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MARASMO ECONÔMICO GLOBAL

Um homem do mundo dos negócios, que de longa data lida com projetos, empregados, finanças, impostos e legislação, foi guindado ao posto de presidente dos Estados Unidos. Trata-se de Donald Trump que não é um político profissional e por isso mesmo vai sacudindo o establishment, tanto interna como externamente. A opinião dele é que os Estados Unidos precisam sair das profundezas de todos os problemas existentes na qualidade dos empregos, na educação e saúde, no déficit comercial e no problema dos US$ 19 trilhões que o país deve.

Isso não acontece apenas nos Estados Unidos; muitos países estão com dívidas enormes. Permitimos o fortalecimento de um sistema terrível em que o dinheiro público é malgasto e desviado, acima do disponível, o que exige mais empréstimos e choque de juros que paralisa tudo para que a dívida não se torne impagável. Esse é o grande drama produzido pela classe política cuja prioridade é se manter no poder e nas mordomias. Algo precisa ser feito para que isso seja evitado. Como isso poderia ser coibido dando-se plena autonomia ao Banco Central?

Num momento em que os Estados Unidos, preocupados com o crescimento da dívida, se dispõem a usar de mais rigor com os produtos vindos de fora, os grandes produtores estão alvoroçados com a elevada capacidade ociosa, fazendo de tudo para escoar a sua produção e, com isso, aumentam as dificuldades para países como o Brasil conseguirem aumentar o PIB com produção própria e gerar empregos. Os serviços em si atendem ao mercado interno, mas para sua ampliação dependem da renda que a população dispõe, o que limita sua contribuição.

Há um novo conceito de que as economias avançadas dos Estados Unidos e Europa estão enfrentando uma fase de baixo crescimento e nível de empregos estagnado, período batizado com o nome de “novo normal ou estagnação secular”. Mas qual é a origem desse baixo crescimento, baixo investimento e precarização geral? Sem saber a causa não há como aplicar medidas corretivas, pois o certo seria a existência de equilíbrio entre as necessidades humanas e a produção. As causas estariam nas ponderações da jornalista Noemi Klein em recente entrevista publicada na revista Veja?

A jornalista apresenta hipóteses de que o sistema econômico e político é destrutivo porque há uma classe privilegiada que não quer mudanças, alimentando o medo e ódio das massas. Ela pergunta: “Como a América poderá competir com países cujo custo da mão de obra é comparativamente mínimo? Como buscar melhoras com crescente influência de corporações em governos, enquanto trilhões de dólares ficam empilhados nos paraísos fiscais?”.

De fato, o sistema de vida que construímos está afastando o ser humano da sua condição original pela sintonização errada, distanciada das leis da Criação e de seu funcionamento que vai tornando a vida de pouco significado e o indivíduo, descartável. O presidente Trump apela para o patriotismo e para o renascimento da América, mas deixa um ar de confusão ao se referir ao aquecimento global, a designação dada para as alterações que estão ocorrendo no clima. Há uma divergência quanto às causas, que certamente não se pode atribuir a um único fator.

Vários fatores produzidos pelo homem estão interagindo e provocando eventos extraordinários. Seja como for é evidente que o homem, na busca de riquezas, não tem agido em concordância com a natureza e suas leis e responsabilidade com o futuro, portanto não há o que estranhar quando os termômetros se aproximam de 50 graus, e chuvas chegam a alcançar mais de 100% da média, pois tudo está saindo dos parâmetros, cabendo aos humanos examinar as causas que estão complicando a vida para eliminá-las e precaverem-se da melhor forma que puderem.

Sem seriedade, as instituições têm sido abusadas, desvalorizando a democracia para atender a interesses pessoais em vez de cumprir o seu papel junto à sociedade. Estamos no limite da coexistência pacífica. Segundo analistas, a corrupção é endêmica em muitos países, e com ela vem a insatisfação e o aumento da violência e da criminalidade. A corrupção tem de ser erradicada com a colaboração e integração das forças idôneas. Mas se essas forças idôneas não fizerem prevalecer a justiça, buscando soluções de forma séria e humana, o futuro do mundo será sombrio.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O FÓRUM ECONÔMICO E A MELHORA GERAL

O mundo enfrenta o problema da falta de motivação. Americanos podem estar motivados com o projeto “Faça a América Grande”, desenvolvido pelo presidente Trump. Também a China tem metas de progresso econômico e tecnológico para 2025 anunciadas pelo presidente Xi Jinping. E os brasileiros? E as novas gerações de um modo geral? O objetivo de progresso geral para a humanidade tem estado dormente e precisa ser redespertado, pois sem ele as coisas seguemem direção oposta. Precisamos sustentabilidade no convívio com a natureza e nas relações interpessoais,o que requer consciência e alvos enobrecedores.

Estamos na encruzilhada das necessidades internas e os rumos da globalização. A autocracia vai encontrando espaço. O dólar se tornou a moeda global. No novo mercantilismo, o alvo é o acúmulo de dólares. Pagam os custos internos bem restritos com moeda local. Importam as matérias primas que não conseguem produzir internamente, e vão exportando pelo preço mínimo para angariar dólares. As consequências danosas estão evidentes. Como conviver com esse desequilíbrio? Trump vai agindo na defensiva, mas o sistema global requer um exame justo e ações de reequilíbrio.

Num mundo tão desigual e diversificado na estrutura de produção, como organizar o comércio e a circulação financeira? Ainda resta um ranço colonialista sobre os mais fracos. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente Trump disse estar aberto para realizar acordos bilaterais com todos os países, mas que não fechará os olhos para práticas de comércio “injustas”. A globalização tem seu valor e suas contribuições, mas não poderia promover a desindustrialização de países nem se sobrepor aos seus legítimos interesses. Os governantes deveriam zelar pela continuada melhora das condições gerais de vida, pela qualidade humana e preservação da sustentabilidade da vida. Os impostos devem servir à sociedade, não empobrecê-la. Os acordos comerciais devem ser condicionados com a busca do equilíbrio geral entre os povos e seu desenvolvimento.

Nada pode prosperar enquanto prevalecer a forma aviltante em que cada um espera que possa obter vantagens sobre ao outro. Formam-se quadrilhas para rapinagem deixando os restos desmantelados e os problemas nas costas da população. O início do ano de 2018 trouxe novo adiantamento no “Relógio do Fim do Mundo”, criado no pós-guerra como uma alegoria em que a meia-noite representa o fim do mundo em meio a uma catástrofe, em especial uma guerra nuclear, e consequências das alterações do clima.

Uma sucessão de erros levou à atual situação desequilibrada: afastamento do significado da vida, falta de preparo, falta de propósito de alcançar a evolução da espécie humana.
O sistema global distribui renda, mas acaba recolhendo-a com acréscimos. O excesso de dinheiro vai para a especulação e, quando as bolhas explodem, a miséria também vai sendo redistribuída. Surge a austeridade, o declínio do PIB e do consumo. O sistema de rapina interferiu em tudo, mas a natureza está reagindo.

A falta de consideração com as áreas de proteção aos mananciais, com a ocupação desordenada e com o saneamento geraram uma perigosa situação que se agrava com as alterações climáticas. Governadores e prefeitos não podem continuar administrando da forma descuidada como vem fazendo sob pena de inviabilização geral do país, impedindo que o Brasil esteja de volta, como disse o presidente Temer.

Na educação, o atraso do Brasil é grande e exige um esforço do país todo. Quem não sabe ler e escrever raramente tem clareza no pensar e lucidez no raciocínio. O elementar é indispensável: pronomes, verbos, concordância gramatical, usar o dicionário, aritmética, frações, porcentagem, proporções.

O afastamento do real significado da vida acarretou a concentração da riqueza e a estagnação da evolução da humanidade. Para assegurar a paz e o progresso é necessário que a população adquira bom preparo visando o bem geral, livre da corrupção e da cobiça de poder. Discursando no Fórum Econômico, o primeiro ministro da Índia Narendra Mori disse: “É necessário que as maiores potências do mundo cooperem entre si e que a competição entre essas potências não se torne uma guerra entre elas”. Índia, Brasil, e tantos outros países que mantiveram sua população e a economia atrasadas têm de alterar o rumo. O equilíbrio entre os povos e as melhores condições gerais de vida são necessários para deter o avanço da precarização.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TRECHOS DA FALA DO PRESIDENTE DOS EUA, DONALD TRUMP NA ONU

Destaque para frases mais significativas nesta fase sombria da humanidade distante da Luz da Verdade.

United States President Donald Trump speaks during the United Nations General Assembly at U.N. headquarters, Tuesday, Sept. 19, 2017.

Senhor secretário-geral, senhor presidente, líderes mundiais e distintos delegados: bem-vindos a Nova York. É uma honra profunda estar aqui em minha cidade natal como representante do povo americano e me dirigir às pessoas do mundo.

Durante muito tempo, o povo americano foi informado de que gigantescos negócios comerciais multinacionais, tribunais internacionais irresponsáveis e poderosas burocracias globais eram a melhor maneira de promover seu sucesso. Mas à medida que essas promessas se esvaíam, milhões de empregos e milhares de fábricas desapareciam. Outros manipulavam o sistema e rompiam as regras. E nossa grande classe média, outrora a base da prosperidade americana, era esquecida e deixada para trás, mas não está mais esquecida e nunca mais será esquecida.

Se quisermos abraçar as oportunidades do futuro e superar os perigos presentes juntos, não pode haver substituto para nações fortes, soberanas e independentes – nações enraizadas em suas histórias e investidas em seus destinos; nações que procuram aliados para forjar amizade, não inimigos para conquistar; e o mais importante de tudo, nações que abrigam patriotas, homens e mulheres que estão dispostos a se sacrificar por seus países, seus concidadãos e por tudo o que há de melhor no espírito humano.

Hoje, se não investimos nossos corações e nossas mentes em nossas nações, se não construirmos famílias fortes, comunidades seguras e sociedades saudáveis para nós mesmos, ninguém pode fazer isso por nós.

Não podemos esperar por outra pessoa, por países distantes ou burocratas distantes – não podemos fazê-lo. Devemos resolver nossos problemas, construir nossa prosperidade, garantir nosso futuro, ou seremos vulneráveis à decadência, à dominação e à derrota.

A verdadeira questão para a ONU hoje, para as pessoas de todo o mundo que esperam uma vida melhor para si e para seus filhos, é básica: Ainda somos patriotas? Nós amamos nossas nações o suficiente para proteger sua soberania e assumir as rédeas de seu futuro? Nós as reverenciamos o suficiente para defender seus interesses, preservar suas culturas e garantir um mundo pacífico para seus cidadãos?

Agora, estamos invocando um grande despertar das nações, o renascimento de seu espírito, seu orgulho, seu povo e seu patriotismo.

A história está nos perguntando se estamos à altura da tarefa. Nossa resposta será uma renovação da vontade, uma redescoberta da determinação e um renascimento da devoção. Precisamos derrotar os inimigos da humanidade e desbloquear o potencial da própria vida.

Obrigado. Que Deus os abençoe. Que Deus abençoe as nações do mundo. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América. Muito obrigado.

O discurso na íntegra se acha disponível em:
https://br.usembassy.gov/pt/pronunciamento-presidente-trump-na-72a-sessao-da-assembleia-geral-nacoes-unidas/