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DECADÊNCIA DA HUMANIDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Após o julgamento arbitrário e crucificação de Jesus, formou-se em Roma um núcleo de pessoas que havia reconhecido a missão do Messias. Ele não criou nenhuma igreja ou religião, mas ofereceu em parábolas simples a explicação do funcionamento das leis naturais da Criação. Era uma mensagem para aqueles que, já naquela época, estavam sintonizados prioritariamente na vida material, com objetivo de que despertassem e buscassem a compreensão do significado espiritual da vida seguindo as leis naturais da Criação. As palavras de Jesus deveriam ter sido inseridas na vida dos seres humanos e permanecidas intactas; mas isso não ocorreu. As lembranças foram se imiscuindo com pensamentos próprios e por fim adaptadas conforme as conveniências do momento.

O filósofo francês Michel Onfray faz um histórico da Igreja, desde Constantino, o fundador, mas há o antes e o depois da trajetória da humanidade que ele não incluiu em sua obra. Em seu livro Décadance (Decadência, sem edição no Brasil), o autor desenvolve o conceito do “declinismo”, palavra recentemente incorporada ao dicionário Larousse. Trata-se da ideia de que o Ocidente vive seu inexorável declínio. Onfray argumenta que a fé cristã, toda amparada em uma figura fictícia – Jesus Cristo –, é a razão primeira dessa decadência e vê com igual reticência o seu possível substituto na Europa, o islamismo.

Na verdade, o que Onfray examina é a decadência da civilização judaico-cristã fundada pelo imperador Constantino 300 anos após a passagem de Jesus, e distante dos esclarecimentos dados por ele sobre a simplicidade e naturalidade da Criação. Mas, para isso, ele força a barra fazendo uso de sua imaginação negando a existência de Jesus, porém admitindo a existência do discípulo Paulo e de tantos outros participantes daquele episódio trágico da humanidade.

A decadência que Onfray está percebendo é nada menos que o anunciado apocalipse, a época em que a humanidade é chamada a prestar contas do tempo que lhe foi concedido para a evolução espiritual. É também a época da grande colheita anunciada por Jesus, dos frutos semeados pela civilização humana voltada para o materialismo e fundada num labirinto de mentiras acobertando interesses escusos de dominação, poder e também no desconhecimento da realidade espiritual da vida.

É tempo de o ser humano perceber que a vida é muito mais do que o curto intervalo entre o nascimento e a morte, e que cada um não é apenas o seu transitório corpo terreno. Tal conceito decorreu da imposição e acomodação à crença cega, ou seja, acreditar sem examinar nem refletir, exatamente o oposto do que Jesus exortava. Esse tipo de fé está morrendo, sendo impossível resgatá-la no século 21. Para promover o progresso da humanidade a crença cega deve ser substituída pela convicção que só advém após exames, análises irrestritas e reflexão intuitiva.

É preciso estar atento e desperto na maravilhosa Criação para aproveitar o tempo de permanência na Terra. A Luz da Verdade deve prevalecer sobre tudo o mais. Como escreveu Abdruschin:“No saber da Criação dado por mim em minha Mensagem do Graal e no esclarecimento a isso ligado sobre todas as Leis autônomas que atuam na Criação, podendo também ser denominadas Leis da Natureza, se mostra sem lacunas todo o tecer da Criação; este permite reconhecer claramente todos os processos, por conseguinte, a finalidade da vida inteira do homem, descrevendo também, numa coerência irrefutável, de onde vem e para onde vai, dando assim resposta a cada pergunta, desde que o ser humano a procure sinceramente.”

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A VIDA E O MUNDO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Como entender a vida e o mundo? O ser humano, dotado de livre arbítrio, deveria ter compreendido que a cada resolução decorre uma consequência subordinada às leis da vida. Assim, quem semeia arroz sabe que vai colher arroz. Tudo que semeamos será colhido, como a miséria atual, a degradação ambiental, o declínio da qualidade. Charles Darwin captou o processo da evolução cuja finalidade era desenvolver um corpo para que o ser espiritual tivesse a oportunidade de se desenvolver para o bem e tornar-se um ser humano de fato e não um ser descartável. No entanto, vivemos o auge das crises morais, econômicas e políticas. A corrupção se expandiu como nunca. A incompetência da classe governante e o despreparo da população estão desorganizando a vida civilizada.

No filme De canção em canção (Song to song), o controvertido diretor e roteirista Terrence Malick apresenta o estágio do caos atual em que a humanidade vive. A trama mais parece uma colcha de retalhos formada por pedaços da vida de personagens que vivem no século 21. São pessoas sem rumo que gostam de vida boa, mostrando como a humanidade está acomodada. Os seres humanos pressentem que devem procurar a Luz, mas não se importam em ser ludibriados com falsas explicações sobre o verdadeiro significado da vida, contanto que não tenham de pensar por si no futuro, nem se preocupar com a sua responsabilidade sobre o que pensam, falam e fazem.

O mundo está repleto de espíritos com vontade fraca para dar direção nobre à própria vida; são joguetes do domínio do raciocínio preso aos pendores e vícios que amarram o ser às baixarias da vida até ao fastio, desperdiçando o tempo da vida no atual corpo terreno. Quem sabe se numa próxima encarnação buscarão a Luz da Verdade para se tornarem seres humanos completos.

Fazemos parte do majestoso desenvolvimento progressivo da Criação. No entanto, temos de respeitar os limites naturais em tudo, e não praticar ações nocivas a nós mesmos e à natureza, pois ficamos subordinados às consequências de nossos atos. O problema é que, ao longo da nossa evolução, em vez de buscarmos a estrita colaboração com as leis naturais da Criação, optamos por um caminho perigoso que está contribuindo para destruir as condições necessárias para a vida, transformando a Terra num vale de lágrimas, sem paz e sem amor.

Quando as pessoas oram dizendo Pai Nosso Seja feita a vossa vontade, isso requer conhecer a Vontade de Deus que se inscreve nas leis da Criação. De nada adianta fazer tudo errado e dizer Seja feita a Vossa Vontade sem observar essas leis. O espírito deve ser ativo e vigilante; sua vontade deve ser o leme para dar direção à vida do ser humano encarnado, mas o grande inimigo é a indolência que põe o espírito para dormir enquanto o raciocínio vai assumindo o domínio.

Muito teve de lutar Jesus para combater esse mal que leva os seres humanos a desperdiçarem o precioso tempo recebido com a ressurreição, isto é, a oportunidade dada pelas reencarnações. A indolência os fez esquecer as leis da Criação, inclusive a lei da reciprocidade que traz para cada pessoa a colheita de tudo o que semeou na vida. A indolência levou muitos seres humanos a acreditar na antinatural ressurreição da carne após o corpo ser abandonado pela alma. Formaram-se antagonismos e conflitos, os preconceitos e as teorias comunistas; o comodismo e a preguiça de examinar e compreender a vida por esforço próprio, analisando tudo com o espírito através da reflexão intuitiva.

A incompreensão sobre a vida se expandiu pela Terra. O raciocínio procura por todos os meios impedir o despertar do espírito para a vida real, para a evolução através do saber e para atividades nobres e beneficiadoras. Aproxima-se a grande colheita de tudo que foi semeado e, com ela, a limpeza e o chamado para a nova vida, para aqueles que em seu coração desejarem ardentemente seguir a Vontade de Deus.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”; “2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” e “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7