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VANAJA

Numa cidade localizada no sul rural da Índia, a adolescente Vanaja (Mamatha Bhukya), de 15 anos de idade, filha de um pescador com dificuldades financeiras, vai trabalhar para a senhoria local Rama Devi (Urmila Dammannagari) com a esperança de aprender a dança Kuchipudi. Ali ela conhece o filho da dona da casa que retornou dos Estados Unidos, que a envolve numa atração sexual e acaba abusando da menina que entra numa gravidez indesejada, lançando-a numa batalha de Casta e Alma.

O filme é bem feito, mas triste, retratando uma cultura estagnada. Para qualquer região do planeta que olharmos veremos a grande estreiteza dos seres humanos, com mais ou menos miséria. Segundo Rajnesh Domalpalli, diretor do filme, os jovens na Índia estão recebendo uma educação muito melhor agora. A imprensa também está ficando mais forte e a economia está melhorando. Portanto, ele está muito esperançoso com o futuro.

Por meio de Vanaja, a ideia do diretor era transmitir a mensagem de que a arte ajuda o espírito humano a transcender o sofrimento e de mostrar a cultura indiana que é interessante. As danças no filme são no estilo Kuchipudi, ao som da música clássica denominada Carnatic Music, ambas do sul da Índia. O filme se passa em dois estados do sul: Andhra Pradesh e Telangana.

No início do filme, ouvem-se contadores de histórias rurais que cantam e relatam um pequeno episódio do antigo épico Mahabharata, no estilo chamado Burra Katha, que também é apresentado em partes do sul da Índia. O filme conta ainda com música folk que se ouve ao fundo e gravada na zona rural de Telangana. Saiba mais na entrevista com Mamatha Bhukya (que interpretou Vanaja) no YouTube: https://youtu.be/Xcg174lywN0

O fato é que a espécie humana está falhando, não está guiando os jovens como deveria na direção do aprimoramento da humanidade. Falta alma. Os seres humanos vão desfilando de forma artificial, desconhecendo o real significado da vida, e quase todos criam o caos em sua volta. O que querem os pais? O que os motivou a gerar filhos? O que querem os filhos? O mundo está em transformação; esperemos que venham melhoras na compreensão da vida e na consideração entre os seres humanos.

A COSTUREIRA DOS SONHOS (SIR)

De forma diferente do estilo Hollywood, os filmes produzidos na Índia tendem a transcorrer suavemente com menos cenas de impacto. A protagonista Ratna (Tillotama Shome), do filme A costureira dos sonhos (Sir), representa uma mulher de coragem que teve a ousadia de sonhar com uma vida melhor. Nascida na vila, orientada desde cedo que nasceu para trabalhar para os outros para ter o que comer, sem direito a uma vida própria, a não ser obedecer às rígidas tradições do sistema de castas, umas sobre as outras. Ratna trabalhava em Mumbai como doméstica no apartamento de um engenheiro rico chamado Ashwin (Vivek Gomber). Ali, no apartamento, se passa a maior parte das cenas, o contraste entre uma pessoa instruída e de posses e outra dependente de seu trabalho para um viver no aperto, mas dotada do bem senso que a vida lhe ensinou.

Ashwin estranha que ela acredite em Deus e pergunta se ela não fica aborrecida e revoltada com as condições antinaturais em que vive, mas ela responde que nada pode fazer para mudar isso, pois desde criança tinha sido habituada a encarar essa situação naturalmente. Mas queria ser costureira estilista para ter uma condição melhor de vida do que as viúvas em geral que ficam presas à casa dos sogros.

Ratna percebe claramente como é difícil a união entre um homem e uma mulher quando são flagrantes as diferenças culturais e econômicas, como se vivessem em mundos diferentes, mas não se pode negar o encanto do relacionamento entre os jovens. Com força de vontade, Ratna vai ao encontro de um caminho de esperança para sua vida sofrida. Ashwin também conseguirá se desligar da decepção causada por sua noiva. O filme dirigido por Rohena Gera apresenta uma conscientização da questão da sociedade dividida por castas vista pelas novas gerações e, ao mesmo tempo, uma possível acomodação.