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A IA E OS PERIGOS DA ROBOTIZAÇÃO

É importante fugir da robotização, pois ela reduz a amplitude do ser humano. Na verdade, é obrigação de cada um pôr em movimento todo o seu potencial: corpo, cérebro, intuição, raciocínio lúcido, mas lamentavelmente muitos se deixam estagnar num ponto qualquer pela falta do movimento contínuo. As mulheres são mais intuitivas, mas todos têm de se esforçar para ouvir o que a intuição diz, dando força a essa capacitação como meio para sempre evoluírem.

Atualmente, grande parte das atividades estão sendo esquematizadas e programadas nos mínimos detalhes, de tal forma que não há necessidade de muito desembaraço mental para executar as operações. Todavia, o desempenho deve ser com a atenção voltada para aquilo que a pessoa estiver fazendo, devendo ter interesse em saber como as coisas funcionam. Seja qual for a tarefa é preciso executá-la com foco.

Nas empresas o alto nível pode dizer: “aqui quem manda somos nós, não aceitamos quaisquer intervenções que não estejam de acordo com os nossos protocolos”. Se isso favorece a produtividade, por outro lado cerceia a participação da vontade e com certeza haverá a infelicidade geral e faltará vigor à organização, porque o pessoal se acomodou e aprendeu a só fazer o que lhe mandam sem adicionar vida naquilo que faz.

Antes tínhamos de fazer etapa por etapa necessitando, para isso, de amplo conhecimento. Hoje o computador permite que o programa execute tudo, bastando fornecer os dados, e assim o ser humano torna-se mero complemento da máquina. Para se contrapor a isso, os indivíduos devem buscar atividades que movimentem a sua mente e a sua intuição. Há jogos, filmes, livros os quais não podem ser esquecidos.

Com o advento da Inteligência Artificial é fundamental ler, examinar e refletir para não deixar que a intuição se apague, permitindo com isso ampliar o saber de forma a não cair em nefasto comodismo. E ainda permanecer atento ao próprio querer que parte do eu interior, estabelecendo propósitos, movimentando-se, observando a natureza, sua beleza e seu funcionamento. Os sistemas educacionais têm de atentar para isso introduzindo as adequadas mudanças, pois é imperioso colocar um basta na robotização do indivíduo que deve atuar vivamente, com todo o seu ser, em tudo que se dispuser a fazer, pois sem isso jamais será verdadeiro ser humano.

A humanidade têm de concentrar esforços na melhora das condições gerais de vida e ao mesmo tempo na promoção do próprio aprimoramento, pois só assim alcançará, através de uma economia equilibrada, um progresso real sustentável jamais alcançado e, com ele, a paz entre os povos.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

BANALIDADES E ROBOTIZAÇÃO

No relacionamento entre as nações o princípio continua sendo o da confiança vigiada, pois cada país está sempre de olho na galinha e nas armas do vizinho. Competem agressivamente pela supremacia, mas o essencial, que é buscar a melhora das condições gerais de vida da espécie humana na Terra, fica em segundo plano. Assim, a humanidade, em vez de se elevar, tem sido levada para o caminho da estagnação e decadência, e em vez de produzir o bom e o belo, vai arruinando tudo o que alcança com sua cobiça.

A revolução industrial inglesa apertou o laço da mão de obra que, sem ter como sobreviver, aceitava rígidas condições de trabalho. Empresários e trabalhadores poucas vezes se deram bem num esforço conjunto na busca de melhores condições de vida. O Estado ficava observando e pouco fazia para equilibrar o relacionamento, por vezes criando leis complexas, dificultando o bom entendimento entre as partes.

Vieram os sindicatos e os anticapitalistas. Surgiu a polarização entre esquerda e direita, capitalismo e comunismo, patrões e sindicatos. Os sindicatos tinham por objetivo dar voz aos trabalhadores para negociarem com os proprietários das empresas. O conflito se foi acirrando. O esquerdismo no meio sindical pregava que o Estado deveria dirigir tudo, afastando os empresários do poder econômico, adentrando na política e no poder conferido pelos cargos eletivos.

A situação foi se tornando insustentável, dando origem à substituição da mão de obra por máquinas e pela automação dos processos produtivos. A iniciativa privada do ocidente transferiu as fábricas para a Ásia, onde tinha mais liberdade e abundante mão de obra de baixo custo. A China se estruturou para formar a fábrica do mundo, ampliando sua tecnologia e poder econômico. Com esse arranjo, o sindicalismo perdeu sua força e a economia mundial ampliou os desequilíbrios na produção, empregos, renda e consumo.

A economia do ocidente entrou no desvio do mercado financeiro sonhando obter ganhos sem produzir. Surge a chamada Quarta Revolução Industrial, a Indústria 4.0 que engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas que estão mudando as formas de produção e comércio mundial.

Com a dependência externa aumentada, despreparo da mão de obra e atraso tecnológico fica difícil para os países atrasados retomarem a produção industrial e empregos. Surge a ideia de implantar auxílios em dinheiro, nivelar por baixo e interferir na economia. Com baixa atividade, a arrecadação não tem onde crescer. Como dar prosseguimento a esse projeto? Recorrendo ao mercado financeiro, tomando mais empréstimos, e depois?

Quando em fevereiro de 2021 foi aprovada, no Brasil, a independência do Banco Central até parece que sabiam o que iria acontecer em 2022. Em meio à turbulência e incertezas, o BC terá de permanecer atento para impedir que o país caia no endividamento e perca a autonomia. Por outro lado, em defesa do bem, as Forças Armadas terão de cobrar resultados para que a nação não decaia novamente na educação tendenciosa, em imoralidades, corrupção e ampliação uso de drogas, destruindo a possibilidade de um futuro digno da espécie humana. Cuidar para que essas situações não aconteçam faz parte da segurança nacional; descuidar disso é descuidar da nação.

O ser humano tem de buscar algo especial em seu viver, indo além das banalidades e da forma de vida instintiva que se constitui em comer, dormir, se alimentar, se reproduzir e procurar por diversão. A dedicação ao trabalho é uma forma de escapar do vazio existencial, cumprir as tarefas e respeitar prazos, pois o cérebro precisa ter algo para pensar e fazer para não ficar vagando a esmo.

Com o abandono da intuição, a humanidade deixou de se aplicar seriamente na busca do significado da existência e de fazer uma incursão séria pela espiritualidade; assim surge a robotização do indivíduo. Nos tratados sobre economia falta um toque de humanização, ou seja, de algo espiritual. Algo difícil porque o ser humano intelectivo não quer ver que é espírito e que deve reconhecer as leis naturais da Criação para agir de acordo com elas e, desse modo, alcançar a paz e progresso real.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

COMBATE AO APAGÃO GERAL

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Durante décadas o Brasil tem mantido gestão viciada e oportunista. Esse quadro precisa ser modificado para um Estado ágil e moderno que crie boas oportunidades para a produção, comércio, empregos, consumo, boa escolarização que nos livre do apagão espiritual-mental. Um país com as contas arrebentadas, que descuidou da indústria e do preparo das novas gerações, e mesmo assim tem muitos postulantes à presidência da república. Mas o que dizem eles sobre o futuro? Nada. Promessas vãs, austeridade sem propostas claras quanto ao futuro, populismo oportunista, pouca praticidade.

O gigantismo é nocivo, tanto no Estado como no mundo empresarial. O Estado tem de ficar afastado da atividade empresarial, mas deve ser firme e justo na regulamentação para que o poder não seja açambarcado pelos mais poderosos que fazem o que bem entendem. Há vários municípios com muitas pessoas disputando a receita diminuta. Muita gente concentrada em algumas cidades. O inchaço continua gerando desequilíbrios pela falta de planejamento. É lamentável ver tanto dinheiro gasto inutilmente, tantas dívidas sem sentido, enquanto ainda falta tudo para considerar o Brasil fora do terceiro mundo.

Mais de 50% da população não dispõe de coleta de esgoto e saneamento. Quanto mais gente, mais problemas que se agravam com o despreparo geral. As cidades costeiras começam a ter problemas com a elevação do nível das águas do mar. Primarismo, improvisação e incompetência. A cidade é onde construímos o lar para morarmos. Do total de municípios brasileiros, 87% encerraram 2016 em situação fiscal difícil ou crítica. Apenas 13,8% das prefeituras foram consideradas de boa gestão.

O mau aproveitamento da riqueza para o desenvolvimento do país é em grande parte uma questão de educação e preparo para a vida, com a classe política visando vantagens pessoais e a população sendo induzida e agindo de forma acomodada sem propósitos mais nobres. Líderes populistas iludem a massa e depois acabam iludindo a si mesmos com sua megalomania, até quebrarem a cara com a dura realidade das finanças globalizadas que cobiçam riquezas; então partem para a luta atribuindo a culpa ao capitalismo, ocultando as besteiras que fizeram para burlar as leis simples de controle das contas e dispêndios inúteis.

Além da enormidade de dinheiro extraído pela corrupção, o pior foram as consequências como o entreguismo de recursos e da autonomia para cuidar dos interesses do país que possibilitaram não apenas a venda de empresas, mas a autodeterminação da população despreparada. Fomos barrados no baile da prosperidade e da melhor qualidade humana. Estamos muito longe de onde deveríamos estar. Privatizar se impõe. Vender em momento inoportuno é dar filé a preço de banana.

É preciso que o governo e os setores empresarial e financeiro voltem a se preocupar com a melhora do país, construindo e melhorando as rodovias e ferrovias. Que se dê à educação a direção certa, sem viés socialista ou religioso, mas que se empenhe em formar seres humanos de valor com suas capacitações e talentos desenvolvidos para barrar o apagão espiritual e mental que acaba com o Brasil.

Muitos fatores estão levando a esse apagão, à robotização, à perda do bom senso. O cérebro perdeu a conexão com o eu interior e se for deixado por si e pelas influências externas, acaba agindo como máquina insensível. Há no mundo a forte tendência para que as pessoas olhem apenas para o intervalo entre o nascimento e a morte, considerando isso como sendo a vida toda.

O mundo necessita de pessoas que tenham a capacidade para encontrar soluções inovadoras para problemas complexos, isto é, pessoas que tenham a capacidade intuitiva em funcionamento, pois só ela possibilita a visão em terceira dimensão através da construção de cenários que possibilitam vislumbrar soluções.

Como chamar a atenção das pessoas para a busca da compreensão do significado da vida e de melhores condições gerais que possibilitem a evolução? O ser humano é dotado de cérebro para raciocinar e cerebelo para conectar com o eu interior onde estão acumuladas as vivencias e o bom senso. O homem necessita de sabedoria e alegria para vivenciar tudo na vida e evoluir como autêntico ser humano, alcançando a paz, o progresso e a felicidade.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7