Parte 2 – A Efetivação

As Catástrofes da Natureza

Erupções

Estima-se que existam atualmente 1.500 vulcões ativos no mundo, 550 em terra e o restante no oceano. Algumas regiões do planeta estão sendo monitoradas continuamente em relação à atividade vulcânica, como o Alasca, a Islândia, a Indonésia, o Equador, o Japão, a Itália e, mais recentemente, o México. Na Itália há cinco vulcões “preocupantes”; no Japão, oitenta e seis… E o número de erupções no mundo vem aumentando já há tempos.

A título de ilustração, observe-se o gráfico abaixo (extraído da página Volcano), que mostra o registro de erupções conhecidas do vulcão Merapi, na Indonésia, ao longo dos últimos séculos, até o ano de 1997:

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As maiores erupções mundiais registradas no século XX ocorreram a partir de 1970, o que demonstra a extraordinária atividade vulcânica no planeta neste final de século. Estima-se que durante a década de 80 pelo menos 450 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas em razão de atividades vulcânicas.

Na década de 70 houve 21 grandes erupções vulcânicas registradas. Já na década de 80 ocorreram 36 erupções desse porte. Apenas nos primeiros cinco anos da década de 90 (1990 a 1994), houve nada menos que 55 grandes erupções vulcânicas. Algumas erupções registradas no nosso século causaram espanto pela súbita entrada em atividade de vulcões “adormecidos” há décadas ou séculos, e também pela inusitada violência das explosões e consequências advindas:

Alguns especialistas sustentam que as últimas grandes erupções vulcânicas tiveram um impacto significativo nas temperaturas das superfícies do mar e da terra, na pressão atmosférica e nos índices de precipitações pluviométricas. Em dezembro de 1997, cientistas britânicos publicaram um estudo sustentando que a mudança no nível dos mares causada pelo aquecimento global poderia provocar a erupção de centenas de vulcões novos ou inativos. A equipe notou que 90% dos vulcões ficam perto do mar ou são por ele rodeados. O aumento do nível da água corrói a lava e enfraquece as rochas, fazendo com que a montanha não possa suportar a pressão interna do magma e acabe explodindo. Esta teria sido a causa, segundo os cientistas, de um vulcão chamado Pavlov ter entrado em atividade.

Também há estudos que procuram estabelecer uma correlação entre o deslocamento dos pólos magnéticos e as explosões solares com a frequência das erupções vulcânicas. Os pólos magnéticos da Terra deslocam-se continuamente em torno dos pólos geográficos, os quais tampouco são estáticos. No período compreendido de 1850 a 1950, os pólos magnéticos deslocaram-se em média duas milhas por ano. A partir de 1950 – época do recrudescimento da atividade vulcânica – o pólo norte magnético se deslocou mais de 200 milhas, com um aumento de 400% de declinação. O Dr. R. B. Stother, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, fez uma pesquisa em mais de 55 mil explosões solares catalogadas desde 1500, e encontrou uma relação entre os limites inferiores do ciclo solar e as erupções vulcânicas na Terra. Segundo o que foi divulgado, há 97% de chance de que esta correlação não seja uma simples casualidade.

Assim como com os terremotos, as erupções vulcânicas também têm um índice que mede sua intensidade. É o Índice de Explosão Vulcânica (VEI). A tabela abaixo descreve as características dos oito estágios existentes:

VEI Descrição Altura da Fumaça Frequência
0 Não-explosivo < 100 m Diária
1 Suave 100 – 1000 m Diária
2 Explosivo 1 – 5 km Semanal
3 Severo 3 – 15 km Anual
4 Cataclísmico 10 – 25 km Um em 10 anos
5 Paroxísmico > 25 km Um em 100 anos
6 Colossal > 25 km Um em 100 anos
7 Super-colossal > 25 km Um em 1.000 anos
8 Mega-colossal > 25 km Um em 10.000 anos

Durante o século XX (até 1991) foram registradas cinco erupções com VEI 5 e duas com VEI 6, ultrapassando de muito as expectativas de ocorrência do fenômeno.

O gráfico abaixo, à esquerda, mostra o número das erupções mais mortíferas conhecidas, abrangendo apenas aquelas que causaram mais de 500 mortes; observe-se o recrudescimento desse tipo de erupção no século XX. O gráfico da direita indica o número de mortes ocasionadas por essas erupções em cada século:

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O elevado número de mortos registrados no século XIX deve-se basicamente a duas erupções: a de Tambora, Indonésia, em 1815, que acarretou 92 mil mortes, e a famosa erupção de Krakatoa, também na Indonésia, em 1883, que matou mais de 36 mil pessoas.

Uma visão conjunta das notícias sobre erupções vulcânicas, obtidas apenas em um intervalo aleatório de tempo, como amostragem, fornece uma idéia do incremento desse tipo de fenômeno em várias regiões do globo. Os dados apresentados a seguir referem-se apenas ao 2º semestre do ano de 1995. (1) Em todos eles, os habitantes da localidade foram atingidos de uma ou de outra forma:

Além dos casos mencionados acima, houve ainda erupções ou atividades vulcânicas de grande porte em várias partes do mundo no ano de 1995, as quais, todavia, não mereceram maior interesse da imprensa, provavelmente porque não foram palco de grandes danos materiais ou mortes. O mesmo panorama se repetiu nos anos de 1996 e 1997.

  1. Os dados foram obtidos tão-somente de notícias publicadas nos jornais, que correspondem a uma parcela muito pequena da totalidade da atividade vulcânica monitorada em todo o planeta.

    O Smithsonian Institute, nos Estados Unidos, edita um boletim mensal com todos os fenômenos de origem vulcânica observados no mundo. Apenas a título de ilustração, o boletim de outubro de 1995 desse Instituto relatava a ocorrência de 30 atividades vulcânicas no planeta, algumas delas bem significativas, como a erupção de um vulcão na Costa Rica (com a consequente evacuação da população local) e as contínuas explosões do Etna, na Itália. No entanto, nenhuma notícia sobre essas atividades vulcânicas apareceu nos jornais brasileiros no segundo semestre de 1995. Voltar

  2. Durante o ano de 1996 o vulcão Ruapehu protagonizou duas erupções. A segunda delas, considerada “espetacular”, ocorreu seis dias depois de os cientistas haverem afirmado que a atividade vulcânica havia declinado. Voltar