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EFEITOS DA MÁ GOVERNANÇA

Sri Lanka, sob influência da Inglaterra até 1948, pode se configurar em mais um caso em que os dirigentes deram prioridade à própria qualidade de vida, sem maior empenho na construção de um melhor futuro para a população. É a sina da humanidade. Tiranos sobem ao poder e não cumprem a sua tarefa de conduzir a população para níveis mais elevados, conseguindo enganar a todos, mas só por um tempo; um dia a verdade aparece.  A Índia, tornada independente em 1947, se posicionou um pouco melhor, apesar da elevada população, desenvolvendo tecnologia e diversificando a produção. Argentina e Venezuela mostram nitidamente o efeito de má governança e ausência de propósitos para promover melhores condições de vida à população.

Para Portugal, no passado, o Brasil era uma simples colônia. A partir da independência, a presença da Inglaterra se acentuou, mormente por ser o rei de Portugal uma criança sob tutela. Pedro II levou tempo para conseguir impor o seu ritmo. Após 1889, a situação piorou, pois o Brasil não tinha autonomia para decidir nada e sua dívida externa crescia sem produzir resultados internamente. O mau costume perdurou; faziam gato e sapato do Brasil. Anos depois, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, se opôs, foi mal assessorado, acabou emparedado no palácio do catete. Uma nação promissora, com população ativa, foi travada através de governantes fracos e inclusive os militares enfrentaram problemas.

E vamos continuar dizendo “sim senhor” aos interesses externos e precarizando a nação? É necessário muito cuidado, pois os inimigos do Brasil torcem para que surjam tumultos, e tenha início uma confrontação para desarranjar tudo, e empurrar a nação para a beira do abismo. Até o final de 2022, que rumo tomará o Brasil? A inflação está vinculada ao monte de dinheiro emitido, e ocorreram desajustes devido à pandemia e guerra na Ucrânia. Um fator permanente é a estrutura monetária e cambial, com tudo vinculado ao dólar e a dependência dos países com moeda fraca. O dólar vem, faz ganhos e vai embora e deixa um monte de reais rodando fora da atividade produtiva, o que acaba ampliando a inflação.

A questão mundial das moedas é complicada por ser um processo que vem sendo moldado há séculos e que no pós-guerra adotou o modelo do dólar-ouro, abandonado em 1971, sem que algo firme fosse colocado em seu lugar. Como estabelecer uma paridade entre moedas fiduciárias feitas no papel? O Brasil fez várias reformas monetárias, sendo o plano real a mais recente. Dólar, Iene, Euro, Yuan, Real e tantas outras moedas numa balburdia desafinada sem fio condutor. Será que uma moeda única resolveria? Mas quem emitiria e controlaria? Quem confiaria no grupo que assumisse o poder do dinheiro mundial?

No pós-guerra, os Estados Unidos apresentaram ao mundo um invejável modelo a ser seguido. No entanto, uma série de acontecimentos desagradáveis mostra que a situação está mudando por lá, a começar pela redução e insatisfação da classe média e aumento da precarização, se bem que no Brasil o declínio tem sido mais acentuado, visivelmente na qualidade dos empregos, da saúde e educação. Um país que há anos sofre com a dengue e a chicungunha, mas que até hoje não dispõe de remédios adequados. Enquanto isso, os estudantes continuam com dificuldades para ler e interpretar um texto e fazer as contas aritméticas mais elementares.

No passado remoto, os seres humanos sabiam das múltiplas existências terrenas como meio para o fortalecimento do espírito e sua volta consciente à sua origem. Perguntaram a João Batista se ele era a reencarnação de Elias.

Coisas estranhas estão acontecendo pelo mundo. As lutas pelo poder e interesses se acirram. As cobiças têm determinado a forma de como os sistemas funcionam. Os Estados se apresentam alquebrados com dívidas e insatisfações. Nenhum Estado está conseguindo transmitir imagens de melhor futuro para seu povo, sem agredir à natureza, criando espaço aberto para oportunistas, larápios e enganadores com falsas promessas, palradores que querem fazer fortuna de um dia para outro. A boa qualidade de vida vai ficando cada vez mais distante. Inegavelmente o mundo passa por um processo de grandes transformações, mas como compreender o sofrimento das massas através da crença numa vida só?

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

A JUSTIÇA DE UM BRAVO (1999)

John Cusack é Myrl Redding, um criador de cavalos onde estava sendo gerado o estado de Wyoming, fundado em 1890, numa região sem lei, de fazendeiros gananciosos que se sentiam donos do pedaço e faziam conchavos com os representantes do poder público como juízes e delegados. Henry Ballard (L.Q. Jones) era o pior deles, pois tinha como meta dominar a região e não queria a formação do Estado para não perder seu domínio.

Myrl tinha de levar cavalos para vender na feira de Kentucky. Mas Ballard construiu cercas impedindo a livre passagem, impondo taxa de pedágio. Disso resultou um conflito entre os dois, e os capangas de Ballard agiam de forma desleal causando vários problemas acobertados pelo juiz do vilarejo.

Myrl perdeu dois garanhões e sua esposa foi vitimada em acidente provocado pelos capangas de Ballard. Ele contratou um advogado para buscar justiça, mas o juiz corrupto não permitiu a abertura de processo. Myrl passou a agir por conta própria buscando justiça, mas acabou sendo vítima da astucia de seus adversários.

Ele então procurou o secretário de justiça, mas este não cumpriu o seu papel. O Juiz Tolliver (John Goodman) observou o caso e aceitou abrir o processo requerido por Myrl contra Ballard, pois reconhecia a injustiça praticada. Já naquela época esse juiz intuía a predominância de sua classe nas relações do Estado e procurava manter as aparências sempre em conformidade com as leis criadas pelos homens. Mas a reparação da justiça acabou gerando injustiça ainda maior para Myrl, como acontece quando a lei dos homens é seguida ao pé da letra mediante provas habilmente forjadas.

 

 

SEJA POSITIVO E REALIZADOR

Um pessimista frequentemente pergunta: “Você acha que isso vai dar certo? Será que vamos conseguir?” Muitas pessoas tendem a colocar empecilhos e ver dificuldades em tudo, demonstrando, assim, incapacidade para perceber a força das Leis da Criação e de confiar na Justiça inquebrantável. Pessoas negativas sempre trazem um pessimismo desanimador. Muitas vezes nos deixamos levar pelo negativismo que paira no ar e não olhamos para as coisas boas e as grandes possibilidades, e ficamos travados em ninharias negativas. É muito importante pensarmos e falarmos visando bloquear a corrente negativa que a tudo invade.

Poucas pessoas são gratas pelas coisas que receberam, mas, mesmo assim, não vacilam em se queixarem, atraindo sofrimentos causados por elas mesmas, por seu modo errado de viver. A vida não é uma fatalidade. Sempre temos a possibilidade da escolha, mas temos de fortalecer o bom querer. Protestar e se manifestar parece correto neste mundo onde pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

Quem explica a causa da violência e agressividade? Pouco se sabe sobre o significado da vida e sua finalidade, tampouco se nota esforço para compreender isso; vai daí que aumentam os conflitos. Com sua indolência e ignorância sobre o significado da vida, as pessoas perdem o vigor e a força de vontade do querer íntimo. O que está acontecendo com a espécie humana que está modificando o seu padrão natural?

As máfias, com suas mãos de ferro, já causaram muitos danos visando lucros com tráfico de drogas e de pessoas escravizadas de ambos os sexos. A história oferece muitos exemplos de atividades predatórias. Na China, mandavam os mandarins que dominavam o imperador e o povo que vivia em precárias condições e com pouco arroz. Lao-Tse, mestre espiritualista, se tornou um colaborador do imperador How-Tchou com o propósito de elevar as condições gerais e prestar esclarecimentos espirituais sobre a vida. Iniciou a construção da muralha e a produção de porcelana. Os poderosos não gostaram dessa intervenção. Confúcio (Com-fu-tse) também se opunha e se associava aos poderosos que visavam a destruição de Lao-Tse e do imperador.

Enquanto Lao-Tse transmitia ensinamentos voltados para o bem, Confúcio, qual Machiavel, trabalhava para conservar o poder nas mãos dos mandarins. Assim como tantos povos, a China também não deu guarida ao mestre, da mesma forma como aconteceu com outros profetas em outras regiões. Segundo Mao-Tse-Tung, o poder nasce da ponta do cano de um fuzil.

Há no ocidente muitos debates em torno do tamanho do Estado, mas quanto mais aumentou, mais improdutivo e deficitário se tornou, pois ali se reúnem indivíduos que querem o poder e as benesses, mas poucos estão dispostos a dar contribuições para o bem geral. Como não conseguem espaço na iniciativa privada, correm para se abrigar no cobertor do Estado. Faltam estadistas, faltam seres humanos de bem, conscientes de sua responsabilidade de promover a continuada melhora das condições gerais de vida para que o viver na Terra seja profícuo e proveitoso, em paz e felicidade; nessas condições não há necessidade do agigantamento do Estado.

Os homens inventaram o dinheiro, mas ainda não foi encontrada a maneira certa de lidar com ele, com a sua multiplicação e com o controle das contas públicas e pessoais. É tudo festa até chegarem as cobranças. O dinheiro deveria ser um meio auxiliar do progresso, mas foi transformado em meio de dominação, fonte de poder, arrogância e especulação para bem de uns e miséria de muitos. O comunismo não havia percebido isso com nitidez ao querer que o Estado fosse o detentor da capacidade produtiva, mas os sucessores de Mao encontraram uma fórmula especial de fazer dinheiro através do Capitalismo de Estado que conduziu a China à posição de segunda potência.

As novas gerações precisam de ensino proveitoso e motivador para que sintam a importância do aprendizado e sejam responsáveis. A evasão escolar espelha o duplo problema: ensino inadequado no conteúdo e forma, e despreparo das crianças com deficiências que procedem da vida familiar. Muitas pessoas perguntam: “por que a minha vida não vai para frente?” Mas é a pessoa que tem de se movimentar e caminhar para frente com firmeza e responsabilidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

TERRA, PLANETA MARAVILHOSO

O maravilhoso Planeta Terra, um raro planeta criado com ar, água e florestas, para acolher os seres humanos para que pudessem evoluir e dar a sua contribuição espiritual para beneficiá-lo, dando-lhe beleza de maneira continuada. Tudo é natureza enteálica; é dela que provém os materiais que formam o corpo humano. Mas os hóspedes sufocaram a naturalidade e estão destruindo a hospedeira Terra que os acolheu carinhosamente. Pouco se esforçaram para reconhecer e respeitar as leis naturais da Criação. O ar está empesteado de medo, ódio, inveja e cobiça, em vez de amor, consideração.

A energia renovadora do Criador desce para os seres humanos que estão combalidos com as lutas terrenas e pensamentos confusos, se estiverem sintonizados com sinceridade e humildade. Reconhecer a si mesmo. Parar de achar que o outro é o culpado. Bom momento para se desfazer dos erros. “Fazei a paz entre vós”. Conservai puro o foco dos pensamentos para alcançar a paz e a felicidade.

O destino é o resultado da atuação da Lei da Reciprocidade, que atua em consequência de nossos sentimentos intuitivos, pensamentos e ações. A força que perflui e vivifica tudo poderá acarretar o bem ou o mal conforme o querer, a livre resolução do ser humano, que pode ser beneficiadora ou destrutiva. O que o ser humano semeia, isso ele colherá!

O homem descobriu o intelecto e sufocou a intuição, a voz da consciência, única apta a contribuir para a visão correta. O cérebro entrou em desequilíbrio com a ênfase dada no desenvolvimento da parte frontal, mas a parte posterior, o cerebelo, não acompanhou. Ouvindo apenas o intelecto, o ser humano fica sujeito às manipulações externas, o que não aconteceria se contasse com a possibilidade natural de refletir intuitivamente. É preciso irradiar a alegria intuída para que o cérebro não irradie descontentamento.

A educação deveria dar segurança, mas as novas gerações estão se tornando inseguras e precoces. Falta-lhes o conceito de que tudo na vida requer equilíbrio, seja nas galáxias ou na economia, assim como no dar e receber. Tudo no universo depende do equilíbrio. O descontentamento torna-se revolta sempre que faltar o equilíbrio certo. O ser humano tem de ser grato e retribuir tudo que recebe. Compreender isso faz parte do bom preparo para a vida.

As complexas operações financeiras fogem da economia real. Não é à toa que esteja previsto aumento da pobreza no mundo. Inflação, juros, commodities, tudo vai apertando na direção de custar mais. Até parece conspiração. Atualmente há um desequilíbrio geral. Eclodiu a guerra comercial, recomendando a compra de produtos nacionais, proteger, tributar e retaliar.

Há no ocidente uma tendência para o aumento da presença do Estado, mas no capitalismo de Estado, com decisões centralizadas, não ocorre pressão do legislativo ou judiciário. A China tem superávit comercial, os outros têm de emitir, se endividar, ou vender ativos. Mais à frente haverá disputa pelo controle da moeda padrão mundial. Isso tudo vai interferir na liberdade democrática e na qualidade humana dos terráqueos.

A Luz da Verdade veio para a Terra, mas foi recebida com escárnio. Instalou-se a Segunda Grande Guerra Mundial, com milhões de mortes e miséria. Passada a guerra, houve para a humanidade um período de graça para que se buscasse sinceramente o significado da vida e viver de acordo com as leis do Criador. Na proximidade dos anos 1980 fechou-se essa abertura sem que a massa tivesse ousado despertar da indolência do pão e circo. No palco do juízo final, a humanidade permanece vivendo na indolência, alheia à agenda regida pelas leis da Criação que estão cobrando cada ação dos seres humanos com rigor incorruptível.

As leis universais da Criação são eternas e de ampla abrangência, na Terra e fora dela, e podem ser observadas na física, na química, na biologia. Todos os inventos e descobertas refletem a uniformidade dessas leis de suma importância para pesquisadores e inventores. O ser humano desrespeitou as leis naturais da Criação, caminhou pelas trevas, mas agora tem de achar o caminho de volta para a Luz e a Verdade, pondo em prática o reconhecimento e a estreita cooperação com as leis da Criação, construindo e beneficiando tudo para alcançar o bem geral e evoluir em paz e alegria.

O fundamental é que os indivíduos sejam fortes e bem-preparados para a vida, querendo praticar somente o bem, mediante o uso das faculdades que o Criador lhes concedeu; dessa forma, tudo caminhará no bom sentido. Sabedoria e Alegria! Vídeos especiais, deem uma olhada. https://www.youtube.com/channel/UCLwq5LwUg96KJ5rxVnt_Cdw/videos

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

HÁ MILÊNIOS POR CAMINHOS ERRADOS

A economia do dinheiro criado pelo homem gerou grandes desequilíbrios. Alguma forma deverá ser encontrada para que as pessoas possam ter uma vida digna entre os extremos de trabalhar 14 horas por dia por um mínimo, ou receber um auxílio sem ter de fazer nada. A natureza oferece tudo que o ser humano necessita, mas requer esforço. A economia globalizada acabou transtornando ainda mais o que já era precário. Na contabilidade, tudo requer o débito e o crédito, no entanto, hoje poucos têm o crédito, pois o débito domina a maioria que mal consegue sobreviver.

A criança tem de aprender desde cedo a noção do trabalho, inclusive como forma de retribuir por tudo o que recebe dos pais, começando por auxiliar em pequenos trabalhos no lar, como varrer o chão, cuidar do jardim, e tantas outras tarefas. Só o trabalho constrói, em casa ou fora dela, em período e atividade adequada para crianças acima de 12 anos, sem comprometer o tempo de estudo.

As novas gerações enfrentam o problema da pobreza ao lado do despreparo de homens e mulheres para gerar filhos. Do nascimento até a adolescência é imprescindível que a criança se sinta bem-vinda em seu lar onde deve ser cercada de cuidados e preparada para se fortalecer para não ficar eternamente dependente dos pais. A questão do dinheiro pode encontrar alguma solução, mas a ausência de cuidados e carinhos fica mais difícil de resolver.

A crise mostra o quanto a economia se afastou da naturalidade. Agora muitas pessoas não têm o suficiente para se alimentar, mas a situação mundial pode se agravar com os problemas que surgem na produção de alimentos, permitindo que aqueles que dispõem de recursos saiam pelo mundo comprando comida, sem que haja políticas de equilíbrio nos países em relação ao que se exporta e o que se faz necessário para abastecer a própria população. Os governos, as elites pensantes e as pessoas em geral não podem continuar se esquivando de forma tão irresponsável. Bom senso e consideração humana são as palavras-chave.

Na vida, como na eletricidade, estamos sujeitos aos curtos-circuitos, geralmente por fiação mal feita. Vamos caminhando pela vida, pensando, falando, agindo, isso tudo vai gerando fios que se entrelaçam gerando o nosso destino. Imaginem muitos fios entrelaçados, mal resolvidos, sempre estarão sujeitos a faíscas e estouros, mas quando ocorrer uma descarga de maior voltagem, o estrago será maior. É isso que está acontecendo na vida das pessoas, das famílias, das organizações e dos governos. É preciso força para enfrentar e coragem para ir desfazendo essa fiação mal construída. Mas se nada for feito, o perigo de grande explosão aumentará.

O relacionamento entre as pessoas se tornou superficial porque falta autenticidade nas palavras. Um tagarelar vazio ditado pelos costumes sociais em que as pessoas vão falando qualquer coisa formada no cérebro sem que isso esteja de acordo com a sua vontade interior; palavras destinadas a bajular, enganar, e de desconfiança. Não se constroem pontes nem vínculos, apenas pode surgir uma sensação desgastante dessas conversas vazias. Em contraste, palavras ditadas pela amizade e consideração são doadoras e fortalecedoras, indispensáveis ao bom entrosamento e realizações construtivas.

Há muitos debates em torno do tamanho do Estado, mas quanto mais este aumenta, mais improdutivo se torna, pois ali se reúnem indivíduos que querem o poder e as benesses, mas poucos estão dispostos a contribuir para o bem geral. Como não conseguem espaço na iniciativa privada, correm para se abrigar no cobertor do Estado, manipulando a boa-fé da população. Faltam estadistas sérios. Faltam oportunidades e postos de trabalho.

Há milênios a humanidade tem seguido por caminhos errados em vez de buscar o aprimoramento da espécie e o viver pacífico. Com pessoas de bem, conscientes de sua responsabilidade de promover a continuada melhora das condições gerais para que o viver na Terra seja profícuo e proveitoso, em paz e felicidade, não haveria a necessidade do agigantamento do Estado. Ainda não foi encontrada a maneira equilibrada de gerir o dinheiro e o controle das contas públicas. É tudo festa até chegar o estouro de Caixa inviabilizando a construção do futuro neste mundo onde pouca atenção foi dada ao desenvolvimento de condições que possibilitem a melhoria continuada da qualidade humana.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O PAPEL DO ESTADO

Com mais de sete bilhões de pessoas e inúmeras decisões imediatistas, a situação mundial está beirando ao caos. Os meios de comunicação, veladamente, anunciam que não vai dar para resolver todos os problemas criados pela humanidade. Nas casas onde se criam as leis dos homens prevalecem interesses particulares. O mundo precisa de homens sábios no comando e de seres humanos que se movimentem incansavelmente buscando o bem.

Nestes dois milênios depois de Cristo, tivemos praticamente quinze séculos de imobilismo nos quais as comunidades não atingiram o apogeu de seu desenvolvimento. A partir do século 15, houve uma ruptura e começaram a surgir mudanças. As comunidades se transformaram em nações e estas em Estados soberanos que passaram a interferir profundamente nas atividades, regulamentando a vida. Três poderes se confrontam: o religioso, o do Estado burocrata, e o econômico que, crescentemente, amplia a sua influência. Por trás de tudo isso, sempre estiveram os próprios seres humanos que, ao invés de buscarem intensamente o reconhecimento e atuação conforme as leis da Criação, sempre disputaram o controle das riquezas, a influência e o poder. Assim, as incompreensões permaneceram e a missão de Cristo não foi reconhecida com exatidão.

A estruturação do Estado nacional contemporâneo tem como objetivo exercer a soberania política e militar dentro de seu território delimitado por suas fronteiras. O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, aglutinando as pessoas que vivem no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião, moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado, ou seja, do país.

Surgiu o Estado Laico e Republicano, com a capacitação de definir a moeda do país, sem a figura do rei absoluto. Mas a população deveria ser bem preparada e o Estado não deveria ser o tutor de tudo e de todos, tributando e se envolvendo em negociatas. Cada povo, com sua pátria e tradições, todos reconhecendo e seguindo as leis naturais da Criação. Mas a cobiça por riqueza e poder dominou, e as consequências estão evidentes: Estados endividados, falidos, população despreparada, cidades caóticas.

O Estado tem de contribuir para que haja oportunidades de progresso para todos, mas os teóricos queriam Estados que tivessem arrecadação e pudessem contrair empréstimos no mercado. Aí vieram os burocratas e melou tudo. O dinheiro nunca é suficiente, as dívidas crescem e tudo fica por fazer. A classe política e a burocracia se voltaram prioritariamente para conservar seus privilégios e posição no poder. Mas o que eles fizeram com o dinheiro?

A rede de poder mundial está consolidada há décadas. Tudo foi seguindo de forma indolente, sem chances de renovação. O declínio ético e moral está se ampliando. Com o agravamento da situação e a insatisfação crescente, surgiram os chamados populistas que cativam as massas propondo novas ideias, visando a seriedade na gestão pública.

Com a crise epidêmica do coronavírus em escala global, está ocorrendo um clima de ansiedade e inquietação que se amplia com o bombardeio de informações derrubando a economia. Mas a crise é uma grande advertência, chamando a atenção dos seres humanos sobre a forma displicente e irresponsável como estão vivendo. No entanto, a atuação das leis naturais da Criação exigirá que tudo se torne novo no viver.

A República, proclamada em 1889, veio sem preparo, fruto de um golpe de vingança contra o Imperador e a Princesa Isabel que aboliram o trabalho escravo, pois a economia do Brasil não poderia continuar naquele sistema ultrajante. Nas várias etapas seguintes de governo faltou o impulso para formar um país independente, apto a conceder boa qualidade de vida a todos que se esforçam.

A saúde é a grande riqueza do ser humano para poder cumprir a sua tarefa na Terra; sem ela, tudo o mais perde o seu valor. O corpo é de uma perfeição espetacular, as condições de hospitalidade do planeta também. Mas o ser humano se afastou da naturalidade e causou danos a si mesmo e à Natureza. Como diz Roselis von Sass, na obra O Livro do Juízo Final, “O efeito protetor da aura dos seres humanos foi rompido e comprometido, pois as cores originais possuem efeitos magnéticos defensivos”, que foram perdidos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DOGMATISMO ECONÔMICO

Os gurus criaram os dogmas econômicos. Muitos governantes acabaram sendo persuadidos, aceitando as imposições e detonaram a economia interna impedindo o seu natural desenvolvimento. Houve todo um desalinho para chegarmos ao buraco atual com excesso de dívida, num cenário de estagnação ocidental com o novo capitalismo gerido pelo Estado, com a máquina de produzir com custo baixo e acumular reservas. No Brasil, a abusiva política de juros desestabilizou tudo, inviabilizando a produção industrial e exportando empregos. Há uma dívida elevada, embora estejamos com tudo por fazer em todos os setores e, principalmente, na educação e saneamento.

Cada indivíduo sadio de corpo e alma é responsável por sua sobrevivência, o que o fortalece como ser humano. A natureza oferece tudo o que necessitamos para uma sobrevivência condigna, desde que não seja açambarcada pelos mais fortes que cobiçam tudo para si. Para fugir aos conflitos de trabalho, muitas empresas se voltaram para o emprego de mão de obra de menor custo da Ásia. Mas quando um país passa a importar tudo pronto, exporta os empregos gerando desemprego e precarização geral.

A questão não é desglobalizar a economia, mas reequilibrar a produção e o comércio que sob as condições da globalização acabaram sendo transferidos para a Ásia, liderada pela China, tendo a seu favor mão de obra de menor custo, câmbio, incentivos e economia de escala. No Brasil, o câmbio valorizado e os juros elevados desestimularam a produção, gerando desindustrialização. Os atuais juros baixos deveriam ter sido o normal. No passado, houve uma bela montagem espoliativa chamada over night que chegou a pagar taxas de juros astronômicas de até 2% ao dia, tudo recaindo sobre a população. Naquele tempo, a Ásia não tinha assumido o papel da grande fábrica global e ainda se produzia manufaturas no Brasil. Com a taxa de juros, registrada em janeiro de 2016 em 14,25% a.a. sobre a dívida atual em torno de quatro trilhões de reais, o montante dos juros seria de 570 bilhões de reais ao ano. Os juros baixaram, mas a indústria ainda continua derrubada.

O setor rentista age como canibal devorando tudo; semeia com uma mão e recolhe com as duas. Dizer que a transferência da produção para Ásia não implica em perdas é complicado, pois além de produção massiva para exportar coordenada pelo poder central, dos incentivos e mão de obra de baixo custo, há também o aspecto cambial. No Brasil, a valorização do real inviabilizou as exportações de manufaturados. Para restabelecer o equilíbrio é preciso reorganizar o todo. O ocidente apegou-se à finança enfatizando a valorização das ações, o ganho empresarial e a transferência da indústria, exportando empregos. A renda caiu, o consumo acompanhou. O crescimento ficou desequilibrado.

Quando os seres humanos ainda observavam o ritmo natural, havia a preocupação com o tipo de futuro que estava sendo formado. No imediatismo que se instalou pela desenfreada busca de ganhos e acúmulo de capital financeiro, tudo o mais se tornou secundário, a começar pelo próprio ser humano e os recursos da natureza. O emprego de robôs deveria ser favorecedor, mas vão acabar precarizando mais, e máquinas não são consumidoras. O ser humano não é mercadoria nem máquina; há algo em sua essência para ser desenvolvido para impedir sua regressão. As novas gerações estão sendo engessadas desde a primeira infância com a absorção da visão materialista da vida sem consideração nem responsabilidade. O mundo precisa de gerações fortes, aptas e dispostas a beneficiar e embelezar tudo.

Criou-se uma democracia de fachada, subordinada a interesses particulares com concessões às elites corruptas – irresponsável com a contas, displicente com o preparo das novas gerações e com o saneamento das cidades. Nosso país é, ao mesmo tempo, rico em recursos naturais, e miserável em estadistas éticos de valor. O povo confiava nas elites. Quando se tornou evidente a roubalheira e o declínio, a população despertou exigindo mudança de rumos. O discurso do presidente Bolsonaro na ONU foi ousado e corajoso mostrando o mundo vacilante entre governos e elites corruptas, globalistas visando o comando unificado, e capitalismo gerido por Estado forte. No Brasil, pouco se produz, pouco se ensina, as contas não fecham. O que vai acontecer com o país ameaçado pela disputa por riqueza e poder?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

O MECANISMO

O artigo publicado no site mises.org.br faz uma análise coerente da série original O Mecanismo, exibida pela Netflix. O agigantamento do Estado acoberta muitos interesses particulares. A governança perde a seriedade beneficiando uns em prejuízo de outros, mantendo o atraso do país. A classe política surfa na maré de levar vantagens também buscando auferir proveitos, lançando mãos do jeito que pode. Mas estamos adentrando numa fase em que tudo vem à tona rapidamente, desorganizando os esquemas, estagnando a economia.

Veja um trecho do texto:

O cineasta José Padilha identificou bem a essência de como funciona o Mecanismo, mas, talvez por querer posar de isento, disse que o Mecanismo existe à revelia da ideologia. Errado. Muito pelo contrário: o que possibilita a existência e a robustez do Mecanismo é exatamente a ideologia.

Qual ideologia?
Aquela que defende a concentração de poderes políticos e econômicos nas mãos de quem controla o Estado.

O Mecanismo só existe porque há uma ideologia explícita que o sustenta: a defesa de um estado grande, onipresente, intervencionista, ultrarregulador, que em tudo intervém e de todos cuida.

Enquanto houver, de um lado, um governo grande, com um farto orçamento público repleto de emendas e brechas, sempre haverá, do outro lado, grupos de interesse poderosos e bem organizados que irão se beneficiar deste orçamento público.

E esses grupos terão todo o interesse em fazer com que este orçamento cresça cada vez mais, pois são os beneficiários diretos deste aumento dos gastos.

Um Estado grande sempre acaba se convertendo em um instrumento de redistribuição de riqueza. A riqueza é confiscada dos grupos sociais desorganizados (os pagadores de impostos) e direcionada para os grupos sociais organizados (lobbies, grupos de interesse e grandes empresários com conexões políticas).

A crescente concentração de poder nas mãos do Estado faz com que este se converta em um instrumento muito apetitoso para todos aqueles que saibam como manuseá-lo para seu benefício privado.

A elevação avassaladora da carga tributária é a expressão desse Mecanismo. Só é possível enriquecer e manter-se rico quem tem acesso ao grande ‘excedente’ retido nas mãos do estado. A grande massa de tributos arrecadados garante que a riqueza de cada um dependa da boa vontade da burocracia e da “vontade política”.

Consequentemente, todos querem ter um “negócio” com o Estado. Tudo depende do Estado e é por ele intermediado. Nada fora do Estado – é essa a lógica do Mecanismo.

Enquanto a ideologia dominante no Brasil for a da defesa de um Estado agigantado e onipresente, o Mecanismo permanecerá robusto. Quem defende Estado grande e intervencionista defende o Mecanismo.

No artigo (leia a íntegra https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2871) são elencados os cinco grupos que integram o Mecanismo. Entenda como ele funciona e veja o que fazer para abolir o Estado gigante.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

BRASIL ARRUINADO, MAS COBIÇADO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Presenciamos a grande crise global do Estado. Não dá mais para ficar do jeito que está, com as nações caindo nas mãos de oligarcas ou de populistas, sem que desempenhem sua função corretamente. Há também a crise econômico-financeira e do comércio global. No Brasil uma grande quantidade de estabelecimentos comerciais fecharam as portas, acabando com mais de 400 mil empregos. Trata-se de problema de grave desequilíbrio que exige um olhar sério das autoridades que controlam o comércio global.

Vivemos a época da democracia que se alimenta de doações empresariais, recaindo a escolha geralmente sobre quem recebe mais, o que gera um obscuro balcão de negócios com os bens públicos para atender interesses particulares em vez do progresso do país. Como resolver isso? No passado, o presidente norte-americano Abraham Lincoln recebeu alguma doação para se eleger?

Também no Brasil evidencia-se a crise do Estado que foi inchando e perdeu o rumo. Há muito dispêndio para poucos resultados. Mas, com a queda na atividade econômica e na arrecadação, tudo isso vai aparecendo, e mesmo assim os aproveitadores não querem largar os privilégios. Com o poder, buscam fortalecer ainda mais a sua posição. Parece que não se trata mais de confronto de ideologias, mas de luta pelo poder e riqueza travada por homens que só pensam em seus interesses particulares.

Temos um país com as contas arrebentadas, que descuidou da indústria e do preparo das novas gerações e mesmo assim é cobiçado, havendo muitos postulantes ao posto de candidato à presidência da república. Mas o que esses políticos dizem sobre o futuro? Nada. Promessas vãs de austeridade sem propostas claras quanto ao futuro, populismo oportunista buscando o poder, pouca praticidade.

O Brasil sofre há décadas com a gestão desastrada, que se iludiu com uma abundância fictícia. Prefeitos, governadores, legisladores, judiciário, todos gastando como as cigarras, acima do que arrecadam em obras duvidosas. Quem são os responsáveis pelo descalabro nas contas públicas? O mau aproveitamento da riqueza para o desenvolvimento do país é, em grande parte, uma questão de educação e preparo para a vida, com a classe política visando vantagens pessoais e a população sendo induzida e agindo de forma acomodada, sem propósitos mais nobres.

O governo tem demonstrado que é mau empresário, e tudo na mão dele acaba custando mais e gerando perdas. Privatizações são impostas, mas é lamentável quando isso acontece depois do irresponsável acúmulo de dívida que não trouxe nenhuma melhora importante para o país e sua população. Perdem-se ativos, mas a dívida permanece; quem explica essa situação? “O petróleo é nosso”, dizia o povo, mas poucos benefícios recebemos dessa riqueza, uma vez que os beneficiados são sempre os mesmos: os donos do poder. Privatizar tudo criando uma taxa permanente para as empresas não seria a alternativa?

O Estado deveria ser o criador das oportunidades para o crescimento econômico e o aumento da produtividade. Mas, com a sintonização egoística dos humanos, caímos nas várias armadilhas criadas para manter os povos no subdesenvolvimento. Faltaram estadistas sérios e competentes. Incharam e emperraram a máquina, e agora ela está estagnando. Governos ineficientes, mal-intencionados, contaminados. Em tudo prevalece a falta da verdade. Como resolver esse problema diante da crise global de finanças, poder e comércio? E além de tudo, enfrentamos o apagão mental, o imobilismo do Estado com seu modelo retrógrado contaminando as empresas.

Em tudo se percebe a crítica situação do Estado, prevalecendo os conchavos e interesses de grupos que decidem como melhor lhes aprouver. Prevalece a bandeira do dinheiro acima dos interesses da humanidade. Vale tudo: drogas, prostituição, mercenários. Enquanto isso, a educação vai declinando e descaracterizando a essência humana.

Além de melhor preparo dos professores, há de se preparar também os genitores do presente e do futuro. Do jeito como andam as coisas, com a irresponsabilidade no ato de geração de filhos, a situação regredirá. Precisamos combater o apagão mental e moral apresentando modelos enobrecedores. As novas gerações precisam desenvolver os seus talentos para que estejam aptas e capacitadas para construir um Brasil melhor. Sem a promoção desse desenvolvimento, não poderá haver futuro de melhor qualidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

TEMPO DAS VACAS PELE E OSSO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

A situação vai apertando. Lidar com dinheiro e planejamento financeiro exige responsabilidade e bom senso. Aqueles que nadam no dinheiro fácil, sem um objetivo definido, logo acabam afogando a empresa na falência e o país, na crise fiscal. Sabedoria e alegria deveriam ser as motivações da população. Saber sobre várias coisas e suas causas. Alegria de cumprir tarefas e perceber os avanços que ocorrem. O Brasil vive sob o efeito da revolta e do ódio porque tudo poderia ter sido bem melhor se não houvesse tantos aproveitadores e exploradores.

Até ao ano 2000 as circunstâncias foram difíceis. O PT se aproveitou disso e de novo tem a chance de apontar culpados pela miséria reinante na vergonhosa ampliação de moradias precárias e assumir o poder. Os gestores primaram pelo Estado perdulário e ineficiente, e agarram-se aos privilégios do poder. Durante décadas vivemos a fase das vacas magras, mas parece que agora é o tempo das vacas pele e osso. Como chegamos a uma situação tão crítica? Falta de seriedade e responsabilidade.

O que se esperava do Estado e de seus governantes? O inchaço foi tomando conta com muitos dispêndios e poucos resultados, e hoje a economia não consegue andar. É preciso que os governantes retornem aos seus deveres naturais, mas por serem apaniguados e mandarins, tudo fazem para a situação ficar como está e assim se beneficiarem do conluio espúrio com empresas e interesses inidôneos. Mal-acostumados, os gestores públicos foram abrindo buracos nas contas que ficavam camuflados com o crescimento da arrecadação e nada mudava na gestão perdulária.

Financiamentos para empresas que nada produziram e deram calote. A interferência e dirigismo dos gestores do Estado na economia têm acobertado lideranças pouco empenhadas no progresso do país e sua população, causando atrasos em duas direções: na estagnação econômica e no preparo das novas gerações. Os empresários sérios também ficaram desanimados e os astutos fizeram dobradinha com o poder. Com a chegada dos populistas, soou o alarme e a desestruturação recrudesceu.

Estamos no impasse de um país imaturo que está sem rumo claro. Precisamos de lideranças políticas e empresariais que tenham o propósito de tirar o Brasil do atraso. A desfaçatez tem sido a regra, desacreditando o Estado em sua responsabilidade como, por exemplo, deixando o manuseio do lixo sem solução por décadas, perpetuando os indecorosos lixões. A ineficiência do setor público é agravada com a má fé. Que tipos de pessoas estão nas Câmaras e Assembléias Legislativas? Que tipos de estadistas estão no poder?

O drama de muitos governos, inclusive o brasileiro, é o desvio do dinheiro daquilo que poderia contribuir para a melhora, quando não utilizado para a rolagem da dívida. Gastos elevados com legislativo e judiciário em todo o país. Assim vamos ficando sem saída. Nos anos 1980 ainda havia empresariado e classe política mais consciente, o que foi sendo perdido; além disso, não houve empenho para fortalecer o desenvolvimento dos talentos da população, e uma nação sem talentos está fadada ao declínio.

Com o explosivo crescimento da dívida, ficou evidente a falta de governança sadia. Como reanimar a atividade se a renda se reduz e os custos aumentam; se os importados têm preços inferiores, falta seriedade na gestão do dinheiro público e há especulação desenfreada? Embora tudo seja ruim, pior seria seguir as pegadas da Venezuela onde o Estado se desmancha.

O planeta foi confiado aos seres humanos para se desenvolverem e evoluírem. Desviados de sua finalidade, enveredaram por caminhos obscuros, transformando a Terra num lugar perigoso. A evolução ficou travada, a miséria cresceu, sufocaram a essência espiritual. Inquietas, as pessoas vivem brigando entre si e logo estarão em guerra sem terem se esforçado para entender o sentido da vida à luz da verdade.

Mas a farra acabou; evidencia-se a crise do Estado e os desequilíbrios nas finanças e no comércio global. Como o Brasil poderá se autogovernar com a preocupante projeção de aumento da dívida? O que vai resultar do acúmulo de déficits continuados? Como ativar a economia para criação de empregos e melhoria da renda sem que isso acarrete aumento do déficit comercial? Em 2018 teremos eleições; qual será o programa dos candidatos? Precisamos de governos sérios e fortes, com amor ao país, com capacidade para barrar os interesses escusos e promover o desenvolvimento efetivo.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7