Parte 2 – A Efetivação

As Tragédias Humanas

Terrorismo

Uma doença social percorre a Terra, contaminando as nações com a pestilência da morte. O terror colhe sua safra sinistra em todas as partes do planeta.”

Este o início de um dos muitos editoriais de jornais publicados nos últimos tempos sobre o terrorismo no mundo. As nações assistem perplexas ao aumento quase inacreditável desse tipo de violência que com carros-bombas, cartas-bombas e até homens-bombas, dilacera cidadãos e abala governos, em nome de causas religiosas, políticas, econômicas, sociais, étnicas…

O jornalista Luis Carlos Lisboa resumiu desta forma (muito apropriadamente) a sua visão do fenômeno:

“Entre os horrores de um final de século apocalíptico, que incluem a corrupção moral generalizada e a indiferença diante da pobreza absoluta, surge da sombra o terrorismo para mostrar ao mundo o lado mais cruel do homem.”

O terrorismo é um fenômeno típico do século XX. Crimes e guerras sempre existiram na história conhecida da humanidade, mas os atos terroristas, que em violência podem ser situados entre esses dois, é uma característica do nosso século.

É verdade que em séculos passados houve atentados contra autoridades e órgãos públicos, mas estes quase sempre resultaram da ação deliberada de uma pessoa ou no máximo de um grupo formando um complô, montado exclusivamente com aquele objetivo e que após consumado o atentado se dissolvia.

O terrorismo é diferente. Trata-se de grupos organizados que agem sob uma bandeira qualquer, sempre com o objetivo de destruir. Todos os membros desses grupos estão absolutamente convencidos da nobreza de suas causas e da justeza de suas ações. Na correta análise do jornalista francês Gilles Lapouge, “esses assassinos cegos consideram-se santos, heróis, pessoas sacrificadas, que hoje provocam a desgraça com o objetivo de preparar a felicidade do amanhã.”

O termo “terrorismo” apareceu pela primeira vez em 1798, no Suplemento do Dicionário da Academia Francesa. Referia-se ao regime de terror em que a França mergulhou entre setembro de 1793 e julho de 1794. Alguns historiadores denominam também de terrorismo a onda anarquista que grassou na Europa em fins do século XIX.

Os primeiros atos terroristas com as características que hoje conhecemos apareceram em 1912, quando um grupo de macedônios, hostis à Turquia, começou a colocar bombas nos trens internacionais. Por essa época, no início do século, os dicionários ainda traziam uma singela explicação para o termo terrorista: “Pessoa que espalha boatos assustadores; que prediz catástrofes ou acontecimentos funestos; pessimista.”

Como veremos mais à frente, daquela época até os nossos dias, o número de organizações terroristas e suas ações aumentaram em progressão geométrica, a tal ponto, que hoje é raro passar uma semana ou mesmo alguns dias sem o registro de uma ação terrorista de porte em alguma parte do mundo. Em 1970 foram registrados 300 atentados terroristas no mundo, em 1975 foram 349 e em 1980 foram 500 atentados.

O comum hoje, e que já está se tornando normal, é a ocorrência de várias ações terroristas simultâneas. Um outro extrato do editorial jornalístico mencionado no início deste tópico dá uma imagem clara da situação em que vive o mundo atualmente:

“Em uma só rodada, um suicida explode um ônibus em Tel-Aviv; um trem vai pelos ares em Paris; um carro-bomba mata perto de Argel; vírus de antraz foram espalhados pelas ruas de Tóquio; no Peru uma mina detona sob um caminhão; na Índia é uma motocicleta carregada de explosivos; na Colômbia um ataque a dinamite. (…)

O contágio é universal. Diferenças entre chechenos e russos são resolvidas num país báltico. A virtual guerra civil argelina traslada-se para Paris. Um desequilibrado de Michigan mata em Oklahoma para se vingar de algo ocorrido no Texas. O ódio anti-semita explode em Buenos Aires. O vingativo fundamentalismo egípcio faz ninho onde Paraguai, Argentina e Brasil confluem.”

Esta sinopse pode ser complementada com o extrato do editorial a seguir, publicado num periódico logo após um novo ataque suicida do grupo extremista Hamas (“Fervor”) em Israel:

“Da Argentina à Espanha, dos Estados Unidos ao Japão, nenhum país pode considerar-se a salvo desse inimigo [o terrorismo] que se move nas sombras, escolhe suas vítimas ao acaso e já está, na avaliação de especialistas, na iminência de ter acesso aos recursos da energia nuclear, com seu poder apocalíptico de destruição.”

Que o terrorismo, hoje, já atingiu o mundo todo, demonstram as notícias sobre a explosão de cartas-bomba e carros-bomba em países tão diferentes entre si como: Suíça e Albânia, Inglaterra e Paquistão, Áustria e Etiópia, Espanha e Sri Lanka.

O chamado “terrorismo de estado” é algo à parte. Pois nesse caso a violência dos governantes em relação à população se estende geralmente durante vários anos, às vezes por décadas, e as vítimas são contadas em dezenas de milhões. Seria mais apropriado denominar esses acontecimentos de genocídios ou guerras civis abertas, invariavelmente desencadeadas “em nome do estado”, “da segurança nacional”, “contra anti-revolucionários”, “contra subversivos”, etc. Em todos os casos a motivação é política (veja alguns exemplos no tópico Política).

Mas voltemos à história do surgimento do terrorismo, que vai crescendo em nosso século no mesmo ritmo em que os anos se vão transformando em décadas.

Em sequência às ações dos terroristas macedônios de 1912, o mundo conhecia a primeira das últimas três guerras mundiais que assolariam a humanidade antes de se ter consumado o Juízo. (1) Após a Primeira Guerra Mundial, algumas nações começaram a ajudar grupos revolucionários de outros países. A Itália e a Hungria, por exemplo, apoiaram nessa época os revolucionários croatas. Em 1920, um dos expoentes da revolução russa, Leon Trotski, preconizava que o terror era a “continuação natural da insurreição armada”, e que a intimidação era o “mais poderoso meio de ação política”… (2)

Depois da Segunda Guerra Mundial, particularmente a partir dos anos 60, o financiamento estrangeiro ao terrorismo tornou-se regra. União Soviética, Argélia e Líbia, entre outros, fomentaram o terrorismo no mundo, o qual, a partir dessa época fazia o “trabalho sujo” da política internacional.

A década de 70 foi a época do apogeu das grandes organizações terroristas de cunho eminentemente político, como as “Brigadas Vermelhas” na Itália, a “Ação Direta” na França, o “Baader Meinhof” na Alemanha. Sequestros e grandes atentados à bomba foram a marca registrada desses grupos.

Nas décadas de 80 e 90 o terrorismo se disseminou em inúmeras organizações espalhadas pelo mundo, todas elas tendo como objetivo último a destruição. No próprio Oriente Médio, que sempre esteve mergulhado em violência e sangue desde o final da Segunda Guerra, os atos terroristas eram acontecimentos esporádicos durante as décadas de 50 e 60; porém, a partir da década de 80 o terrorismo se espalhou na região como um câncer incontrolável, atingindo tanto o bloco muçulmano como o israelita.

Há hoje várias dezenas, talvez centenas de grupos terroristas atuando em todos os cantos do planeta. Algumas dessas organizações ostentam nomes absurdos, incríveis mesmo, quando comparados às suas formas de ação e seus objetivos: Grupo Antiterrorista de Libertação (Espanha – anos 80), Partidários do Direito e da Liberdade (França – anos 80), Grupo da Justiça Internacional (Egito – 1995), Hezbollah – Partido de Deus (Israel – anos 80 e 90). Há também nomes esdrúxulos, como: Tigres da Libertação Tâmil, Células do Mártir Engenheiro, Frente Tigre de Libertação da Bodolândia.

Nos anos 90 a tônica dos atentados terroristas são os carros-bombas e os “mártires” suicidas, que com explosivos presos a seus corpos procuram causar o maior número possível de mortes e destruição, geralmente em locais com grande concentração de pessoas, como a saída de uma escola, um ônibus lotado, etc. Na França, chegou-se ao ponto de proibir os pais de acompanhar seus filhos até dentro das escolas, pois terroristas poderiam infiltrar-se entre eles e provocar uma tragédia. Em agosto de 95, a polícia francesa conseguiu desativar uma bomba que se verificou posteriormente estar cheias de parafusos e pregos, o que demonstrava a intenção de causar o maior número possível de vítimas fatais ou de feridos.

A Europa, aliás, é o campo preferido da atuação do terrorismo mundial. De acordo com o cômputo do Jane's Word Insurgency Terrorism, em 1996 houve 121 ações terroristas no continente europeu.

Mas as novidades no campo do terror não se restringem apenas à explosão de “idealistas kamikazes”. Já há, pois, quem alerte contra possíveis atentados com armas nucleares e sabotagens cibernéticas. Em relação à primeira possibilidade, só podemos acrescentar que é cada vez maior o número de apreensões em vários países de material radioativo roubado (veja os últimos casos registrados no tópico Conflitos Bélicos). O general russo Alexander Lebed alertou o mundo que seu país produziu armas atômicas portáteis durante a guerra fria, chamadas de “maletas nucleares”; ele não tem certeza se todas elas estão sob controle do governo da Rússia, e manifestou preocupação ante a possibilidade de os cientistas que as construíram venderem seus conhecimentos para grupos terroristas.

Quanto à segunda possibilidade, só há conjecturas por enquanto. Imagina-se, por exemplo, que podem ser criadas armas de rádio-frequência de alta energia, capazes de inutilizar um alvo eletrônico qualquer, como cabines de aviões ou controles de tanques e mísseis. “Bombas lógicas” poderiam paralisar os mercados financeiros e destruir os registros de transações… Ficção? Utopia? Todos nós esperamos que sim. Contudo, já vimos até aqui exemplos bastante concretos do que a índole do ser humano é capaz de realizar…

Sempre que uma tragédia humana atinge proporções inesperadas, os governos dos países se reúnem para tratar do assunto e tomar deliberações. Com o terrorismo não é diferente. Em março de 1996 teve lugar no Egito a “Conferência Internacional dos Pacificadores”, reunindo 27 países. As resoluções da conferência, resumindo, foram: “repúdio ao terrorismo”, “apoio às iniciativas de paz”, “criação de uma comissão para preparar recomendações sobre a melhor maneira de por em prática as decisões tomadas”. Um resultado tão pífio que mostra claramente, mais uma vez, a incapacidade de a humanidade se defender com êxito dos seus maus efeitos retroativos.

E acompanhando durante certo tempo as notícias sobre esse efeito retroativo tão sanguinário, pude constatar que a repercussão de um atentado depende mais do local onde ele é praticado do que dos danos que causa. A desativação de três bombas colocadas por terroristas argelinos em Paris teve muito mais espaço na mídia do que a notícia da explosão de um caminhão-bomba no Sri Lanka, que matou cerca de 500 pessoas segundo informações do governo local. A explosão de um carro-bomba na Croácia abalada pela guerra sequer foi noticiada pelos jornais.

Isso mostra duas coisas. Primeiro, que a violência terrorista praticada em regiões menos conhecidas do planeta é considerada como algo absolutamente corriqueiro, natural, típico dessas regiões ou de nossa época, não causando mais a menor comoção. Em algumas décadas passadas um desses atentados teria sido noticiado nas primeiras páginas dos jornais, seguidos de comentários indignados e cheios de perplexidade; hoje, quando muito, aparece perdido num canto de página, juntamente com outras notícias internacionais “comuns”, como furacões e terremotos.

Em segundo lugar, o desejo das pessoas de não querer ver ou de não querer saber sobre o aumento das tragédias em nosso tempo, reflete-se, muito naturalmente, na forma e disposição das notícias veiculadas pela imprensa. Em razão disso, essas notícias também não mostram a realidade dos fatos. Por isso, pode-se afirmar com segurança que, apesar de todo o horror mostrado pelas notícias sobre atentados terroristas, a situação real no mundo é muito pior.

A título de ilustração, indica-se abaixo os dados coletados de notícias efetivamente veiculadas pelos jornais durante um período de oito meses, abrangendo as ações terroristas de grande porte no mundo: (3)

Ação Terrorista Ocorrências
Atentado a gás 1
Atentados com cartas-bombas e pacotes-bombas 3
Explosões detonadas por terroristas suicidas 6
Atentados praticados com armas de fogo 10
Explosões de bombas programadas 18
Atentados com carros-bombas 24

A maior parte dos atentados terroristas dos últimos anos foram praticados com carros-bombas ou caminhões-bombas, detonados por controle remoto, e também através de motoristas suicidas, como foi o atentado contra a força multinacional estacionada em Beirute em 1983 – o pior até hoje registrado (março de 1997) – onde morreram 241 americanos e 58 franceses. As embaixadas americanas nessa região do mundo são hoje verdadeiras fortalezas, com portas de aço de 30 cm de espessura e vidros à prova de bala.

Os atentados suicidas praticados com carros, e também aqueles onde o terrorista explode bombas presas em seu próprio corpo são, em sua quase totalidade, praticados por fanáticos religiosos. Esses extremistas acreditam estar participando de uma “guerra santa”, e assim nada mais fazem senão executar uma determinação divina quando exterminam os infiéis, isto é, todos os que não professam a mesma crença. Um dirigente religioso egípcio chegou a afirmar: “Aqueles que não se engajam na violência em nome [da doutrina] não são [fiéis] e não representam [a doutrina], são criminosos que devem ser punidos.”

Os extremistas muçulmanos que praticam atentados suicidas acreditam que suas ações lhes garantem o direito de ingressar no Paraíso, onde terão dezenas de virgens à sua disposição para satisfazê-los sexualmente. Também lhes é assegurado que suas famílias farão jus a vagas reservadas no Paraíso… Talvez seja por isso que a família de um terrorista suicida colocou na entrada da casa, para recepcionar as pessoas que foram oferecer condolências, pequenos cartazes com os dizeres: “Não aceitamos pêsames, e sim congratulações.”

Na Argélia, o Grupo Islâmico Armado (GIA) – ala radical da insurreição islâmica especializada em terrorismo urbano – invoca a prática do Mut'a (casamento temporário), para abordar as famílias e exigir suas filhas. Às vezes, quando não as consegue, o grupo corta a garganta das moças em represália. Em seis anos, as ações terroristas do GIA deixaram o país mergulhado na guerra civil, com mais de 65 mil mortes. Os terroristas chegaram ao requinte de criar uma máquina de degolar: uma espécie de guilhotina rudimentar, transportada em caminhão e utilizada inclusive em mulheres e crianças. Em alguns casos, as mulheres têm o couro cabeludo arrancado e o ventre aberto a facadas antes de serem degoladas… Os ativistas do GIA degolam suas vítimas para que elas não possam gritar o nome de Alá, pois assim acreditam que elas ficarão impedidas de ingressar no Paraíso.

Todas as formas de ódio alimentadas continuamente pelos povos da região ajudam a manter o terrorismo sempre atuante. No mundo palestino, as letras de rock do grupo Hamas, incentivando à guerra santa e aos ataques suicidas contra os israelenses, vendem mais do que qualquer outro gênero nas lojas de disco. No Egito, mulheres muçulmanas que se convertem ao cristianismo são violentadas e os homens assassinados. O assassino do presidente egípcio Anuar Sadat foi homenageado com um selo postal e nome de rua no Irã.

Mas a insanidade religiosa, é bom esclarecer, utilizada como justificativa para atos terroristas, não é exclusividade de extremistas muçulmanos. Um rabino ultra-ortodoxo, assassinado em 1990 em Nova York, costumava ensinar a seus alunos que “a violência de judeus contra não judeus é sagrada…”

Em fevereiro de 1994, o extremista judeu Baruch Goldstein entrou na mesquita da cidade de Hebron, onde uma multidão de fiéis árabes estava reunida para a oração da sexta-feira, e disparou diversas rajadas de fuzil, matando 29 pessoas e deixando 125 feridas, antes de ser morto pelos sobreviventes. No túmulo desse terrorista sanguinário está escrito: “O santo Dr. Baruch Goldstein, morto quando santificava o nome de Deus.” Sobre esse túmulo, um grupo de judeus radicais construiu uma espécie de templo.

Logo após o assassinato do primeiro ministro de Israel, Yitzhak Rabin, por um terrorista judeu em novembro de 1995, apareceram nos noticiários televisivos cenas inconcebíveis: extremistas judeus de um lado e extremistas árabes de outro festejando com o mesmo ardor aquele assassinato. Ambos os grupos estavam satisfeitos por poderem continuar com a sua justa “guerra santa”. O jornalista Issa Goraieb comentou desta forma o espetáculo dantesco:

Os ‘ultras’ judeus e os ‘ultras’ muçulmanos celebrando com a mesma alegria o trágico acontecimento. (…) Os loucos de Jeová revelando-se aliados objetivos dos loucos de Alá, já que uns e outros se opõem violentamente a uma paz de compromisso e desejam perpetuar uma guerra que chamam de ‘santa’, convencidos de que ela é comandada de fato pelo Criador.”

Mais alguns exemplos do grau de demência que os grupos terroristas lograram atingir: Depois um atentado suicida duplo num mercado de Jerusalém, a organização extremista Hamas expediu o seguinte comunicado: “Em nome e com a benção de Deus, a Unidade de Mártires das Brigadas do Qassam para libertação de prisioneiros declara sua responsabilidade pela operação de martírio em Jerusalém.” Numa outra ocasião, depois que seu principal fabricante de bombas foi morto, a mesma organização divulgou um vídeo em que um de seus líderes afirmava: “Pelo mérito de nossa guerra santa e dos combatentes sagrados em nossas fileiras, levaremos tristeza e horror ao coração e à casa de todo sionista.”

Numa entrevista concedida a um jornal francês, um dos líderes do GIA afirmou que era irrelevante o fato de mulheres e crianças estarem sendo assassinadas pelo grupo na Argélia, pois segundo ele “Alá reconhece imediatamente os inocentes”. Num outro comunicado, o GIA declarou: “Nós somos o grupo que mata, trucida, queima e pilha com a permissão de Deus.”

Constata-se de forma muito nítida que na década de 90 o terrorismo político foi sobrepujado pelo religioso. A diferença agora é que os crimes são cometidos sob a invocação do Criador, assim como já ocorrera na época da Inquisição. Esta circunstância bizarra não escapa ao questionamento de muitos, que não encontram resposta para uma tal inversão de conceitos e valores. Em novembro de 1995, o jornalista francês Gilles Lapouge perguntava perplexo: “Por qual aberração, sob o peso de qual fatalidade, as religiões do amor se transformam nesse formidável instrumento de assassinato, de negação do outro, de desprezo e ódio?

A resposta para isso, assim como para todos os outros flagelos que castigam a humanidade nesse final de século é, como já foi dito, o efeito das irradiações julgadoras do Juízo Final que, ao forçar a exteriorização de tudo, de todo o mal, retribui a cada nação, a cada povo e a cada ser humano em particular, aquilo que foi gerado outrora. Quem em outras vidas provocou sofrimento, morte e destruição, não pode esperar nada de diferente agora, na época do acerto final de contas.

Não é possível descrever todo o horror que o terrorismo já proporcionou ao mundo neste nosso século. Uma breve sinopse de alguns fatos mais relevantes, porém, servem para dar uma idéia do ponto a que já chegou essa materialização do ódio humano:

“Estamos provavelmente à beira de um novo período da História. O maior trabalho dos governos ocidentais, nos próximos anos, deverá ser a luta sem piedade contra todas as formas imagináveis de terrorismo. Se perderem essa luta, nossa civilização corre o risco de sofrer ferimentos irreparáveis.”

Esse desabafo de Gilles Lapouge, quase sem esperança, é compreensível em vista da situação caótica provocada pelo terrorismo no mundo. A solução, contudo, não está nas mãos dos homens. Nenhuma autoridade constituída tem o poder de eliminar essa doença do século XX, pois ela faz parte do processo de fermentação e depuração por que atravessa a humanidade.

Como produto das trevas, o terrorismo só pode atingir as próprias trevas. Essas, porém, não poderão subsistir ao Juízo Final, apenas continuarão agindo ainda durante certo tempo, até se destruírem mutuamente de forma total. Mas, nessa ação de auto-aniquilamento, as trevas se comportam na verdade como instrumentos da Luz. Elas são obrigadas a servir a Luz durante o Juízo Final, ao terem de colaborar de forma ativa, compulsoriamente, para a limpeza na Criação.

  1. A eclosão da Terceira Guerra Mundial é inevitável, por ser um retorno cármico coletivo da humanidade. Ver, a respeito, O Livro do Juízo Final, de Roselis von Sass. Voltar
  2. Trotski foi assassinado no México em 1940, a mando de Stalin. Voltar
  3. Não há menção sobre mortos e feridos por serem muito díspares as informações a respeito. O fundamental é considerar que cada ato terrorista tem o objetivo de causar o maior número possível de danos e vítimas. Voltar
  4. Os 25 países atingidos naquele período (alguns por várias vezes) foram: Japão, Espanha, Estados Unidos, Peru, Iêmen, Colômbia, Portugal, Israel, França, Argélia, Sri Lanka, Canadá, Finlândia, Geórgia, Índia, Macedônia, Áustria, Arábia Saudita, Croácia, Azerbaijão, Iraque, Angola, Paquistão, Afeganistão e Egito. Voltar
  5. O terrorista solitário, apelidado de “Unabomber”, acabou sendo identificado e preso em 1996. Voltar
  6. É realmente um escárnio das trevas que a palavra Verdade seja colocada no nome de uma agremiação como esta. Voltar