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O QUE QUEREM OS INVESTIDORES MUNDIAIS?

Tivemos mais de 300 anos de trabalho escravo no Brasil, prova da maldade e insensatez contra as leis naturais. Quando finalmente a família imperial proibiu a escravidão em 1888, D. Pedro II, que conseguia dar um bom rumo ao Brasil, foi destronado e expulso, e começou uma república na mão de despreparados que cederam o poder a um grupo de entreguistas corruptos, deixando ao desamparo e sem integração as famílias liberadas do trabalho nas fazendas.

O Brasil ficou submetido a Portugal até a Independência. A rainha de Portugal, Maria I, apelidada de “a Piedosa” e “a Louca”, bem revelou o tipo de relacionamento com a colônia. Em 1792, trucidou Tiradentes por causa do ouro. Reconhecida a independência, os ingleses se aproximaram para dar as coordenadas e colher vantagens. Terminada a segunda guerra, foi a vez dos EUA. Setores da Igreja e Rússia fomentaram a discórdia. Na China, Mao também seduzia a juventude. Os governantes, sempre acessíveis, fizeram todas as concessões para se manterem no poder. O gigante quase despertou, mas logo recaiu no atraso. Em 2018, houve a ruptura, mas o futuro da nação brasileira permaneceu incerto diante da astúcia e cobiça de poder.

Atualmente, o que querem os investidores mundiais? Pelo mundo o que se observa é a economia desequilibrada, sem sustentabilidade, caminhando às cegas; sobram supérfluos, faltam essenciais. Além da boa rentabilidade, os investidores também deveriam considerar o que é útil e capaz de promover a melhora nas condições gerais de vida.

O economista Willian Arthur Lewis mostrou, implicitamente em sua teoria sobre transferência de populações do campo para cidades industriais, o imediatismo com que a economia tem sido conduzida pelo mundo. Aproveitam a mão de obra barata, fabricam e exportam. Outros deixam de fabricar, importam; se não tiverem receitas para isso, se endividam e pagam juros, produzem pouco, geram poucos empregos. No entanto, esse esquema se tornou um dos maiores pagadores de juros para o mundo. Valeu a pena? Agora a Argentina entrou nos juros de cassino, com 48%. O que dirá a história?

O que fazer quando um gigante, na compra de bens de consumo e insumos para fabricar e exportar produtos industriais para o mundo, fecha toda a atividade produtiva para controlar uma pandemia? Cada nação tem suas dificuldades, e o custo da energia e a inflação já vinham preocupando. No Irã vai dobrar o preço de óleo, leite, ovos e trigo. Em algumas regiões faltará alimentos. E o Brasil, o que poderá fazer para não criar um ambiente de caos e desordem como já ocorre em algumas regiões? Hora de examinar a contribuição que as atividades humanas estão oferecendo para o bem geral e identificar qual o valor e utilidade benéfica ou desvalor de tudo que se produz.

O freio é da China, ou do consumo do resto do mundo que se concentrou nos bens essenciais, deixando muita coisa encalhada? O Brasil, mais uma vez, cai na burrice de suas elites; não quiseram aprender as lições do açúcar e do café, que sempre paralisavam o país com retração nas exportações de commodities e, além disso, secaram a produção fabril. A desglobalização está dando uma nova lição. Será que vamos aprender direito?

O sistema vai caminhando para o colapso por não ter sustentação própria, pois é antinatural. Justiça e reparação natural estão em curso e nem a humanidade inteira poderia impedir os acontecimentos atuais e que serão mais visíveis ainda com o passar do tempo. Como consequência automática do sistema, embora em poucas mãos, a massa de dinheiro sempre tende a crescer dando origem a crises de expurgo e oportunidade de ganhos para os endinheirados, e austeridade para a população.

A pandemia provocou muitas reações sobre o atual modo de vida em que a compra e a venda se tornaram dominantes em tudo, depreciando o próprio valor da vida, favorecendo a guerra. Em meio a acontecimentos tristes e desagradáveis, muitas pessoas chegaram a perguntar se ainda queremos continuar a viver dessa forma. Até agora ninguém tinha feito essa pergunta, pois a grande maioria foi induzida a acreditar que essa era a única forma de viver e encontrar a felicidade através de ganhos e do consumo, supondo que o dinheiro comanda tudo, mercantilizando a vida, incluindo partes do corpo humano e da mente, conseguindo, enfim, sufocar o espírito e afastar os seres humanos do real significado da vida.

Ocidente, Rússia, Otan, Ásia, China, são partes do mesmo planeta, sujeitos às mesmas leis universais da Criação. Lamentavelmente, a humanidade se deixou arrastar pela cobiça e desconfiança, o que impede a convivência pacífica entre os povos e uma forma de viver construtiva e beneficiadora; tal como os elos de união, todos dependemos do ar, da água e do solo para evoluir e produzir belezas e felicidade no Planeta Terra, tão explorado pelo imediatismo e ganância.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A PANDEMIA E A INFLAÇÃO

O que está causando uma inusitada inflação mundial? A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse no programa televisivo Face The Nation, da CBS: “A pandemia está dando as cartas na economia e na inflação”. Dois fatores gerados pela Covid-19: a injeção de dinheiro e as travas no suprimento de componentes que estrangulam a produção. É um acontecimento econômico diferente e os esforços para conter a pandemia devem ser coordenados, mas ela traz incertezas pela forma acelerada como se alastrou e pelo desconhecimento da ciência para tratar da nova patologia. Não menos importantes são as disputas políticas pelo poder e desinformações que têm impedido esforços unificados no combate à doença.

O sistema funciona na base da circulação do dinheiro, de forma precária, mas funciona. E de repente a circulação começou a ser travada em vários pontos, e tinha a bolsa e as dívidas. Se a circulação parar de vez surge um prolongado caos até que as coisas possam engrenar novamente, com dinheiro ou sem dinheiro. Mas com cerca de oito bilhões de bocas num planeta no limite, não é fácil pôr o trem nos trilhos. Percebendo isso, os Bancos Centrais passaram a injetar dinheiro no sistema para evitar o pior. Resta saber o que virá agora e como ficará o sistema econômico-financeiro mundial.

Em muitas situações e em muitos lugares têm faltado planejamento e responsabilidade com o futuro. A nossa espécie, em seu imediatismo e ganância, foi a única que deixou de cumprir a sua tarefa, achando que podia tudo. Em 15 de novembro de 1889 houve a Proclamação da República. Não deve ser menosprezado o fato de que com a lei Áurea, que eliminou o trabalho escravo, os produtores de café se incompatibilizaram com o Império. A República não se preocupou com a integração da população liberada, nem ofereceu escola, e teve início o movimento de favelização do Rio de Janeiro.

Completamos 199 anos de Brasil independente e 132 anos de República. O que fizeram governantes e congressistas nesse período? O descuido com a população e suas crianças deu ensejo ao ingresso de extremistas no poder, os quais acabaram enfiando as mãos e os pés na grana. Os governantes pouco se esforçaram para forjar um país independente com população bem-preparada para a vida. Permanecemos fornecedores de matéria-prima e importadores de industrializados. A falha, como sempre, está no ser humano que não reconhece a sua tarefa de promover o bem geral e levar o Brasil à posição que lhe cabe.

Como ajustar o Brasil? Pergunta difícil diante do quadro de incertezas e fragilidades da economia brasileira e mundial. O que faria o Sr. Manuel, dono da padaria, se encontrasse o seu estabelecimento quase falido? Provavelmente usaria o bom senso, austeridade e redução de custos para solucionar o problema. Mas o mundo está virado devido à especulação financeira, geoeconomia e apagão mental. Há insatisfação e revolta por todos os lados. Um cheiro de guerra no ar. É indispensável a prudência do padeiro e a serenidade da população.

As famílias querem passear sob o céu azul. A diferença é que estão mais cautelosas com
os gastos e isso é positivo, pois evitam as amarras do crédito, fácil de tomar, penoso para pagar. Mas é isso mesmo que as pessoas, as empresas e os governos devem fazer: planejar, controlar os gastos e progredir mesmo que seja de forma lenta. É tudo o que tem faltado na gestão pública, pois os deslumbrados com o poder iludem a população e tiram o máximo proveito, como se fossem os donos do Brasil.

A humanidade enfrenta a tragédia do aumento da miséria no Planeta Terra. O grande perigo é que são pouco investigadas as causas da decadência da humanidade que quis criar leis próprias sem observar as leis da Criação, pois mesmo sendo habitantes do planeta, os mais fortes impõem restrições aos mais fracos. Quando os seres humanos buscarem o conhecimento dessas leis que regem a vida e as respeitarem, o viver tenderá ao paradisíaco sem as ideologias de medo e ódio que encobrem cobiças.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

UMA NOVA ECONOMIA

Uma nova economia, com a centralização das decisões pelo Estado forte, planejando e controlando tudo, entrou em competição com o livre mercado sob a influência do poder econômico e político, onde a população tem sido submetida a um processo que a mantém acomodada; todavia havia empregos de mais qualidade com menos luta pela sobrevivência. O objetivo é produzir e vender grandes lotes com pequenas margens de lucro, mas que representam montante significativo devido às quantidades e preços imbatíveis. Esperemos que isso não venha a sufocar as capacitações e iniciativas dos indivíduos. Qual será o futuro desses dois sistemas que oferecem riscos e vantagens para uns e outros, mas que pegou o ocidente despreparado e que agora está sem rumo? A economia tem de se tornar simples e natural, com equilíbrio, ou a precarização poderá avançar.

No ocidente, movimenta-se muito dinheiro, mas não há muitas fábricas produzindo e requerendo financiamento de capital de giro, então o capital vai para as bolsas de valores, sem resultar na criação de novos empregos. Investimentos em infraestrutura são necessários, mas não geram exportações. No Brasil, a desestruturação da economia, que já vem cambaleando há décadas, será altamente danosa, trazendo ao país o risco de entrar em nova estagnação.

A individualidade e a diversidade dos povos são naturais, no entanto tais diferenças favorecem o progresso, observando as leis da natureza que são uniformes para todos os povos e, em sendo respeitadas, favorecem o entendimento e a paz. Com os recursos ofertados pela natureza, a vida no planeta não deveria apresentar tanta miséria, desde que os seres humanos seguissem as leis naturais da Criação. Porém, o viver foi se tornando cada vez mais áspero, surgindo a luta e a astúcia para a sobrevivência.

Pessoas que decaíram muito na estrada da vida, sejam ricas ou pobres, têm dificuldades para sair do nível em que se encontram por não quererem reconhecer que a causa do declínio está nelas mesmas. Os seres humanos, dominados pela cobiça, se tornaram desconfiados e estranhos uns aos outros. Raramente notamos entre os indivíduos e os povos um gesto de sincera cordialidade e consideração; faltam as palavras amistosas tão frequentes em épocas passadas.

A irregularidade nas chuvas começa a preocupar com a diminuição do nível dos reservatórios. O mundo esteve, durante séculos, olhando só para o dinheiro, esquecendo tudo o mais, deixando em segundo plano a riqueza que nos é dada pela natureza como o ar e a água, fora todas as outras benesses. Mas agora estamos no limiar em que a sociedade estará sujeita a crises de todas as espécies que ocorrerão com frequência daqui em diante. Ou seja, eventos que porão em evidência a estupidez dos homens em relação à própria vida e à sustentabilidade do planeta. Cada país terá de se dedicar intensamente na recuperação em seus limites, cuidando de seu povo e sua cultura; no entanto, tirar vantagens de outros povos e nações tem de ser banido para que haja paz e progresso.

Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, é preciso acabar com a luta por riqueza, poder e dominação, e a geopolítica travada pelos poderosos contra a grande massa. Não há equilíbrio. Prevalece produzir onde o custo seja o mais baixo, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos são disputados pelos graúdos, enquanto a miséria vai aumentando. Necessitamos de uma economia sem os atuais gritantes desequilíbrios. Não basta simples parceria; é preciso que haja progresso e ganhos mútuos.

A pandemia parou a economia em 2020. Nada de tão grave ocorria na economia desde 1929. Se tudo está parado, não há renda; sem renda fica difícil sustentar empreendimentos deficitários. Enfim, pouco podemos fazer e decidir enquanto a economia não entrar no ritmo. Até lá temos de prosseguir do melhor jeito que pudermos, sem ficar ruminando descontentamento e insatisfação com as atuais condições de vida para não criarmos desarmonias ao nosso redor.

Mostrar gratidão pelo dom da vida com espontânea alegria da alma gera harmonia em nosso entorno. Não podemos descuidar da vigilância, mas permanecer atentos, descortinando o momento com as suas imposições e oportunidades. O bom é alegrar-se com a vida em vez de ficar cismando sobre as ninharias.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

NA CRISE, MANDA QUEM PODE

Quem é responsável pela pandemia? A humanidade tem vivido de forma egoísta e desprezando as leis da natureza, fazendo tudo errado por ignorância e por cobiça, provocando o aparecimento e disseminação dos vírus. O rol das consequências dos erros é enorme; fiquemos com apenas um: tivemos mais de 300 anos de trabalho escravo no Brasil, pensem nessa maldade e insensatez. Quando finalmente a família imperial proibiu a escravidão em 1888, D. Pedro II foi destronado e expulso, e começou uma república na mão de despreparados que cederam o poder a um grupo de entreguistas corruptos.

A vacina é uma etapa importante, mas vai resolver tudo? Ela é uma parte da solução, mas os cuidados devem permanecer com distanciamento, uso da máscara nos contatos, fugir das aglomerações. Estamos numa fase de grandes rupturas, nada será mais como antes.

A questão da sobrevivência econômica não deve estar relacionada ao atendimento de interesses dos poderosos, mas com muito bom senso é preciso impedir a desestruturação da economia que vem cambaleando há décadas, pois isso poderá levar o Brasil a cair num abismo de miséria e desordem difícil de recuperar.

A economia se organiza ou desorganiza num processo. Nos anos 1970 havia, em São Paulo e outros estados, promissora indústria eletroeletrônica. Com o advento da Zona Franca (ZF), as fábricas fecharam e foram importar através de Manaus. Em 50 anos nada se fez pelo avanço tecnológico. Como fazer da ZF de Manaus algo efetivo no avanço do Brasil?

Nos anos 1980, o Brasil, pressionado pelo resgate da dívida externa, fomentou a inflação. Veio o plano real que tabelou o preço do dólar. Importar ficava mais barato que produzir. Os empregos foram embora. A indústria não resistiu. Como organizar a economia se a globalização converge para produzir na Ásia com custo da mão de obra menor em 80%? Há um amplo desequilíbrio mundial na economia e no avanço tecnológico que está arrastando o mundo para a precarização geral. Não bastam auxílios emergenciais, é preciso dar sustentabilidade ao trabalho e à renda, e promover continuidade do aprendizado prático do jovem aprendiz, além do ensino escolar.

A humanidade se encontra diante da grande colheita de todas as suas ações. Se quisermos um mundo melhor, em continuado progresso, se faz necessário acabar essa luta por riqueza, poder e dominação travada pelos poderosos sobre a grande massa, e pôr em prática a estreita cooperação, visando o bem geral e a sustentabilidade. O mesmo se aplica ao relacionamento entre as nações e as pessoas em geral. Não há equilíbrio. O que prevalece é produzir onde o custo seja baixo, como na Ásia, para vender aos que ainda podem pagar. O poder e os ganhos ficam com os graúdos e a miséria vai aumentando.

Num mundo onde a regra é a mentira e a falsidade, falar a verdade é provocar os beneficiados. Intuição e raciocínio lúcido são indispensáveis. O presidente norte-americano Biden disse ter intuído o desejo do povo americano e desenvolve plano de trilhões de dólares para recuperação da economia e empregos. A grande questão não é intuir o que o povo quer, mas intuir o que é necessário fazer para eliminar as causas do declínio humano e econômico. O capitalismo de Estado chinês parece que funciona na base da prospecção de oportunidades geoeconômicas, tirando o melhor proveito delas e no “manda quem pode” sem ser contrariado.

Enfrentamos um período turbulento com ataques e golpes baixos contra o Brasil. Estamos diante de uma incógnita, qual será o futuro do país? Alcançaremos o progresso ou cairemos no abismo da ignorância e precarização geral?

Para não cair no entorpecimento manipulador e fugir da indolência, o tempo tem de ser aproveitado de forma enriquecedora e criativa, semeando o bem, o que atrai alegria e felicidade. A moda agora é mostrar as coisas feias da vida, desmoralizar o ser humano. Na mídia em geral e nos filmes observamos um padrão negativo. Antes ainda dava para se distrair, agora na grande maioria das apresentações, só há tóxicos que mantêm os seres humanos olhando para os baixios da vida onde não há esperança. Desvalidos e extenuados, eles têm de reunir as forças que lhes restam para procurar a prometida Luz da Verdade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

O BRASIL COMPLETA 521 ANOS

O aniversariante é o Brasil, descoberto no dia 22 de abril de 1500, e que este mês completa 521 anos, embora ainda não tenha adquirido a idade adulta uma vez que seus políticos agem como crianças mal-educadas que se utilizam de todos os meios para levar vantagens. Dizem que o Brasil está no inferno astral que atrai todo o negativismo de pessoas maldosas, e é o que a sua população está passando com todo tipo de ataque para desestruturar a nação na economia, nos empregos, na administração pública. Mas dizem também que no aniversário chegam forças renovadoras vindas do Sol.  Que venham forças de Luz para limpar toda imundice, fortalecendo aqueles que querem o bem, a melhora das condições gerais de vida, e o aprimoramento da espécie humana.

Brasil, pátria amada sempre, a despeito dos ingratos, dos corruptos que só pensam em si, dos alienígenas que só cobiçam as riquezas pouco se importando com a boa formação dos jovens; dos que fomentam a ruína, a miséria espiritual e material. A situação regrediu tanto que o político que rejeita a corrupção é tido como tão louco como o cara que queima nota de duzentos reais. Por que não fazem um balanço das realizações atuais, comparando-as com as dificuldades de agora e a situação dos antecessores? É esse resultado que deve ser submetido a julgamento, pois o país possui as riquezas que todos querem, podendo se tornar autossuficiente e ajudar o mundo.

Os seres humanos, em geral, estão perdendo a compostura, mas a cobiça de poder dos políticos os faz descer até às sombras do inferno para fazer essas pessoas colocarem o ódio acima de tudo. Falta objetividade, seriedade e amor à Pátria. Lembra aqueles cafajestes que atacavam a Imperatriz Leopoldina que queria libertar o Brasil.

Para favorecer a paz duradoura é imprescindível que a educação promova a busca do aprimoramento pessoal e espiritual continuadamente, para que os estudantes se tornem seres humanos de qualidade e que tenham consideração sincera pelo próximo, buscando a continuada melhora nas condições gerais de vida.

O Brasil, sempre explorado pelo colonialismo, poderia ter sido a Cuba da América do Sul. As grandes obras foram implantadas por Getúlio Vargas e pelos militares, mas estes caíram na armadilha da dívida externa, e devolveram o poder aos civis. Com suor e precarização, a dívida externa foi paga com muita emissão da moeda brasileira para comprar os dólares dos exportadores, gerando a grande inflação debelada com âncora cambial e juros altos, e importados que fechavam as fábricas. Em vez de investir na produção, formação de professores e hospitais, foram construídos estádios de futebol. A corrupção tomou conta do dinheiro público. Em 2018, a dívida já travava tudo novamente, alcançando R$ 3,9 trilhões. A dívida e a pandemia travaram tudo, mas agora se procura um bode expiatório.

De fato pode-se afirmar que houve um vacilo geral quanto ao avanço da pandemia. Vários pesquisadores haviam lançado alerta para isso, mas houve uma pasmaceira e nada foi feito para fortalecer a imunidade, mormente da população carente que é a grande maioria. O que as famílias querem é trabalho e emprego com sustentabilidade, que possibilite organizar a vida familiar, com saúde e bom preparo para a vida; isso é fundamental. Os governos têm de incentivar campanhas de aprimoramento da espécie humana e eliminar a tenebrosa prática do pão e circo que anula as individualidades.

Então a pandemia pegou o Brasil em cheio e outros países, e não quer ir embora. O povo, enganado por autoridades corruptas, não sabe mais o que fazer para continuar vivendo. A pandemia é uma ameaça; sem poder trabalhar, a fome é outra. A pandemia mostrou as deficiências da globalização; os superficialismos no consumo; a insensatez na economia e política. Os aproveitadores estão esperando que tudo volte ao velho normal, alguns enriquecendo e muitos empobrecendo sem preparo para a vida. Perda geral da essência humana.

A hora é de levantar a cabeça e olhar para o Alto! Há forte pressão para que as pessoas mantenham o olhar para baixo, para coisas mesquinhas. É preciso força de vontade para que a humanidade alcance a condição verdadeiramente humana, construindo e beneficiando tudo ao seu redor.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A PANDEMIA EM PAUTA

A pandemia está evidenciando todas as atividades artificiais às quais a humanidade se subordinou indolentemente. A hora é de nos movimentar, examinar, falar, agir naturalmente para que não sejamos sufocados pela forma prepotente de como são lançadas sobre nós tantas coisas e atitudes reconhecidamente como nocivas para a boa formação das novas gerações, antes que haja a erosão de tudo de bom que ainda restou em nossa cultura.

De maneira geral, as novas gerações não têm recebido bom preparo para a vida. Ou são lançadas no conformismo e estagnação, ou torpedeadas com ideologias marcadas pelo ódio, incapazes de seguir pela estrada da vida construindo e beneficiando. Com isso, falta uma visão elevada que conduza a humanidade para o aprimoramento pessoal e melhor futuro.

A enigmática volta da proliferação do coronavírus, a nova onda, pegou a população de surpresa. Pouco se fala a respeito. O transporte público, no horário de pico, cria uma situação acentuada de risco para muitas pessoas e as autoridades devem buscar soluções adequadas. Faltou conscientização humana, implantou-se medo, surgiram atos de rebeldia, não há união para enfrentar o problema, a preocupação dos políticos é com 2022, querem a volta daquela atmosfera permissiva e da corrupção impune.

Tudo depende do dinheiro, um sistema que exige dos governantes um desempenho sério e eficiente na gestão da economia, juros, câmbio, moeda, mas o que fizeram? O Brasil está na situação de pagar juros desde 1889. Gastam muito, mas o pior é o gasto público em coisas não essenciais e superfaturadas.

No Brasil, tem havido muitas interferências e divergências não só na pasta da saúde. Na China é diferente; há só um poder que todos obedecem. Estão de olhos voltados para o presidente e sua equipe querendo julgá-los. No Brasil, teria de haver conscientização e esforço conjunto para levantar o país, pois em 132 anos de república quase faliram o país na economia, moral e educação.

Diante das incoerências surgidas no capitalismo de livre mercado, o modelo chinês está dando origem a um novo conceito revolucionário da economia envolvendo a junção do Estado com a iniciativa privada graúda em novo modelo de divisão social do trabalho, voltada para a produção em larga escala que transforma o ser humano em mero fator de produção e consumidor, dentro de um cenário de globalização que requer a centralização das decisões econômicas e sociais, em nível planetário, acabando por eliminar com os estados nacionais e suas fronteiras, implantando uma política única em que tudo se subordine às normas gerais do poder central, o Leviatã, o  soberano com poder absoluto sobre todos os súditos, poder concedido por eles mesmos.

Muito se fala no grande reset. Poderíamos imaginar algo como um novo sistema em gestação, em meio a atual situação, com muitas incertezas decorrentes da chamada destruição criativa, como as dores de um parto, para finalmente chegar ao Leviatã global, com moeda única e poder centralizado sobre toda a população e sobre todos os recursos naturais do planeta, no qual somos todos hóspedes temporários.

A humanidade se organizava para produzir e atender suas necessidades e a sobrevivência condigna. As elites organizaram o sistema monetário e a produção do dinheiro fazendo tudo e todos depender dele. O drama da globalização econômica, da movimentação internacional de dinheiro e produtos, foi ter concentrado a produção onde a mão de obra fosse mais barata com melhores condições para produzir e exportar, precarizando tudo.

O ministro Paulo Guedes disse que a covid-19 é “uma tragédia de dimensões bíblicas”. As pessoas não podem mais continuar acomodadas ao papel de fator de produção e consumidor. A hora é de despertar o seu espírito adormecido pelas ilusões do materialismo. O Brasil e o mundo precisam de um renascimento espiritual, ético, moral, econômico. Alvos nobres, com a participação de todos, cuja prioridade seja a construção de uma sobrevivência digna, com naturalidade, que busca a melhora das condições gerais de vida com autonomia, equilíbrio, eficiência, continuado progresso, melhora da qualidade humana, o que não está fácil nesta época de colheita acelerada. Cada indivíduo tem que se movimentar em busca de seus sonhos de evoluir, construir e beneficiar, em Paz e Liberdade!

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

A SITUAÇÃO EM 2021

A quem interessam as consequências econômicas negativas do coronavírus? A economia ficou desequilibrada com a globalização e a concentração das fábricas nas regiões de mão de obra barata. Os preços baixaram, os empregos sumiram, a renda e os juros caíram, o dinheiro foi para a volatilidade das bolsas, mas as pessoas continuam precisando de comida. O Brasil pode produzir e vender com preço de mercado, mas a classe política, subordinada a interesses externos, contribui para reduzi-lo a simples entreposto de produtos in natura e dependente de tudo o mais.

Várias décadas perdidas seria simples acaso? A economia do Brasil já teve energia taurina, tanto que chegou a despertar ciumeiras dos “hermanos”. Décadas perdidas como as de 1980, 1990, 2010 e por aí vai. O touro virou um bezerro desmamado, sem forças para aproveitar os próprios recursos naturais. A sina dos eternos devedores, que no dizer do historiador escocês Niall Ferguson, têm de cavar; o Brasil está entre os que não dispõem de trunfos financeiros e por isso tem de “cavar” fundo, apenas para ter uma subsistência precária. Vão dizer que isso é culpa dos exploradores, certo? Mas e o que tem feito a classe política?

Atualmente, há boas tentativas de atenuar os sofrimentos e boas recomendações, mas é preciso saber que estamos atravessando uma fase diferente de todas as outras desde os anos 1950, e cada pessoa tem de encontrar a forma adequada de compreensão e adaptação à situação e, principalmente, às leis da natureza, que eram mais bem conhecidas em tempos passados. A obscura confusão reinante tem de ser iluminada pela Luz da Verdade sobre o significado da vida. A compreensão do significado da vida requer o conhecimento e o respeito às leis da natureza que a tudo sustentam. Querendo ser superiores à própria natureza, os homens inventaram o dinheiro.

A questão não está no sistema, mas em quem criou o sistema, ou seja, os próprios seres humanos que esqueceram a espiritualidade e seguiram na sintonização puramente materialista e deu nisso: a precarização geral. Enquanto a dívida dos Estados Unidos, em 2017, no montante de US$ 18 trilhões, a juros de 1%, acarretava juros de US$ 180 bilhões, o Brasil, com dívida equivalente a US$ 1 trilhão (dólar a R$3,50) geraria encargos da ordem de U$ 155 bilhões, mas os juros Selic estavam em torno de 8% a.a. É fato que o Brasil não emite dólares, mas isso não justifica essa enorme disparidade.

Criam dinheiro, compram papéis encalhados e ouro, que efeito se pode esperar disso? A permanência do ser humano na Terra é transitória; nesse período, tem de sobreviver cuidando do corpo, alimentando-o, respirando ar fresco, movimentando-se. A simples criação de dinheiro ou acúmulo de ouro só trará resultados se promover produção, trabalho e atendimento das necessidades da população.

A ansiedade do século 21 vai avançando. O momento é muito grave, pois muitas pessoas estão dominadas pela confusão, e não é para menos; mentiras, desinformações, atitudes impulsivas, os seres humanos se esqueceram da prometida colheita de tudo que semearam com pensamentos, palavras e ações. Cada ser humano tem de se ocupar com a preservação da saúde para manter o corpo forte e resistente. Não fumar, não abusar das bebidas, cuidar da boa alimentação, ter higiene física e mental, respeitar as leis naturais, buscar ser sadio de corpo e alma e o autoaprimoramento, enfim se esforçar para se tornar um ser humano autêntico. Mas o que tem sido oferecido às novas gerações?

A situação é grave, é bom tomarmos consciência. Através de aglomerações e também do não uso, ou uso inapropriado da máscara, o vírus invade o organismo pelas vias aéreas, olhos, nariz e boca. Ele não resiste ao sabão, por isso a necessidade de higiene pessoal, à lavagem das mãos, troca de roupa e sapatos quando se volta para casa após uma saída. Se os humanos se preocuparem com o próximo, o vírus terá que desaparecer. A contaminação existe e exige cuidados, mas há a utilização política do vírus com propósitos eleitoreiros e geopolíticos. É uma guerra, mas também estamos na grande colheita. Se cuidarmos de forma certa do nosso corpo poderemos prosseguir com um pouco de segurança neste caminho áspero e despido de amor.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

ISABEL ALLENDE FALA SOBRE A PANDEMIA

A escritora chilena Isabel Allende é um ser humano especial. Ela escreveu um texto excelente sobre a pandemia, porém não concordo com a frase “Percebi que viemos ao mundo para perder tudo. Quanto mais se vive, mais se perde.” O certo deveria ser: quanto mais se vive, examinando e refletindo, mais se aprende, mais se ganha. Os indolentes e indiferentes com a vida e seu significado são os grandes perdedores. Perdem o seu tempo precioso com ninharias. (Benedicto Ismael Camargo Dutra).

Isabel Allende vive nos Estados Unidos há 30 anos com o seu marido e dois cães. Quando lhe perguntaram sobre o principal medo que implica o vírus, ” a morte “, a escritora contou que desde que a sua filha Paula morreu, há 27 anos, perdeu o medo para sempre.

“Primeiro, porque a vi morrer nos meus braços, e percebi que a morte é como o nascimento, é uma transição, um limiar, e perdi o medo pessoal. Neste momento, se apanhar o vírus, pertenço ao grupo dos mais vulneráveis. Tenho 77 anos e sei que se apanho o vírus posso morrer e essa possibilidade, neste momento da minha vida, apresenta-se muito clara, mas olho-a com curiosidade e sem medo. O que essa pandemia me tem ensinado é a libertar-me de coisas. Nunca foi tão claro para mim que preciso de muito pouco para viver. Não preciso comprar, não preciso de mais roupas, não preciso de ir a lugar nenhum, nem viajar, agora vejo que tenho coisas a mais. Não preciso de mais de dois pratos! Depois, começo a perceber quem são os verdadeiros amigos e as pessoas com quem eu quero estar”.

E quando questionada sobre o ensinamento da pandemia para o coletivo, Isabel respondeu:

“Ensina-nos a fazer a triagem das prioridades e mostra-nos a realidade. Esta pandemia sublinha as desigualdades de oportunidade e recursos em que vive a sociedade a um nível global. Alguns passam a pandemia num iate nas Caraíbas e outros passam fome, nas ruas ou em casa fechados. Também traz a mensagem de que somos uma única família. O que acontece com um ser humano em Wuhan tem um reflexo no planeta inteiro.

Estamos todos ligados e isso é uma evidência. Na realidade, a ideia tribal de que estamos separados por grupos e que podemos defender o nosso pequeno grupo dos outros grupos é uma ilusão. Não existem muralhas ou paredes que possam separar as pessoas.

O vírus trouxe uma nova mentalidade e, atualmente, grande número de pessoas, entre eles criadores, artistas, cientistas, jovens, homens e mulheres, caminham para uma nova normalidade. Eles não querem voltar à normalidade antiga. O vírus convidou-nos a desenhar um novo futuro. O que sonhamos para nós como humanidade global? Percebi que viemos ao mundo para perder tudo. Quanto mais se vive, mais se perde.

Primeiro a gente perde os pais ou pessoas muito queridas, os animais de estimação, alguns lugares e, depois, lentamente, vamos perdendo as nossas próprias faculdades físicas e mentais. Não podemos viver com medo. O medo estimula um futuro “turvo” para ser vivido no presente. É necessário relaxar e apreciar o que temos e viver o agora”

Obs.: Texto publicado no site Fãs da Psicanálise:
https://www.fasdapsicanalise.com.br/o-texto-de-isabel-allende-sobre-a-pandemia-que-emocionou-o-mundo/

Veja também a entrevista com a escritora publicada no jornal O Estado de Minashttps://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/06/08/interna_internacional,1154817/o-mundo-por-vir-escritora-isabel-allende-espera-que-pandemia-marque-o.shtml

PANDEMIA E GLOBALIZAÇÃO

A cultura do país não é boa, pois prevalecem os exemplos dos maiorais que sempre buscam vantagens pessoais, em vez de servir a pátria e sua população. As novas gerações estão arcando com o apagão mental e a desesperança num país superendividado e atrasado. O Brasil já vinha perdendo terreno no bom preparo dos jovens. Com a desindustrialização, muito da habilidade técnica foi perdida e não acompanhou as inovações.

A paralisação determinada pela Covid ampliou a indolência humana. A escola já era fraca, cheia de teorias e pouco desenvolvimento do bom senso e raciocínio lúcido. O descuido na geração e preparo dos filhos para a vida está formando uma geração fraca para os desafios da vida, inclusive para o fortalecimento da nação. O país se fragiliza dando facilidades para aqueles que querem tirar proveito das riquezas Brasil.

Está difícil entender o que está se passando no mundo e conhecer a real situação. A questão complicada das comunicações é o estilo tendencioso, ditado por interesses não explicitados. Um pouco de besteirol desvia a raiva daqueles que ficam aborrecidos com a forma como as comunicações são feitas, muitas delas levando tudo para os baixios da desestruturação geral do país e do mundo.

As pessoas comuns não conseguem imaginar como agem os déspotas no poder que atuam como se o Estado fosse deles. A economia mundial se tornou uma arena de gladiadores dispostos a tudo para assegurar ganhos e dominação. São tantas artimanhas que requerem muita atenção para que o país não seja entregue aos usurpadores. Jogadores globais sempre buscam usar o cabresto da corrupção para dobrar governantes e suas equipes a serem dóceis com relação aos interesses dos poderosos.

Mais uma vez se repetiu a hora de votar, de escolher os zeladores das cidades do Brasil. Quem eram esses candidatos? O que queriam? O que já fizeram pelo Brasil, pela cidade e sua população? Perguntas deixadas ao vento na nebulosa campanha do horário gratuito da TV, onde predominaram promessas irrealizáveis, futilidades e fofocas, tudo para tomar o voto dos incautos que compram coisas por impulso para se arrependerem tarde demais. Tiraram a máscara e mostraram descaradamente a sua hipocrisia e vileza para atender à própria cobiça.

Os falsos estadistas se julgam donos do Estado, a sua falsidade é incrível, e as pessoas não acreditam que uma pessoa possa mentir tanto. Durante séculos a ordem era capitalismo de livre mercado. Surgiu o capitalismo de estado, que se aproveita da globalização e do livre mercado com outros modos de produção através da coordenação centralizada, sem que tivessem sido estabelecidas as regras desse entrosamento, resultando no fechamento de muitas fábricas e postos de trabalho. O desemprego continua aumentando. Quando examinarão as causas? Como recolocar as pessoas em trabalho remunerado?

O cenário é de desolação. As pessoas querem trabalhar, mas não encontram empregos. Querem ir ao shopping, mas há riscos. Querem vender coisas, mas não há compradores. Aflitas, as pessoas querem uma vida normal, mas isso requer a volta à naturalidade.

Durante o evento Cidadão Global 2020, a economista Esther Duflo disse que “a pandemia mostrou como é perigoso ter uma cadeia de distribuição que depende de um único lugar. Precisa haver um esforço para distribuí-la mais. Esta é uma oportunidade para países, como o Brasil, que têm força de trabalho e investimento e estão só esperando seu momento”.

As massas estão confusas, envolvidas por um sentimento de frustração diante das crescentes dificuldades e da enxurrada de informações contraditórias. Estamos enfrentando um grande declínio que traz a marca da crise econômica com seus efeitos que a tudo atinge. Uma crise civilizatória avança pelo mundo, nitidamente visível no Brasil devido à falta de adequado preparo para a vida, que se agrava com a falta de responsabilidade de homens e mulheres na geração e preparo dos filhos.

A decadência está penetrando também pela falsa cultura, uso de drogas, intelectuais que insistem em justificar a destruição, artistas que defendem uma vida desregrada e promíscua, desvalorizando a mulher, a mãe, e que zombam da beleza genuína. Nesta Terra desolada e cercada de asperezas, uma sensação de tristeza invade os corações. Falta um sentido elevado e a espontânea alegria de viver. É preciso despertar a alma entorpecida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

VIVER É LUTAR

“Viver é lutar. A vida é combate, que aos fracos abate, que aos fortes, aos bravos só pode exaltar”. Gonçalves Dias (1823/1864).

O que virá após a pandemia tão confusa no que diz respeito ao seu tratamento, seja por ignorância ou por interesses escusos? Poderemos chegar ao pandemônio provocado por pessoas mesquinhas para satisfazer suas cobiças atraindo desordens nas contas públicas, na economia, no trabalho, na alimentação. Se chegarmos a isso estaremos perto do fim da civilização livre que possibilita evolução espiritual e mental.

O sistema econômico foi perdendo a naturalidade, gerando uma caótica situação em decorrência dos desequilíbrios causados por sua frágil estruturação globalizada. Uma situação bem difícil para países atrasados. Em geral, a vida empresarial se modificou muito em quase todos os ramos; os pequenos e médios empresários têm muitas dificuldades porque, com a globalização, a competição internacional se tornou feroz e desigual. Mas agora, a economia desequilibrada está sendo arrasada pelo covid-19.

A economia vinha apresentando problemas há algum tempo. O ocidente de livre mercado optou por produzir na Ásia com menor custo do trabalho. As finanças inflaram. As lutas políticas e a geopolítica impedem uma ação coordenada visando o bem geral e a melhora de condições de vida. Na China, o Capitalismo de Estado segura tudo com mão forte. As incoerências da economia deixam o futuro incerto.

É indispensável pensar seriamente no futuro. Como vai ficar a finança pública? De onde virá o dinheiro quando não houver mais arrecadação por falta de atividades? Como será resolvida a questão da massa de desempregados? Vamos ter de vender o Brasil e deixar a precarização tomar conta de tudo? Além disso, o que restou da indústria suportará o golpe? Vamos ter de importar de tudo em troca de commodities? Os governantes devem sempre agir em benefício do país e sua população, mas isso foi abandonado há décadas. Precisamos modificar esse quadro, mas a ruína que herdamos é profunda.

Em maio de 1888 era promulgada a Lei Áurea, extinguindo com grande atraso o trabalho escravo no Brasil. No ano seguinte um grupo de revoltosos despreparados destituiu D. Pedro II e começou a nova história do Brasil, um país sem rumo, presa fácil de interesses internacionais. Com tantos recursos que o Brasil dispõe faltaram estadistas sábios e patriotas que transformassem “o país do futuro” numa nação forte e autônoma onde seu povo pudesse evoluir continuadamente.

A amizade verdadeira é um sentimento nobre que se preocupa com o futuro da pessoa amiga. Hoje as amizades surgem na base de interesses mútuos, ou na expectativa de que uma pessoa possa ser útil para que outra possa alcançar os seus objetivos. Como os interesses estão em constante mudança, as amizades também. Relações pessoais, políticas ou internacionais mantêm semelhanças, uma vez que prevalecem os interesses particulares que não raro levam ao suborno e à chantagem para conseguir o que se cobiça.

O suborno ou propina é a quantia paga a alguém para induzi-lo a praticar atos ilícitos. É ampla e encoberta a prática de oferecer muito dinheiro a uma autoridade para que ela favoreça determinados interesses altamente lucrativos de grupos e países, que enriquecem a classe política e as empresas envolvidas, mas empobrece o país e sua população pela falta de patriotismo dos governantes. Tem sido praticado por todos os países, como Inglaterra, Europa, EUA e Japão. Agora a China também faz parte do grupo.

Inquietas as pessoas estão se tornando incompreensivas diante das situações adversas, indo aos limites do equilíbrio emocional, perdendo o controle. As fúrias ficam espreitando tudo, prontas para desencaminhar os seres humanos. Mas como bem disse o poeta Gonçalves Dias (1823/1864): “Viver é lutar. A vida é combate, que aos fracos abate, que aos fortes, aos bravos só pode exaltar”.

Se o viver não tiver propósitos enobrecedores, tais como a busca pelo saber, autoaprimoramento, e a vontade de contribuir para a melhora geral das condições de vida, que espécie de luta será esse viver dominado por paixões e mesquinharias? Viver é lutar por um existir humano e digno, seja qual for a idade, seja qual for a situação do ser humano. Sem alvo elevado, a vida cai numa rotina aborrecida à espera do fim sem que cada indivíduo tenha aproveitado a existência desde o início. É lamentável a atual condição humana. Viver é lutar pela libertação espiritual.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7