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IMPACTOS POSISTIVOS

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O paternalismo, dos pais da pátria aos pais dos brasileiros, sempre traz impactos, na maioria das vezes, negativos. É preciso educar as novas gerações para que se tornem fortes, independentes, e para isso esses jovens precisam estar dispostos a aprender e a fazer, na vida e no trabalho. É fundamental valorizar o trabalho. No Brasil os trabalhadores recebem em média 25% do que ganham os trabalhadores dos Estados Unidos; no Chile chega a 50%. Faltam estímulos e equilíbrio entre o que se faz e o que se recebe, caso contrário o país não anda. Está difícil produzir, os concorrentes importados com preços menores avançam, mas reduzem empregos. Devemos examinar atentamente as condições do Brasil e buscar soluções que promovam o progresso. As condições que possibilitam o crescimento dos populistas demagogos têm de ser extirpadas.

O que acontecerá em 2018, o pleito continua incerto. O caixa 2 tem sido a ruína na definição dos vencedores das eleições, desde as municipais até a presidência, e representa uma grande oportunidade para os piores no legislativo ou executivo. O custo é a regressão do Brasil aos seus estágios de república das bananas com seus líderes oligárquicos, demagogos e caudilhistas pensando só em si, no poder e nos seus interesses. Quanto mais sabemos sobre a real situação do Brasil, mais estarrecidos ficamos. O país precisa ser conduzido para alcançar progresso real.

A globalização deveria ser aproveitada no que ela traz de bom, mas é necessário contornar as tendências ao desequilíbrio financeiro entre os povos. Desde Breton Woods a economia do mundo gira em função de dólares. Japão, Coreia do Sul, China e Índia buscaram adequada política cambial e monetária, resultando em produção, empregos e acúmulo de reservas na moeda líder. O Brasil tem feito o oposto no câmbio e juros, e seu passado é de pouco trato na educação e produtividade.

No passado, a moeda forte era a libra. O dólar assumiu o comando na conquista do mundo. O Euro nasceu travado. Árabes e chineses acumulam dólares. O restante vai caindo nos déficits e na falta de rumos que consolidem o país e a economia. O Brasil e outros países permanecem estagnados pela falta de lideranças que tracem rumos apropriados de forma a desmanchar a condição de economias subsidiárias, fonte de commodities e mercado consumidor das sobras do mundo. A população não evolui. Produção e consumo são de baixa qualidade.

A adolescência é a fase fundamental para a definição do rumo. Ela começa quando a criança passa a perceber o mundo e as dificuldades. Atualmente, muitos jovens ficam rodeando sem rumo certo, sem propósitos, incentivados a adquirir vícios. A alma vai entorpecendo como tudo o mais na busca da falsa felicidade, propiciada pelo que é transitório. Às vezes caem no choque da gravidez precoce numa relação sem afinidades. Mas bem orientadas sobre o significado da vida, as novas gerações representam a possibilidade de causar impactos positivos na busca de melhor futuro.

O Brasil é um país continental de grande potencial que está se arrastando sob o peso de suas decisões inadequadas e seus passivos econômicos, sociais e ambientais, perdendo tempo com ninharias e incompetências, enquanto aumenta o desemprego e o retrocesso. As autoridades precisam interromper o avanço das cracolândias, que são territórios livres das drogas e da decadência. O mal já está enraizando, não podemos seguir as pegadas do Rio de Janeiro; a droga está acabando com o futuro do país. Lamentavelmente os jovens estão perdendo a consciência da importância do aprendizado na escola e na vida num mundo em constante transformação.

Para assegurar futuro melhor temos de combater a baixa disposição dos alunos para o aprendizado contínuo. O Brasil precisa mudar de sintonia. O foco deveria ser a busca de melhores condições gerais de vida que possibilitem a evolução das pessoas que se dispõem a aprender e a trabalhar com eficiência para, dessa forma, embasar a atividade econômica. Deveríamos seguir o exemplo do ator Matt Damon, que disse em entrevista que foi criado para pensar que toda pessoa deve causar um impacto positivo no mundo, independentemente do tamanho do seu círculo de influência.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

AS NOVAS GERAÇÕES E O BRASIL

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

O drama das novas gerações se alastra pelo mundo. No Brasil já perdemos algumas delas. Com o advento da quarta revolução industrial o trabalho está em transformação, podendo eliminar o vínculo empregatício duradouro, o que vai mexer com tudo, sem que se saiba qual será seu formato, afetando também o sistema previdenciário. É preciso impedir o avanço da miséria criando modos adequados de aproveitamento da mão de obra ociosa.

As crianças têm que ser educadas para o trabalho e para viver de forma independente. Devem aprender a cuidar de si próprias desde cedo. Têm de se empenhar para escapar do retrocesso e das consequências das decisões imediatistas, e buscar a melhora geral e o aprimoramento da espécie, impedindo o avanço da decadência e do caos generalizado. Com a formação de seres humanos fortes e independentes, os países também têm de se fortalecer para serem capazes de se sustentar com seus próprios meios, em vez de só ficar esperando ajuda externa.

O sistema preparou os indivíduos para aceitarem tudo que lhes é imposto sem fazer análises e reflexões, e para se distrair e se divertir sem levar a vida a sério. No geral, o sistema criou a dependência de dólares. A abertura do mercado financeiro reduziu a necessidade de empréstimo externo, ensejando possibilidades especulativas. Além da taxa de juros tem o câmbio, tudo gerando uma ciranda fabulosa. A dívida do Brasil de aproximadamente um trilhão de dólares consome por ano juros praticamente iguais à dívida americana de 18 trilhões; o que há de errado?

Com a ampliação da crise geral, a humanidade vai retrocedendo. Um grande rearranjo nas finanças e no comércio internacional está sendo desenhado. Com o agravamento da crise mundial se tornam visíveis as complicações criadas pela globalização. Exportar fica mais difícil, mas o país criou grande dependência de importações, como vai pagar? Financiando, aumentando a conta juros? Perdendo autodeterminação? Onde vai parar a essência humana? Resta buscar o equilíbrio, aumentar a produção para consumo interno, gerar empregos, controlar os custos, eliminar gastos supérfluos.

O Brasil permanece estagnado desde 1889 quando os congressistas deveriam ter equacionado a educação e integração da mão de obra liberada das fazendas. Veio a crise de 1929 e a guerra, e o mercado interno sempre com baixa renda. A revolução caiu no abismo da dívida externa em 1981. Collor deu tiro no mercado interno com o bloqueio da poupança em 1990. Endividados, em 1994 fomos para a dolarização. Lula quis ampliar o mercado por decreto, mas a corrupção nos arrastou de novo ao abismo.

Enquanto permanecemos no atraso em tudo, a dívida cresceu outra vez, o mercado interno encolheu mais uma vez e enfrentamos a grande recessão. O desequilíbrio nas contas internas e externas avança pelo mundo. O Brasil é o campeão. Todos querem dólares. Insensatamente a natureza vai sendo destruída e com ela a sustentabilidade da vida. Alguns acham que isso pode acontecer na América do Sul ou na África, esquecendo que o planeta é um só. O que dizer desses líderes que entregam tudo por um punhado de dinheiro?

Faltam alvos nobres seja nas corporações ou no capitalismo de Estado. Livre Mercado e Capitalismo de Estado têm que entender que sem a implantação de metas que criem oportunidades e desenvolvimento humano, continuaremos gerando mais insatisfeitos, perdas na renda e consumo, aumento do uso drogas, miséria e desordem.

A população precisa de trabalho e renda para consumir; de educação que promova o aumento da qualidade humana, do bom senso e discernimento. Sem bom preparo das novas gerações desejosas de um futuro melhor, decairemos na ladeira dos países sem rumo. Seremos meros mercados e depósitos de recursos para os mais organizados que tomaram a dianteira e querem permanecer ampliando a sua supremacia.

Com queda na produção e na renda média, o mercado consumidor fica estagnado, a humanidade não evolui. São as consequências das decisões imediatistas para satisfação da cobiça em vez da busca da melhora geral. Assim vamos regredindo e provocando caos na Terra de forma continuada. A instabilidade cambial e os ganhos especulativos precisam ser contidos para dar consistência ao desenvolvimento próprio.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7