BRASIL SEM RUMO E PEGANDO FOGO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Por longo período, o Brasil foi um Estado oligárquico sem muito comprometimento com o desenvolvimento do país e sua população. Por pouco não se transformou num país de dominância estatal sem liberdades. Enfrentamos as ruínas da corrupção e do despreparo; do descontrole financeiro interno e externo. No poder ainda permanecem pessoas de ficha mais ou menos limpa. O que farão pelo país? Prevalecem as negociatas; os déficits, crescimento das dívidas, transferências de ativos e aumento da miséria. Faltam líderes sábios.

Enquanto o Brasil pega fogo, o que fazem os congressistas? Quais são a origem e o histórico da crise no Espírito Santo? Caso isolado ou é o Brasil sob ataque? Seria um laboratório de teste? O que está se armando? Quem se beneficia com essa baderna? A desordem na capital Vitória mostra bem a derrota que estamos enfrentando; falta preparo da população e dos gestores públicos encantados com o poder. Não pode deixar degringolar. Merecemos ordem e progresso.

O governador Paulo Hartung fez um planejamento rígido das contas do ES para não cair no endividamento; se a moda pega nos demais Estados, vai acabar sobrando dinheiro no mercado. O Rio de Janeiro vive a cantar como a cigarra, apresentando o maior caos nas contas, agravado com a roubalheira. No Brasil, negócios na mão do Estado só geram falcatruas, e precisa chegar ao fundo do poço para privatizar, como a situação da ineficiente CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). A União quase vendeu tudo, mas continuamos endividados.

A trajetória da economia brasileira é sufocada por baixa renda, produção pífia, juros arrasadores, mas também com gestão marota, a começar pelas prefeituras que incham a folha, tendo departamentos com mais funcionários do que mesas para trabalhar. O outro aspecto é a visão tacanha que não enxerga as prioridades, e por fim as mazelas dos compadrios nas compras e contratação de obras superfaturadas. Não tem economia que resista a isso tudo, temperado com câmbio valorizado. Estamos colhendo o resultado de décadas de descaso para com o Brasil. Como vai ficar a situação com a carência de estadistas, oportunismo da classe política, e cobiças sobre os recursos do país?

Não dar reajustes da inflação ou cortar salários não é caminho transitável. A austeridade econômica deve começar a ser feita no legislativo, no judiciário, nas mordomias e cortando o excesso de servidores. Precisamos de cursos de gestão financeira ética para prefeitos, governadores e políticos em geral. É um absurdo o que fazem com o dinheiro público. É um absurdo a falta de visão da vida e da economia global. Se os partidos não assumirem responsabilidade e clareza em suas contas, quem vai assumir? Prefeituras, Estados e a União também gastam em excesso e caem nas dívidas.

Vamos ver no que vai dar a nova novela Novo Mundo, da TV Globo. A Imperatriz Leopoldina deu a vida pela independência. Sem a independência proclamada em 1822 e sem autonomia, o Brasil teria seguido destino semelhante ao da África, mas lamentavelmente o país não evoluiu o tanto que poderia. Teria sido diferente se D. Pedro tivesse permanecido e se dedicado à consolidação do Brasil, que se quedou endividado com elevada conta de juros e sem líder. Um país que deveria ter como alvo a busca da Luz, mas caiu no despreparo de sua população e atraso, e na inflação dolorosa. Agora a reforma do ensino médio passou no Senado. Há muito falatório sem que se saiba se haverá melhora na lucidez dos alunos e melhor compreensão da vida para uma forma de viver benéfica no país.

Com ignorância, o homem continua causando estragos por onde passa com a sua cobiça e ganância, que não sendo revertidas, não há como evitar efeitos catastróficos. Enquanto em algumas regiões evita-se o desmatamento, o município paulista de Embu das Artes segue na contramão. A área de proteção ambiental vem sendo continuamente devastada e nada é feito para coibir as ações predatórias. No Brasil, faltam metas enobrecedoras visando o progresso, as quais têm de ser permanentemente fortalecidas e revitalizadas para que não se dispersem, motivando e aglutinando a população em torno de algo de maior significado.

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