. A cultura do século 21, criada pelo raciocínio com primazia nas finanças, cuida de preencher essa lacuna através do consumismo e da busca pelo prazer imediato, cerceando a natural visão transcendentalista do futuro. Com o passar do tempo vai surgindo saturação mental e emocional, pois o ser humano anseia naturalmente por algo mais do que o mundo material pode oferecer.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O FUTURO E A FORÇA DA VERDADE

Por que o homem nasce na Terra e dura pouco? Seria tolice supor que o nascimento do ser humano é um acontecimento ao acaso após toda evolução do planeta e das espécies, para surgir o homem com capacidade de raciocinar e tomar decisões, mas que acabou esquecendo que está atrelado às consequências de seus atos.

Muitos países, com exportações em nível inferior aos seus compromissos em dólar, acabaram se tornando dependentes de financiar seus déficits nas contas externas. Um novo choque nos juros americanos certamente trará consequências nas cotações do dólar que afetarão as contas e os bolsos da população. Isso também vai afetar o volume de importações o que poderá causar algum embaço às exportações chinesas.

O que realmente tem acontecido por aqui? A economia vem se arrastando há décadas enquanto 64 mil ocupantes de cargos eletivos não estão cuidando do que deveriam, resultando no atraso na educação, no saneamento básico e na saúde dopovo, no maior endividamento do país em mais de 80% do PIB,na indústria capengando e nasestatais esbulhadas. Esse repertório seria suficiente para provocar uma guinada de seriedade na gestão pública. A população despreparada está insensível. Urge resgatá-la para uma vida digna.

Nos anos 1980/90 quando o Brasil tinha elevada dívida externa, a prioridade para o país era pagar a dívida à custa de seu presente e futuro. O dólar tinha elevado valor e grande parte produzida era exportada. O governo comprava os dólares dos exportadores e pagava dívida, mas para isso tinha que emitir e inflacionar. Para debelar a inflação foi adotada a dolarização, e o Real valeu um por um e até menos até quando deu. Com isso, especuladores ganharam muito na virada. Já o país ganhou atraso. O grande desafio é saber como recuperar a indústria e a expertise da mão de obra num mundo globalizado e de portas abertas.

Pelo mundo, vão surgindo tiranos em profusão nos Estados, nas organizações, nas religiões e nas famílias, dando vazão ao seu desejo de ter poder sem limites, sem qualquer contestação, inibindo os anseios para construir um mundo melhor, o que só seria exequível com liberdade e responsabilidade. Mas como eles estão presos à baixa cobiça, à vaidade e ambição, ao domínio pela força, acabam inibindo o livre olhar para o Alto e o anseio pelo aprimoramento da humanidade.

O Estado nacional democrático tende a perder espaço, mas não há ideia de como será o arranjo entre o poder financeiro ocidental e o poder produtivo da Ásia, nem como será o mundo do trabalho e do provimento de subsistência condignamente humana. Enfim, como será o futuro da humanidade com as transformações derivadas da Quarta Revolução Industrial em sua incessante busca de ganhos por meio da introdução de ampla automação.

Muitos fatores foram atropelados pelo descuido dos homens com o futuro, que com seu imediatismo têm dirigido o mundo para a decadência. A espécie humana não deveria ter decaído tanto, a ponto de hoje as novas gerações não enxergarem horizontes de esperança de progresso. O desastre começa nas prefeituras e se alastra pelos Estados até Brasília. Décadas de descuido favorecendo as absurdas taxas de juros praticadas.

Para onde foi o dinheiro? Se o governo pagou salários e aposentadorias, esse pessoal consome. Masonde está o consumo? Se o pessoal não consome, mas poupa, onde está a poupança? Obras? Mania de fazer coisa grande; pois é lá que está a chance de sobrefaturar e engordar o caixa dois. Um preocupante alarme vem dos institutos de previdência dos municípios, muitos deles com parte do pecúlio estagnado em títulos podres.

O mundo está cheio de perturbadores da paz, que nada fazem para merecê-la. Seja nas atrocidades da Segunda Guerra e tantas outras que perduram até nossos dias, o inferno é o lugar onde poderão derramar sangue a vontade. Paz na Terra e alegria de viver aos homens de boa vontade. Os homens colhem o que semeiam. Descoberto em 1500,o Brasil acabou se tornando um país que ficou muito distante de onde deveria estar com beleza, paz, progresso e felicidade. Força, minha gente! Muito tempo foi desperdiçado com ninharias. Só a força da Luz da Verdade pode insuflar a verdadeira vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

NÃO DÁ MAIS PARA PROTELAR

No embate da guerra comercial mundial, se a China ameaçar sair dos títulos americanos, os juros tenderão a subir como tentativa para compensar a perda. Mas isso vai elevar o percentual do gasto com juros sobre o PIB americano e por certo causará uma complicação em muitos países, como o Brasil, dependentes de dólares. A tragédia brasileira é complexa. Faltam estadistas sérios que busquem o progresso real. As empresas abusam quando podem, sempre usando a fórmula na qual conseguem tirar mais dinheiro do consumidor pelo mesmo produto.

A luta pela conquista do poder tem acarretado o oposto do que se espera das classes política e econômica para assegurar o bem geral. O descalabro atinge as contas públicas. Improbidade institucionalizada. A prática da comissão do comprador se tornou usual; mas comprar o que não será usado, o que já está obsoleto, o que não vai ser utilizado no prazo de validade, tem outro nome muito feio; é um duplo crime, mas são fatos que ocorrem frequentemente na administração pública.

Quando o mercado permite abusos, abre-se espaço aos populistas despreparados e desatentos. Cai a arrecadação. Sobe o dólar, aumentam os juros. Persistem gastos duvidosos do poder público. Aumenta a dívida, desemprego e miséria. A indústria insípida perde espaço diante dos importados com preços inferiores aos custos de produção. O país fica patinando, ninguém abre mão de seus privilégios.

Os especialistas já haviam alertado para as consequências no descuido das contas e para os efeitos dos juros compostos. Não foram ouvidos; a irresponsabilidade e a má fé dominaram. Em menor ou maior prazo, dependendo da taxa de juros, a dívida vai se multiplicando. A dívida mundial pública e privada já alcança 223% do PIB. Com esse elevado nível de endividamento, importa saber quanto disso está comprometido com bolhas de superavaliação, em vez de estar circulando na economia real. Com a tendência desse número se elevar, aumenta o risco de crise, pois numa baixa não haveria lastro para resgate dos empréstimos, os Estados também teriam dificuldades para renegociar as dívidas e tudo seria arrastado ao caos.

Há muita capacidade produtiva ociosa e comprometimento dos recursos naturais dos países, complicando o resgate das dívidas. Então a ordem é cortar gastos e precarizar. Os números da economia mundial estão apresentando alguma melhora, mas encobrem o aumento da miséria decorrente da perda de empregos em geral e de salários mais compatíveis. São muitos fatores, todos eles com uma essência similar: o descuido do homem com o futuro, com seu imediatismo, a cobiça pelo poder e vaidade têm direcionado o mundo para a decadência.

A espécie humana não deveria ter decaído tanto, a ponto de hoje não haver horizontes de esperança de progresso. Uma triste visão do Brasil, jogado às traças por seus gestores. Faltam para a população: propósitos enobrecedores, educação e disciplina. Mal orientadas desde sempre, na alimentação, na higiene, na saúde, nos propósitos de vida, as pessoas viram que a desesperança e o relaxamento se fortaleceram com o mau comportamento da classe política formada na sua maioria por oportunistas e aproveitadores. Há descuido com os rios, mananciais e a natureza em geral. Só 40% do esgoto recebe tratamento. Como resgatar o povo para uma forma digna de vida?

Com o desconhecimento das leis da Criação, o sonho dos tiranos, que agora surgem em profusão pelo mundo, nos Estados, nas organizações, nas religiões e nas famílias, vai se desenhando no cenário da dominação; é o desejo de ter poder sem limites, sem qualquer contestação, inibindo os anseios para construir um mundo melhor por estarem presos à baixa cobiça, à vaidade, à ambição, ao domínio pela força, conduzindo tudo para os baixios da desordem e volúpia, invertendo a ordem natural de elevação. o que inibe o livre olhar para o Alto e para o anseio do aprimoramento da humanidade

Não dá para protelar mais. Como recuperar o tempo perdido no avanço tecnológico e na produção? Ou encontramos um caminho para produzir mais, reduzir custos, acabar com privilégios, melhorar a educação e as condições de vida, ou caminharemos para os baixios das nações sem capacidade para se reerguer, que deixam os seus recursos naturais disponíveis para que estes contribuam para a melhora das condições de vida de outros países.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A ECONOMIA E AS LEIS DA VIDA

A economia do Brasil não está conseguindo desenvolver a necessária reação para voltar ao crescimento, pois a indústria se debilitou e isso trouxe graves consequências nos empregos, no desenvolvimento técnico, no preparo da mão de obra e das novas gerações. Quando um país passa a depender cada vez mais de importações, uma parcela da riqueza não recircula mais internamente, vai para o exterior. Com a perda na renda, fica difícil desenvolver atividades que cubram os custos e gerem lucros.

As guerras cambiais provocam grande confusão na economia. O desajuste cambial implica que um país exportador possa reduzir o preço em dólares desvalorizando a sua moeda, o que vai afetar muitas indústrias de outros países devido ao custo interno de produção superar o de importação. Investidores acabam fechando fábricas e indo para o mercado financeiro onde engrossam o volume de operações financeiras cujo volume supera o PIB global, deixando sobrar pouca renda para a vida real.

É através da efetiva responsabilidade dos gestores públicos nas prioridades, nas contas, gastos, situação financeira que tem início a educação geral. É pelo exemplo de seriedade e dedicação na busca de um futuro melhor que se combate a descrença geral. A educação é problema de todos, a começar pelos pais na responsabilidade de gerar filhos. Estamos decaindo, a cada ano, devido ao deficiente preparo das novas gerações que não recebem estímulos para ser responsáveis e para se esforçar, visando melhor futuro próprio e o do país, achando que outros têm a obrigação de lhes dar respaldo e divertimentos.

Sem familiaridade com os livros desde a infância, será difícil formar uma geração de leitores, mas o resultado também dependerá do conteúdo que é lido. Os jovens têm de ser preparados para se integrarem nos projetos que abraçarem, isto é, estar com o querer pessoal envolvido com o objetivo, o que nos diferencia do robô. Nesse caso, a intuição está desperta, mostrando, ao raciocínio, pontos falhos e pontos que podem ser melhorados, algo que deveria ser comum a todos os seres humanos que utilizam todo o seu potencial. Sobrecarregar o cérebro infantil com teorias não pode trazer melhores resultados do que aprender vendo fazer e fazendo, comparando o artefato com o desenho técnico com medidas e detalhes.

Provavelmente o cérebro de Einstein trabalhasse com alguma harmonia com o cerebelo, que faz a ponte com o mundo invisível fora da categoria tempo espaço; por isso, o grande apreço do cientista pelo estudo da natureza, pois é nela que comprovamos o funcionamento das leis que atuam no Universo, sempre impulsionando o desenvolvimento enquanto não sejam desprezadas pelos humanos que geralmente tendem a querer dominar a natureza em vez de compreendê-la e se adaptar a ela.

O ser humano necessita do aprendizado na Terra; é envolvido pela alma e se liga ao corpo com cérebro circunscrito ao tempo-espaço, e o cerebelo, que faz a ponte com a intuição, mas não pode permitir que o cérebro domine unilateralmente. A matéria de que é feito o corpo terreno é perecível, mas o ser humano é muito mais do que isso, e não poderia ter se deixado subjugar pelo materialismo.

Quem somos nós? De onde viemos? Qual o significado da vida? Seria tolice supor que não haja significado após toda evolução por que passou o planeta e as espécies, para surgir o homem com capacidade de raciocinar e tomar decisões, embora ficando atrelado às consequências. Teria de se tornar ser humano, mas tendeu para ser o “homo economicus” que praticou muita destruição pela Terra, inclusive escravização e racismo, em vez de prosseguir a trajetória evolutiva para o bem. Com o impacto do materialismo e a aspereza do século 21, a espécie humana vai perdendo a consciência de sua missão de compreender o funcionamento das leis da vida para construir de forma a sempre beneficiar o planeta.

Para assegurar o progresso equilibrado, o Estado não deve ser empresário, nem se imiscuir na atividade econômica que deve ser de natureza privada; deve cuidar da defesa, coibir abusos e criar oportunidades de progresso geral; porém, as empresas também não podem impor seus interesses particulares ao Estado, e no conjunto, todos integrados no propósito de melhorar as condições gerais de vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

OS BANCOS CENTRAIS E O FUTURO

Em matéria de Banco Central, o pioneirismo coube à Suécia que no século 17 oferecia cédulas de papel como alternativa às pesadas e usuais moedas de cobre. Hoje os poderosos Bancos Centrais regulam o fluxo de dinheiro, crédito, câmbio e juros no mundo, sendo o mais importante deles o Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos, tendo ao lado os Bancos Centrais da Inglaterra e Europeu.

Com o uso da prensa e papel, o dinheiro acabou se tornando o objeto mais cobiçado pelas pessoas em geral, que fizeram dele a prioridade de suas vidas. Os Bancos Centrais detêm em suas mãos o monopólio da emissão de dinheiro – o papel-moeda -, garantido pelo governo. Também devem zelar pelo bom funcionamento do sistema bancário impedindo que este caia no abismo da falta de liquidez. Quando se cria falsa euforia, distribuindo temporariamente crédito que anima os negócios ensejando sensação de riqueza, qualquer interrupção pode provocar o caos, insolvência, desvalorização e retração da economia.

A reação do Brasil para voltar ao crescimento está bem difícil, pois a indústria se debilitou e isso trouxe graves consequências nos empregos, no desenvolvimento técnico, no preparo da mão de obra. Foram décadas de desmazelo na gestão do dinheiro público. No entanto, não basta o ajuste nas contas públicas com dívida equivalente a mais de um trilhão de dólares. O século 20 apresentava condições econômicas mais flexíveis. Gastos do governo, ajustes no câmbio, crédito, e juros baixos surtiam efeitos favoráveis.

Quando as empresas passam a ser controladas de fora e o país importa cada vez mais, uma parcela da riqueza não recircula internamente e vai para o exterior. A economia global deu uma grande guinada quando países de moeda inexpressiva passaram a produzir para acumular dólares e poder. Os homens que comandam os mercados se tornaram restritos, subordinando tudo à bitola da economia e finanças, arrastando a classe política consigo. Muitas teorias foram desenvolvidas e aplicadas como se fossem as grandes verdades, mas sempre resultando em malogro, mantendo a população apática, distraída com baboseiras. Com isso, a miséria só aumenta.

Criou-se a dependência de dólares. Todos querem a poderosa moeda-mãe. Em vez de produzir para atender às próprias populações, os países querem produzir para fora, para obter dólares e terem potencial econômico para aquisições pelo mundo. Assim, o desarranjo geral está ameaçando o futuro da humanidade. Os números do déficit comercial americano atestam a forma desequilibrada da economia mundial. Enquanto os déficits incomodavam países como o Brasil, que tinham de financiar a falta de dólares, ninguém reclamava, mas agora essa situação está pesando nas contas dos EUA.

Por décadas tem sido apregoada a importância do livre mercado como o regulador da economia. Então, quais as implicações dessa nova modalidade de produzir e exportar sob o patrocínio do Estado? As medidas de restrição recomendadas pelo Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, para as exportações de aço, indicam que há um desequilíbrio geral na produção e comércio global o qual já deveria ter sido superado há muito tempo. Mas, em vez disso, tem prevalecido o mercantilismo voraz, acarretando concentração da riqueza, desemprego e aumento da miséria. A maneira de a China reduzir seu superávit seria promovendo melhor equilíbrio nas relações entre os povos. Em que os Bancos Centrais poderiam contribuir nesse sentido?

Os poderosos BCs têm de responder por decisões difíceis que precisam de pulso firme. O seu fortalecimento adveio da complexidade das finanças que se afastaram da produção, emprego e comércio, passando a ter vida própria e perigosa, e desse modo o volume das operações financeiras já superam o PIB global. A atuação dos BCs se tem voltado para combate à inflação e ao desemprego. É pouco, pois não tem olhado para o endividamento dos Estados. A dívida dos EUA já alcançou nível astronômico e o déficit comercial se estruturou de forma crescente, totalizando atualmente 800 bilhões de dólares. O déficit público caminha para a casa de um trilhão de dólares. As despesas com juros devem superar a casa de 3% do PIB, tudo gerando condições adversas.

Os Bancos Centrais, além de ficarem cuidando da qualidade do dinheiro, também deveriam contribuir para a construção de um mundo melhor; deve haver atenção para a qualidade humana, pois o futuro depende do bom preparo das novas gerações.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

GOVERNOS DE VISÃO RESTRITA

Quando se fala em pôr limites aos arranjos dos mercados, a percepção correta deveria ser de que os homens que comandam os mercados se tornaram restritos materialistas, voltados apenas para os aspectos econômicos e financeiros, pondo de lado a amplitude da extensão humana. O homem que visa possuir muito dinheiro em suas mãos, geralmente só acredita no poder do dinheiro e por isso sempre quer mais, aproveitando-se da situação para impor a sua vontade sobre os demais. Ele “compra” especialistas para que desenvolvam teorias adequadas aos seus objetivos, divulgando-as nas mídias como se fossem verdades inquestionáveis, fazendo tudo convergir para o econômico.

No Brasil, enfrentamos décadas de desmazelo na gestão dos governos federal, estadual e municipal. Teorias e truques aplicados para debelar a inflação, sem o combate das suas causas, criaram uma caótica situação de desajuste nas contas públicas levando a dívida para o equivalente a mais de um trilhão de dólares, contraída por displicência e abusos. A economia ainda está no sufoco dada a desindustrialização, queda nas receitas e perda de empregos, iniciada com a valorização do Real e agressividade da concorrência externa, agravada com as decisões imediatistas dos governos Lula e Dilma, que tudo faziam para se perpetuarem no poder com vistas à implantação de governo totalitário.

Pelo fato de não ter de se preocupar com os traumas eleitorais, a China tem uma grande vantagem nas contendas, o que a faz invejada nos círculos do poder que sonham com a possibilidade de substituir a classe política por funcionários e especialistas contratados. Os EUA, por sua vez, enfrentam elevado déficit duplo, nas exportações e nas contas internas, nas quais já se fazem previsões do montante de um trilhão de dólares para o ano de 2020. É a voragem do descontrole financeiro no mundo. As despesas com juros tendem a superar a casa de 3% do PIB.

Enfim, há uma grande embrulhada nas relações econômicas que irá demandar pesados pacotes de ajustes, acarretando consequências para o mundo todo. Problemas sempre existiram, mas agora temos uma aglomeração de consequências de ações do passado pautadas pela lógica de poder e domínio. No entanto, o que se vê é que esperam corrigir as incoerências aplicando o mesmo método. A sociedade acabou caindo nas mãos dos míopes que perderam a visão da finalidade essencial da vida, enxergando apenas seus interesses imediatistas de acúmulo de dinheiro e poder.

Tudo está sendo conduzido para manter a humanidade apática, sem se esforçar para melhor compreensão do significado da vida. Com a aceleração geral dos acontecimentos e agravamento da miséria, as deficiências veem à tona, mesmo assim a humanidade continua lenta na busca da Verdade da vida e da Criação. O elevado espiritual deveria estar acima do material, mas a humanidade teria de conhecer, antes de mais nada, as leis que residem na Criação para viver de acordo com elas e construir de forma benéfica.

O Estado não deve ficar sob a tutela de uma religião, pois em geral elas estão distantes do reconhecimento das leis da Criação, optando por desenvolver uma legislação própria. Da mesma forma o Estado não deve ser empresário nem se imiscuir na atividade econômica que deve ser de natureza privada; porém as empresas, valendo-se de seu potencial financeiro, também não poderiam impor seus interesses ao Estado e à população.

Poucos esforços têm sido feitos no sentido de compreender a natureza e a lógica de suas leis, a essência humana e seus alvos. A grande verdade é que os seres humanos têm sido afastados de mil maneiras da finalidade da vida para não analisarem nem refletirem intuitivamente sobre os acontecimentos que os cercam. A esperança de melhores dias se esvai, assinalando o fim da história; não há futuro.

O terreno árido de nossos dias vai sendo preparado para o domínio da frieza tecnocrática e a robotização, em vez de permitir que o pensamento seja conduzido pela percepção intuitiva que capacita o ser humano a não permanecer na condição de máquina de pensar, mas com visão ampla para extirpar as clamorosas inconsistências desta era de vida vazia de sentido, voltando-se para o aprimoramento da espécie humana e para a construção de um mundo que tenha a esperança de futuro melhor.

Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

ECONOMIA GLOBAL DESEQUILIBRADA

Longe vai o tempo do papagaio Zé Carioca, animação criada por Walt Disney que disseminava a cultura da malandragem em tom de brincadeira e que foi se inserindo nas ações da vida real. Assim passaram-se décadas de mau caminho para o Rio de Janeiro. O processo para reverter essa situação é longo e penoso, mas tem de ser perseverado.

O grande atraso econômico do Brasil acentuou-se quando o dólar ficou barato para combater a inflação. Em vez de aumentar a produção, aumentamos as importações, fechando fábricas, perdendo espaço para pesquisa e desenvolvimento, ampliando a dependência das commodities, desequilibrando as relações comerciais. Que benefícios o país recebeu com a globalização? Como sair do marasmo e dar melhor preparo para as novas gerações? Estamos precisando de um balanço real das consequências da globalização para o mundo, e em especial para o Brasil, ao mesmo tempo em que devem ser feitos prognósticos do que vem por aí com a desglobalização.

Por que a humanidade chegou ao extremo de precisar ingressar em guerras comerciais para reequilibrar a economia? Esse é o grande desarranjo que tem provocado a transferência e concentração de dinheiro nas mãos de uns e dívidas para outros. O declínio e a miséria avançam em várias regiões do planeta, sem que as entidades criadas para manter a paz e o progresso consigam fazer alguma coisa. Os Estados Unidos conseguem fazer o dinheiro circular internamente gerando emprego e rendas, o que tem sido difícil para países dependentes de commodities e cuja indústria seja insípida.

No mundo de hoje, o populismo e a barbárie novamente caminham lado a lado. Os valores vão sendo perdidos sem que haja quem os defenda. Nada mais é sagrado e não há pudor em muitas ações humanas nocivas que estão sendo observadas praticamente sem causar choques. A arte também vai nessa toada, mostrando as mais embrutecidas ações. A conduta moral está sendo posta debaixo do tapete para não causar incômodos.

Tal qual falsos profetas, os políticos populistas estão surfando na insatisfação que se expande pelo mundo. Por que chegamos a essa situação tão desequilibrada sem futuro promissor? Em décadas passadas havia mais empregos e a possibilidade de melhoras. Hoje se percebe precarização e declínio moral. A Avenida Paulista, símbolo da cidade de São Paulo, tinha uma vibração contagiante; hoje há jovens desesperançados, sem propósitos, buscando um lenitivo para abafar o vazio interior.

Em excelente entrevista ao jornal Folha de São Paulo, a economista e reitora da Escola de Governo Blavatnik, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, Ngaire Woods, afirmou:”Os salários dos trabalhadores estão estagnados ou em declínio desde a última década, e cortes nos gastos governamentais reduzem a qualidade e a oferta em saúde, habitação e educação. Muitas pessoas sentem que seus trabalhos são ameaçados por trabalhadores com salários mais baixos em outros países ou por robôs. Nós precisamos de um novo modelo econômico que ofereça esperança às pessoas. Os políticos, em sua maioria, estão fracassando em dar respostas para esses desafios. Eles oferecem soluções graduais para pessoas que estão gritando por mudanças transformadoras. E é isso que os populistas estão prometendo”.

O ódio vai sendo semeado através da insatisfação e descontentamento espalhados pelo mudo com a divulgação de fatos e versões editadas, sem que seja apresentada nenhuma sugestão de saneamento. As massas vão sendo envenenadas sem conhecer as reais causas da miséria, mas com o ódio destrutivo aflorando na pele que poderá ser deflagrado a qualquer momento, sem que nada seja resolvido. A ansiedade vai crescendo até ao limite da exaustão.

Os jovens do século 21, ao se defrontarem com o mundo áspero, ditado pelo apego ao dinheiro, que vai nivelando tudo e todos por baixo, estão rompendo os padrões e passando a agir como melhor lhes aprouver. Contaminados pela inquietação de não conseguirem vislumbrar melhoras no atual cenário de imediatismo que destrói vidas em meio à miséria social e desespero, se deixam dominar pela indignação e vão tomando atitudes sem falar nada sobre o que estão fazendo e o que esperam. No entanto, eles têm de reconhecer que não somos robôs insensíveis, e que cada um é responsável por tudo o que faz.

Para melhorar o mundo, as pessoas precisam manifestar claramente e pôr em ação o que elas tiverem de melhor, o que deixam de fazer, em geral, por serem espiritualmente imaturas, sem uma forte vontade voltada para o bem.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O SIGNIFICADO DA VIDA

Com o avanço da inteligência artificial, os humanos serão substituídos na maioria dos trabalhos que hoje existem. Novas profissões irão surgir, mas nem todos conseguirão se reinventar e se qualificar para essas funções. O que acontecerá com esses profissionais? Como eles serão ocupados? Yuval Noah Harari, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e autor do livro Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, pensa ter a resposta.

“Você realmente quer viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, perseguindo alvos ilusórios e obedecendo leis imaginadas? Goste disso ou não, esse já é o mundo em que vivemos há centenas de anos”.
https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2018/01/uma-nova-classe-de-pessoas-deve-surgir-ate-2050-dos-inuteis.html

Vamos dar uma olhada no artigo do escritor Yuval Noah Harari, falando sobre religião e a indolência do ser humano, buscando entender o que ele nos diz.
https://www.theguardian.com/technology/2017/may/08/virtual-reality-religion-robots-sapiens-book

Outra versão do artigo:

O que é uma religião, se não um grande jogo de realidade virtual desempenhado por milhões de pessoas juntas? Religiões como o Islã e o Cristianismo inventam leis imaginárias, como “não comem carne de porco”, “repita as mesmas preces um número determinado de vezes por dia”, “não faça sexo com alguém do seu próprio gênero” e assim por diante. Essas leis existem apenas na imaginação humana. Nenhuma lei natural exige a repetição de fórmulas mágicas, e nenhuma lei natural proíbe a homossexualidade ou a ingestão de porco. Muçulmanos e cristãos atravessam a vida tentando ganhar pontos em seu jogo de realidade virtual favorito. Se você reza todos os dias, você obtém pontos. Se você esqueceu de orar, você perde pontos. Se, no final da sua vida, você ganhar pontos suficientes, depois de morrer, você vai ao próximo nível do jogo (também conhecido como o paraíso).

E quanto à verdade? E a realidade? Realmente queremos viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, buscando objetivos criativos e obedecendo leis imaginárias? Bem, goste ou não, esse é o mundo em que vivemos há milhares de ano.
http://fernandessc.wixsite.com/blog/single-post/2017/06/23/O-significado-da-vida-em-um-mundo-sem-trabalho

Apagão espiritual

Em seu artigo, Yuval Harari aponta o apagão mental, que na verdade é precedido do apagão espiritual. Quando o espírito se enfraquece, ele vai apagando, dá para adivinhar o que sobra do ser humano. Mas por que isso vem acontecendo há milhares de anos? Como agir para atuar efetivamente como um ser humano consciente em cooperação com as leis da Criação? O problema é a indolência espiritual, a falta de vontade de se movimentar, em vez de aceitar e absorver conceitos impostos sem se esforçar para fazer uma pesquisa intuitiva de modo consciente.

Abdruschin esclarece na obra Na Luz da Verdade Mensagem do Graal que “É DEVER sagrado do espírito humano pesquisar por que se encontra na Terra, ou por que motivo vive nesta Criação, à qual se encontra ligado por milhares de fios. Nenhum ser humano se tem em conta de tão insignificante, para crer que sua existência fosse sem finalidade, se ele mesmo assim não a tornasse. A tal respeito considera-se ele em todo o caso demasiado importante. Entretanto, são apenas poucos os seres humanos que conseguem, penosamente, libertar-se a tal ponto da preguiça de seu espírito, para se ocupar sinceramente em pesquisar qual a sua finalidade na Terra”.

Assim agindo em busca incessante, escaparia do veneno paralisante da inércia, adquirindo conhecimento, e não se tornaria um robô manipulado de espírito adormecido. “Despertai ser humano” para não engrossar as fileiras das bilhões de pessoas imersas em fantasias, sem vontade própria forte. Ou seja, um viver sem autenticidade, afastado do significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

PÁTRIA AO ABANDONO

Os asiáticos têm pleno direito de buscar a melhora na qualidade de vida e condições gerais, mas acabaram afetando a indústria e os empregos no resto do mundo devido à interferência do Estado; aos custos sociais e de mão de obra menores; câmbio regulado e incentivos, além dos interesses das corporações em desfrutar dessas benesses, lá produzindo para exportar para outros países. A China acumulou significativa reserva em dólares. O Brasil perdeu terreno e até hoje não consegue dinamizar a economia, o que é agravado pela volúpia financeira da classe política. Como restabelecer o equilíbrio?

Como diz o provérbio chinês – “toda crise traz uma nova oportunidade”-, essa grande enrascada do déficit americano poderá levar os grandes contendores a buscar soluções que equilibrem as balanças e o desenvolvimento geral, eliminando-se essa guerra econômica que tem caracterizado o relacionamento entre os povos desde a primeira Revolução Industrial. Quem sabe agora na Quarta Revolução sejam encontrados os mecanismos que humanizem e equilibrem as relações.

O Facebook trouxe para as pessoas em geral a oportunidade de falar, comunicar o que sentem e pensam, o que é difícil em nossos dias de imposições de cima para baixo. Infelizmente as pessoas introduzem bobagens reveladoras de anseios utilizáveis para pesquisas de mercado e eleitorais, e abusos extremados. O importante é usar a rede para o bem, para melhorar o mundo. Mas parece que isso não agradou àqueles que seguram o cabresto da humanidade que querem a massa amorfa e moldável segundo seus fins. É muito bom poder compartilhar ideias e esperanças de melhora geral. O detalhe sobre a desvalorização sofrida nas Bolsas é a consequência da supervalorização artificial de muitas coisas. Um dia a casa cai.

É imprescindível a preocupação da educadora coreana Yuhyun Park que quer ensinar as crianças a ter inteligência digital para se tornarem boas “cidadãs online”. Porém, há na educação um grande vazio até hoje mal entendido; as crianças não estão aprendendo a lidar com a vida, o que antes era ensinado principalmente pelos pais e avós numa forma primitiva; mesmo isso foi perdido com os novos modos de viver na Terra. É preciso saber quem somos, qual a finalidade da vida, como funcionam as leis naturais da Criação. Isso também deveria ser objeto de sérias pesquisas e estar nos currículos escolares, contribuindo para a formação efetiva de seres humanos de qualidade que beneficiam com tudo o que fazem.

Sem dúvida, houve descuido geral do equilíbrio entre as nações. O contrabando no Brasil e o crescimento da economia informal tem sido objeto de profundas análises. A economia não reage devido aos maus políticos que não servem aos interesses do país e que permitiram a fragilização geral na indústria, educação e saúde. O Brasil se tornou um bom importador. A questão é que importar produtos que cheguem com qualidade e preço acessível para o consumidor é fácil. Mas além das commodities e dos produtos primários com baixo valor agregado como o país poderá elevar as exportações? Quando a indústria regride, muita coisa vai junto: componentes, serviços, treinamento técnico. Isso favorece as potências exportadoras para acumular reservas em dólares enquanto outros aumentam as dívidas. Num mundo com estruturas de produção tão desiguais, o conceito de abertura precisa ser repensado.

Dia a dia o Brasil foi fortalecendo as instituições visando interesses particulares e fins egoísticos, enquanto o país ia sendo desconstruído. Estamos numa grande enrascada. A classe política pouco fez para o bem da nação abrindo espaço ao populismo inconsequente. Ano eleitoral decisivo exige mudanças. É preciso eleger uma liderança sábia e responsável que busque futuro digno da espécie humana para que esta não afunde na lama da ignorância, imoralidade e corrupção e da subserviência a interesses escusos.

Brasil! Pátria amada a despeito dos ingratos, dos corruptos que só pensam em si; dos alienígenas que só cobiçam as riquezas pouco se importando com a boa formação dos jovens; dos que fomentam a ruína, a miséria espiritual e material. Como a indústria regrediu não há sustentação para o setor de serviços. Assim, o número de desocupados permanece elevado. Segundo estudos, o comércio informal se alimenta de mercadorias contrabandeadas prejudicando a arrecadação. É preciso encontrar a fórmula para dar maior impulso ao crescimento, pois do jeito como está, em curto prazo, nem a redução dos juros o farão. É preciso reagir na indústria e gerar atividades e empregos para que o dinheiro possa circular internamente.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DEMOCRACIA ESGARÇADA

O século 21 tem se caracterizado pelo sobe-desce, a volatilidade e a tendência de precarização geral. Quem sabe ou pressente, obtém lucro nas Bolsas. No que tudo isso vai dar agora com os prenúncios de uma guerra comercial? Seria um plano de ajuste planetário em andamento? Se os EUA endurecerem, se a China fizer frente e retirar um montante significativo de dólares dos títulos americanos, como os EUA poderiam cobrir o rombo? O que a China faria com um montão de dólares nesta fase de muita liquidez e poucas oportunidades de investimentos fora da especulação? Quais seriam as consequências para a economia global?

A ausência de equilíbrio econômico e financeiro entre as nações sempre tende a provocar confrontações comerciais. Cada país precisa produzir matérias-primas, alimentos, industrializados, empregos, melhora das condições de vida; sem isso não há base nem para serviços. A continuada ampliação de itens importados leva ao declínio geral. Faltam diretrizes para inverter a situação e equilibrar as contas internas e externas.

A pendência não está apenas no déficit comercial. Mais do que uma simples guerra comercial, o mais preponderante parece ser o embate pela hegemonia tecnológica, fator importante que ainda falta para consolidação da posição dominante da China. Importações americanas de itens especiais serão taxadas com 25% de alíquota. Itens para o consumidor americano ficam preservados de reajuste de preços, mantendo a inflação baixa. Todavia, para os países atrasados, com tecnologia fraca e indústria defasada, os problemas continuam.

O Brasil se defronta com o atraso que se impôs na indústria, que hoje funciona mais na base de automação, tecnologia, economia de escala, juros e mão de obra de baixo custo. São fatores que travam as possibilidades de crescimento da economia, e difíceis de serem solucionados, mesmo se a taxa de juros Selic for reduzida, medida indispensável para conter o crescimento da dívida. Esse é o grande desafio para a reação do PIB que se ressente do crescimento de importações. Uma economia com força nas commodities tem de estar atenta para não regredir como vem ocorrendo no Brasil, onde as novas gerações, sem desafios, estão decaindo no apagão mental. A tecnologia é um processo contínuo de desenvolvimento; sem indústrias pujantes, esse processo fica naturalmente travado.

O presidente da China, Xi Jinping, está certo em defender os interesses dos 1,3 bilhões de chineses, assim como Trump desponta como defensor dos americanos. No entanto, somos todos habitantes da Terra, e nesta era industrial-financeira-digital o fortalecimento de uns tem se dado sempre com o enfraquecimento de outros, predominando as recomendações maquiavélicas de como exercer e conservar o domínio. Nesta época difícil, o dinheiro sempre fala mais alto do que o bom senso.

O mundo vive o desequilíbrio global na natureza, na economia e finanças, e na forma como os humanos encaram a vida; uma importante fase da evolução, mas que sem alvos enobrecedores do aprimoramento da espécie humana, passou a ser uma luta pela sobrevivência na disputa das riquezas. O descaso com a natureza permanece gerando consequências negativas, sempre prejudiciais aos seres humanos descuidados com o sentido da vida. Os abusos cometidos para satisfazer cobiçosos interesses particulares, em prejuízo do interesse geral das nações, esgarçaram a democracia e a economia. Foram muitos erros além das quadrilhas instaladas no poder.

Num mundo com mais de sete bilhões de pessoas, a condução da massa tem se caracterizado pela fragmentação que reduz a resistência das reivindicações. O Facebook trouxe para a população em geral uma possibilidade inovadora de comunicação, compartilhamento e aglutinação de mentes e desejos. Sem dúvida é esse o grande potencial das redes sociais, até então existente apenas através da força do fluxo dos pensamentos que agora podem ser articulados em posts, o que tem sido objeto de críticas e investigações.

O problema grave no Facebook é a rápida expansão de notícias falsas que podem ser geradas a partir da análise das informações pessoais dos usuários, de seus anseios e suas insatisfações que ficam à disposição das corporações e dos falsos profetas que, prometendo o que não podem cumprir, carregam os incautos para o abismo. Dá para sanar os inconvenientes e aproveitar a parte boa para o enobrecimento da humanidade e melhora geral?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7