DECADÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA

A humanidade está atravessando uma fase difícil. Egos e cobiças impedem a união de esforços para o bem geral; então surgem guerras econômicas, das vacinas, das comunicações, e a verdade desaparece. O cérebro frontal tem sido programado para permanecer conectado ao negativismo, bloqueando a conexão intuitiva com a espontânea alegria de viver. Angustiadas, as pessoas deixam de ouvir a voz interior, a própria intuição, uma breve percepção de algo que devemos reter, antes que inúmeras interferências tentem apagá-la. O sono reparador concede o necessário descanso ao cérebro, mas tem sido dificultado pela agitação desta era de turbulências. Manter a serenidade é o requisito para uma vida longa e lúcida. A época exige seriedade no trato do que é essencial para a vida; não dá para desperdiçar tempo com ninharias.

A ansiedade, o nervosismo, a insatisfação e o descontrole emocional são altamente danosos para o ambiente, mas também vão causando danos nos neurônios, os quais vão se manifestar mais tarde através do mau funcionamento do cérebro. No entanto, como as crianças, temos de alcançar o sereno estado da espontânea alegria de viver, fazendo o que gostamos, gostando do que fazemos, sem perder de vista o nosso propósito de vida, nosso alvo elevado.

Os políticos se instalam no poder para conduzir a nação para o bem geral, mas a atração que o poder exerce é muito forte, o que os faz deixar de lado sua tarefa e passam a fazer tudo para manter o poder em suas mãos, mesmo que, para alcançar seus objetivos egoísticos, tenham de se submeter aos ditames da geoeconomia mundial. Como foi possível que o Brasil, dotado de tantos recursos, chegasse ao descalabro das moradias precárias que surgiram pelas grandes cidades sem esgoto, com mosquitos de todos os tipos? Falta educação e estadistas honrados.

Surgiram grandes dificuldades para os países que optaram por terceirizar a produção fabril. Os Estados Unidos enfrentam dificuldades jamais previstas. No Brasil, 50% da força de trabalho está sem emprego; faltam insumos essenciais e a tecnologia estagnou. Mais de 60% da população brasileira teve perda de renda nesta fase de parada geral. O dinheiro deixou de circular pelo mundo. Falta união de esforços visando o bem do país, pois a agenda da vaidade e da cobiça se volta para a conquista do poder.

Há muita coisa desequilibrada na economia. Faltou interesse e esforços para a compreensão do que estava se armando desde os anos 1970 e de buscar rumos mais adequados. Michael Hudson, economista e professor de Economia da Universidade de Missouri Kansas City disse: “A riqueza não é mais feita aqui (EUA) pela industrialização. É feita financeiramente, principalmente por meio de ganhos de capital.”

Não dá para competir com salário de 400 dólares por semana contra 600 por mês. No Brasil faltou uma coordenação para impedir que tantos países caíssem na depressão produtiva para que não se tornassem dependentes de tudo. O Brasil exporta as matérias primas para importar manufaturados. Os seres humanos do capitalismo selvagem criaram a agonia, mas o socialismo com mão de ferro, impondo-se sobre os mais fracos, também não será a solução. Antes terá de ocorrer a modificação do ser humano e sua sintonização.

O que se poderia dizer sobre tantos seres humanos materialistas cheios de cobiças que criaram sistemas para dominar e açambarcar as riquezas naturais? Aumenta a demanda mundial. Os preços dos itens essenciais continuam em alta. O desequilíbrio mundial na produção e na demografia, e outros fatores, estão afetando os preços, ampliando a ameaça de precarização geral. Trump tentou alguma mudança; Bolsonaro está sensível; agora entra Biden. Provavelmente nenhum deles terá condições para criar mudanças para melhor, pois foram séculos de decadência da espécie humana, o que se agravou nos últimos 50 anos, mormente o declínio espiritual, ético e moral.

A geoeconomia que visa dominar povos e riquezas naturais. Os diversos povos deveriam se desenvolver uns ao lado dos outros, em paz, se pautando em conformidade com as leis da vida e tendo a mãe natureza como a grande provedora e concessora de benesses e riquezas. A vida é a grande travessia para a Luz. É preciso força de vontade para seguir em frente e não se deixar arrastar para caminhos errados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

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