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A GRANDE PRIORIDADE

A busca continuada de melhores condições gerais de vida já foi a grande prioridade, mas ficou meio esquecida. Tanto os indivíduos como os países acabaram colocando o dinheiro acima de tudo. Os países foram em busca da moeda global, passando a produzir para exportar. Quem não conseguia, tomava financiamento externo. O que aconteceria se os países se voltassem para atender primeiro à população interna, deixando excedentes para exportar?

O ser humano, dominado pela vontade mental, com seu raciocínio limitado ao tempo-espaço, dá ênfase à necessidade de continuada adaptação à realidade que surge como consequência de seus atos. É preciso deixar a vontade espiritual, a intuição, se manifestar e cada indivíduo se ocupar seriamente com o significado da própria existência: por que nascemos neste planeta, qual é a finalidade da vida?

O Brasil e o mundo se defrontam com crises fundamentais. Não bastam paliativos no combate à desigualdade e miséria; faltam projetos de humanização da vida. As novas gerações têm de receber bom preparo. O homem nasce pedra bruta com essência preciosa que precisa ser despertada e polida para brilhar, o que se alcança com o fortalecimento da espiritualidade. Mais do que nunca, os estímulos se dirigem para as baixarias e imoralidades. Falta gratidão pelo dom da vida, prolifera o descontentamento em vez da espontânea alegria de viver.

Apesar de todo avanço da tecnologia, o bom preparo das novas gerações ainda está descuidado. As crianças devem, desde cedo, entender que sem educação não conseguirão progredir na direção de seres humanos de valor, espiritualmente fortes e responsáveis, benéficos a si mesmos e ao planeta. A geração que agora galga a adolescência, e a anterior, não se sentem motivadas para estudar, avançar e progredir; ao contrário, se entregam ao prazer imediato e à revolta, pois não vêem perspectivas. Uma boa saída seria a adoção de programas de participação nos resultados sem integrar o salário. Os salários tendem para o mínimo nesta fase de globalização na qual se buscam trabalhadores de menores custos. Os encargos sociais pesam e vão parar nas mãos de maus gestores.

A falta de preparo para a vida é cada vez maior, o que favorece o desperdício de mais uma geração e isso já está acarretando a fragilização e estagnação do Brasil. Facilmente as pessoas encontram justificativa para explicar a miséria e a precarização. Capitalismo, comunismo, neoliberalismo, são rótulos, pois por trás está o ser humano e sua despreocupação em causar danos ao próximo para satisfazer a própria cobiça. A riqueza vem dos recursos naturais valiosos e escassos, mas que ficam nas mãos de poucos.

Adentramos numa temporada de juros baixos. Qual é o significado? Um fôlego para a dívida elevada? Enfraquecer o dólar? Se isso tivesse sido praticado com antecedência, outro seria o status da atividade econômica. Banqueiros e gestores públicos imaginavam que, em não havendo dono para o dinheiro público, poderiam fazer o que bem entendessem com ele. Funcionou por décadas, mas com as transformações decorrentes da globalização, caíram a produção, os empregos, a renda e a arrecadação, e dessa forma o risco de insolvência se tornou real. Mas com a globalização o remanejamento da situação ficou difícil. A queda nos juros dá um fôlego, mas a conta bate mais forte sobre os mais fracos.

Falha do Estado, falha dos governantes e da classe política? Já nos anos 1500 o europeu pensava em tirar o máximo de vantagem. Com isso, não se formou uma consciência nacional firme; mesmo no movimento de independência do Brasil havia os que eram contra. Permanecemos deficientes na saúde, educação e na formação do país. O Estado ficou na mão de um punhado de interesseiros que derrubaram D. Pedro II quando esse deu um basta ao trabalho escravo, mas o que se seguiu foi um completo abandono da população e continuada exploração das riquezas do país para o benefício de poucos.

Os jovens precisam conhecer a trajetória espiritual da humanidade para saber o estágio em que nos encontramos, pois a prioridade básica para fortalecer as novas gerações e o país está no bom preparo para a vida. Uma nova ética deverá ser alcançada com o reconhecimento das responsabilidades individuais de não causar danos a outros para satisfazer a própria cobiça.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

DAR PRIORIDADE AO QUE É PRIORITÁRIO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Uma das tarefas prioritárias de nosso existir é a busca por esclarecimentos sobre a finalidade da existência, e se isso não for feito desde cedo, a fase da velhice deve ser aproveitada para esse propósito com toda a energia. A visão e as concepções sobre a vida engendradas pela humanidade sempre ficaram diferentes e até em oposição às leis naturais da Criação, surgindo teorias imaginárias sobre o que é a existência, cada vez mais distantes da realidade, e por isso a paz ficou tão difícil de ser implantada, pois na sua restrição, o ser humano cobiça riqueza e poder, pouco se importando com o aprimoramento da espécie dotada de livre resolução e discernimento.

Apesar de incompleta, como poderíamos deixar de aceitar a teoria evolucionista desenvolvida por Charles Darwin para explicar o surgimento do corpo da criatura humana dotada de livre resolução e capacidade de raciocinar? Roselis von Sass, em seu livro Os Primeiros Seres Humanos, reporta descobertas no Quênia de ossadas com mais de dois milhões de anos que igualam-se às formas dos seres humanos da atualidade, os quais nada tem a ver com os achados disformes dos homens de Neanderthal.

Poucas pessoas se dedicam ao estudo do enigma das doenças e sofrimentos que as afligem. O corpo terreno foi dotado de mecanismos automáticos de restauração e adaptação para preservar a vida, mas o homem, inimigo de si mesmo, vai na contramão eliminando as defesas, semeando destruição, colhendo miséria, sem se esforçar para entender o significado da vida e as leis do desenvolvimento da Criação.

Através da alimentação, os corpos se nutrem e se preservam. O intestino um fabuloso laboratório retira o extrato essencial, descartando o inservível. Recentemente, espalhou-se a notícia do recolhimento, em vários países da Europa, de uma remessa de ovos contaminados por pesticida utilizado em lavouras próximas às áreas em que ficam os animais da cadeia de produção de alimentos. Mais uma vez surgem os efeitos de não se dar prioridade ao que é prioritário. Os pesticidas afetam a vida natural das abelhas e podem causar danos ao fígado, rins e outros órgãos dos seres humanos. A introdução de elementos tóxicos revela o descaso com que tem sido desenvolvida a indústria da alimentação humana, pois coisas supérfluas foram guindadas como prioridade.

Com o aumento da população mundial, aumenta a destruição das florestas, desaparecem as abelhas afetando a polinização; assim, a produção de alimento se ressente. O que poderia ser feito é usar a racionalidade para impedir a destruição das florestas naturais, além de cuidar dos rios, ampliar a rede de coleta e saneamento; coisas simples que contrariam o imediatismo que ninguém quer abandonar, ou seja, o lucro do momento pelo estrago irreparável desde já afetando as futuras gerações. Economia, finanças e preservação da natureza são áreas que precisam conversar entre si para agir com responsabilidade e bom senso, no Brasil e no mundo.

A indústria do fumo amealhou uma fortuna ao longo do século 20 disseminando o vício antinatural de fumar, extremamente nocivo. Nascemos como criaturas humanas que têm de se transformar em seres humanos verdadeiros. Desde cedo isso é tarefa para os pais, para a escola e para a sociedade. No entanto, as falhas são clamorosas. Pais fumantes que não respeitam nem a fase da gravidez. Filmes que estruturam cenas envolventes com o personagem fumando. A escola tem de ser mais ativa, contribuir decisivamente para a formação dos jovens, mostrando as nefastas consequências das atitudes desprovidas de bom senso, para a saúde e para o progresso da humanidade, como a danosa prática de fumar.

Falta a correta compreensão do quarto mandamento “Honrarás Pai e Mãe”. A explicação correta foi dada por Abdruschin em seu livro Os Dez Mandamentos de Deus. Esse mandamento não se dirige a uma pessoa – honrarás teu pai e tua mãe -, mas ao conceito de paternidade e maternidade para que seja honrada pelos genitores como a base para a formação de uma geração forte e sadia de corpo e alma, livre dos traumas maléficos da ignorância sobre o significado da vida.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP e faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É Autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens” ,“A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7