Posts

SOBREVIVÊNCIA AMEAÇADA

O imediatismo da humanidade está presente em tudo. Assim como não dão tratamento adequado aos próprios corpos, que receberam para seu período na Terra, as pessoas também agem de forma negligente com a natureza e suas leis, e consequentemente, causam danos de forma consciente ou não.

Ao longo dos últimos 50 anos, grandes transformações ocorreram. Havia muitos postulados errados no modo de viver, mas ainda era utilizado um pouco de intuição. Os postulados não resistiram à pressão e voaram; nada mais sólido surgiu em seu lugar, e o pouco de intuição desapareceu. Conclusão: o ser humano teve reduzido o seu bom senso intuitivo e a partir daí a civilização foi se tornando precária. O espírito adormecido clama por renovação.

Há muito tempo, estadistas vêm falando em alianças e formação de grupos, mas quais são as reais intenções. Aliança para o Progresso fez o quê pelo Brasil? E os Brics? As alianças entre os povos deveriam priorizar a paz e o aprimoramento dos seres humanos. Uma civilização pacífica depende do bom preparo dos povos.

Foi preciso chegar ao limite das dificuldades climáticas para uma tomada de consciência, mas a água está esquecida há décadas. É uma questão que agora se agrava. Na maioria das cidades grandes as pessoas dependem das engarrafadoras para ter água potável. Isso representa a grande catástrofe da humanidade.

A situação mundial é grave porque estamos vivenciando uma fase de transformações aceleradas e é triste ver o despreparo de grande parte da população induzida a um viver puramente instintivo como comer, beber, se divertir, afastado da verdadeira essência humana. O bom querer é fundamental. O que a humanidade quer, de forma livre sem manipulação massiva?

Estamos numa época diferente em que muita coisa está sendo detonada pelo mundo; o dinheiro está curto, os custos são elevados. Os estabelecimentos têm de cuidar da qualidade e do preço dos produtos, observando o que os consumidores precisam. Os produtos não devem ficar largados no “pega quem quiser”. Os gerentes e auxiliares têm de estar atentos para manter as prateleiras de forma adequada.

Houve um descuido do ocidente com a economia e produção de bens, deixando tudo por conta da integração da mão de obra abundante na Ásia e na força de trabalho mundial. O que poderia ter sido resolvido com equilíbrio, de forma pacífica, agora assume característica de guerra econômica.

Não faltam dificuldades para a economia mundial. O momento psicológico dos investidores e da população está dominado pela apatia. Antes, a motivação era mais reativa. Muitos fatores especiais estão em andamento, afetando a índole geral. Em crises anteriores, as pessoas seguiam se adaptando, visando a retomada, e em paralelo a circulação do dinheiro ia se ampliando. Os 24 meses de restrições severas deixaram suas marcas, foi como dar a partida para algo novo e desconhecido. Com tantos acontecimentos simultâneos, agora há uma parada e a motivação básica passa a ser a sobrevivência ameaçada, mantendo baixa a circulação do dinheiro, acarretando efeitos que freiam a economia.

No novo calçadão da avenida Beira Mar, em Fortaleza, são seres humanos caminhando numa atmosfera leve, com consideração e solidariedade, desejando o bem. A reforma deu uma cara nova e moderna a essa avenida, mas algo está diferente. É a pós-pandemia, a crise econômica, a guerra. Há uma certa tensão no ar devido às dificuldades aumentadas, à incerteza do amanhã, à constatação da pequenez perante a grandeza do céu e do mar do Nosso Senhor, dando um aceno de esperança de Luz aos que a procuram.

Se os seres humanos conhecessem a vida como ela é, tudo seria diferente, mais leve, melhor, mais pacífico e harmônico, pois não haveria todo esse sofrimento decorrente dos caminhos errados e suas consequências. Haveria melhor entendimento entre as pessoas porque o sentimento conciliador sempre estaria presente. Mantendo no íntimo o sincero desejar do bem para o próximo, inconscientemente cada um favorecerá o outro. E isso também é imprescindível nos relacionamentos entre homens e mulheres, para que eles se complementem de fato e, fortalecidos, construam um mundo melhor. Estamos vivendo numa época muito difícil. Contudo, temos que buscar sabedoria e alegria.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br

CONSEQUÊNCIAS DA ECONOMIA DESEQUILIBRADA

Onde encontrar democracia que funciona bem? O problema não está na democracia, mas nos seres humanos, que como em qualquer outro sistema de governo se deixam levar pela mania de grandeza, um mal que pode grudar em qualquer pessoa, seja militar, militar reformado, professores, economistas etc. Hoje isso é dominante. É lamentável a situação geral da humanidade que após tantos milênios para evoluir acabou decaindo no nível abaixo das tribos antigas que só conheciam a natureza; hoje nem isso é conhecido, o que resulta em ignorância maior ainda, pois conhecer a natureza e suas leis já é um avanço que deveria conduzir ao reconhecimento das leis que regem a vida.

No passado, a economia se baseava na produção de bens essenciais, trabalho e consumo. O comércio expandiu e, com isso, surgiu a necessidade de um meio para facilitar as trocas diretas. Uma das alternativas foi utilizar o ouro que deu origem ao banco, que por sua vez deu origem ao papel que valia ouro. Enfim, surgiu o dinheiro em papel que se distanciou da finalidade de produzir bens essenciais, passando o “dinheiro fazer dinheiro”. Fazendo uma analogia, a situação poderia ser comparada com um edifício, com alicerce frágil e cuja construção continua subindo, ficando a cargo da engenharia financeira fazer remendos. Muitas pessoas continuam comprando ativos financeiros na esperança de vender por mais e obter ganho, mas poucos estão conseguindo. Para evitar acidentes, os engenheiros não podem interromper o reforço. Pergunta-se: com isso, a situação não vai ficando mais complicada?

Causa estranheza a forma displicente com que autoridades governamentais de vários países deixaram crescer o passivo. Qualquer administrador sabe que a constituição irresponsável de um passivo financeiro poderá levar o país à ruína. Os países retardatários da periferia não dispunham de acumulação de capitais. Por isso, deveriam programar as suas contas e o desenvolvimento de tal forma que não cavassem um abismo para as suas populações nem caíssem na grande armadilha da dívida.

Quando muito dinheiro é emitido surge a inflação e o dinheiro perde poder de compra pela falta de produção. Quando se combate a inflação, a produção se retrai. Ou seja, há um desequilíbrio geral na economia. O BCA Research, instituto de pesquisas de investimentos, explica a desaceleração da China devido à queda da demanda. A paralisação imposta pela pandemia levou à perda de renda e mudança no estilo de vida. Caiu a renda das famílias, os supérfluos foram postos de lado e o consumo se concentrou em alimentos e remédios, o que acabou afetando a China como o grande fornecedor, e seus satélites asiáticos. Em decorrência, cai o consumo de matérias primas. Quanto maior a dependência dos países a esse ciclo, maior será o efeito sobre a economia. O Brasil tem de estar atento à produção agrícola, exportação, consumo interno, e saber aproveitar e produzir mais manufatura, reduzindo a dependência externa.

Como resolver a questão da sobrevivência condigna? Era previsível que o surgimento de grandes grupos de pessoas refugiadas das condições hostis de vida iria acabar acontecendo no planeta inteiro. Essa população não pode viver de esmolas de forma passiva; precisa de atividades e atendimento das necessidades. O sistema econômico tradicional não apresenta soluções com trabalho, renda, consumo. Com tantos pesquisadores, há que se encontrar solução que permita a essas pessoas conseguir trabalho e aprendizado, pondo em prática o próprio esforço, sem cair no imobilismo do comunismo.

As novas gerações representam o futuro do planeta. Homens e mulheres têm de ser responsáveis ao gerar filhos, dando-lhes cuidados e preparo para a vida. Os modelos que são dados às crianças são muito importantes. Desde cedo elas estão sendo expostas ao que de pior o homem é capaz de fazer. Reúnam-se com as crianças, conversem com elas, estabeleçam vínculos de amizade e confiança, mostrem que o real significado da vida é a evolução espiritual e material.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br. E-mail: bicdutra@library.com.br