Posts

CONTRIBUIR PARA O BEM GERAL

É através do dedicado estudo feito pelos seres humanos do funcionamento de suas leis lógicas e coerentes para construir de forma benéfica que a natureza revela seus segredos. Mas os homens querem dominar em vez de se adaptar e, com sua cobiça de poder, se opõem a tudo, deixando de contribuir para o bem geral, acabando por construir armas e bombas destrutivas e colocando o mundo em desarranjo. O que querem os estadistas e os comandantes das grandes corporações? Mesmo em tempo difícil, sindicatos fogem da conciliação. Como ocupar tanta mão de obra ociosa de forma nobre e benéfica? São complicações resultantes do desarranjo comercial cambial global e da avidez internacional por dólares.

A flexibilização, diante dos interesses próprios, tem sido a norma dos governantes do Brasil que perderam o rumo para se manterem no poder e, para isso, descuidaram do interesse geral. Passamos a depender das commodities, ampliando o volume de itens importados. Precisamos de mais produção e trabalho. É verdade que a população mundial cresce continuamente. Aumentam as bocas que precisam de alimentos para seu desenvolvimento e conservação. Isso é um trunfo para o Brasil, mas requer seriedade na produção e vigilância nos acordos comerciais.

Se a alimentação não for adequada, a espécie humana perderá potencial. A alimentação tem perdido em qualidade. Perdem-se nutrientes pela invasão da química e biotecnologia. Os transgênicos ainda são uma incógnita? Há ainda outro fator que complica: o estresse da vida moderna urbana que provoca ansiedade e inquietação, afetando em primeira linha o funcionamento natural da digestão que se vê atropelada pelo emocional.

O Brasil descuidou da balança comercial, mesmo sabendo que isso gerava déficits. Os EUA também têm déficit comercial e volumosa dívida, mas mesmo com tudo expresso em dólares, agora se percebe o tamanho colossal da dívida e por isso jogam pesado para que não percam o poder dessa moeda. Mais do que preocupação com a balança comercial, a China tem um programa de acumular dólares para ter segurança financeira.

Que lições os governantes poderiam receber na comparação da política cambial adotada no Brasil desde o Plano Real e as do Chile, Índia, Japão e China? A volatilidade do câmbio, decorrente de vários fatores especulativos de mercado ou de governos visando exportar mais e importar menos, revela que países fracos estão permanentemente no labirinto cambial e caindo na armadilha do déficit nas contas externas. Algo que se tivesse sido equacionado no passado com seriedade, hoje o mundo estaria em condições menos pressionadas, com menos miséria.

As crises trazem suas oportunidades, mas será que serão aproveitadas para corrigir a situação de caos espiritual e mental que o mundo vive, geradora dos desequilíbrios econômicos, ambientais e sociais? O Brasil se tornou um país violento, com péssimo nível educacional, de qualidade de vida e consumo. Os jovens são dotados de inteligência e surfam nas inovações, mas para evoluir e contribuir para o bem geral precisam ouvir o eu interior, que é espiritual e não mecânico.

O ciclo de produção industrial foi profundamente modificado a partir do final do século 20, evidenciando o desarranjo geral. Em muitos países, a atividade de produção industrial foi posta de lado e não há o que fazer com os entulhos recicláveis se a China abrir mão deles. Mais um aspecto não examinado atentamente na globalização, pois são muitos os desequilíbrios gerados. As montanhas de plástico pelo mundo atestam a forma artificial de viver, afastada das leis que regem o universo. O desarranjo é grande. Se a China, o grande parque fabril, deixar de usar os descartáveis, o que os demais países poderão fazer com eles se a sua indústria pouco produz? O risco é que solos, mares e fauna marinha arquem com as consequências. Mas no final, as perdas recairão sobre toda a humanidade que habita o planeta Terra.

As relações econômicas se têm caracterizado pelo ganha-perde. Raramente instalou-se o ganha-ganha de ambos os lados envolvidos nas transações entre os povos. Europa, EUA e China têm de buscar o bem geral. A flutuação cíclica do poder gera inquietações no mundo. No que isso vai resultar se faltar vontade sincera de resolver os problemas que afligem a humanidade e que foram criados por ela mesma?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

OPERAÇÃO RED SPARROW

No filme Operação Red Sparrow, a talentosa ex-bailarina do Bolshoi, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), após sofrer um acidente, é convencida por seu tio a se tornar uma Red Sparrow, ou seja, uma espiã sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa, para servir ao Estado e poder pagar suas contas. Depois de árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa agente secreta do país e precisa lidar com o agente da CIA, Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam se apaixonando um pelo outro, o que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Nesse mundo brutal, os personagens vão demonstrando a absoluta frieza em suas ações visando o que? Em geral, os líderes da atualidade não se preocupam muito com o aprimoramento da humanidade, pois para a preservação do poder fazem de tudo, o que consome todas as energias. Mas nos regimes totalitários é ainda pior, pois são mantidos pela força e violência sem a menor consideração humana.

As pessoas em geral, quando leem um livro ou assistem um filme, sempre esperam inconscientemente que haja justiça e que os maus sejam punidos, e que os bons ou não tão ruins tenham uma sorte melhor. Isso faz parte da lei da vida; em tudo deve haver o equilíbrio, cada pessoa colhe o que semeia, nesta ou em outra vida. Quando os enredos fogem disso, criam desarmonia ferindo a esperança.

Na vida real, acontece frequentemente em algum capítulo decorrente de ações do passado, a aparente vitória do mal, mas no prosseguimento da vida, sempre se cumprirá a ação de retorno trazendo de volta o bem ou o mal para os seus geradores. É o que se pode ver em Operação Red Sparrow. Apesar de o filme desnudar tudo, tanto as pessoas como os seus objetivos cruéis, deixa entrever que muitos acontecimentos desagradáveis terão de se desencadear, antes que surja a paz do verdadeiro amor pelo próximo, aquele que não causa danos para satisfazer a própria cobiça.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7