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CRISE ECONÔMICA E MÁS NOTÍCIAS

Há no mundo um grave problema no preparo das novas gerações que está sendo direcionado unilateralmente para o trabalho e o consumo, sufocando as individualidades. Com a robotização e a padronização da divisão das tarefas, foi gerada uma atmosfera abafadiça que está trazendo o desencanto e estresse nos jovens. As explicações sobre os ensinamentos de Jesus se afastaram daquilo que ele realmente falou. As imposições introduzidas chegaram ao ponto em que a crença cega foi abandonada, mas nada havia para substituí-la.

Com o embotamento espiritual, o intelecto avançou nas ideias ateístas e materialistas. Jesus veio para trazer a Luz e a Verdade sobre a vida para os seres humanos que afundavam nas trevas. Como sair da alienação do significado da vida que se distanciou de propósitos enobrecedores?

Einstein, Darwin, Newton e muitos outros reconheciam a existência de poderosas leis reguladoras da natureza e da vida. Por isso a importância, até hoje não compreendida, de iniciar o aprendizado infantil através das belezas da natureza e seu encadeamento lógico de causas e efeitos, para inspirar novos cientistas como os acima citados que pesquisavam a natureza para adquirir saber real. Como o ser humano deve ser preparado para a vida?

O bom preparo das novas gerações é questão que vem sendo descuidada no Brasil e no mundo, e com isso ameaçando o futuro do país e do planeta. De longa data, estão sendo submetidas ao tratamento pão, circo e indolência para raciocinar com lucidez sobre a vida. Não se trata só de falta de oportunidades para aprender e trabalhar, mas de oportunidades de se aprimorar como ser humano, de sonhar e contribuir para um mundo melhor, trabalhar, progredir, não ser um ignorante inútil.

O coice é um movimento de defesa próprio dos quadrúpedes, que consiste num golpe desferido com as patas traseiras. Tem muita força e pode ferir mortalmente. A aspereza da vida no século 21 pode ser definida como uma sucessão de coices que, vindos de todos os lados, derrubam a energia. Há muitas pessoas brutas no trabalho, no trânsito, nas estradas.

Muitos seres humanos não conseguem evitar serem rudes com o próximo. Isso acontece até entre os diplomatas que cuidam dos interesses das nações. Falta consideração humana. Muitas pessoas estão percebendo que com tantas diferenças de caráter é preciso se resguardar, falar pouco, olhar onde pisa, estar vigilante e em oração, porque estamos vivendo a temporada dos coices.

Vivemos na era das colheitas, os efeitos de todas as ações humanas se aceleram. A falta de visão para a necessidade da evolução espiritual tem acarretado a formação de gerações menos aptas e dispostas a buscar o saber do significado da vida. A falta de integração com as leis da natureza está acarretando desequilíbrios acima da capacidade humana de restabelecer a normalidade.

A pandemia da covid-19 tem movimentado pessoas solidárias de forma espontânea e voluntária. Pessoas que definem seus propósitos e vão atrás, e por isso vivem melhor, se alegram mais, são mais ativas. Mas a falta disso tem afetado a qualidade da espécie humana que tem se tornado mais egoísta, o que se reflete nas famílias, nas empresas e nos governos.

Há uma boa dose de preocupação com os cuidados com a covid-19: máscara, luvas, álcool, distanciamento social. As estatísticas dizem que acidentes de trânsito, em 2018, atingiram a triste marca de 23,4 mortes por 100 mil habitantes, considerada muito alta. No Brasil, uma pessoa morre a cada 15 minutos por causa de acidentes de trânsito. A cada dois minutos, um ser humano sofre sequelas por causa de ferimentos, então por que essa desgraça que vem se repetindo há anos não tem sido objeto de campanha permanente de educação e prevenção?

O Brasil vem declinando desde os anos 1980; de lá para cá faltou governança competente e idônea. A moda agora é jogar a responsabilidade de todo esse caos no governo atual e sua equipe. Falta honestidade; em vez de cooperarem na recuperação do país, se esforçam para afundá-lo. Como bem afirmou João Paulo Ferreira, presidente da Natura, “vamos entrar em 2021 com onda de más notícias e dificuldades do ponto de vista econômico”. Onde estão os nobres sonhos de melhor futuro?

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7