6. Os Atlantes na Babilônia

No período final da Atlântida as condições de vida se tornaram muito precárias. Falsos sacerdotes anunciavam que a Atlântida não sucumbiria e por todos os lados proliferavam rituais “religiosos” dando vazão aos mais bestiais desejos humanos distanciados do verdadeiro amor. Vendavais, chuvas de granizo, terremotos, tudo indicava que chegara a hora, mas os seres humanos permaneciam cegos e surdos diante das advertências da natureza.

A vida se tornou amarga e sem alegria. Assustados e descontentes desconfiavam de tudo.

Despertaram de sua indolência somente quando já era tarde demais, percebendo que haviam sido enganados pelos dirigentes e pelos falsos sacerdotes.

Os seres humanos que deixaram a Atlântida para trás, constituíram um dos mais avançados núcleos de civilização, tanto material como espiritualmente. O seu elevado saber espiritual influiu decisivamente para um estilo de vida que seguia o ritmo das Leis da Criação, e onde a sua influência se manteve pura, os povos viviam em paz e harmonia, mas onde os falsos ensinamentos eram acolhidos, a ruína e a desgraça não tardavam a chegar, retrogradando a qualidade de vida, embrutecendo os seres humanos.

Na atualidade a natureza também sinaliza a gravidade do momento, mas, como no passado, os seres humanos se negam a enxergar as advertências que lhes são dadas, agarrando-se a vícios e divertimentos de baixo nível, desperdiçando o precioso tempo de suas vidas terrenas como hóspedes da maravilhosa Criação que lhes oferece tudo de que necessitam.

Vejamos como Roselis Von Sass narra a dramática retirada da Atlântida e o surgimento do que no futuro seria a Babilônia, uma região de grande significado para o futuro da humanidade, pois ali seria assinalada opção de grande contingente humano pela busca da Luz, ou aceitação dos princípios trevosos puramente materialistas que, evoluindo, conduziriam a humanidade para um fim pavoroso, antes mesmo da hora da colheita final de todo falhar humano. Contudo, há 2 mil anos, Jesus, o Amor de Deus, trouxe com sua vinda para esta parte do Universo, um novo suprimento de Luz e Amor Verdadeiro, ensejando nova oportunidade aos seres humanos.

Assim descreve Roselis von Sass:

“O povo da Atlântida, naturalmente, foi informado do acontecimento vindouro. Aliás, muitos anos antes. E ao mesmo tempo foi-lhe solicitado que preparasse tudo para o seu êxodo.

O sábio Merlin, que vivia ao norte da Atlântida e sempre tinha em torno de si um grupo de alunos, tendo preparado também muitos mestres, percebia que o povo protelava de um ano para o outro o êxodo. Não que tivessem duvidado das palavras de Merlin, pois sabiam que ele possuía o dom de entrar em contato com espíritos superiores, quando fosse necessário. Contudo, julgavam haver muito tempo ainda para seguir o conselho de Merlin.

Merlin percorria junto com seus alunos o vasto país, comunicando a todos que grandes áreas com terra fértil, muita água e minas de prata e pedras preciosas os aguardavam em outras regiões da Terra. Até os guias já estavam prontos para conduzi-los à nova pátria. Mas tudo foi em vão. A resposta era sempre a mesma. Que Merlin ficasse sossegado, pois não deixariam passar o tempo. No entanto, perderam o prazo e tiveram de vivenciar o horroroso cataclismo.

Apenas quatro grupos de alunos logo se mostraram prontos a seguir os conselhos de Merlin. Exclusivamente jovens entre quinze e vinte e quatro anos de idade. Algumas crianças mais crescidas também faziam parte do grupo.

Um desses grupos de jovens seres humanos foi guiado até o país dos Dois Rios. Conforme o conselho do guia que os havia conduzido, chamado Suma, domiciliaram-se numa planície fértil, entre os rios Tigre e Eufrates. Uma vez que traziam consigo um grande saber espiritual e terreno, não foi difícil para o pequeno grupo começar sua vida com alegria e gratidão.

Os primeiros alojamentos eles construíram de bambu. Nas proximidades do Eufrates havia bambuzais de diversos tipos, de qualquer tamanho e cor, sendo que muitos possuíam diâmetro de meio metro, e até mais.

Alimentação nunca faltava. Havia tantas aves aquáticas, que muitas vezes quase não se via o espelho d’água do rio. Além disso, vivia próximo dali um grupo de pessoas que logo os acolheu amavelmente. Durante anos receberam também muito auxílio dos entes da natureza, grandes e pequenos, os quais, desde a Atlântida, muito os amavam.”

Cito aqui ‘Petra Eisele’, que escreveu o livro ‘Babylon’:

“O pequeno povo aumentava apenas lentamente, em decorrência de nenhuma mulher querer ter mais que dois filhos. Mesmo assim, tornaram-se, no decorrer dos milênios, um povo respeitável. Quando os primeiros semitas, mais ou menos quatro mil anos antes de Cristo, se fixaram na sua cidade, que chamavam Kadinguirra, os sumerianos já haviam fundado o centro cultural de Ur e transformado as aldeias encontradas, como Kisch, Lagash, Nippur e outras, em locais de ciência e trabalho. A escrita cuneiforme sumeriana se constituiu na primeira escrita de que a humanidade teve conhecimento.”

Na Babilônia daquela época reinavam a paz e a felicidade verdadeira. Era um reino para glorificar o Todo Poderoso. As obras eram belas e duradouras. Os seres humanos evoluíam. As pessoas traziam em seu coração a esperança e a alegria. Até que foram chegando as hordas de infiéis, com seus falsos e invejosos sacerdotes, que a serviço das trevas semeavam a ruína. Surgiram todas as formas negativas na matéria fina: cobiça, desconfiança, luxuria e medo. A vida tornou-se perigosa. Violência e crimes eram frequentes. Mas aos poucos os sumerios dominaram a situação, pois foram incumbidos de uma grande missão. Sem que pudessem deter a decadência estreitamente ligada a livre escolha dos seres humanos os sumérios misteriosamente desapareceram da face da Terra.

Hoje o planeta inteiro vive uma situação semelhante de caos, medo e terror. Falsos missionários adoçam a boca das massas, levando-as ao limite do ser ou não ser. Miséria, doenças, destruição da natureza. É indiscritível o quadro de desolação. Nesse meio surge o livro Babilônia como um alerta indicando o caminho para a Luz da Verdade.

As trevas ameaçavam sorrateiramente ampliando na Terra o seu exército de seguidores e nessa altura os sábios da Caldéia receberam a última incumbência, destinada a advertir os Seres Humanos do futuro através de um grande segredo gravado em pedras com a ajuda dos prestimosos enteais.

Novamente um trecho do livro A Desconhecida Babilônia, de Roselis Von Sass:

“Sargon, rei de Ur na Caldéia, encontrava-se num dos terraços da Casa das Revelações, alegrando-se com a forte ventania que, bramindo, sacudia cada árvore e cada plantinha. A harmonia majestosa das forças da natureza lembrava-o dos planetas, dos sóis, dos astros escuros e claros, e também da Terra. Todos eles eram campos de energia, dominados e trabalhados por um exército, a se perder de vista, de obedientes e alegres servos. Fossem estes entes do ar, da terra ou da água, todos pertenciam ao povo elementar da natureza. Todos haviam colaborado para que a Terra pudesse tornar-se a pátria do povo dos seres humanos.

Os sumerianos pareciam ser o único povo sobre a Terra que intuía a maravilha e a grandiosidade da natureza, em seu mais profundo sentido, e que, em sua totalidade, vivia assim como as leis do espírito e da natureza exigem.

Ele acabara de receber uma notícia, que não só o entristeceu, mas quase o deixou desesperar-se pela humanidade. A notícia viera de Kisch, uma pequena cidade do norte, igualmente uma das fundações dos sumerianos. Tratava-se novamente da profanação de um cadáver. Tudo o que se relacionasse com a morte terrena interessava às pessoas que, agora, se encontravam na Babilônia; algo que não provinha de curiosidade, mas de um medo indefinível. Os egípcios também tinham um interesse especial por tudo o que se referisse à morte terrena, contudo era um interesse de outra espécie.

Em Kisch haviam ocorrido novamente profanações de cadáveres, aliás, por médicos e sacerdotes. A intenção desses médicos e sacerdotes era deter a decomposição de um corpo ou evitá-la totalmente. As explicações dadas pelos sábios nada haviam adiantado até agora. Uma vez exumaram um dos sábios, a fim de analisar sua cabeça, na esperança de encontrar um indício daquilo que lhes proporcionava a grande sabedoria.

Desde então, os sábios, depois de sua morte terrena, eram enterrados em covas bem profundas e em lugares onde ninguém presumisse haver uma sepultura.

Sargon olhou, em silenciosa oração, para o céu. Ele via como a ventania espalhava as nuvens, de modo que o sol brilhasse através delas. Sargon não podia desviar seu olhar do sol. De repente, ouviu um bramir que paracia fazer o ar estremecer. Uma nuvem avermelhada tornou-se visível. O movimento ressoante do ar aumentou. Tinha a impressão de que edifícios grandes estivessem sendo sacudidos em seus alicerces. Logo depois, tornou-se visível o senhor do sol, em sua armadura de ouro. Sargon viu também seu elmo de ouro no brilho do sol, parecendo que dele saíam raios. Sargon levantou os braços, trêmulo de alegria. Lentamente desapareceu o brilho áureo. Os entes das tempestades novamente empurraram nuvens pesadas para o lugar onde o senhor do sol se tornara visível. Sargon intuía uma força que a tudo dominava e que o fez esquecer de tudo o que o havia tocado.

Ele deixou o terraço, voltando para o salão, onde, numa mesa comprida, se encontravam modelos esquisitos. Tratavam-se de pirâmides. Um modelo estava totalmente pronto. Os outros apenas parcialmente, mostrando como essa edificação especial deveria ser erguida.

Haviam se passado cinquenta anos, desde que Min-Ani-Pad transferira a dignidade real a Sargon. Primeiramente foram-lhe explicados o sentido e a finalidade dessa edificação extraordinária. Assim ele soube também que o Onipotente tinha de mandar para baixo seu poderoso emissário Gilgamesch, a fim de invalidar a ação prejudicial do anjo caído.

Sargon não ousou perguntar o estado espiritual em que os seres humanos terrestres se encontrariam, quando também para eles viesse o último exame.

No mesmo dia, ainda, em que o senhor do sol lhe havia proporcionado uma força especial com seu aparecimento, convocou, em espírito, todos os sábios para uma reunião. Demorou meses até que todos chegassem, pois em todas as cidades fundadas por sumerianos, algumas muito afastadas, viviam e trabalhavam sábios que haviam recebido seu saber em Ur, e, no vivenciar fora do centro cultural, ajudavam outros seres humanos, espiritual e terrenalmente.

Nesse ínterim, foram ampliadas as hospedarias, para que todos os convidados pudessem sentir-se bem e confortavelmente, isto é, aqueles que se encontravam em seus corpos terrenos. Os que moravam muito distante vinham em espírito. Entre esses encontrava-se também o egípcio Sunrid.

Nenhum dos sábios, que chegavam um após o outro, ficou surpreso ao ver o modelo da pirâmide. A maioria afirmava que já havia visto de alguma maneira essa edificação, uma vez que não lhes parecia estranha.

– Durante a vossa viagem para cá, já fostes preparados para o que vos espera.

Todos admitiam que só podia ser assim. Um único sábio perguntou quem seria o construtor dessa singular obra. A esse respeito Sargon também não tinha uma resposta concreta e disse:

– No tempo previsto, ele estará presente! Aliás, será um homem jovem ainda, de sangue real, que, marcado pelo sofrimento, amadurece para sua grande missão, a qual ele mesmo, hoje, desconhece. ”