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O MAL DESTRÓI A SI MESMO

O processo de depuração do Juízo Final

A figura de uma serpente mordendo a própria cauda é um símbolo muito, muito antigo. É chamado “ouroboros”, palavra derivada do grego antigo que significa “aquele que devora a própria cauda”. O significado mais evidente evocado pelo símbolo é o da noção de infinito. Mas ele possui outras interpretações também, duas delas de especial importância para a nossa época: a de que o fim liga-se ao começo, e a de que no final dos tempos o mal destruirá a si próprio.

O símbolo foi revelado pela primeira vez a um sacerdote, há muitos milênios. Tratava-se de um vidente que antevira a queda da Atlântida e se desesperara com o futuro da humanidade, pois havia chegado à conclusão de que os seres humanos sucumbiriam totalmente em seus pecados. No quadro a ele mostrado, aparecia uma mão luminosa dobrando uma cobra de ouro, formando um círculo e colocando a outra extremidade para dentro da boca da serpente. E o vidente soube então que, no tempo do fim, as trevas aniquilariam a si mesmas.

Esse tempo é justamente o nosso tempo. O crescimento desmesurado do mal em nossa época, em todas as esferas de atuação da humanidade, faz parte deste processo. É a fermentação da depuração. O mal cresce em todos os campos como que dentro de uma estufa, ou de uma panela de pressão, até finalmente se autoextinguir, se autoexaurir, juntamente com todas as criaturas que ajudaram a formá-lo e a fomentá-lo, ou que apenas se associaram a ele, seja por má índole, ignorância ou negligência.

Vivemos a era do término do ciclo previsto para o desenvolvimento humano. Um tempo em que, infelizmente, a Terra se mostra dominada inteiramente pelas trevas. É o período em que “Deus esconde seu semblante”. Sobre isso, diz Abdruschin em Na Luz da Verdade – a Mensagem do Graal.

“Aproxima-se, por isso, a época em que a Terra, por um espaço de tempo, deverá ser entregue ao domínio das trevas, sem imediato auxílio da Luz, porque a humanidade forçou isso com sua vontade. As consequências de sua vontade, na maioria, tiveram de provocar esse fim. — Trata-se do tempo que a João foi permitido ver outrora, em que Deus encobre Seu semblante.”

Há várias passagens bíblicas sobre a imagem alegórica do Senhor encobrindo Sua face, como essas: “Lembra-te da cólera nos dias do fim, do castigo, quando Deus afastar a Sua face” (Eclo18:24); “Quando clamarem ao Senhor, este não lhes responderá; esconderá deles a face naquele tempo, por causa dos crimes que cometeram” (Mq3:4); “Disse o Senhor a Moisés: Esconderei, pois, certamente, o rosto naquele Dia, por todo o mal que tiverem feito, por se haverem tornado a outros deuses. Esconderei deles a Minha face” (Dt31:16,18;32:20). O Senhor deixa a humanidade entregue às trevas formadas por ela própria com tanto afinco, e o resultado disso é o pavor: “Escondes Tua face, e eles se apavoram” (Sl104:29).

O “Dia” ou “dias” mencionados na Bíblia corresponde ao tempo do Juízo Final, que é contado em décadas, e do qual vivenciamos presentemente a sua última fase. A cobra continuará, pois, a engolir a própria cauda com sofreguidão cada vez maior, até desaparecer por completo. Às pessoas de boa vontade, cabe manterem-se afastadas de todo o mal, cuidando de conservar sempre puro o foco de seus pensamentos, para não terem de sucumbir conjuntamente.

O ouroboros tem ainda mais um significado especial. O círculo representado pela cobra também forma a letra “O”, que corresponde à última letra do alfabeto grego: o “ômega”. Quando esse símbolo aparece com um “A” desenhado em seu interior, então isso significa que estamos diante do “alfa” e do “ômega”, isto é, do início e do fim do saber espiritual, da verdade integral e absoluta.

Encontrar a verdade, reconhecê-la e viver de acordo com ela é prerrogativa e dever do ser humano que ainda se movimenta espiritualmente em nosso tempo, o tempo do fim.

Obs.: Artigo publicado originalmente no Jornal Integração – https://www.jornalintegracao.com/noticia/226/o-mal-destroi-a-si-mesmo

Roberto C. P. Junior é espiritualista, mestre em ciências, membro da Academia de Letras e Artes de Portugal e autor de seis obras, dentre as quais: O Dia Sem Amanhã, O Filho do Homem na Terra e Jesus Ensina as Leis da Criação, todas publicadas pela Ordem do Graal na Terra, da qual é membro – bit.ly/livros-OGT. É responsável pela página “O Dia Sem Amanhã” no Facebook, pelo blog odsa.com.br e canal bit.ly/ODSA-YT.

OPERAÇÃO RED SPARROW

No filme Operação Red Sparrow, a talentosa ex-bailarina do Bolshoi, Dominika Egorova (Jennifer Lawrence), após sofrer um acidente, é convencida por seu tio a se tornar uma Red Sparrow, ou seja, uma espiã sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa, para servir ao Estado e poder pagar suas contas. Depois de árduo processo de aprendizagem, ela se torna a mais talentosa agente secreta do país e precisa lidar com o agente da CIA, Nathaniel Nash (Joel Edgerton). Os dois, no entanto, acabam se apaixonando um pelo outro, o que ameaça não só suas vidas, mas também as de outras pessoas.

Nesse mundo brutal, os personagens vão demonstrando a absoluta frieza em suas ações visando o que? Em geral, os líderes da atualidade não se preocupam muito com o aprimoramento da humanidade, pois para a preservação do poder fazem de tudo, o que consome todas as energias. Mas nos regimes totalitários é ainda pior, pois são mantidos pela força e violência sem a menor consideração humana.

As pessoas em geral, quando leem um livro ou assistem um filme, sempre esperam inconscientemente que haja justiça e que os maus sejam punidos, e que os bons ou não tão ruins tenham uma sorte melhor. Isso faz parte da lei da vida; em tudo deve haver o equilíbrio, cada pessoa colhe o que semeia, nesta ou em outra vida. Quando os enredos fogem disso, criam desarmonia ferindo a esperança.

Na vida real, acontece frequentemente em algum capítulo decorrente de ações do passado, a aparente vitória do mal, mas no prosseguimento da vida, sempre se cumprirá a ação de retorno trazendo de volta o bem ou o mal para os seus geradores. É o que se pode ver em Operação Red Sparrow. Apesar de o filme desnudar tudo, tanto as pessoas como os seus objetivos cruéis, deixa entrever que muitos acontecimentos desagradáveis terão de se desencadear, antes que surja a paz do verdadeiro amor pelo próximo, aquele que não causa danos para satisfazer a própria cobiça.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7