SACRIFÍCIO DA VAIDADE
(15/08/2004)

José Guimarães Duque Filho

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Um dos atributos do ser humano espiritual é o livre arbítrio, que lhe permite, em sua primeira decisão sobre um assunto, escolher o caminho que lhe convier. Este atributo, no entanto, ata o autor às consequências do caminho escolhido, trazendo-lhe de volta de forma aumentada aquilo que foi o objeto do seu querer. Justiça e Amor em forma perfeita estão aí inseridas, na conformidade da Lei da Criação, a reciprocidade.

Desta forma, ao usar sua livre escolha, a pessoa está plantando o que futuramente irá colher e saborear; se plantar coisas boas, muito mais destas boas coisas lhe retornarão um dia para sua alegria, mas, se planta coisas ruins, somente retornarão muito mais coisas ruins para seu sofrimento.

O cultivo exagerado do intelecto durante milhões de anos, devido à esta mesma Lei, condicionou a maioria dos seres humanos terrestres da época atual, a viver isolado da sua verdadeira essência, o espírito. Para estes, o corpo terreno está acima de qualquer coisa, a ponto de sacrificarem seu próprio espírito, por alguma bobagem terrena.

A esse tipo de querer, denominou-se vaidade, que está conduzindo os que lhe são servis, à morte espiritual, o que de pior pode acontecer.

Dentre as maiores vaidades está o querer vestir-se com peles de animais silvestres. Estes animais são caçados brutalmente com armadilhas, e após a retirada de suas peles, as carcaças são abandonadas como lixo.

Estes sacrifícios dos animais silvestres, que enriquecem os donos da moda para satisfazer a vaidade, principalmente das mulheres, é um crime contra a natureza, que os ditadores da moda e suas seguidoras não enxergam, pois não querem ver.

A demanda por casacos de pele de visão (vison, no francês), de raposa, de mink, etc., de bolsas e sapatos de pele de crocodilos, que aumenta constantemente, ao redor do globo terrestre na proporção do aumento da vaidade, está provocando um verdadeiro extermínio dessas espécies, o que constitui um segundo crime contra a natureza.

A procura por peles silvestres incita, assim, caçadores e modistas a produzirem mais para um mercado cada vez maior, alimentado pela vaidade humana de ter uma pele para ser admirada e invejada.

Tal comércio imundo desapareceria logo, tão cedo se extinguisse a vaidade de portar animais sacrificados. Bastaria que modistas e vaidosos não mais aceitassem essa excrescente matança de inocentes animais. Eles são mais úteis na Criação, pois cumprem as Leis muito melhor que estes vaidosos seres ditos humanos.

Perante as Leis da Criação, caçadores, modistas e usuários de peles silvestres são responsáveis por esse hediondo crime contra a natureza.

É preciso que se acabe com estes sacrifícios, e se dificilmente a vaidade dessas pessoas vai acabar, necessário se faz um esforço mundial que combata não só o sacrifício mas também o comércio dessas peles, e, sobretudo o seu uso.