Posts

A ERA DA APATIA

A inquietação é crescente. Os acontecimentos imprevistos se sucedem. As pessoas acreditam naquilo que querem, por isso não verificam e espalham a informação verdadeira ou a fake. Falta lucidez; poucos querem buscar a verdade sobre a humanidade e seu comportamento. Poucos buscam o sentido da vida e vão vivendo em função de ilusões e fantasias como se fossem vegetais sem vontade própria, perambulando pela vida sem propósitos nobres, sem rumo.

As comunicações estão sendo conduzidas para manter a humanidade apática, sem se esforçar para melhor compreensão do significado da vida. Com a aceleração geral dos acontecimentos e agravamento da miséria, as deficiências vêm à tona, mesmo assim a humanidade continua lenta na busca da Verdade da vida e da Criação. O elevado espiritual deveria estar acima do material, mas para isso é necessário, antes de tudo, conhecer as leis que residem na Criação para viver de acordo com elas e construir de forma benéfica.

Tudo está em movimento coordenado pelas leis da Criação. A situação está difícil. Pense no bem geral. Confie no funcionamento justo das leis da Criação. Quando chegar a hora, as coisas irão para o rumo certo. Tudo é consequência da poderosa irradiação que desce de altura inalcançável e vai criando os mundos em seu movimento; o homem é complemento disso e com a própria ignorância está interagindo de forma negativa.

No passado, não havia a ciência teórica dos intelectuais. Pessoas simples falavam com a natureza tentando compreender suas leis, e aos poucos iam percebendo a existência do Criador. Hoje, se desde cedo as crianças tiverem contato com a natureza poderão se tornar verdadeiros cientistas unindo a ciência da natureza com a religião. O ser humano tem vontade própria, se descuidar disso se torna um acomodado, sem iniciativa, manipulável, e cada vez com menos força de vontade. O primeiro passo a ser dado é ter a percepção e motivação para buscar a educação adequada aos seus propósitos. Se não fizer isso com firmeza, acabará se transformando num inútil sem futuro: os nem estudo, nem trabalho, sem saber por que nasceram e o que devem fazer na vida.

A novidade influenciadora é a eletrônica e seu alcance: as mídias sociais, o novo pão e circo para entreter as massas e ao mesmo tempo dirigir suas ações – o que compram, o que leem, como se vestem, como se relacionam com outras pessoas, tudo examinado em poderosa máquina de Inteligência Artificial. A manipulação e influência é tanto maior quanto menor for a participação da intuição, o querer próprio do ser humano que, partindo do íntimo, desabrocha em seu cérebro para agir ou não. A influência externa adentra ao cérebro através da visão, audição e estímulos contidos nas mensagens. Se o indivíduo tiver força de vontade atuante ele decide, caso contrário decidem por ele.

Estamos na era da Inteligência Artificial, algo criado para suprir as próprias deficiências, pois há séculos o ser humano decai devido ao travamento da intuição, que pouco participa das livres resoluções. O espírito tem visão mais ampla que o cérebro, mas ao neutralizar a ação do espírito, o indivíduo cai no enrijecimento como máquina. A ciência afastada das leis da natureza é teoria para justificar fins egoísticos de cobiça de poder. O ser humano precisa de bom senso, raciocínio lúcido, capacidade de compreensão. As novas gerações não podem perder a essência humana.

Movimento certo é lei da vida. Não é fácil dar bom preparo aos indivíduos, dada a indolência interna e incentivada de fora com ilusões e falsa felicidade. O ser humano, como espírito livre, não pode permanecer afastado da luz da verdade universal e da sagrada responsabilidade de examinar e analisar tudo com clareza e lucidez, e agir em prol do bem, pois sem a Luz da Verdade caminhará pelas trevas escravizado pelas ilusões, tornando-se inútil para a Criação. Conhecereis a Luz da Verdade e ela vos libertará, mas isso exige movimento e ação incansável.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

A ERA DAS TREVAS, ONTEM E HOJE

Na “idade das trevas”(de 476 a 1453 d.C.) ocorreu na Europa a estagnação cultural e econômica em decorrência do declínio do Império Romano do Ocidente. Foi uma época dominada culturalmente pela religião. Também denominada como “idade média”, nesse período houve o avanço da obscuridade em que a original Mensagem de Luz, trazida por Jesus, foi sendo desfigurada por alterações e inserções mais condizentes com a vaidade e que pouco contribuiu para a evolução espiritual da humanidade.

Em seguida houve o Renascimento, um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália do século 14 e se estendeu até o século17 por toda a Europa. Os renascentistas se colocaram como herdeiros do pensamento e da ciência desenvolvidos por gregos e romanos, dando ênfase ao intelectualismo materialista, fazendo renascer a cultura da antiguidade, mas não pesquisaram o saber sobre os entes mitológicos. Foram eles que denominaram a Idade Média como a Idade das Trevas, mas na verdade esse obscurantismo perdura até nossos dias, pois o avanço da intelectualidade se voltou para o materialismo, sufocando o pouco de espiritualidade que havia restado do passado.

Dois fatores foram progressivamente reduzindo a influência e interesse pela religião: a evolução do dinheiro e a revolução industrial, mas podemos dizer que ao lado desta teve início a revolução financeira que a tudo afetou. A economia e as finanças passaram a ser a grande motivação das nações. A Inglaterra e a França queriam assegurar os recursos naturais, matérias-primas, energia, competitividade e mercados para as manufaturas, e passaram a constituir colônias. Nesse interim, os Estados Unidos se fortaleceram e acabaram afirmando através da Doutrina Monroe, a América para os americanos. A Alemanha, com população disciplinada, galgou posição com produtos de boa qualidade e preços competitivos. Com o avanço da penetração da Alemanha nos mercados, a economia mundial começou a se complicar, chegando aos embates da Primeira Guerra Mundial.

A Inglaterra e os Estados Unidos avançaram no controle do dinheiro e das finanças. A Alemanha, se ressentindo disso, tentou buscar outro caminho para evitar depender de capital externo, mas foi caindo na obscuridade, queimando livros contrários a sua ideologia, gerando atritos irreconciliáveis que deram origem ao mais trágico embate, a Segunda Guerra Mundial que se estendeu de 1939 a 1945 com muita destruição e sofrimentos.

Terminada a guerra a humanidade queria paz e progresso, houve um período de leveza, embora ainda prevalecesse a cobiça por riqueza e poder. O mundo foi caminhando para o desenvolvimento tecnológico e inovações. Logo ficou evidente que muitos países ficariam para trás na educação, na pesquisa científica e tecnológica, passando à condição de dependentes, restringindo-se ao fornecimento de alimentos e matérias-primas.

A melhora durou pouco, logo surgiram novas crises financeiras, o endividamento público e a globalização da produção. O dinheiro se tornou o grande ídolo. As corporações foram produzir na China onde a mão de obra era muito mais em conta. Aparentemente não haveria mais razão para guerras, a globalização era a solução preferida. Com custos imbatíveis e câmbio favorável, a China foi penetrando nos mercados, inviabilizando a produção industrial local. Tudo caminhava a contento, a China enriquecia e adquiria novas tecnologias, passando a produzir produtos de qualidade, almejando ter moeda forte. Até que os norte-americanos elegeram Donald Trump que passou a tomar medidas para atender os anseios do seu povo, contrariando os postulados da globalização.

Veio a guerra comercial e o recrudescimento da geoeconomia. No Brasil, Jair Bolsonaro foi eleito sem o apoio da mídia, surpreendendo a classe política acomodada no poder há décadas. Eis que os chineses são atacados pelo Covid-19, não divulgam logo a gravidade da doença e tudo foi parando. Cidades no mundo todo fecharam o comércio, parando de produzir, vender, receber e pagar. A situação é tanto mais grave pelo artificialismo do sistema econômico global que fechou fábricas, desempregou e deixou as ações da Bolsa subir sem consistência, na crise tudo foi caindo. Bancos Centrais falam em despejo de dinheiro, mas e a produção?

Estaria a humanidade sendo conduzida para o beco sem saída e não está vigiando nem orando? Os estrategistas precisam buscar soluções para contornarmos as dificuldades na saúde e na economia para impedir o declínio do Brasil e seu povo. Mas continuamos dominados pela cobiça de poder. Temos de avançar para além do materialismo para encontrar a Luz da Verdade.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br