Posts

DECADÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA

A humanidade está atravessando uma fase difícil. Egos e cobiças impedem a união de esforços para o bem geral; então surgem guerras econômicas, das vacinas, das comunicações, e a verdade desaparece. O cérebro frontal tem sido programado para permanecer conectado ao negativismo, bloqueando a conexão intuitiva com a espontânea alegria de viver. Angustiadas, as pessoas deixam de ouvir a voz interior, a própria intuição, uma breve percepção de algo que devemos reter, antes que inúmeras interferências tentem apagá-la. O sono reparador concede o necessário descanso ao cérebro, mas tem sido dificultado pela agitação desta era de turbulências. Manter a serenidade é o requisito para uma vida longa e lúcida. A época exige seriedade no trato do que é essencial para a vida; não dá para desperdiçar tempo com ninharias.

A ansiedade, o nervosismo, a insatisfação e o descontrole emocional são altamente danosos para o ambiente, mas também vão causando danos nos neurônios, os quais vão se manifestar mais tarde através do mau funcionamento do cérebro. No entanto, como as crianças, temos de alcançar o sereno estado da espontânea alegria de viver, fazendo o que gostamos, gostando do que fazemos, sem perder de vista o nosso propósito de vida, nosso alvo elevado.

Os políticos se instalam no poder para conduzir a nação para o bem geral, mas a atração que o poder exerce é muito forte, o que os faz deixar de lado sua tarefa e passam a fazer tudo para manter o poder em suas mãos, mesmo que, para alcançar seus objetivos egoísticos, tenham de se submeter aos ditames da geoeconomia mundial. Como foi possível que o Brasil, dotado de tantos recursos, chegasse ao descalabro das moradias precárias que surgiram pelas grandes cidades sem esgoto, com mosquitos de todos os tipos? Falta educação e estadistas honrados.

Surgiram grandes dificuldades para os países que optaram por terceirizar a produção fabril. Os Estados Unidos enfrentam dificuldades jamais previstas. No Brasil, 50% da força de trabalho está sem emprego; faltam insumos essenciais e a tecnologia estagnou. Mais de 60% da população brasileira teve perda de renda nesta fase de parada geral. O dinheiro deixou de circular pelo mundo. Falta união de esforços visando o bem do país, pois a agenda da vaidade e da cobiça se volta para a conquista do poder.

Há muita coisa desequilibrada na economia. Faltou interesse e esforços para a compreensão do que estava se armando desde os anos 1970 e de buscar rumos mais adequados. Michael Hudson, economista e professor de Economia da Universidade de Missouri Kansas City disse: “A riqueza não é mais feita aqui (EUA) pela industrialização. É feita financeiramente, principalmente por meio de ganhos de capital.”

Não dá para competir com salário de 400 dólares por semana contra 600 por mês. No Brasil faltou uma coordenação para impedir que tantos países caíssem na depressão produtiva para que não se tornassem dependentes de tudo. O Brasil exporta as matérias primas para importar manufaturados. Os seres humanos do capitalismo selvagem criaram a agonia, mas o socialismo com mão de ferro, impondo-se sobre os mais fracos, também não será a solução. Antes terá de ocorrer a modificação do ser humano e sua sintonização.

O que se poderia dizer sobre tantos seres humanos materialistas cheios de cobiças que criaram sistemas para dominar e açambarcar as riquezas naturais? Aumenta a demanda mundial. Os preços dos itens essenciais continuam em alta. O desequilíbrio mundial na produção e na demografia, e outros fatores, estão afetando os preços, ampliando a ameaça de precarização geral. Trump tentou alguma mudança; Bolsonaro está sensível; agora entra Biden. Provavelmente nenhum deles terá condições para criar mudanças para melhor, pois foram séculos de decadência da espécie humana, o que se agravou nos últimos 50 anos, mormente o declínio espiritual, ético e moral.

A geoeconomia que visa dominar povos e riquezas naturais. Os diversos povos deveriam se desenvolver uns ao lado dos outros, em paz, se pautando em conformidade com as leis da vida e tendo a mãe natureza como a grande provedora e concessora de benesses e riquezas. A vida é a grande travessia para a Luz. É preciso força de vontade para seguir em frente e não se deixar arrastar para caminhos errados.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

PANDEMIA E GLOBALIZAÇÃO

A cultura do país não é boa, pois prevalecem os exemplos dos maiorais que sempre buscam vantagens pessoais, em vez de servir a pátria e sua população. As novas gerações estão arcando com o apagão mental e a desesperança num país superendividado e atrasado. O Brasil já vinha perdendo terreno no bom preparo dos jovens. Com a desindustrialização, muito da habilidade técnica foi perdida e não acompanhou as inovações.

A paralisação determinada pela Covid ampliou a indolência humana. A escola já era fraca, cheia de teorias e pouco desenvolvimento do bom senso e raciocínio lúcido. O descuido na geração e preparo dos filhos para a vida está formando uma geração fraca para os desafios da vida, inclusive para o fortalecimento da nação. O país se fragiliza dando facilidades para aqueles que querem tirar proveito das riquezas Brasil.

Está difícil entender o que está se passando no mundo e conhecer a real situação. A questão complicada das comunicações é o estilo tendencioso, ditado por interesses não explicitados. Um pouco de besteirol desvia a raiva daqueles que ficam aborrecidos com a forma como as comunicações são feitas, muitas delas levando tudo para os baixios da desestruturação geral do país e do mundo.

As pessoas comuns não conseguem imaginar como agem os déspotas no poder que atuam como se o Estado fosse deles. A economia mundial se tornou uma arena de gladiadores dispostos a tudo para assegurar ganhos e dominação. São tantas artimanhas que requerem muita atenção para que o país não seja entregue aos usurpadores. Jogadores globais sempre buscam usar o cabresto da corrupção para dobrar governantes e suas equipes a serem dóceis com relação aos interesses dos poderosos.

Mais uma vez se repetiu a hora de votar, de escolher os zeladores das cidades do Brasil. Quem eram esses candidatos? O que queriam? O que já fizeram pelo Brasil, pela cidade e sua população? Perguntas deixadas ao vento na nebulosa campanha do horário gratuito da TV, onde predominaram promessas irrealizáveis, futilidades e fofocas, tudo para tomar o voto dos incautos que compram coisas por impulso para se arrependerem tarde demais. Tiraram a máscara e mostraram descaradamente a sua hipocrisia e vileza para atender à própria cobiça.

Os falsos estadistas se julgam donos do Estado, a sua falsidade é incrível, e as pessoas não acreditam que uma pessoa possa mentir tanto. Durante séculos a ordem era capitalismo de livre mercado. Surgiu o capitalismo de estado, que se aproveita da globalização e do livre mercado com outros modos de produção através da coordenação centralizada, sem que tivessem sido estabelecidas as regras desse entrosamento, resultando no fechamento de muitas fábricas e postos de trabalho. O desemprego continua aumentando. Quando examinarão as causas? Como recolocar as pessoas em trabalho remunerado?

O cenário é de desolação. As pessoas querem trabalhar, mas não encontram empregos. Querem ir ao shopping, mas há riscos. Querem vender coisas, mas não há compradores. Aflitas, as pessoas querem uma vida normal, mas isso requer a volta à naturalidade.

Durante o evento Cidadão Global 2020, a economista Esther Duflo disse que “a pandemia mostrou como é perigoso ter uma cadeia de distribuição que depende de um único lugar. Precisa haver um esforço para distribuí-la mais. Esta é uma oportunidade para países, como o Brasil, que têm força de trabalho e investimento e estão só esperando seu momento”.

As massas estão confusas, envolvidas por um sentimento de frustração diante das crescentes dificuldades e da enxurrada de informações contraditórias. Estamos enfrentando um grande declínio que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória avança pelo mundo, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos.

A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua, desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína. Nesta Terra desolada e cercada de asperezas, uma sensação de tristeza invade os corações. Falta um sentido elevado e a espontânea alegria de viver. É preciso despertar a alma entorpecida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

CIVILIZAÇÃO EM MARCHA RÉ

Estamos enfrentando um grande declínio civilizatório que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória mundial, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos. A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína.

O Neoliberalismo comprometeu a cultura e as individualidades. Nos regimes de Estado forte ocorreu o mesmo com sufocamento das individualidades, embora tenha havido alguma trava no avanço da libertinagem e declínio da moralidade. A causa essencial dessa decadência não está nos sistemas, mas sim na humanidade que os criou com as imperfeições decorrentes de não terem se orientado pela naturalidade da Criação, e sim pelas teorias engendradas pelo cérebro humano, divorciado das leis naturais da Criação.

A ecologia deveria convergir para o estudo da natureza e suas leis para que os homens, em suas atividades, não criassem com o seu lamentável imediatismo o caos nos continentes e nos oceanos como ocorreu no grande mar de lixo que se formou no Caribe, mostrado na reportagem da BBC. Isso é consequência da falta de planejamento e do divórcio da humanidade com as leis da natureza da Criação.

Pesquisadores como Daniel Goleman já perceberam que não basta ter cultura e bom raciocínio; é preciso lucidez, inteligência emocional, intuição, vivências; sem isso não é possível ser bom estadista, contornar as insatisfações gerais e gerar progresso. Macri descuidou-se e está colhendo o resultado. É preciso que a equipe do governo tenha o mesmo objetivo visando o bem geral do país que deve estar acima dos interesses particulares e das vaidades pessoais.

A globalização, por sua vez, colocou em confronto direto as economias capitalistas de livre mercado com o capitalismo gerido pelo Estado forte afetando toda a estrutura de produção e salários. Esse fato somado ao açambarcamento das riquezas da natureza por uma minoria gerou o agravamento da desigualdade como em nenhuma outra época. Produzir é o que gera atividades, empregos, renda, circulação de dinheiro. Mas o capitalismo de livre mercado foi buscar a mão de obra mais barata do capitalismo de Estado com câmbio administrado, e no Brasil deu a confusão agravada pela corrupção.

A intervenção dos burocratas do Estado na economia sempre acarreta consequências negativas para o futuro. Como reativar a economia na atual matriz produtiva global desequilibrada? Os incentivos ao consumo que o governo tenta pôr em prática, acabam transferindo empregos e divisas para os países que fabricam produtos industrializados, sem impulsionar as indústrias locais, que foram detonadas pela abertura comercial desordenada, juros elevados, câmbio valorizado. O desequilíbrio na produção, nas contas públicas e na dívida explosiva têm de ser equacionados ou a tendência de precarização geral permanecerá em curso.

Há elevada liquidez no mercado global e muitas indagações. O que impulsiona os juros para baixo se em geral os detentores de dinheiro querem renda? Se os juros tendem a zero, qual será o movimento do dinheiro? Imóveis, Bolsas, ou o que? Há risco de os ativos escaparem da realidade indo para o alto, ao contrário dos juros? As pessoas que possuem dinheiro consumirão mais? Os governos tomarão mais empréstimos?

O Brasil enfrenta as consequências da abertura comercial atabalhoada, da política de juros elevados, educação em declínio e expansão do uso de drogas, resultando na desvalorização dos ativos, valorização do real, importação de tudo, desindustrialização, perda de empregos e renda. A desigualdade nunca foi enfrentada desde 1889. O que poderemos fazer para educar melhor, produzir mais, progredir de fato?

Temos de sair da estagnação. A desfaçatez tomou conta do país e a decadência se infiltrou. Poucos querem enxergar a triste realidade. Desvia-se a atenção do caos deixando o barco afundando. A perda da idoneidade no setor público e na humanidade em geral é um fato inegável, arruinando países em suas contas e na ampliação da degradação moral e material. Em décadas de irresponsabilidades e paliativos, a reparação está difícil e há risco de volta da balbúrdia.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

A DECADÊNCIA DA CIVILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA

O que mais afeta as democracias é que elas não estão proporcionando os frutos esperados pela população. Mesmo países que tinham conquistado altos níveis na educação e saúde, com setor privado diversificado, estão sendo submetidos à tendência de precarização geral e consequente aumento de insatisfação, abrindo espaço ao autoritarismo como alternativa de populações desesperançadas e jovens sem ocupação. As democracias permitiram a displicência da classe política e a liberdade está ameaçada.

No Brasil, prefeitos e governantes precisam saber que há auditoria séria sobre os gastos do dinheiro público. E lá foram os prefeitos ceder as praças para orgias desenfreadas no carnaval de rua, sem oferecer estrutura nem quantidade suficiente de sanitários. As garotas iam nas praças e se abaixavam para esvaziar a bexiga, depois voltavam para a festa das ruas.

Com tantas coisas por fazer, falta imaginação a esses prefeitos e governadores para encontrar atividades remuneradas para esses jovens temerosos do futuro, os quais têm de alcançar melhor aproveitamento das instalações das escolas e de professores colocados à sua disposição.

Nas repúblicas tudo ficou tão contaminado pelas articulações que os globalistas querem mudanças no jeito de administrar os estados. Diz-se que o anormal é quando não há corrupção nos gastos e investimentos públicos. Há muitos interesses. Quando a situação aperta, as elites no poder tentam uma união para algum propósito, mas falta uma união sincera visando a melhora das condições gerais de vida no Planeta Terra.

Incêndio na Catedral de Notre-Dame, seria mais um golpe do destino? Ou o quê? Conseguiremos conhecer as causas desse acontecimento dramático no coração da Europa? O ano de 2019 tem sido denso na ocorrência de eventos fora da rotina. Os problemas se avolumam pelo mundo. Governantes, empresários e população devem acalmar os ânimos e buscar soluções com serenidade.

O poder caminha ao lado do dinheiro e este se aninha nas entranhas dos BCs e junto a quem os comandam. Há atividade de produção, emprego e consumo, mas também há as operações especulativas, jogos de apostas e oportunidades de ganhos sem que se produza um alfinete. Mesmo que os governantes parassem de gastar o que não tem, criando dinheiro ou tomando empréstimos, o dinheiro vai crescendo separadamente da economia real ao ser criado pelos BCs ou por bancos privados através do crédito que muitas vezes não é destinado à produção de bens, e fatalmente se depreciará. Já se fala na necessidade de reformas do sistema capitalista.

O comportamento se mecaniza. As pessoas têm de se movimentar para não perder a individualidade e o raciocínio lúcido. A humanidade se acomodou afastando-se do significado da vida e vai perdendo o sentido. As teorias economias continuam as mesmas, os tempos mudaram. Em muitos países a desindustrialização está acarretando redução de produção e mudanças na estrutura de empregos e salários. Há total descoordenação das atividades humanas. A natureza ofereceu os recursos, mas os controladores do dinheiro se sobrepuseram.

O mundo tem de encontrar uma forma de equilibrar a crescente desigualdade na distribuição da renda. De que vale ao país ser rico em recursos naturais, mas ostentar grande miséria geral? A desigualdade e precarização global tem a ver com a partilha das riquezas naturais, que exploradas de forma imediatista deixam um rastro de destruição, mas face à conivência governamental a maior parte geralmente fica lá fora beneficiando outros.

O Brasil ficou cheio de dívidas, do poder público, de empresas e pessoas. Os números de fevereiro confirmaram que a paradeira na economia está forte, a agravada com a crise global. Com a herança da dívida, o governo está amarrado, e não se sabe como aumentar a produção e empregos. No governo Dilma, ocorreu elevado carregamento de juros e perdas em swap cambial. É preciso encontrar os meios adequados para reverter essa recessão.

Há algo sinistro na civilização humana. Todas as criaturas são vivificadas pela energia do Criador, mas os homens agem egoisticamente como se não fossem seres humanos. Muitas coisas no relacionamento humano poderiam ser bem diferentes. A época é difícil porque de todos os lados surgem informações negativas, alarmistas. Falta transparência; névoas escuras de interesses se antepõem à verdade. Há muitas coisas confusas sem explicação. Faltam propósitos enobrecedores, a generosidade e a bondade espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DECADÊNCIA DA HUMANIDADE

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Após o julgamento arbitrário e crucificação de Jesus, formou-se em Roma um núcleo de pessoas que havia reconhecido a missão do Messias. Ele não criou nenhuma igreja ou religião, mas ofereceu em parábolas simples a explicação do funcionamento das leis naturais da Criação. Era uma mensagem para aqueles que, já naquela época, estavam sintonizados prioritariamente na vida material, com objetivo de que despertassem e buscassem a compreensão do significado espiritual da vida seguindo as leis naturais da Criação. As palavras de Jesus deveriam ter sido inseridas na vida dos seres humanos e permanecidas intactas; mas isso não ocorreu. As lembranças foram se imiscuindo com pensamentos próprios e por fim adaptadas conforme as conveniências do momento.

O filósofo francês Michel Onfray faz um histórico da Igreja, desde Constantino, o fundador, mas há o antes e o depois da trajetória da humanidade que ele não incluiu em sua obra. Em seu livro Décadance (Decadência, sem edição no Brasil), o autor desenvolve o conceito do “declinismo”, palavra recentemente incorporada ao dicionário Larousse. Trata-se da ideia de que o Ocidente vive seu inexorável declínio. Onfray argumenta que a fé cristã, toda amparada em uma figura fictícia – Jesus Cristo –, é a razão primeira dessa decadência e vê com igual reticência o seu possível substituto na Europa, o islamismo.

Na verdade, o que Onfray examina é a decadência da civilização judaico-cristã fundada pelo imperador Constantino 300 anos após a passagem de Jesus, e distante dos esclarecimentos dados por ele sobre a simplicidade e naturalidade da Criação. Mas, para isso, ele força a barra fazendo uso de sua imaginação negando a existência de Jesus, porém admitindo a existência do discípulo Paulo e de tantos outros participantes daquele episódio trágico da humanidade.

A decadência que Onfray está percebendo é nada menos que o anunciado apocalipse, a época em que a humanidade é chamada a prestar contas do tempo que lhe foi concedido para a evolução espiritual. É também a época da grande colheita anunciada por Jesus, dos frutos semeados pela civilização humana voltada para o materialismo e fundada num labirinto de mentiras acobertando interesses escusos de dominação, poder e também no desconhecimento da realidade espiritual da vida.

É tempo de o ser humano perceber que a vida é muito mais do que o curto intervalo entre o nascimento e a morte, e que cada um não é apenas o seu transitório corpo terreno. Tal conceito decorreu da imposição e acomodação à crença cega, ou seja, acreditar sem examinar nem refletir, exatamente o oposto do que Jesus exortava. Esse tipo de fé está morrendo, sendo impossível resgatá-la no século 21. Para promover o progresso da humanidade a crença cega deve ser substituída pela convicção que só advém após exames, análises irrestritas e reflexão intuitiva.

É preciso estar atento e desperto na maravilhosa Criação para aproveitar o tempo de permanência na Terra. A Luz da Verdade deve prevalecer sobre tudo o mais. Como escreveu Abdruschin:“No saber da Criação dado por mim em minha Mensagem do Graal e no esclarecimento a isso ligado sobre todas as Leis autônomas que atuam na Criação, podendo também ser denominadas Leis da Natureza, se mostra sem lacunas todo o tecer da Criação; este permite reconhecer claramente todos os processos, por conseguinte, a finalidade da vida inteira do homem, descrevendo também, numa coerência irrefutável, de onde vem e para onde vai, dando assim resposta a cada pergunta, desde que o ser humano a procure sinceramente.”

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMBATE À DECADÊNCIA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Muito se fala em civilização e valores e nas conquistas realizadas, mas o que se vê é a continuada decadência da humanidade. As novas gerações foram conduzidas para uma nova forma de pensar com pouca esperança e pouca responsabilidade. Não há mais preocupação com a construção de melhor futuro nem com a compreensão do significado da vida. Precisamos saber por que estamos perdendo a capacidade de construir de forma beneficiadora.

Está faltando um grande estudo que aponte as causas reais e soluções para a regressão da humanidade em suas cidades decadentes e violentas. O grande recuo prossegue. Aprimoramento e a melhora das condições gerais vão sendo postergados devido a interesses imediatistas. Despreparo da população, ignorância, doenças e desnutrição formam o cenário em áreas comprometidas. Escassez de água potável, destruição de florestas e do solo, aquecimento global, desorganizaram a sustentabilidade antes que tivéssemos compreendido o significado da vida. Qual será o destino do planeta Terra?

Foram séculos de irresponsabilidade e descaso. A desesperança e a descrença no destino da humanidade crescem. Agora os frutos amargos estão sobre a mesa. O pavio está queimando faz tempo; é preciso cortá-lo antes que a bomba exploda e percamos o status de espécie especial na gestão do planeta e sua sustentabilidade.

A decadência moral e cultural se torna cada dia mais evidente. O espírito, a essência viva, não produziu os frutos que eram esperados. O aumento e a multiplicidade das tragédias já não espantam mais. Em vez de evoluir, permanecemos estagnados num nível muito abaixo de onde deveríamos estar, espalhando sofrimentos e miséria.

É desalentador o despreparo dos jovens. Educar é preparar para o trabalho e para a vida. Ler, escrever, perceber a magia dos números, constitui o básico. O ser humano precisa saber por que nasceu no planeta Terra, uma estrela que gravita num sistema, dotado de especiais condições com rios, mares, solo, ar, florestas; isso é fundamental para a formação de pessoas responsáveis que compreendam a vida, e cujos cérebros funcionem em conjunto com as almas, possibilitando trabalhar com mais eficiência. O que se poderia fazer para combater o ciclo de decadência na formação das novas gerações?

O rumo foi perdido porque não há esforço para entender a vida. Nascimento e morte, marcos fundamentais, são pouco compreendidos. Não há consciência da responsabilidade que envolve os pais e os filhos. As ásperas condições gerais no planeta decorrem do atraso espiritual da humanidade que deveria ter se esforçado na procura da Luz como prioridade. A globalização agravou o problema que já vinha desde a exploração colonialista e que colocou economias de diferentes estágios em confronto direto. Cada país deveria ter buscado internamente soluções equilibradas para que a sua população não tivesse que migrar para outros locais por falta de condições adequadas para a sobrevivência condigna. Michel Chassier, novo presidente da Frente Nacional na região Centre-Val de Loire (França) destacou: “Há concorrência desleal entre os países, o que desvaloriza os salários. Então é preciso encontrar o equilíbrio de aproveitar a integração comercial sem que ela represente um risco social”.

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Falta fazer uma pausa para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) demonstram que há 201 milhões de desempregados no mundo, mas é bem maior a quantidade de pessoas em condição de pobreza extrema e sem ocupação.

Especialistas apontam o baixo crescimento da economia como a causa principal, mas não haveria outras formas de oferecer trabalho e renda? Há desequilíbrios que precisam ser encarados, para que possamos reconhecer que existem meios mais salutares para a utilização da mão de obra. No entanto, dada a estruturação da produção, há muitos interesses para que se mantenha a situação do jeito que está. No longo prazo, teremos consequências desagradáveis, embaraçando ainda mais a evolução dos seres humanos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7