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CAPITALISMO, DINHEIRO, SOCIALISMO

O dinheiro se tornou o capital nas mãos daqueles que tinham a habilidade de fazê-lo engordar, tendo sido impulsionado pelas operações de empréstimos a juros, sendo os reis e príncipes os principais tomadores. Daí foi evoluindo para o comércio e produção de bens, absorvendo a mão de obra dos camponeses disponíveis.

Poder e dinheiro se tornaram o objetivo das pessoas que se aproveitam das possibilidades que o dinheiro oferece. Então os grandes empreendedores passaram a constituir as grandes empresas de comércio internacional cuja motivação e sintonização tinham como base aumentar o dinheiro e ampliar o seu poder. No rastro, surgiu a atividade bancária. O capitalismo, a civilização do dinheiro atua como estimulante para todas as atividades pessoais, empresariais e de governos, mas acabou gerando gargalos financeiros e abismos sociais.

A questão do dinheiro é basicamente simples, mas ficou complicada ao longo do tempo. Diziam que rico não entra no céu, mas esqueceram de dizer que no inferno também há muitos pobres. Necessitamos dos bens e do dinheiro; o problema é quando acumular dinheiro se torna a prioridade da vida, a grande cobiça, e nada mais interessa nem é respeitado.

Passaram-se séculos de continuada acumulação a ferro e fogo. Os empreendedores mais afortunados passaram a ter influência ampliada na condução dos negócios das nações e de sua população constituída de trabalhadores que deram a sua contribuição para a formar a riqueza, e também se tornaram a classe consumidora. Isso tudo ocorreu a despeito de uma frágil visão espiritualista que intuía a reencarnação, mas que almejava o poder na atual existência.

Surgiram conflitos. Surgiu o marxismo-leninismo, que incapaz de fazer frente ao sistema criado pelo capital, isto é, o dinheiro, desenvolveu uma teoria para a transformação social pregando justiça na remuneração do trabalho, moradia decente, saúde, educação. Para que esses objetivos fossem alcançados, imaginaram a supressão da propriedade privada, inclusive dos meios de produção, e para isso queriam remodelar a estrutura social formada pelos capitalistas no topo, próximos ao governo, e a população formada pelos trabalhadores em geral que também compunham a classe consumidora dos produtos essenciais e dos supérfluos. Uma ideia sedutora acolhida pela sofrida classe trabalhadora e pelas novas gerações.

Nesse cenário ocorrem os embates entre os adeptos dessas duas visões da vida. Não é preciso muito para perceber que a população em geral se acha espremida e manipulada por esses grupos que no fundo visam o próprio poder, influência e controle das riquezas. Esses embates provocam guerras, miséria, sofrimento e nada favorecem para a real evolução da espécie humana. Mas a Terra é o campo do desenvolvimento espiritual do ser humano, e isso deve ser a sintonização prioritária da humanidade.

O unilateralismo materialista está tomando conta do planeta. O corpo do homem é constituído de matéria inerte que é aquecida e vivificada pelo espírito permanente, que tem de buscar o saber das leis da Criação para atuar beneficiando, evoluir e se tornar verdadeiro ser humano, ou na indolência, um mero robô como já está acontecendo. No mundo material perecível tudo depende da natureza, a única que concede a verdadeira riqueza.

Há uma percepção geral de que o tempo para evoluir está acabando. Os freios éticos e morais estão deixando de funcionar, aumentando o perigo. Há conflitos, interesses, projetos de poder, mas também há os fios dos destinos que estão mais alvoroçados, fora do controle dos homens; são eles que trarão os desfechos justos para a humanidade. Impulsionados por nova força da Luz, os fios dos destinos dos seres humanos estão empurrando tudo para o limite crítico; surgirá uma época áspera e objetiva, será o ser ou não ser. Cada ser humano é responsável por si mesmo, por suas escolhas e seu futuro. Uma nova era de paz e boa vontade se acha em gestação.

*Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: bicdutra@library.com.br

VIETNAM: ECONOMIA DE MERCADO

A República Socialista do Vietnam tem um só Partido, o Comunista. Em 1976 o país foi reunificado após a divisão do país entre o Norte e o Sul. A capital sulista, Saigon, foi denominada Ho Chi Minh City em homenagem ao líder revolucionário, que morreu seis anos antes. Saigon atualmente é um bairro de Ho chi Minh, enorme cidade com 12 milhões de habitantes e 8 milhões de motocicletas, tendo o país cerca de 95,5 milhões de habitantes (2017).

Os recursos naturais do país são: Petróleo, Alumínio, Carvão, Água, Solo muito fértil, entre outros. Em 1979, os habitantes foram submetidos a racionamento de comida, quando então, cada cidadão recebia 2Kg de arroz e 200g de carne por mês, quando o Partido antes havia prometido 17Kg de arroz não processado e não tinha conseguido alcançar esta meta (Alphahistory.com – Post-War Vietnam). O Partido Comunista procurou fazer uma Reforma Agrária, mas acabou desistindo, pois só colheu muito poucos produtos agrícolas e safras irrisórias.

No meio dos anos 80, foi permitida a operação de pequenas fábricas e serviços industriais visando lucro, o que permitiu um substancial crescimento econômico e possibilitou uma melhor qualidade de vida. Observando o crescimento da vizinha China, a partir de 1986 o Vietnam começou a progredir tornando-se capitalista e orientado ao mercado, a despeito de ter o partido único comunista. A fome dos habitantes acabou desde então.

Apesar dos investimentos financeiros externos, grandes bancos internacionais tem suas agências no território vietnamita, altas grifes luxuosas da moda estão presentes e vendem bastante, shoppings centers e grandes malls coexistem com pequenos e micro comerciantes, veículos Toyota e televisores são montados no país e a rush hour em Ho chi Minh é semelhante a de New York, mas o Governo e o Partido não usam o adjetivo “Capitalista” quando se referem ao Vietnam, mas sim a expressão “Economia de Mercado”, que no fundo significa a mesma coisa. A produção de energia elétrica própria, produzida nas hidrelétricas, nas geradoras térmicas, eólicas, solares, biogás e a carvão, juntamente com a energia importada da China suprem 100% da população (2018 – energypedia.info – Vietnam Energy Situation).

O Porto de Ho chi Minh está aparelhado com o que há de melhor e mais moderno em equipamentos de movimentação de containers, liberando os navios muito mais rápido. O desemprego é da ordem de 3,18% (2017), mesmo sem o Governo computar os filhos de produtores agrícolas que trabalham nas terras da família. A renda per-capita do país pulou de US$ 96.34 em 1989 para US$ 2,342.24 em 2017.

“Assim também as pessoas com pensamentos ideais comunistas, no fundo das coisas, são nocivas à humanidade, porque a concretização deles só acarretaria algo de insano, apesar de, em seu modo de ver, quererem o bem. Assemelham-se a construtores que montam cuidadosamente na oficina uma casa para outro local. Ela parece vistosa e bonita… na oficina. Mas transportada para o terreno verdadeiro, é pouco firme e torta, de modo que não pode ser habitada por ninguém, porque o chão é desigual e não foi possível nivelá-lo, apesar dos maiores trabalhos e esforços. Os construtores esqueceram-se de levar isso em conta. Não consideram a avaliação certa do existente, essencial e inalterável para essa construção! Isso alguém que realmente aspira por ideais não faz!
As ideias comunistas não podem, em sua execução, crescer do solo, tampouco nele serem ancoradas ou, aliás, a ele ligadas, visto que esse solo, isto é, os seres humanos, a ele nem se ajustam! É demasiadamente desigual e assim permanecerá sempre, porque não é possível se conseguir um amadurecimento uniforme de todos os seres humanos na Terra.”
Na Luz da Verdade, Mensagem do Graal de Abdruschin.

Em 1989, caiu o muro de Berlim e logo após, a União Soviética tornou novamente Rússia. A China hoje em dia é uma potência comercial e industrial, por causa da “Economia de Mercado”. Cuba e Venezuela, Bolívia e Uruguai em muito menor escala, estão se deteriorando economicamente, de forma crescente a Venezuela, cujo povo passa fome e foge para os países vizinhos, enquanto os apagões elétricos não param.

O socialismo e o comunismo só dão vez à cúpula administrativa do país e aos seus amigos empresários, drenando as riquezas nacionais para seus bolsos, com discursos fajutos e enganadores para as massas que os apoiam. Com este paradoxo econômico vietnamita, em que comunismo e capitalismo coexistem, o que acontecerá no futuro a médio e longo prazo? É o que muitos cidadãos se perguntam.

José Guimarães Duque Filho é Engenheiro Civil, Mestre em Edificações.