O NATAL E A VIDA

Estamos em dezembro, mês de festas, e apesar disso o movimento no comércio não está aquecido. O pessoal não compra porque está sem dinheiro e sem esperança de melhorar o bolso. O economista Paul Krugman criticou as medidas de austeridade e o consequente desemprego e queda da renda, mas o grande problema do Brasil foi ter permitido que a dívida pública crescesse mais de 2 trilhões de reais em 5 anos. A casa caiu, nisso pouco se fala, assim como do real significado da festa do Natal, a vinda do Filho de Deus, portador da Luz da Verdade para libertar o espírito das trevas dos erros humanos e suas consequências destrutivas.

A Criação do ser humano obedeceu às rígidas e coerentes leis da natureza. Tudo se processa de forma lógica. Jesus explicava a vida com imagens da natureza e exigia reflexão e análise sem o que não há convicção, apenas crença cega usada como meio de dominação. Charles Darwin examinou atentamente a evolução das espécies, mas o ser humano, diferentemente das demais criaturas, é espírito dotado de livre resolução e que deve se esforçar para ser efetivamente um ser humano à imagem do Criador.

O corpo é desenvolvido e mantido pela alimentação, porém o homem é a criatura que não atenta para isso e vai engolindo porcarias sólidas ou líquidas, fuma e não se movimenta. Por que não aprende a se alimentar corretamente? Por que não aproveita áreas livres para cultivar hortaliças e árvores frutíferas? Fala-se hoje dos riscos do leite e do trigo transgênico. Se dois terços da população estarão vivendo nas cidades, o tratamento de esgoto tem de ser adequado.

A armadilha da dívida vem sendo praticada de longa data como meio de obter vantagens. O Brasil assumiu a dívida de Portugal com a Inglaterra na independência. Estadistas despreparados deixaram o país se endividar no México, Brasil e Argentina, entre outros. O credor não quer saber de nada, se o devedor não paga, arranca-lhe o couro. Chegou a vez da China que acumulou grande reserva em dólares. Que se cuidem os governantes.

O grande problema nas relações entre os povos está na cobiça de poder, mas o planeta não nos pertence. Se soubessem exatamente por que nasceram na Terra e o que vieram aqui fazer, certamente outra seria a história da humanidade com menos disputas e guerras, com mais sabedoria, progresso real e alegria. Em não sabendo, acabam se digladiando com os meios que dispõem para impor seus objetivos, pouco se importando se com isso semearão miséria e sofrimento. Mas a própria humanidade, em sua falta de esforço para compreender o Natal e a vida, é a causadora das consequências que hoje a atormentam.

Como estabelecer na economia uma linguagem uniforme que promova o progresso equitativo entre os povos diante do surgimento do capitalismo de Estado como forma de organizar a produção? Uma questão preocupante: permaneceremos exportando commodities do jeito e quantidade que os compradores quiserem e nada mais, importando quase tudo, oferecendo poucas oportunidades às novas gerações? A tendência da receita com exportações é se manter estável, mas as necessidades crescem.

O que faremos com o provável déficit nas contas externas? No mundo se observa o aumento do apagão mental e perda do bom senso, agravados no Brasil devido à pouca escolaridade. O risco de aumento da precarização aumenta. Sejam ortodoxos ou desenvolvimentistas é indispensável que haja equilíbrio nas contas internas e externas. O bom funcionamento da economia requer produção diversificada, empregos, consumo e aprendizado continuado.

Fuja da indolência. Estar no modo piloto automático é agir mecanicamente, sem foco no que está fazendo, isto é, sem foco no momento presente. Isso não é bom, o cérebro tem de estar junto ao que estivermos fazendo com atenção plena que movimente a intuição; é o meio de evitar divagações que em geral caminham para o negativismo. Temos de estabelecer metas, estarmos atentos, vigilantes, conduzindo o pensamento de forma a manter a mente calma, clara, perceptiva na busca das metas definidas.

Chega de atraso. Que possamos realmente encontrar o caminho do progresso real e de aprimoramento do nível da cultura da população, até agora mantida na ignorância, no cabresto com pão e circo, drogas e pornochanchadas. Sem o bom preparo das novas gerações não teremos futuro.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

2 respostas
  1. Sergio Levy
    Sergio Levy says:

    Como sempre, o amigo Benedicto Dutra nos proporciona com seus magníficos textos, vários itens sobre os quais deveríamos nos aprofundar seja na nossa vida pessoal, nas nossas profissões, nas nossas empresas… Parabéns pela enésima vez!

    Responder

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