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HUMANIDADE SEM RUMO

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

A construção da Terra seguiu uma linha cuja meta era dotar o planeta de todas as condições para acolher a vida humana com sustentabilidade. Cabia aos humanos e seus governantes compreenderem exatamente como a natureza funciona em sua automaticidade. Movidos pela cobiça de poder, os homens descuidaram disso; improvisaram, inventaram, contornaram, mas logo os efeitos surgiram e hoje o planeta apresenta terríveis sinais de deterioração ambiental, econômica e social.

Na natureza tudo foi sabiamente disposto para que houvesse paz entre os homens de boa vontade. O Criador quer alegria, paz e felicidade para os que trilham o caminho da Luz. Com as escolhas que fizeram, os seres humanos atulharam esses caminhos com todo tipo de obstáculo. Num mundo dominado pelo materialismo, onde as pessoas não sabem por que estão vivendo nem se esforçam para compreender isso, o espírito enclausurado tinha de adoecer e ficar incapacitado para captar a imperecível energia espiritual para seguir a vida e evoluir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de drogas é responsável por cerca de meio milhão de mortes a cada ano. Mas este número só representa uma pequena parte do dano causado pelo problema mundial das drogas e é um sinal de que estamos perdendo o rumo. Sem o saber espiritual sobre a vida e aceitando o conceito de que com a morte tudo se acaba, decaímos numa forma de vida imediatista sempre tentando explorar uns aos outros e, com isso, criamos um mundo de asperezas e despido de amor.

Como conscientizar os jovens de que o estudo é para o bem deles mesmos, para que possam se preparar e buscar melhores condições de vida? Mas com famílias desestruturadas, sem terem frequentado creches capacitadas para dar bom preparo, muitos deles ficam sujeitos às influências da mídia. O governo deveria ter como prioridade conduzir os cidadãos ao aprimoramento e proporcionar qualidade de vida de forma equilibrada, educando e formando indivíduos que buscam a boa administração dos recursos da natureza e o equilíbrio financeiro. Mas além do aumento da miséria, um terço da população mundial está sujeita a condições climáticas que produzem ondas de calor mortais.

Governantes displicentes com as contas geraram déficits continuados, criando assim a ciranda do mercado financeiro, deixando de melhorar a eficiência na gestão do Estado que tende a se tornar corrupta. Eles se conformaram em cobrir esses déficits internos e externos com empréstimos. Com o avolumar da dívida, os credores passaram a exigir garantias de fluxo de caixa positivo para continuar emprestando, enquanto o país permanece sem rumo diante da impossibilidade de aumentar o PIB e a renda per capita.

A globalização priorizou interesses específicos de ganhos, descuidando do equilíbrio entre as nações. O populismo nacionalista se aproveitou do descontentamento geral para galgar o poder. Ambos descuidam da boa administração, abandonando a busca da continuada melhora das condições de vida.

No mundo altamente competitivo onde se defrontam sistemas diferentes de produção voltados para o mercado externo buscando moeda forte, faltam pessoas que se preocupem com a qualidade. Na medida em que os custos aumentam, muitos empresários vão relaxando, utilizando componentes inferiores, contratando mão de obra despreparada e sem dar treinamento. Sem conscientização e reação, o Brasil poderá regressar aos tempos de exportar banana.

O homem precisa de um novo foco para que se torne ser humano do bem com metas elevadas que busca suas origens com perseverança e confiança nas leis da Criação. Tudo depende disso para que as pessoas tenham motivação sadia para enfrentar as agruras do dia a dia, pois a geopolítica tem colocado os governantes olhando prioritariamente para a concentração do poder e riqueza em poucas mãos descuidando de suas funções.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

COMBATE À DECADÊNCIA

Benedicto Ismael Camargo Dutra*

Muito se fala em civilização e valores e nas conquistas realizadas, mas o que se vê é a continuada decadência da humanidade. As novas gerações foram conduzidas para uma nova forma de pensar com pouca esperança e pouca responsabilidade. Não há mais preocupação com a construção de melhor futuro nem com a compreensão do significado da vida. Precisamos saber por que estamos perdendo a capacidade de construir de forma beneficiadora.

Está faltando um grande estudo que aponte as causas reais e soluções para a regressão da humanidade em suas cidades decadentes e violentas. O grande recuo prossegue. Aprimoramento e a melhora das condições gerais vão sendo postergados devido a interesses imediatistas. Despreparo da população, ignorância, doenças e desnutrição formam o cenário em áreas comprometidas. Escassez de água potável, destruição de florestas e do solo, aquecimento global, desorganizaram a sustentabilidade antes que tivéssemos compreendido o significado da vida. Qual será o destino do planeta Terra?

Foram séculos de irresponsabilidade e descaso. A desesperança e a descrença no destino da humanidade crescem. Agora os frutos amargos estão sobre a mesa. O pavio está queimando faz tempo; é preciso cortá-lo antes que a bomba exploda e percamos o status de espécie especial na gestão do planeta e sua sustentabilidade.

A decadência moral e cultural se torna cada dia mais evidente. O espírito, a essência viva, não produziu os frutos que eram esperados. O aumento e a multiplicidade das tragédias já não espantam mais. Em vez de evoluir, permanecemos estagnados num nível muito abaixo de onde deveríamos estar, espalhando sofrimentos e miséria.

É desalentador o despreparo dos jovens. Educar é preparar para o trabalho e para a vida. Ler, escrever, perceber a magia dos números, constitui o básico. O ser humano precisa saber por que nasceu no planeta Terra, uma estrela que gravita num sistema, dotado de especiais condições com rios, mares, solo, ar, florestas; isso é fundamental para a formação de pessoas responsáveis que compreendam a vida, e cujos cérebros funcionem em conjunto com as almas, possibilitando trabalhar com mais eficiência. O que se poderia fazer para combater o ciclo de decadência na formação das novas gerações?

O rumo foi perdido porque não há esforço para entender a vida. Nascimento e morte, marcos fundamentais, são pouco compreendidos. Não há consciência da responsabilidade que envolve os pais e os filhos. As ásperas condições gerais no planeta decorrem do atraso espiritual da humanidade que deveria ter se esforçado na procura da Luz como prioridade. A globalização agravou o problema que já vinha desde a exploração colonialista e que colocou economias de diferentes estágios em confronto direto. Cada país deveria ter buscado internamente soluções equilibradas para que a sua população não tivesse que migrar para outros locais por falta de condições adequadas para a sobrevivência condigna. Michel Chassier, novo presidente da Frente Nacional na região Centre-Val de Loire (França) destacou: “Há concorrência desleal entre os países, o que desvaloriza os salários. Então é preciso encontrar o equilíbrio de aproveitar a integração comercial sem que ela represente um risco social”.

Com o aumento da incerteza econômica e social, crescem os movimentos de massa. Falta fazer uma pausa para refletir sobre a situação com objetividade e sinceridade na busca de soluções viáveis. Estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) demonstram que há 201 milhões de desempregados no mundo, mas é bem maior a quantidade de pessoas em condição de pobreza extrema e sem ocupação.

Especialistas apontam o baixo crescimento da economia como a causa principal, mas não haveria outras formas de oferecer trabalho e renda? Há desequilíbrios que precisam ser encarados, para que possamos reconhecer que existem meios mais salutares para a utilização da mão de obra. No entanto, dada a estruturação da produção, há muitos interesses para que se mantenha a situação do jeito que está. No longo prazo, teremos consequências desagradáveis, embaraçando ainda mais a evolução dos seres humanos.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. É autor dos livros: “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”;“2012…e depois?”;“Desenvolvimento Humano”; “O Homem Sábio e os Jovens”; “A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade”; e “O segredo de Darwin – Uma aventura em busca da origem da vida”(Madras Editora). E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7