Epílogo

A Consumação Do Juízo Final

“Sem terminar realiza-se o mistério da vida e da morte. O mistério da transformação e do renascimento! Aquele que durante sua vida terrena se lembrar da morte, não precisa temer o Juiz, quando o fim chegar.”

(Da obra “A Grande Pirâmide Revela seu Segredo”, de Roselis von Sass)

Nesses anos que ainda nos restam, até o término do Juízo, a humanidade ficará atônita ante o recrudescimento do sofrimento na Terra.

As catástrofes da natureza continuarão aumentando, tanto em intensidade como em amplitude. Muitas transformações ocorrerão no relevo da Terra, e muitos, muitos seres humanos perecerão durante esses acontecimentos. As últimas modificações no relevo terrestre ocorrerão pela influência do Grande Cometa, ou Cometa do Juízo, já pressentido por muitos e anunciado pelo grande astrônomo chileno Carlos Muñoz Ferrada.

Os eventos catastróficos descritos nos capítulos precedentes, conquanto sejam sinais muito nítidos e graves do desenrolar progressivo do Juízo Final, constituem apenas uma amostragem sucinta da real situação de hoje, e não passam de pálidos prenúncios do que nos aguarda. Todos os efeitos retroativos estão sendo acelerados ao máximo, e tudo se precipita agora com enorme rapidez sobre a humanidade. Antes que ela possa assimilar integralmente um efeito retroativo e já outro se abate sobre ela, e assim prosseguirá até a consumação do Juízo.

Doença, miséria e dor serão acompanharão a maior parte da humanidade, até o seu trágico fim. Tudo como ela mesma sempre quis, como continuamente exigiu e teceu para si ao longo de milênios.

Um sentimento indefinido de inquietação já se apossa de um grande número de pessoas e nada consegue apaziguá-lo. As tentativas nesse sentido são em vão, sejam por meio de festas, leituras, retiros espirituais ou consultas com analistas.

O Juízo age principalmente dentro de cada ser humano individualmente. O sentimento de inquietação é a manifestação do espírito enclausurado, que sente os golpes do Juízo e procura libertar-se ainda em tempo da sua prisão. E essa inquietação transformar-se-á brevemente em medo e pavor ante o fim que se aproxima. No estágio final a Terra conhecerá apenas uma legião de seres desequilibrados por um desespero sufocante. O terror que os seres humanos em breve experimentarão dentro de si será de tal magnitude, que aniquilará de um só golpe toda a arrogância e presunção, deixando-os prostrados por terra, incapazes da menor reação.

Então algumas pessoas suplicarão com verdadeira humildade por auxílio, implorarão por ajuda real, e dessa forma suas almas se abrirão, sequiosas, para a Palavra da Verdade trazida pelo Filho do Homem. Eles assimilarão a Verdade e poderão se salvar através do saber. Até o último instante o Amor e a Justiça estarão a postos, vigilantes, prontos a intervir auxiliadoramente nos casos em que os seres humanos se mostrarem dignos desse auxílio, através do esforço próprio em viver em conformidade com as Leis da Criação, ou seja, em conformidade com a Vontade de Deus.

Tudo agora caminha rapidamente para o final, o qual só constituirá um início para aqueles que, ainda em tempo, mudarem o seu modo de ser, adaptando-se finalmente às Leis férreas desta Criação, que não mais admitem que um perturbador possa continuar destruindo a harmonia desejada por Deus.

Perplexa ante o acúmulo de todas essas coisas, a imensa maioria da humanidade buscará uma saída onde ela não existe: na ciência, no ocultismo, na fé cega, nos falsos preceitos das religiões e seitas e em tudo o mais que a mão e o cérebro humanos construíram. Todas essas tentativas de auxílio falharão, esgotadas através do mais explícito malogro. A tola e presunçosa crença na capacidade humana de resolver tudo com o raciocínio desabará fragorosamente por toda a parte.

O leitor poderá constatar por si mesmo, com muita facilidade, como tudo isso vai se efetivando inapelavelmente. Não se trata de nenhuma previsão ou profecia sem fundamento, mas apenas antevisão de acontecimentos inevitáveis, cuja formação foi provocada pela própria humanidade. Sim, inevitáveis, porque não é mais possível detê-los. A humanidade, como um todo, já ultrapassou o último ponto de desvio no caminho que leva para o abismo. Para a maior parte dela não há mais nenhuma possibilidade de volta.

O saber de que cada ser humano tem sempre de colher aquilo que ele próprio semeou, e que essa Lei vale não só para o indivíduo como também para a humanidade em geral, permitiu aos profetas de tempos antigos prever com tanta antecedência os horrores dos últimos acontecimentos do Juízo Universal. Seres humanos isoladamente ainda podem escapar disso mediante a mudança em tempo de sua sintonização interior, mas não a humanidade como um todo.

Desta forma é possível prever, sem margem de erro, que todas essas dores ainda aumentarão em intensidade e quantidade nos próximos anos. O leitor constatará o surgimento de novas doenças, grandes terremotos, erupções e incêndios gigantescos, caos político, econômico e social, violência gratuita e generalizada, e o incremento exponencial de todas as outras mazelas e tragédias mencionadas anteriormente.

Quando todo o mal tiver sido extirpado, o Juízo estará consumado. A Terra, nessa época, estará quase vazia de seres humanos. Os poucos que aqui estiverem estarão vivendo então a aurora de uma nova era. A Era do Espírito! A vida prosseguirá. Mas sob uma base diferente de até então. O espírito comandando e dirigindo, e o raciocínio executando na matéria a vontade espiritual.

Cada espírito humano que desperta agora, na época do Juízo, coloca a si próprio na ante-sala da era do espírito. Para ele, a nova era desponta à sua frente plenamente reconhecível, como o fulgor da aurora de um tempo ansiosamente aguardado. Em breve poderá viver na era do espírito, a prometida Era de Paz ou Reino de Mil Anos, pois já agora ajustou integralmente sua vidaà Vontade Sagrada do seu Criador. Após a consumação do Juízo, todos os seres humanos remanescentes estarão nessa situação, e a Era da Paz terá sido iniciada.

E quanto tempo falta para isso?

Uma data precisa não é possível determinar, mas estamos dentro da última fase do Juízo Final. Assim, os efeitos mais incisivos deverão ocorrer em tempo próximo. Para nós, basta saber que o prazo de que ainda dispomos para uma completa transformação interior, a fim de nos ajustarmos completamente às Leis que regem a Criação, é extremamente curto.

Por isso, agora, cada minuto conta. Cada hora e cada dia têm de ser plenamente vivenciados, têm de se tornar marcos no desenvolvimento interior do espírito humano. No final de cada semana deve-se poder olhar para trás e afirmar, segura e serenamente, de que na semana que findou eu me tornei um ser humano melhor, aproximei-me mais das disposições prescritas por Aquele que me criou.

Essa é a atitude certa a ser tomada nesses anos que ainda temos pela frente, os últimos do Juízo Final.

“Só aquele que congrega todas as suas forças para aplicá-las totalmente nas necessidades mais indispensáveis da alma, pode ainda ter a perspectiva de salvação.”

(Abdruschin)