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COMBATE AO APAGÃO GERAL

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Durante décadas o Brasil tem mantido gestão viciada e oportunista. Esse quadro precisa ser modificado para um Estado ágil e moderno que crie boas oportunidades para a produção, comércio, empregos, consumo, boa escolarização que nos livre do apagão espiritual-mental. Um país com as contas arrebentadas, que descuidou da indústria e do preparo das novas gerações, e mesmo assim tem muitos postulantes à presidência da república. Mas o que dizem eles sobre o futuro? Nada. Promessas vãs, austeridade sem propostas claras quanto ao futuro, populismo oportunista, pouca praticidade.

O gigantismo é nocivo, tanto no Estado como no mundo empresarial. O Estado tem de ficar afastado da atividade empresarial, mas deve ser firme e justo na regulamentação para que o poder não seja açambarcado pelos mais poderosos que fazem o que bem entendem. Há vários municípios com muitas pessoas disputando a receita diminuta. Muita gente concentrada em algumas cidades. O inchaço continua gerando desequilíbrios pela falta de planejamento. É lamentável ver tanto dinheiro gasto inutilmente, tantas dívidas sem sentido, enquanto ainda falta tudo para considerar o Brasil fora do terceiro mundo.

Mais de 50% da população não dispõe de coleta de esgoto e saneamento. Quanto mais gente, mais problemas que se agravam com o despreparo geral. As cidades costeiras começam a ter problemas com a elevação do nível das águas do mar. Primarismo, improvisação e incompetência. A cidade é onde construímos o lar para morarmos. Do total de municípios brasileiros, 87% encerraram 2016 em situação fiscal difícil ou crítica. Apenas 13,8% das prefeituras foram consideradas de boa gestão.

O mau aproveitamento da riqueza para o desenvolvimento do país é em grande parte uma questão de educação e preparo para a vida, com a classe política visando vantagens pessoais e a população sendo induzida e agindo de forma acomodada sem propósitos mais nobres. Líderes populistas iludem a massa e depois acabam iludindo a si mesmos com sua megalomania, até quebrarem a cara com a dura realidade das finanças globalizadas que cobiçam riquezas; então partem para a luta atribuindo a culpa ao capitalismo, ocultando as besteiras que fizeram para burlar as leis simples de controle das contas e dispêndios inúteis.

Além da enormidade de dinheiro extraído pela corrupção, o pior foram as consequências como o entreguismo de recursos e da autonomia para cuidar dos interesses do país que possibilitaram não apenas a venda de empresas, mas a autodeterminação da população despreparada. Fomos barrados no baile da prosperidade e da melhor qualidade humana. Estamos muito longe de onde deveríamos estar. Privatizar se impõe. Vender em momento inoportuno é dar filé a preço de banana.

É preciso que o governo e os setores empresarial e financeiro voltem a se preocupar com a melhora do país, construindo e melhorando as rodovias e ferrovias. Que se dê à educação a direção certa, sem viés socialista ou religioso, mas que se empenhe em formar seres humanos de valor com suas capacitações e talentos desenvolvidos para barrar o apagão espiritual e mental que acaba com o Brasil.

Muitos fatores estão levando a esse apagão, à robotização, à perda do bom senso. O cérebro perdeu a conexão com o eu interior e se for deixado por si e pelas influências externas, acaba agindo como máquina insensível. Há no mundo a forte tendência para que as pessoas olhem apenas para o intervalo entre o nascimento e a morte, considerando isso como sendo a vida toda.

O mundo necessita de pessoas que tenham a capacidade para encontrar soluções inovadoras para problemas complexos, isto é, pessoas que tenham a capacidade intuitiva em funcionamento, pois só ela possibilita a visão em terceira dimensão através da construção de cenários que possibilitam vislumbrar soluções.

Como chamar a atenção das pessoas para a busca da compreensão do significado da vida e de melhores condições gerais que possibilitem a evolução? O ser humano é dotado de cérebro para raciocinar e cerebelo para conectar com o eu interior onde estão acumuladas as vivencias e o bom senso. O homem necessita de sabedoria e alegria para vivenciar tudo na vida e evoluir como autêntico ser humano, alcançando a paz, o progresso e a felicidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMBATE À DECADÊNCIA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Muito se fala em civilização e valores e nas conquistas realizadas, mas o que se vê é a continuada decadência da humanidade. As novas gerações foram conduzidas para uma nova forma de pensar com pouca esperança e pouca responsabilidade. Não há mais preocupação com a construção de melhor futuro nem com a compreensão do significado da vida. Precisamos saber por que estamos perdendo a capacidade de construir de forma beneficiadora.

Está faltando um grande estudo que aponte as causas reais e soluções para a regressão da humanidade em suas cidades decadentes e violentas. O grande recuo prossegue. Aprimoramento e a melhora das condições gerais vão sendo postergados devido a interesses imediatistas. Despreparo da população, ignorância, doenças e desnutrição formam o cenário em áreas comprometidas. Escassez de água potável, destruição de florestas e do solo, aquecimento global, desorganizaram a sustentabilidade antes que tivéssemos compreendido o significado da vida. Qual será o destino do planeta Terra?

Foram séculos de irresponsabilidade e descaso. A desesperança e a descrença no destino da humanidade crescem. Agora os frutos amargos estão sobre a mesa. O pavio está queimando faz tempo; é preciso cortá-lo antes que a bomba exploda e percamos o status de espécie especial na gestão do planeta e sua sustentabilidade.

A decadência moral e cultural se torna cada dia mais evidente. O espírito, a essência viva, não produziu os frutos que eram esperados. O aumento e a multiplicidade das tragédias já não espantam mais. Em vez de evoluir, permanecemos estagnados num nível muito abaixo de onde deveríamos estar, espalhando sofrimentos e miséria.

É desalentador o despreparo dos jovens. Educar é preparar para o trabalho e para a vida. Ler, escrever, perceber a magia dos números, constitui o básico. O ser humano precisa saber por que nasceu no planeta Terra, uma estrela que gravita num sistema, dotado de especiais condições com rios, mares, solo, ar, florestas; isso é fundamental para a formação de pessoas responsáveis que compreendam a vida, e cujos cérebros funcionem em conjunto com as almas, possibilitando trabalhar com mais eficiência. O que se poderia fazer para combater o ciclo de decadência na formação das novas gerações?

O rumo foi perdido porque não há esforço para entender a vida. Nascimento e morte, marcos fundamentais, são pouco compreendidos. Não há consciência da responsabilidade que envolve os pais e os filhos. As ásperas condições gerais no planeta decorrem do atraso espiritual da humanidade que deveria ter se esforçado na procura da Luz como prioridade. A globalização agravou o problema que já vinha desde a exploração colonialista e que colocou economias de diferentes estágios em confronto direto. Cada país deveria ter buscado internamente soluções equilibradas para que a sua população não tivesse que migrar para outros locais por falta de condições adequadas para a sobrevivência condigna. Michel Chassier, novo presidente da Frente Nacional na região Centre-Val de Loire (França) destacou: “Há concorrência desleal entre os países, o que desvaloriza os salários. Então é preciso encontrar o equilíbrio de aproveitar a integração comercial sem que ela represente um risco social”.

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Falta fazer uma pausa para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) demonstram que há 201 milhões de desempregados no mundo, mas é bem maior a quantidade de pessoas em condição de pobreza extrema e sem ocupação.

Especialistas apontam o baixo crescimento da economia como a causa principal, mas não haveria outras formas de oferecer trabalho e renda? Há desequilíbrios que precisam ser encarados, para que possamos reconhecer que existem meios mais salutares para a utilização da mão de obra. No entanto, dada a estruturação da produção, há muitos interesses para que se mantenha a situação do jeito que está. No longo prazo, teremos consequências desagradáveis, embaraçando ainda mais a evolução dos seres humanos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7